Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 10
Um cínico de uniforme


Notas iniciais do capítulo

Capitulo pequeno mas especial.



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PDV EMMETT


Após a morte do meu pai minha vida tinha desmoronado.


Meu pai era tudo para mim, o meu maior exemplo, um homem de caráter do qual eu tinha orgulho de chamar de pai. E agora me via sem o maior exemplo da minha vida. Ainda lembro-me do dia que recebi a noticia de sua morte, meu pai estava extremamente animado com o baile da princesa, às vezes eu chegava a ter certa raiva dessa tal princesa Rosalie, meu pai passava uma grande parte do seu tempo cuidando de sua segurança que quase não dava tempo para estar em casa, embora isso nunca o impediu de ser um ótimo pai e marido. Bom... minha mãe nunca me disse que ele não era.


Ele amava a princesa e respeitava profundamente seus pais, sendo guarda real da futura rainha ele quase não estava em casa, mas passava todos os dias para estar com a família, eram nesses momentos que ele me ensinava tudo o que sabia, meu pai me ensinou a lutar e a defender tanto a mim como os outros, me ensinou a lutar com as espadas e eu amava rir dele todas as vezes que eu mostrava ser melhor nisso, vivia dizendo a cada fim de luta “ Olha pai acho que eu vou ter que mudar algumas coisas por aqui, e eu vou começar a te ensinar como usar uma espada porque eu acho que esta ficando velho para essas coisas”, então começávamos a lutar novamente.


Mas no dia do baile, nós não lutamos, mal nos vimos, foi apenas uma passagem rápida para se arrumar para o baile, uma breve despedida e uma saída ás presas para o palácio.


Fiquei acordado até tarde naquela noite, por algum motivo não conseguia dormir, acabei vendo o sol nascer e o meu quarto ficar mais claro com a presença dos raios que refletiam na janela.


Depois de um longo período na cama apenas olhando o teto, decidi descer mais cedo depois de uma noite mal dormida. Desci as escadas lentamente para não acordar a minha mãe que podia estar dormindo, mas ela não estava, quando cheguei á sala da minha casa minha mãe conversava com alguém na porta, pelo o uniforme era visível que era alguém do castelo, me lembro do olhar da minha mãe enquanto ouvia atentamente o que o guarda lhe dizia, em menos de segundos vi a minha mãe desabar em lágrimas e começar a chorar desesperadamente, rapidamente corri ao seu encontro a pegando antes que ela caísse no chão a conduzindo até o sofá.


Lembro-me das minhas palavras para tentar acalmá-la, mas nada a fazia melhorar, perguntei o que havia acontecido e foi naquele momento que recebi a pior notícia da minha vida. “Seu pai está morto”. Foram às únicas coisas que eu ouvi, antes do mundo sumir debaixo dos meus pés, eu queria chorar, mas precisava ser forte pela minha mãe, ouvi atentamente o que o guarda me dizia, explicando a morte do meu pai, dizendo que ele morreu protegendo o país, protegendo a princesa ou pelo menos o que ele achou que era.


Essas revelações trouxeram o ódio daquela tal princesa. Aquela menina insolente e mimada que sempre me privava da presença do meu pai. Depois de todo o sofrimento, veio o velório, velório do qual eu tive que olhar para o rosto da princesinha mimada ou em outras palavras a assassina do meu pai. Ela até parecia sofrer durante o enterro, ainda me lembro de quando veio falar comigo, tudo para manter o seu papel de princesa que se importa com o povo.


Embora a raiva que sentia no momento, e a vontade de gritar com ela, não pude deixar de reparar sua beleza, meu pai sempre me falava o quão linda era a filha do rei, mas nunca a havia visto pessoalmente, pelo menos não tão de perto como dessa vez.


Sua beleza era incomparável e indescritível, seus olhos verdes, sua pele branca e cabelosl oiros sua boca vermelha a tornava a mulher mais linda que eu já havia visto, linda e a assassina do meu pai. De alguma forma, que eu não consigo explicar, ver o rosto com a beleza singular que ela possuía nesse momento de tamanha tristeza não trouxe nenhum tipo de consolo, pelo contrário, alimentou a repulsa que tinha por tal dama.


Havia se passado apenas uma semana e recebi uma visita inesperada, estava a treinar espada como era de costume fazer todos os dias, quando minha mãe me chamou e pude ver que ela estava acompanhada. O Rei que me observava atentamente por algum motivo do qual eu não possuía conhecimento.


Não sabia o que fazer ao certo, mas fui até ele fazendo as devidas reverências, então ele me chamou para conversar e foi uma longa conversa.


Fui chamado para ser o novo guarda real, adivinhe de quem? A pessoa que se eu pudesse e fosse um pouco menos cavalheiro não hesitaria em mandar para a forca.


Fui convocado para guardar sua filha, a princesa Rosalie, nome do qual já ouvir muito a se falar, embora a ideia de ter que virar babá de uma princesa mimada e infantil não me agradava, eu precisava manter a casa de alguma forma, e sabia que não existiria uma melhor oportunidade para isso. Então aceitei, pela a minha mãe e pela honra a memória do meu pai. Eu sei que ele se orgulharia de eu manter o seu legado.


Tive uma semana para organizar tudo até ir ao encontro do bebê que terei de cuidar. Mesmo com a ira e repulsa que sentia eu me alegrava pelo fato de estar fazendo o mesmo trabalho que meu pai tanto amava. Talvez fosse mais fácil se já tivesse o visto em seu trabalho, mas meu pai nunca achou uma boa ideia ir até o castelo, dizia que eu tinha que crescer sabendo o meu lugar.


Então logo chegou o dia que conheceria a princesa pessoalmente, o Rei pediu para que comparecesse na manhã do dia seguinte e assim eu fiz.


Cheguei ao imenso castelo sendo acompanhado por um dos guardas até a presença do Rei, que me esperava em seu escritório. Depois de receber a autorização para entrar, sentei-me em uma das poltronas que me foi indicado, mesmo sendo uma atitude incomum diante de um rei, mas o rei Carlisle insistiu dizendo que os próximos ele trata como um igual, vejo porque meu pai o considerava um amigo.


– McCarthy, sei que já sabe o motivo que estar aqui.


– Sim majestade.


– Mas antes de conhecer a minha filha é necessário que saiba de algumas coisas, e qual é o seu limite aqui dentro do castelo e com a princesa.


– Estou ciente disso majestade.


– Ótimo. Ainda me lembro desta mesma conversa que tive com seu pai no primeiro dia que veio fazer a guarda no castelo, mostrava a mesma competência que me mostra hoje.


– É uma alegria escutar isto majestade.


– Prosseguindo, sua maior obrigação é a segurança da minha filha, Rosalie é uma menina um pouco difícil de lidar, por ser determinada raramente irá deixar de fazer algo que queira fazer. Confesso que mesmo como pai, isso me tira do sério algumas vezes.


Determinada? Sei... Ele quis dizer mimada. Certo acho que eu consigo lidar com esse tipo de garota.


– Entendo majestade.


– Antes, uma pergunta.


– Sim majestade.


– Possui alguma companheira McCarthy? Noiva?


– Não majestade.


– Certo. Mas não acho que terei problemas contigo a respeito dessas coisas. Minha filha, se nunca notou é uma mulher muito bonita e tem chamado muita atenção dos rapazes dessa corte, e isto me preocupa, Rosalie é noiva e daqui um ano irá se casar com o Royce II príncipe da França.


– Estou a par destas informações.


– Devido a sua beleza, eu preciso que mantenha os homens longe da minha filha. Como és jovem é meu dever como pai, e rei, lhe informar que deve manter distância de Rosalie em relação à sentimentos. Não irei aceitar qualquer tipo de intenção romântica em relação á Rosalie que não esteja vindo de seu noivo Roice II, dentro ou fora deste castelo. Fui claro?


– Não há com que se preocupar, não estou interessado em sua filha.


– E pretendo que continue assim.


E se depender de mim continuará, não seria capaz de me apaixonar por alguém fútil, mimada, sem senso criativo e que ama ser o centro das atenções, prefiro as mulheres mais determinadas, corajosas, com opiniões formadas, e que se importa mais com as pessoas do que com as roupas em seu closet.


– Não permita que nenhum homem se aproxime de minha filha de forma desrespeitosa e nesse caso inclua o Roice II nessa lista. Nenhum homem pode desrespeitar minha filha.


– Sim majestade.


Ao finalizar a conversa e o Rei me entregou o uniforme, o mesmo modelo que meu pai usou, mais um motivo para exercer este trabalho com dignidade. O Rei me mostrou o quarto que eu usaria nas noites que precisasse ficar no castelo e disse para o encontrar após me trocar. Me troquei e voltei ao escritório.


Subimos em direção ao quarto da princesa, mas por algum motivo ela não se encontrava em seus aposentos, era notável a preocupação do rei, então sugeri que nos separássemos para fazer uma procura pelo o reino, após uma hora de busca não a encontramos em nenhum lugar. Percebi que teria que possuir mais paciência do que esperava e essa era uma das qualidades do meu pai que eu não possuía.


Reunimo-nos novamente na sala do castelo e subimos novamente para o quarto da princesa, e para a nossa surpresa ela se encontrava sentada penteando os seus cabelos tranquilamente, alegando que estivera ali o tempo todo.


Explicou detalhadamente onde estava e apesar de saber que era uma criança mimada a historia de “esconde- esconde” não entrava em minha mente, tinha a certeza que não estava brincando na hora que a procurávamos, mas isso não me preocupou muito, teria muito tempo para descobrir as faces que essa princesinha tem quando está longe das vistas de seu pai.


– Ele?


Foi tudo que ela disse ao ver-me parado na porta, então tive a certeza, o sentimento era mútuo.


Seu pai me apresentou e como o bom cavalheiro que sou fui até ela fazer a reverência necessária para uma princesa.


– Vossa Alteza, é uma honra servi-la. – Se ela fosse um pouquinho mais esperta iria perceber o toque sutil de sarcasmo nessa frase.


Ficamos a nos olhar por um período de tempo sem nada dizer, até que seu pai saiu nos deixando.


– Então, vai mesmo querer que eu acredite que estava brincando de “esconde-esconde” princesa?


Ela nada respondeu apenas me olhou de baixo para cima, levantando a cabeça e indo sentar em sua penteadeira novamente.


– Não devo satisfações a alguém como você.


Dava para ver a raiva estampada em seus olhos e eu amava cada vestígio daquela faísca em seus olhos, ela me mostrava que minhas palavras surtiram exatamente o efeito que eu desejava desde o início.


– Claro. Alteza


– Vai ficar ai parado me olhando? Ou pode se retirar?


– Queres que eu me retire Alteza? – Mais um segundo a irritando!...Eu acho que vou acabar gostando desse trabalho...


– Se não for muito difícil para você.


– Se for seu desejo, informo que estou me retirando.


– Já devia ter saído.


– Estarei à sua porta caso necessite de meus serviços. Com sua licença Alteza. – Ao dizer essa frase fiz uma reverência exagerada.


Retirei-me deseus aposentos com um sorriso sínico no rosto, notei que ela não gostou da minha feição divertida, mas eu estava com certeza adorando, e se o meu sorriso afazia perder a tranquilidade irei acordar e dormir com um lindo sorriso no rosto todos os dias.


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Notas finais do capítulo

Então? Espero que tenham gostado, proximo capitulo descobriremos o que a rosalie estava realmente fazendo.