Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 38
O Ninho De Creepers


Notas iniciais do capítulo

"O zumbi ainda gemia conforme o fogo consumia sua cabeça, mas foi logo silenciado pelo soldado que ele atacara, com uma espada fincada em seu tronco."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218304/chapter/38

O tempo passou em Téfires. Nicko recebeu uma carta em seu quarto na manhã seguinte de seu encontro com Esmeralda que dizia que a missão a caça ao Ninho de Creepers não fora cancelada, e devido ao mau preparo dos soldados do reino, eles teriam de ficar lá por mais três dias. E foi o que ocorreu, por todo esse período de tempo, Nicko ficou no castelo, assim como os outros soldados de Colina Nevada.

Uma de suas principais preocupações era a de onde estavam Steve e Bruce, já havia bastante tempo que ele estava em Téfires e nenhum dos dois dera sinal de vida, e ninguém falara neles também. Nicko perguntou sobre os dois por todo o castelo, para todos os funcionários que encontrava, mas ninguém sabia de nada. Nicko chegara a perguntar até ao rei em um momento, mas por incrível que pareça, nem ele próprio sabia onde eles poderiam estar. A preocupação dele aumentou mais ainda, ele andou pelas redondezas do castelo, mas nada encontrara.

Outra coisa que o atormentava era aquele colar que Esmeralda lhe dera. Nicko sabia que seu trabalho era somente ficar a espreita e ver se conseguia algum sinal de um provável bruxo, mas as únicas vezes que seu colar dava sinal era quando Nicko passava por Esmeralda, algo bem constante. Direto os dois se cruzavam nos corredores do castelo. Nicko queria poder conversar mais com ela sobre magia e saciar suas dúvidas, mas a única vez que conseguiu falar, seu assunto fora Steve e Bruce, e mesmo ela, que tinha habilidades sobrenaturais, não sabia sobre eles.

Nicko evitava ficar trancafiado em seu quarto como a maioria do pessoal estava fazendo. Ele andava pelo castelo para explorar a área e, principalmente, para ver se descobria algo sobre seus amigos, além do favor que Esmeralda lhe pedia. Nicko queria falar com Dave também, porém, sempre que o via, ele estava acompanhado do rei.

Nicko aproveitou seu tempo livre para dar uma treinada com a espada antes de sair para a missão. Ele, assim como todos de Colina Nevada, sabia que as buscas feitas pelo exército foram todas um desastre completo, e dessa vez não estava sendo muito diferente, por isso treinar mais um pouco poderia ser um modo de se precaver, apesar de que se fosse para algo ruim acontecer, ele sabia que sua espada não o salvaria de muita coisa.

No segundo dia houve o funeral dos dois soldados mortos na entrada de Téfires, e o rei pediu desculpas pela fatalidade ocorrida e assegurava que ele forneceria qualquer tipo de apoio que a família dos dois precisasse. Depois das despedidas dos colegas e muitos lamentos, os corpos dos dois foram cremados. Esse foi o dia mas tenso do período que ele passou lá, tudo estava completamente sem graça e até o céu estava cinzento.

Nicko procurava incansavelmente por informações sobre seus amigos, mas como sempre acontecia, ninguém o dava uma resposta favorável. Ele chegou a sair dos domínios do castelo e ir procurar na cidade, mas todos lá sabiam tanto quanto os funcionários do rei. Se recusando a pensar no pior, Nicko, no terceiro dia, acabou por desistir sua busca, além de que sabia que partiria no dia seguinte. E assim foi feito.

* * *

Na manhã do quarto dia, Nicko foi acordado cedo por batidas em sua porta e, ao abri-lá, um funcionário do rei lhe entregou uma armadura, uma espada e um arco com flechas completamente novos.

Nicko se preparou psicologicamente para o que estava prestes a passar. Pensava positivo e evitava maus pensamentos.

Ao estar pronto, pegou sua espada nova e foi saindo, deixando o arco, já que não tinha habilidade nenhuma com ele, além de que ele só o traria peso. Nicko deu uma última olhada no quarto que passara em Téfires e saiu.

O sol estava dando sua primeira aparição aquela manhã, e todo o exército que restara de Colina Nevada, juntamente com o de Téfires estava na entrada do castelo, totalmente agrupados enquanto ouviam o rei e Dave falar. Nicko percebera que chegara atrasado, mas não se importou e entrou no meio da tropa. Era Dave que pronunciava-se nesse momento:

–... Todos já estamos cientes das terríveis fatalidades que nos ocorreram desde que saímos de casa. -Ele parecia nervoso. -Mas vamos honrar nossos colegas falecidos e fazer justiça aos nomes deles! E ainda mais! Vamos honrar todas as vidas que essas malditas criaturas já tiraram!

Todos urraram em coro e ergueram suas espadas e arcos ao ar, exceto Nicko, que não ligava mais para o que Dave falava.

–E como também todos já devem estar sabendo. -Continuou. -O reino de Téfires não sabia de nossa chegada, e por isso nossa estadia aqui foi prolongada. Não sabemos ao certo porque vocês aqui do reino não sabiam sobre nós e essa missão, já que recebemos uma carta em Colina Nevada assinada pelo rei falando que Téfires estava tão pronta quanto nós para a missão.

Muitos soldados se mexeram inquietos. Até Nicko se inquietou. Certamente alguma coisa estava muito errada. Como uma carta assinada pelo rei chega a eles desse jeito? E o pior de tudo é que não fora nem o rei que a assinara. E para Nicko, que já sabia do envolvimento de magia no meio do castelo, aquilo podia ser mais do que parecia, porém, era somente uma suposição.

–... E também algumas das nossas informações estavam erradas. -Nicko não prestara atenção ao que ele dissera no início. -O Ninho de Creepers, pelas nossas análises novas, feitas por mim, o rei e especializados na área aqui perto, está mais próximo do que parece. Chegaremos hoje a noite lá e atacaremos imediatamente.

Nicko tremeu na base. Seriam dos dias até eles chegaram, pelo menos foi o que o disseram, mas agora um dia. Caso fosse para algo dar errado, seu tempo de vida já estava sendo reduzido, pensou.

O rei deu seu pronunciamento também e então todos saíram do castelo e seguiram pela cidade. Olhares curiosos da população os seguiam conforme caminhavam. Já estava certo de que o povo não sabia de nada.

De repente Nicko se lembrara de que ainda estava com o colar de Esmeralda, que agora já não o servia para nada. Mas por de baixo da armadura seria difícil retirá-lo, então decidiu deixá-lo lá, era sua única lembrança de Esmeralda.

A tropa cruzou os muros e saiu de Téfires. Agora não tinha mais volta. Eles eram no total quase duzentos homens, talvez o número mais alto de soldados que Nicko já vira juntos. Todos seguiam numa formação única, onde arqueiros ficam no meio e os soldados com as espadas ficavam na linha de frente e na parte traseira. Nicko estava na linha da frente, e podia ver claramente Dave e mais um soldado se Téfires se orientando por um mapa.

O dia seguiu como seguiria caso eles ficassem no reino. O Sol apontou no céu, o dia ficou claro e o tempo continuou seguindo. Eles pararam somente uma vez para um rápido lanche. Fora isso, eles continuaram caminhando sem parar até o sol sumir. Todos estavam quase morrendo de cansaço e não aguentavam mais andar, entretanto, sabia que não podiam parar.

A vegetação mudara bastante desde que saíram do reino, de palmeiras e plantas rasteiras, o local se assemelhava agora mais a um pântano, como o que passaram quando foram atacados pelas Aranhas. Porém, apesar de estarem no meio do mato, a vegetação ainda tinha um aspecto litorâneo.

Depois de quase uma hora que o sol sumira, eles chegaram a uma clareira onde um morro se erguia ao seu fundo. Nele, havia uma enorme rachadura, grande o suficiente para eles passarem. Nicko tremeu ao ver o local, seria lá o Ninho de Creepers?

Todos carregavam tochas, que Dave pediu para apagarem, logo após ele se pronunciou novamente:

–Caros amigos, cremos que diante de nós está o que chamamos de O Ninho de Creepers. -Ele falava incrivelmente baixo, mas todos conseguiam entendê-lo. -E, assim como eu, acho que todos estão com um certo medo...

Ninguém falou nada, mas a inquietação era tanta que todos tinha certeza da afirmação dele.

–Bom, como todos já devem saber, nossa missão será atacar e destruir eles, assim como o ninho. -Dave fez uma pausa como se colocasse as ideias em ordem. - E todos já sabemos também que os Creepers são as criaturas mais perigosas que vagam por aí, por isso teremos de ser os mais cautelosos possível. Já temos uma estratégia montada e espero que possam fazê-la conforme o combinado, para que tudo ocorra bem, caso o contrário, nossos resultados podem ser desastrosos, e as fatalidades podem aumentar ainda mais...

Todos ficaram atentos ao plano, e apesar do medo e da desconfiança, eles se mantiveram lá, no mato e no escuro, ouvindo. Conforme Dave falava, incrivelmente nenhum Creeper saiu do buraco na parede rochosa, todavia, isso não indicava que o ninho não era lá.

Quando tudo fora explicado, todos trataram logo de executar o plano. Os arqueiros agora iam na frente, acompanhados de somente uns dez espadachins. Eles se posicionaram em uma lina reta em frente a rachadura e ficaram em posição de ataque. Cerca de dez arqueiros incendiaram a ponta de suas flechas e as atiraram na rachadura. Estas iluminaram o local o suficiente para que eles pudessem ter uma noção de como era lá dentro. Aparentemente, não havia nada, e o buraco ia somente se afunilando conforme adentrava mais o morro. Os mesmo arqueiros atiraram novamente flechas na rachadura para se certificarem de que o caminho estava limpo. Dessa vez um zumbi saiu de lá de dentro. Ele babava um líquido branco sem parar e pulou sem aviso em cima de um soldado, mas foi logo acertado na cabeça por um outro arqueiro que tinha sua flecha em chamas. O zumbi ainda gemia conforme o fogo consumia sua cabeça, mas foi logo silenciado pelo soldado que ele atacara, com uma espada fincada em seu tronco. Logo após o ocorrido, nada mais veio a tona.

Dave fez um sinal para que o plano continuasse. Dessa vez Nicko estava para agir. Ele e mais alguns espadachins e arqueiros adentram a caverna, com somente algumas tochas para iluminar o caminho. Todos tinham suas armas em punho e estavam atentos para o que fosse acontecer. Quando todos estavam lá dentro, se certificaram de que o perímetro estivesse limpo para o resto da tropa. Nenhuma criatura fora encontrada.

De repente o colar de Nicko começou a queimar, mesmo sendo bem fraco, ele pôde sentir que ele estava ativo. Nicko gelou e muita coisa passou por sua cabeça. De acordo com Esmeralda, os monstros podiam ser fruto da magia sim, e agora que eles adentravam o suposto Ninho de Creepers, seu colar começava a queimar. Era uma indicação boa, entretanto, indicava que alguma coisa ali dentro estava errada.

Os arqueiros atiraram novas flechas em chamas para se certificar da segurança do local. Algumas flechas colidiram com a lateral da caverna, já que agora ela somente se afunilava mais. Eles puderam ver que o caminho estava limpo, e puderam ver também que a caverna ainda continuava muito mais. Um sinal foi feito para indicar que o resto da tropa podia entrar. Alguns ficaram do lado de fora para se certificar de que nenhuma outra criatura iria atrapalhá-los. Por conta do tamanho da caverna, muito dos soldados ainda continuaram do lado de fora. Arqueiros e espadachins seguiram adiante na escuridão.

O colar de Nicko esquentou mais ainda, começando a machucá-lo. Ele se moveu nervoso dentro da armadura, e de repente um Creeper surgira da escuridão da caverna. Ninguém teve reação, e ele fez seu ataque, inchou como um balão e logo depois explodiu, como uma dinamite. Pedaços grandes e pequenos de pedras foram lançados contra a tropa. Dois soldados foram atingidos no rosto, caindo instantaneamente, não reagindo mais. Outros soldados os pegaram e os tiraram do caminho. Fora isso, o restante apenas fora atingido superficialmente e foram protegidos pela armadura. Isso era um bom sinal de que estavam no caminho certo.

Eles seguiram conforme estavam fazendo antes, arqueiros iluminavam o caminho e eles avançavam. O caminho ia se afunilado cada vez mais e de vez em quando algumas criaturas eram encontradas e logo eliminadas, porém, nenhum sinal de que lá havia um ninho.

O colar de Nicko queimava ainda mais conforme eles adentravam na escuridão, e ele não podia fazer nada.

Cerca de uma hora se passou quando eles chegam ao final da caverna. Era um paredão liso com algumas rachaduras pequenas. A caverna acabava lá, e não havia sinal algum do Ninho de Creepers. Todos começaram a falar entre si e olhar o paredão. Não era possível que estavam no lugar errado. O colar de Nicko queimava ainda mais forte dessa vez.

De repente todos foram silenciados pelas rachaduras na parede, que sozinhas começaram a crescer e aumentar de tamanho. Elas começaram a tomar toda a parede, e ela começou a focar instável. A tropa recuou assustada, admirada com o que via. E então tudo começou a tremer, como num terremoto. Espadas caíram no chão ao mesmo tempo fazendo um barulho estridente. O colar de Nicko parecia que iria matá-lo. Ele soltou um gito de dor, mas este foi abafado pelos demais gritos da tropa. O paredão a frente deles simplesmente veio abaixo, desmoronando como numa avalanche. Pedras extremamente grandes, do tamanho de pequenas casas, fora, arremessadas contra eles. Muitos soldados foram atingidos de uma vez só, falecendo no mesmo instante.

Uma correria desesperada se deu início de repente. Pedras e mais pedras eram lançadas neles conforme a parede caía. Nicko saiu correndo também, e então foi empurrado na parede pela multidão. Sua perna vacilou, ele caiu estendido. Sentiu os soldados pisarem nele. Sua armadura começou a ser amassada como um papel, e ele não podia fazer nada. Nicko tentava se levantar incansavelmente, mas não tinha forças para vencer a multidão. Sentiu pedras serem arremessadas na sua perna. Ele gritou de dor, mas para sua sorte estas não eram grandes como as outras, talvez o bastante somente para machucá-lo.

   Quando todos já havia saído e pisado nele, a parede parara de cair, deixando um grande buraco a mostra. Nicko tratou de se levantar rápido tirou a armadura danificada, e o colar também, que ainda queimava. Jogou tudo longe. 

   Nicko achou que estava a salvo, grande erro. O teto da caverna agora começara a tremer instavelmente, e uma parte imensa dele se desprendeu, caindo bem atrás de Nicko. Uma poeira enorme foi levantada, mas ele sabia o que devia fazer. Nicko correu, escalando as pedras que estavam no caminho. O teto caía aos poucos em cima dele. Pedaços de pedras grande e pequenos se desprendiam ao pouco. Nicko corria e pulava as pedras no caminho sem saber ao certo o que estava fazendo, só queria se salvar. Pedras começaram a atingi-lo, ele tropeçava muitas vezes, mas não parava de correr. Nicko começou a ver então corpos de soldados caídos no chão. Não sabia porque eles estavam lá mas não parou para pensar o porque. Correu sem parar, esbarrando em muito deles.

   Sua agonia foi prolongada até o momento em que ele viu a saída. Nicko aumentou a velocidade da corrida, e parece que a estrutura da caverna também. Mais pedras começaram a chover. Nicko levou a mão a cabeça para protegê-la. Cada vez mais pedaços maiores caíam, parecia o fim do mundo. Uma barulheira infernal tomara conta do lugar. 

   Nicko estava prestes a sair quando aquilo ocorreu. Ele tropeçou no corpo de um soldado morto, e caiu estendido. Pôde ver as caras de assustados dos restantes dos soldados do lado de fora ao vê-lo no chão com vida. Pedras e mais pedras começaram a tomar o local. Nicko tentou se levantar, mas foi atingido no ombro por uma enorme pedra, caindo novamente. O buraco para a saída começou a ficar bloqueado com as pedras que lá se acumulavam, Nicko se erguia novamente quando foi atingido na cabeça, perdendo a consciência.

   A chuva de pedras continuou, e Nicko não saiu da caverna.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!