Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 34
Á deriva


Notas iniciais do capítulo

Oiê!^^ Tudo bem com vocês meus amorecos lindos?^-^Eu sei que demorei demais para postar, mas to ocupadíssima...Espero q gostem do cap!



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“Antes que eu pudesse retrucar algo ofensivo a esse canalhas, que muito provavelmente poderia desencadear a briga, o moreno me abraçou com força e se jogou para trás, nos tragando para a água fria do mar.”

Sakura Haruno:

O impacto da água contra os nossos corpos acabou por nos separar de nosso abraço, ao mesmo tempo que o ar escapou dolorosamente de meus pulmões. As ondas nos engoliram como um titã faminto, onde sua saliva era tão gélida que eu não conseguia ser capaz de me mover, e assim, eu fui arrastada por tentáculos invisíveis, tragando até o fundo, onde peixes devorariam a minha carne, e as sereias se saciariam com a minha alma, fazendo harpas com os meus ossos, cantando a canção sobre a minha morte.

Eu agitava os meus braços e pernas de modo desesperado, batalhando pela vida e por ar, mas foi tudo em vão, já que as ondas me arrastavam para baixo com força, mas como num destino divino, eu alcancei a superfície e enchi meus pulmões de ar como se eu nunca tivesse respirado antes, fora uma sensação maravilhosa! Logo, eu senti uma mão sobre o meu ombro e me assustei, pensando que aquilo era uma espécie de monstro marinho, mas era apenas Sasuke. O moreno nadava com a mão livre, e com a outra, segurava fortemente o meu ombro, e ao vê-lo, mesmo estando em mar aberto, me acalmou um pouco.

—Tire as botas.—Ordenou, quebrando o silêncio, tentando competir com o barulho do mar.

Eu o encarei, perplexa. Afinal, nós dois estamos à deriva, lutando por oxigênio e tudo o que ele faz é se preocupar com as minhas malditas botas?! Não acredito que nadar cause bolhas em meus pés! Vendo a minha expressão, o Uchiha revirou os olhos, franzindo o cenho ao dizer, em tom imperativo:

—Tira a porcaria das botas! Elas enchem de água e te puxam para baixo.

Finalmente entendendo o sentido em suas palavras, eu tentei alcançar as minhas botas para desamarrá-las, mas ao tentar, quase fui tragada pelo oceano novamente, e temerosa como um felino, voltei a superfície onde a morte não parecia estar tão perto de mim.

O pânico voltara a tomar minhas veias, assim como uma tremedeira incontrolável e histérica. De súbito, senti uma ardência em meu rosto, e percebi que fora o conde que me dera um belo e estalado tabefe na face, mas mesmo assim, a sua expressão era calma, quase que indiferente quando disse em tom frio e lento:

—Respire fundo, Sakura. Respire e tire as botas. Como um soldado, é seu dever obedecer a ordens. Respire fundo e tirei as suas botas.

É, ele está certo, eu sou uma mosqueteira, e devo seguir todas as ordens que me são dadas, e todo soldado deve estar pronto física e espiritualmente para perecer em decorrência do cumprimento de tais ordens se preciso for.

Sendo assim, juntei coragem e oxigênio e consegui desamarrar as botas com cuidado. O medo ainda estava presente, ainda estava comigo, mas eu sentia as mãos de meu marido me segurando com firmeza, e eu me senti segura assim, sabendo que ele jamais me soltaria. Após desamarrar uma bota, eu voltei para respirar.

—Bom trabalho.—Disse Sasuke em um tom quase materno, como que me incentivando a continuar, visivelmente satisfeito com o meu progresso.— Agora respire fundo e tire a outra bota.

Não sei explicar ao certo o porque, mas aquele elogio subentendido me revigorou, me enchendo de coragem. O moreno podia ser indiferente ou egocêntrico, mas seus olhos são extremamente transparente, eu consigo ver tudo o que ele sempre consegue esconder dos outros... Enfim, dessa vez, foi bem mais fácil controlar o meu temor e em conseqüência desse meu autocontrole, desamarrar a outra bota foi tranqüilo. Sem o peso adicional das botas, eu não precisei me esforçar para permanecer na superfície. Agora, uma certa esperança foi criando raízes em meu peito, afinal, boiando ali, logo outro barco apareceria e certamente seria o nosso regaste.

Eu olhei em volta, já procurando mastros e velas brancas, mas tudo o que eu enxergava eram ondas e mais ondas, além da cabeça do conde.

—O barco...—Sussurrei, só agora notando como os meus lábios tremiam, deixando a minha fala fragmentada e minha voz, horrível.— Precisamos encontrar o barco ou morreremos afogados.

Novamente a sua mão pesada e máscula veio de encontro ao meu rosto, certamente deixando uma marca vermelha dessa vez.

Já era a segunda vez que o Uchiha me agredia, e se fosse em outra ocasião eu já o teria matado e enterrado, mas em seus olhos, vi um reflexo de dor e culpa; era certo que ele estava odiando fazer aquilo comigo. Quase agradeci os tabefes, pois agora, apesar das lágrimas, eu me sentia mais calma.

—Deite-se de costas.—Ordenou em um tom tão grave que eu logo acatei as suas ordens.— Assim você poderá flutuar.

E ficamos assim por longos minutos de silêncio, flutuando.

Sasuke Uchiha:

Eu olhava para Sakura, ela estava de olhos fechados, parecia relaxar, se possível fosse. A rosada estava pálida e fraca, além de que seus lábios tremiam de frio, se tingindo de roxo... A marca vermelha em sua bochecha direita parecia acentuada apenas para me inflamar ainda mais culpa. Eu preciso tirá-la daqui, mas por mais que eu me esforçasse, eu não conseguia enxergar nada além das altas ondas, nós estávamos isolados de tudo e de todos.

—Bata as pernas.—Ordenei.—Vamos nos mover. Nós precisamos saber em que direção devemos nadar.

—Para quê?—Perguntou Sakura, sem nem se dar ao trabalho de abrir seus olhos verdes, usando de um tom de voz que me irritou profundamente, já que a rosada parecia estar conformada de estar flutuando até que o oceano decidisse nos engolir.

—Sakura, um soldado nunca desiste!—Retruquei, e ela, percebendo o meu tom de voz, me encarou, mas não pareceu preocupada.

—Eu não sou um soldado...—Retrucou com amargura.—Eu sou uma mulher. Mulheres não são soldados...

—Você será um soldado até que o rei te libere do serviço.—Disparei usando o tom mais duro que tenho.— Agora trate de fazer o que eu estou mandando. É uma ordem.

Com um suspiro resignado, ela bateu os pés e disse:

—Não consegui ver nada.

—Está se negando a cumprir ordens de um superior?

Sem muita vontade, a mulher obedeceu e depois de algumas tentativas, conseguiu enxergar algo e disse:

—Por ali há um pesqueiro.

—Vamos nadar para lá.

Enquanto nadávamos, vi em Sakura, renascer a chama da esperança e força. A rosada nadava com coragem, e eu, ao contrário dela, sentia o torpor do frio domar o meu corpo e temi não agüentar muito tempo. Eu mantinha minhas forças só para saber que ela sobreviveria e depois que ela começou a gritar de felicidade sobre o barco, foi como se um peso fosse tirado de minhas costas, e fechei os olhos, já meditando sobre a paz que eu poderia encontrar ao falar para Akira aonde quer que ele esteja “Sua irmã está bem”. Eu posso morrer em paz...

Senti algo atingir meu rosto.

—Vá embora.— O golpe se repetiu diversas vezes e quando abri os olhos, vi Sakura me batendo e tentei empurrá-la.—Deixe-me em paz.

—Preciso de você...— Disse depois de me dar um outro tapa que pareceu doer mais do que os outros.

Escutar aquilo fez com que eu sustentasse o olhar de Sakura, e eu notei em seus olhos claros, toda a agonia que sua alma sentia, e céus, como a rosada estava linda... Estávamos no meio no mar, beirando a exaustão, mas eu tive a vontade de tomá-la nos braços e jamais deixá-la ir, beijá-la da mesma maneira carnal que um homem beija a sua esposa.

—Afinal de contas, eu preciso de ajuda para subir no barco...—Murmurou a mosqueteira, largando toda aquela sensibilidade feminina, e voltando a seriedade afiada de sempre e foi então que eu notei o barco que nos esperava, e fiquei realmente na dúvida sobre o que ela falava com aquela frase que se repetia em minha mente.

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Notas finais do capítulo

E aí o/? Vocês acham que eu mereço reviews ;-)? Recomendações ;-D? Ou Tomates T.T? O que vcs acham q vai rolar?
:*



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