Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 4
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Bom começamos aqui os PDVs Rosalie, posso dizer que é aqui que a historia se inicia.



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PDV Rose

Era tão bom, o escuro, o calor confortável, uma perfeita sensação, mas como todas as manhãs fui impedida de continuar em meu mundo perfeito devido aos raios solares que refletiram em meu rosto. Como eu detestava quando ela fazia isso! Detestava,não, como eu detesto!

- Bom dia minha querida. Vamos, hora de levantar menina. Ouvi a voz de Nancy me chamando enquanto eu cobria o meu rosto com o lençol.

- Ah, por favor,Nancy só mais um pouco.

- Não. Seus pais estão a te esperar para tomar seu café da manhã. Sabes que não pode se atrasar.

Tirei o lençol do rosto me deparando com Nancy sorrindo para mim como ela sempre fazia todas as manhãs. Essa é outra coisa que eu detesto, todas às vezes que eu tenho a vontade de brigar com a Nancy, ela me solta um sorriso e quando aquele sorriso aparece diante dos meus olhos me desarma toda. E eu odeio não ter argumentos para me defender.

Nancy era a minha babá quando eu era criança, mas como já não
sou mais uma, ela se tornou minha tutora, é ela que ensinou a escrever a ler, a tocar piano, embora já tenha total domínio sobre tudo que ela me ensinou eu ainda prefiro manter por perto, nos tornamos amigas com o passar do tempo.

Desistindo de lutar, levantei da cama e fui escolher a minha roupa enquanto Nancy preparava meu banho. Normalmente as meninas da realeza como eu, tinham tudo aos seus pés, digamos que não precisavam se preocupar com nada, suas roupas, sandália, acessórios, banhos, eram todos escolhidos e feitos por outras pessoas.

Mas eu não sou uma garota normal da realeza e essa é apenas mais uma coisa que me diferencia. Odeio ter alguém que me fale o que tenho que fazer, como me vestir, como tomar o meu banho, enfim, tudo. Claro que ninguém sabe que sou eu que escolho as minhas roupas afinal se soubessem de tais atos seria considerada uma “rebelde”, e ouvir os patéticos comentários “como pode ser uma princesa assim?!”, “Nenhuma
princesa de verdade escolhe suas próprias roupas” e todas as outras coisas que as mulheres da corte real conseguem inventar quando sentem inveja. Posso até ser rebelde, querida, mas pra saber disso a pessoa tem que ter muito mais do que um penteado chique na cabeça... ah se tem!

Fui para o meu banho, e logo após sair da banheira, vesti um lindo vestido azul claro com um espartilho da mesma cor, o vestido tinha alguns detalhes em branco nas suas bordas, suas mangas eram curtas, mas não deixavam meus ombros a mostra,coloquei algumas jóias para acompanhar enquanto a Nancy fazia uma trança no meu cabelo.

- Pronta Nancy?

- Sim querida,tudo pronto, a senhorita está linda.

- Obrigada.

Sai do quarto, não podia demorar mais já que meus pais me esperavam para o café. Desci as escadas com Nancy ao meu alcance logo cheguei até a mesa onde meu pai se encontrava na ponta e minha mãe sentava a sua direita, um dos súditos veio afastar a cadeira para mim e sentei-me ao lado esquerdo do meu pai com Nancy ao meu lado, não é de costume nossas empregadas sentarem conosco na mesa, porém nem eu e nem meus pais consideram a Nancy como uma empregada e sim como uma grande amiga, ela está comigo desde meu nascimento e me conhece melhor do que muitos.

Foi uma luta até convencê-la a sentar conosco pela primeira vez, mas ninguém me contrariava tão fácil aos três anos de idade. De lá pra cá, Nancy senta conosco a mesa em todas as refeições.

- Bom dia minha filha! - Minha mãe esbanjava felicidade como sempre, nunca entendi como uma pessoa conseguia ser tão feliz em plena manhã de domingo.

-Bom dia mãe.

- Dormistes bem esta noite filha?

- Sim meu pai, obrigado, apesar de pensar que a manhã poderia ser um pouco mais longa no domingo. – Meu pai riu da minha observação irônica, outro bem humorado de manhã... Meu Deus eu mereço?!.

- Filha?

- Sim minha mãe?!

- Gostaria que ainda essa manhã sentasse comigo para podermos tratar da preparação de seu aniversario, querida.

Bom, nunca gostei de festas, principalmente quando era meu aniversário. Se em bailes normais as pessoas que me odeiam me tratam bem, imagine no meu aniversário? É o cúmulo da bajulação. 

- Claro mãe. - Sorri para disfarçar a minha falta de animo para tal assunto. Será que meu sorriso saiu sincero o bastante?

- O que foi querida? Não estás animada com sua festa? Fará dezessete anos Rosalie. – Não saiu, eu sabia, tenho que treinar mais na frente do espelho para esses momentos!

- Eu sei mãe, é claro que estou animada. – Eles me conhecem...

- Não é o que está parecendo Rosalie. - Meu pai tinha que notar.

- Impressão sua meu pai, é claro que estou, afinal, porque não estaria?

Minha mãe sorriu para mim ela estava muito feliz, pois agora tinha uma festa para arrumar e ela ama essas coisas, já meu pai me olhou desconfiado ele sempre foi mais difícil de dobrar.

- Então. Mais alguma coisa para ser feito ou discutido ainda hoje? Como está a nossa agenda?

Na verdade eu nunca liguei para a chamada “agenda diária”, eram sempre as mesmas coisas, aula de piano, canto, dança e etiqueta, mas tem dia que diferencia, em vez de aulas de dança tenho aula sobre literatura inglesa e bordados (pra quê aprender a bordar se eu sou uma princesa?). Alguns dias eu pratico mais a montaria já que tenho cavalgada pela a cidade quase todo o final de semana (odeio ter que sentar de lado) e não posso me esquecer da minha aula “preferida” que sempre ocorre na sexta, que é chamada de “Como ser uma Princesa Exemplar” o melhor é
saber que a pessoa que me dá tal aula não é uma princesa, então o que ela sabe sobre ser uma?! E hoje é sábado o que significava, piano, etiqueta, dança e canto, pelo menos dá para me divertir um pouco.

- Estas nos perguntando como está a sua agenda ou a nossa agenda?



- A minha de certo que já sei, queria saber se tenho algo a mais para ser efetuado hoje.

- Não querida só os assuntos de sua festa.

- Obrigado, agora se me derem a licença pretendo me retirar para o meu quarto. Os vi afirmarem com a cabeça dando-me a liberação para me retirar e assim fiz.

Subi para o meu quarto com Nancy ao meu alcance que fechou a porta atrás de mim assim que entrou.

- O que foi minha menina? O que estás a perturbar-te tanto? Nunca a vi sair tão rápido da mesa.

- Minha festa Nancy, não quero fazê-la.

- Porque querida? Será uma festa linda tenho certeza.

- Disso eu não tenho dúvida Nancy. Mas tu sabes que eu detesto ter que aturar todas as pessoas que me odeiam sorrindo para mim e ter que sorrir em resposta.

- É um sacrifício minha jovem e sabes que tem que fazê-lo.

- Não Nancy você ainda não ouviu a pior parte.

- E qual seria?

- Significa que estou fazendo dezessete anos.

- E isso é ruim?

- Péssimo Nancy,péssimo.

- Mas porque menina? Fazer dezessete anos é maravilhoso. Eu mesma me lembro com saudades dos meus dezessete anos. Eu era tão lin...

- Não para aquelas que se casarão assim que completarem dezoito anos com um homem que não conhece, ainda mais um homem como o Royce.

- Senhorita o Royce é um bom rapaz seus pais jamais fariam um tratado que a prejudicasse, sabes disso.

- Eu sei...eu sei Nancy... - Tudo pelo bem do país. 

E era isso que eu estava fazendo, me entregando a um homem que eu não amava e nem conhecia com muita profundidade, tudo pelo o bem da Inglaterra, por esse país que eu tanto amo... só espero que tudo isso venha valer realmente meu esforço.

- Somente não aprecio os bailes que são oferecidos em meu aniversário, porque não posso usar nenhuma desculpa pra sair antes dos convidados irem para suas casas! 

Eu vivi todos esses anos à sombra de uma princesa mimada, extremamente centrada e correta e vista por todas as outras da realeza como a dona de uma beleza invejável, todos me olham e dizem que eu possuo todas as qualidades e tributos dignos de uma dama exemplar, pois é isso que eu tenho que ser: um exemplo. Nem que isto custe a minha felicidade!

- Tenho que me manter no posto de princesinha perfeitinha durante toda a noite. – Fico lembrando da minha caminha, ela fica me chamando e eu lá presa no baile. Nancy me ouvia atentamente...

Vivo a mercê de uma sociedade orgulhosa, fútil e gananciosa que espera que eu seja a princesa que todos me impõem, na verdade não todos, eu sei que tem umas dezenas de moças da côrte que torcem pra eu fazer alguma besteira, mas elas sempre se desapontam... porque eu sou a princesa perfeita, traduzindo quando faço alguma coisa errada faço bem feito, ou seja, ninguém sabe que foi eu!

- Eu havia criado esperanças que minha mãe não fizesse festa esse ano. Nem sei porque cogitei isso em minha mente.

- Oh Rosalie, se vais mesmo casar aos dezoito anos essa será sua ultima festa como solteira. – Nancy veio com voz mansa me acalmando.

- É verdade, será meu último baile.... – Fiquei pensativa

- Não tires essa alegria de sua mãe... A rainha ficaria tão desapontada. – Nancy.... era sempre ela que me trazia à realidade.

- Nancy você sempre consegue convencer-me. Mas pegue uma pena e escreva quando eu for rainha esse bailes farão parte da história. Agora venha comigo...

- Pra onde menina Rosalie? – Ela ficou assustada quando eu agarrei seu pulso e  sai arrastando-a em direção ao meu closet.

Já que será praticamente minha última festa antes do casamento, vou me segurar e fingir que estou contente com tantas bajulações.

- Já que serei obrigada a passar por tal tortura digo que o meu fiel amigo o espelho vai ter que me ajudar com minhas facetas... – A Nancy me olhou com uma cara de que pouco entendia... ela é meio lenta, mas fazer o que... nem tudo é perfeito...


 O certo é que eu nunca fui e nunca serei essa princesa que todos vêem, mas mesmo que não seja a típica dama que olha tudo calada em sua volta eu ainda sou a Rosalie Lillian Hale princesa e futura rainha da Inglaterra.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que tenham gostado da primeira apariçao da Rosalie... Então alguma opnião do que a Rose ira aprontar nesse baile?