Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 6
Regimento...


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês meus fortes mosqueteiros? Peço desculpas pelo tamanho do cap ><!Mas espero que gostem!^^



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Contive um gemido angustiado e, séria, toquei o chapéu e me inclinei para frente para meu superior. Coberta de suor, sentindo o peso da humilhação de uma derrota vergonhosa...   Definitivamente... Não era nesse estado que sonhara conhecê-lo.
   
Sasuke Uchiha:
    Eu retornei mancando para o meu posto, sentia fortes dores no braço, de onde um filete de sangue ainda escorria manchando a minha camisa.
    Esperava que o ferimento não houvesse aberto. Não tenho a menor intenção de ser costurado novamente.
    Cada perfuração daquela maldita agulha só aumentava a dor que já sentia. Sei que foi tolice desafiar o Akira para um duelo quando o mesmo ainda estava desabilitado, mas a provocação ofensiva não podia ser simplesmente ignorada.
    Só Deus sabia como eu sentira a falta do Haruno. Não pude deixar de me lembrar de seus comentários divertidos e inteligentes tornava a suportável até a mais fria noite de vigília. Meu amigo havia voltado, mas não era mais o mesmo de antes.
    Era como se o corpo dele houvesse sobrevivido, mas sua alma desse lugar á outra totalmente desconhecida, uma alma estranha que guarda contra mim um forte ressentimento.     Eu conseguia ler o ódio nos olhos de meu velho amigo e fiquei profundamente abalado.
    O motivo de tal rancor é um mistério para mim, um inexplicável desvio do destino. Só posso pensar que a doença de Akira afetara seu raciocínio, além de abalar a sua força física e a habilidade no manuseio da espada.
    Eu recolhi os ombros, retraindo ao sentir o local onde a lâmina de Akira encontrara a minha pele.
    Suspirei, mais uma cicatriz para integrar a minha crescente coleção. Neguei com a cabeça, ainda não acreditando que Akira havia feito aquilo tão deliberadamente.
    Pior ainda, ele teria me matado, se pudesse. Não sei o porquê, mas pretendo desvendar este mistério o quanto antes.
    Enquanto isso, eu terei que tomar cuidado. Pois não há nada mais traiçoeiro, nada mais digno de medo, do que um amigo que se torna inimigo.

Sakura Haruno:
    Os dias se passavam em uma confusão de cansaço e dor para mim em meu novo papel de mosqueteiro da guarda imperial de Suna.
    Diariamente, eu cumpria o meu dever com pontualidade e afinco, e depois me submetia a um duro treinamento até quase cair de exaustão.
    No inicio da noite, quando minha cabeça encontrava o travesseiro e meu corpo dolorido relaxava sobre o colchão de palha seca, eu adormecia quase que imediatamente.
    Agora eu podia entender bem o porquê as cartas de Akira eram poucas e breves durante o período que ele passara em Suna, enquanto eu esperava ansiosamente nas províncias por algum sinal de que ele estava vivo e bem.
    Meu irmão não dispunha de tempo nem energia para escrever diariamente para mim. Eu mesma me surpreendia a cada manhã, quando eu em levantava e conseguia mover meus músculos doloridos e esgotados de meu corpo.
    Surpreendia-me ainda mais por ter vontade e determinação suficiente para deixar a cama e vestir o uniforme.
     Surpreendia-me pelo simples fato de ainda estar viva, apesar de toda a punição que me infringia a cada dia ao meu pobre corpo mal-tratado. 
    Eu já nem notava mais o tamanho ou as condições do quarto abafado no sótão da hospedaria.
    Todo o tempo que passava nele, eu estava dormindo. O mingau ralo servido pela velha proprietária no jantar quase sempre era deixado intocado, do mesmo jeito que viera.
    Já comia muito bem á mesa dos oficiais, no alojamento, na hora do almoço, e á noite eu preferia dormir e recuperar as energias a comer.
    Gradualmente, eu fui sendo transformada pelas durezas dessa nova vida de homem. Os músculos de meus braços ficaram maiores e mais fortes, e já não doíam tanto depois de um longo dia de prática com a espada ou com a lança.
    Minhas pernas já se habituaram ao sufoco de passar o dia todo montada sobre um cavalo, sustentando o peso das botas de couro que compunham o meu uniforme.
    Graças ao meu amor pela caça e pelos cavalos, eu já podia cavalgar melhor do que muitos de meus companheiros, mas a minha habilidade com a espada ainda deixava a desejar.     Meus braços simplesmente ainda não eram fortes o suficiente para segurar a espada e lutar por muito tempo.
    Depois de um período de luta, quase sempre breve, o meu braço direito começava a doer e o oponente acabava por me vencer, não por ser extraordinariamente habilidoso, mas pela força bruta superior, típica de homens.
    Eu geralmente ficava assistindo aos duelos entre os meus colegas com grande atenção, tentando aprender algo que me ajudasse a manejar melhor uma arma.
    Nenhum ali era tão inepto quanto a mim, embora alguns fossem apenas pouco melhores.
    Após algumas semanas acompanhando cada movimento destes combates, eu me vi forçada a admitir que de todos eles, Sasuke era o mais proficiente com a espada.
    Recuperado do ferimento que antes o punha em desvantagem, ele deixara de mancar e era o mais rápido, o mais ágil e astuto do grupo.
    Eu apreciava assistir a essas lutas do conde. Ele era tão forte quanto o ferreiro do vilarejo onde havia vivido com minha família, em Konoha, e tão gracioso quanto um dançarino.     Era capaz de cortar um poste de madeira ao meio com um só golpe de sua afiada espada e, no momento seguinte, saltar tão alto quanto um acrobata da feira que eu tanto apreciava na infância.
    Ás vezes, ele parecia ser leve como uma borboleta em pleno vôo, enquanto, em outros momentos, suas pernas se ancoravam no chão com solidez de um carvalho centenário.     Quando ele despia a sua jaqueta e arregaçava as mangas da camisa, os músculos dos braços alvos podiam ser vistos ao sol a cada movimento de ataque e defesa, e a combinação de graça, força e elegância fazia o meu coração bater mais depressa dentro de meu peito.     Semidesnudo como estava, ele parecia um guerreiro antigo, um vingador primitivo e cruel e cuja ira ninguém poderia sobreviver.    
    Mais uma vez, eu refleti sobre a tolice de tê-lo provocado no dia de minha chegada. Se não fosse pelo ferimento, Sasuke teria me submetido a uma derrota ainda mais humilhante, pior do que jamais sonhei ser possível.
    Nenhum dos outros presentes ali conseguia sequer se aproximar de sua maestria. Nenhum ali se igualava em velocidade, e o conde era capaz de desarmar um oponente duas vezes maior e com o dobro de seu peso, tudo com um movimento ágil da espada.
    Vou aprender com ele, preciso aprender com ele, decidi, enquanto via o conde demolir um regimento inteiro de homens, um depois do outro, sem deixar que nenhum dos oponentes o ferisse.
    Eu preciso aprender tudo o que ele sabe. Jamais poderei superar os meus inimigos em força, por isso terei que vencê-los demonstrando maior agilidade e muita astúcia.
    Vou pedir ao conde Sasuke para me ajudar. Para superar meus inimigos e companheiros, terei de aprender com o melhor espadachim, e sem duvida esse homem é, Sasuke.
    Além do mais, preciso aprender todos os seus truques para poder usá-los contra ele em nossa próxima batalha.
    Eu gostava da ideia de aprender tudo o que ele tinha para ensinar, até me sentir capaz de derrotá-lo com minhas próprias forças, lhe dando o gosto amargo da humilhação que o mesmo me fez provar no passado.
    Com o passar dos dias, eu me sentia cada vez mais confiante em meu papel de Akira, menos temerosa á possibilidade de ser desmascarada.
    Até mesmo Sasuke, que havia sido o companheiro mais próximo de meu irmão, não descobrira que eu não passava de uma impostora. 
    Todo o regimento me aceitara. Para eles, não havia duvidas sobre a minha identidade: eu era Akira Haruno.
     Eu ás vezes até me esquecia que era uma mulher, exceto quando apertava os meus seios sob aquela horrenda faixa de tecido, todas as manhãs, e quando os libertava, todas as noites.
    Apesar de tudo, eu não corria perigo convivendo com Sasuke. Usaria tudo o que aprenderia contra ele e só assim, meu irmão poderia descansar em paz.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acahamq ue vai acontecer: A Sakura/Akira vai engolir seu orgulho e vai até Sasuke?
E aí? Mereço reviews?Até o próximo capítulo!
:*



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