PDV CARLISLE

Já tinha se passado cerca de duas semanas que havíamos enterrado o Albert, e as pessoas no palácio estavam voltando as suas rotinas, e logo tudo voltaria a ser como antes. Embora eu saiba que nunca será o mesmo sem meu grande amigo aqui.

Minha maior preocupação é a segurança da minha filha. Rosalie é uma princesa extremamente linda, sem redundância no caso dela, ainda não me acostumei com todos os olhares que os homens da corte lançam em sua direção sempre quando ela passa, na verdade é algo que eu nunca irei me acostumar, olhares que ficaram mais intensos no baile, ainda lembro quando o Albert tirou sua mascara, revelando seu rosto, sua beleza tão delicada, mas com traços fortes e marcantes, seus olhos verdes se destacam em seu rosto, Rosalie estava linda naquele baile, algo que foi impossível não ser notado mesmo diante de toda a situação que estava a ocorrer.

E isso me preocupava, na verdade sempre me preocupou, mas antes eu tinha a garantia de que Albert a protegeria de tudo e de todos, agora eu já não posso contar com essa certeza.

Por este motivo estou duas semanas a procurar por alguém digno de ocupar o cargo e proteger minha filha e futura rainha da Inglaterra. Cheguei a pensar que seria uma busca impossível, e foi em uma das minhas visitas à casa do meu velho amigo que eu encontrei, um homem forte que estava a treinar sua espada, lutava muito bem, e por julgar de quem ele era filho possuía o caráter que eu procurava, eu não tinha dúvidas que aquele rapaz havia sido treinado pelo melhor.

Combinei ao jovem que viesse ao meu encontro no período da manhã e como era esperado, ele apareceu no horário marcado.

Tudo já havia sido acertado entre nós, as regras, seus deveres e obrigações.

Agora só falta um último passo, contar a Rosalie e apresentá-los. Sabia que não seria algo fácil para ela, pois em seu coração ninguém jamais substituiria Albert que além de guarda-costas era um bom e fiel amigo, mas não havia outra escolha diante de tanta beleza.

Não tinha visto Rosalie durante toda a manhã, então tive que procurá-la pelo o castelo, já que nenhum dos empregados sabia me responder onde ela estava.

Subi com o seu novo guarda costas até seu quarto, bati em sua porta, mas não obtive nenhuma resposta então entrei.

O quarto estava vazio, chamei pelo seu nome, porém ninguém respondeu.

– Majestade se me permite...

Ouvi a voz do rapaz um pouco atrás de mim chamando minha atenção.

– Sim? Diga-me, o que queres?

– Se me permitem dar uma opinião a respeito do assunto, sugiro nos separarmos para procurar a princesa, podemos convocar mais de seus guardas para ajudar na busca já que o reino é grande.

– É uma boa ideia meu jovem. Posso ficar no interior do castelo enquanto você e meus homens a procuram no jardim e no campo.

– Sim majestade.

Saímos à procura de Rosalie, andamos cerca de uma hora e não a encontramos estava começando a me preocupar, Esme não podia imaginar na possibilidade de sua filha ter desaparecido. Depois de uma longa busca sem sucesso, nos encontramos na sala e eu estava a ponto de mandar uma equipe de busca por toda a Inglaterra até mesmo por toda Europa se fosse preciso, mas decidimos dar uma última olhada no quarto
para verificar se faltavam joias, roupas ou se havia algum bilhete.

Entrei em seu quarto novamente, dessa vez sem bater sendo acompanhado pelo o novo guarda costas da minha filha. Ao entrar, avistei Rosalie sentada em frente da penteadeira, penteado seus cabelos tranquilamente como se nada estivesse acontecendo.

– Pai? Podia bater na porta antes de entrar em meu quarto dessa maneira. - Dizia de forma divertida.

– Rosalie? Rosalie onde esteve todo este tempo? Estou a lhe procurar faz horas. Já estava começando a mandar os guardas fazerem uma busca por toda a Europa.

– Que exagero meu pai. Estive aqui o tempo todo.

– Aqui? Impossível!

– Pois eu digo que estive.

– Eu vim no seu quarto a chamei e não recebi nenhuma resposta em troca, a procurei e não a vi por aqui.

– Sinto. Mas o rei não procurou direito. Sem contar que devia ver a sua face quando não me encontrou da primeira vez.

– Me vistes, e não disse nada? Tem algo errado nesta historia Rosalie. - Essa loirinha está com cara de quem aprontou alguma.

– Queres que eu te conte a verdade?

– É tudo que eu quero.

– Promete não brigar comigo? Nem me chamar de criança ou algo do tipo?

– Fale de uma vez Rosalie.

– Eu me lembrei de quando eu era criança. Lembra? De como eu amava aprontar por ai, brincar de esconde-esconde no castelo enquanto o senhor e a mamãe me procuravam desesperados. Lembra-se disso meu pai?

As memórias dessas brincadeiras vinham em minha mente, foi impossível não sorrir com todas aquelas lembranças de uma Rosalie se escondendo pelo o castelo nos forçando a procurá-la feito loucos.

– É claro que me lembro minha filha. Fazia questão de se esconder nos lugares mais impossíveis.

– Verdade, como daquela vez que eu me escondi dentro do armário da cozinha.

– Ficamos o dia inteiro a te procurar, tivemos que pedir ajuda aos guardas do castelo.

– Só o Albert conseguiu me achar naquele dia.

– Ele era o único que te achava minha querida.

– O que era chato, o Albert sabia todos os meus esconderijos.

– Mas o que essa história tem haver com tudo isto.

– É que quando eu vi que você estava chegando, eu me escondi, me lembrei dos velhos tempos e por um momento tive saudades da minha infância, então eu escondi dentro do guarda roupa e esperei até que saísse para poder sair de lá de dentro.

– Estava a brincar todo esse tempo? Procurei-te por horas Rosalie, fiquei desesperado.

– Perdoa-me não era minha intenção, não sabia que me procurava a tanto tempo. Peço seu perdão meu pai.

Ver seus olhos de filhotinho pidões sua expressão tão ingênua, me impedia de fazer qualquer tipo de reclamação.

– Está tudo bem. O importante é que está segura.

Rosalie sorriu e apenas pude sorrir em troca.

– Posso perguntar-te o motivo de quase enviar uma equipe de busca pela Europa meu pai.

– Ah! Sim antes que eu me esqueça, estava a te procurar para lhe dar um comunicado.

– Que comunicado?

– Após a morte do Albert sua proteção ficou desfalcada, e ela é muito importante para mim. Então não posso deixá-la andar por ai sem alguém para lhe proteger.

– Pai, eu já sou grandinha para babás além do mais tenho a Nancy como dama de companhia.

– Não estou falando de babás Rosalie, estou falando de um guarda particular.

– Mas eu não quero nenhum guarda pai. Nenhum será igual ao Albert.

– Eu sei minha filha, mas é necessário.

– Nada o que eu fale irá mudar sua opinião não é mesmo?

– Exato.

– Então... Quando irei conhecer o babá substituto.

– Neste exato momento.

Chamei o rapaz que se manteve na porta todo esse tempo, sem pronunciar uma única palavra, para entrar.

– Rosalie minha filha, este é Emmett McCarthy filho do Albert e seu novo guarda costas.

Rosalie ficou séria por um momento.

– Ele?

– Sim minha filha ele. Por acaso já se conhecem?

– Não exatamente.

Rosalie mantinha um olhar sério em direção ao rapaz, até que ele veio até ela fazer as devidas reverências.

– Vossa Alteza. É uma honra servi-la.

Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas a Rosalie permaneceu séria e uma longa troca de olhares permaneceu entre eles. Embora não soubesse ao certo o que se passava minha única opção foi sair deixando-os a sós, tendo a certeza de que uma única coisa aqueles olhares significavam, que com este homem eu não precisaria me preocupar, Rosalie estaria segura com ele.