New Feelings. escrita por Soquinho


Capítulo 22
22 - Música.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Enjoy ♥'



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Roberta regressava ao hotel, com a cabeça empinada e fingindo estar bem. Adentra no saguão e sem perceber, esbarra no ombro de alguém. Mas que perseguição! Era ele de novo.

- Sou transparente?

- Quase né?!

- Você esbarrou propositalmente.

- Se eu tivesse te visto, teria dado meia volta e esperaria você passar. Só que sou muito azarada sabe?! Acabei esbarrando em você!

- Criança.

- Ofende vai, não to nem aí mesmo.

- Vem cá Roberta, onde você estava com a cabeça quando se apaixonou por mim? – A vontade da loira foi de estrangular e esquartejar o rapaz.

- Na merda, porque eu nunca gostei de você, protozoário.

- Garota, você é tão chata que chega a dar fobia! – Clama nervoso, Roberta sorri sínica.

- Ele fica tão lindo irritado. – Murmura sobre os encantos do garoto.

- O que disse?

- Não te interessa.

- Por que você tinha que nascer tão implicante?

- É o meu jeito de ser, respeita pelo menos se não gosta!

- Deve ter sido defeito de fábrica. – Ele ri da piada, mas Roberta sinceramente fica inconformada com a piadinha sem graça feita pelo amigo.

- Tá insinuando que minha mãe tem problemas? Apesar de ter mesmo, mas eu quero dizer outros tipos de problemas.

- Veja só, vocês duas são tão loucas quanto à pedra. Quando você viu o Jonas beijando tua mãe, precisava de uma tropa pra te segurar, se não o velho dançava! – Suas risadas elevavam e a loira bufava de ódio.

- Sem cérebro.

- Desculpa se não riu, não tem um mínimo de humor.

- Eu sou bem humorada sim, mas você não me faz rir! – Mentiu descarada, dando uma de esquecida também.

- Ah, tá virando a Eva agora? Deu pra esquecer tudo, pelo que eu me lembre bem, sempre te fazia rir.

- Acho que do que eu dava risada mesmo era dessa sua cara de porco resfriado!

Exclama sem ter mais nenhuma paciência para aturá-lo, ele gastava todas. Caminhou para o elevador e apertou no botão onde daria na cobertura, onde estavam instalados. Ao chegar ao quarto, a cama estava uma bagunça com todas aquelas roupas de Alice espalhadas por toda a cama, havia roupas nas poltronas, criado-mudo, enfim, em tudo. Parecia camelô das roupas finas.

- Que merda é essa?

- Ué, para a passagem de som preciso estar linda e igual a uma boneca. – A moça loura gira os olhos, aquela sua amiga inventava cada coisa.

- Nós vamos para a passagem de som e não a festa de gala Alice, acorda pra realidade.

- E como você tá? – A jovem desviou do assunto, enquanto olhava seu vestido azul para ver se ficava bom. Mas Roberta acanhou-se na cabeceira da cama.

- Na mesma, só que tenho que esquecê-lo, além do mais, até na minha mente to traindo o Diego. Isso é tão horrível!

- Vai Roberta, pelo amor de Deus admita que você gosta dele.

- Longe disso, ainda agora esbarrei com ele e trocamos farpas!

- Isso porque são dois teimosos que não confessam um ao outro seus verdadeiros sentimentos.

- Alice, entenda uma coisa. Eu – não – gosto – do – Tomás! – Diz em pausas. Como se a patricinha fosse crer naquelas palavras disparadas sem pensar.

- Já está na caverna de novo, você é sem jeito mesmo.

- Pois é.

- Ô Roberta, dá um desconto que o garoto também gosta de você.

- Sou lá loja pra dá desconto?

- Tão engraçada.

- Obrigada! – Agradece com sarcasmo.

- Vai te ajeitar bela adormecida, vai vestir aqueles teus trapinhos.

- Para de implicar com a minha roupa, e, aliás, esse seu arco está ofendendo sua imagem!

- Aff! Irritante.

Roberta entra naquele banheiro espaçoso e decorado com desenhos sem lógica, se despe de suas vestes e logo vai molhando seu corpo naquele chuveiro, a água estando no grau frio, perfeito para a menina. Livrava-se de seus prejuízos e problemas, esquecia que tinha um mundo lá fora a esperando para brilhar, às vezes achamos que essa loira queria ser uma sereia, a paixão pela água é indescritível. Ensaboa-se com a ducha tirando o suor e as preocupações. Depois de longos minutos ali no banho, ela ligou-se que se continuasse no bem bom, a água acabaria e o mundo morreria. Seca as raízes e depois as madeixas do seu cabelo, cobre-se com a toalha e sai do banheiro ainda deixando alguns pingos de águas caírem sobre o chão. Alice ainda estava ali vestida com uma saia azul cheia de babadinhos brancos, uma blusa de manga comprida verde e preta, saltos rosa, arco de flor rosa. Os seus lábios estavam pintados de gloss de maçã e uma sombra rosa fraco.

Roberta veste-se com sua calça justa vermelha, uma blusa de manga comprida toda preta e com uma caveira branca dando vida ao blusão, conturnos mal limpos e cheios de tacha, uma sombra azul acinzentada, a boca pintada de batom de cereja, luvas pretas e uma faixa na cabeça.

- É tão engraçado. – Se pronuncia Alice admirada com suas diferenças em relação Roberta.

- O que é engraçado? – Pergunta a menina corrigindo sua faixa na testa.

- Nossas diferenças, eu sou uma patricinha e você roqueira, vivemos tendo nossas brigas por aí, mas sempre estamos unidas, me orgulho de ser meia-irmã sua. – Os olhos da menina chegam a marejar.

- É. Acho que não iria querer outra pessoa para ter como irmã se não fosse você, realmente Deus sabe o que faz! Eu te amo Alice!

As jovens se abraçam chorando silenciosamente. Essas cenas emocionam qualquer um. Carla abre a porta do quarto e prestigia aquele momento de irmãs unidas, uma lágrima até cai dos olhos da morena.

- Que lindo.

- Tá bom, assim minha maquiagem borra. – A patricinha enxuga o rosto e funga.

As três amigas saem com as mãos envolvidas uma na cintura da outra e seguem para o saguão, onde já estavam os meninos meio que indignados com a demora das namoradas. Ao vê-las, sorriem, elas se desvencilham uma da outra e vão ao abraço de seus namorados.

- Passagem de som, vambora.

Eles já tinham alugado um taxi que os esperava calmamente em frente ao edifício. O lugar aonde iriam passar o som seria em uma academia, nada melhor que ensaiarem em um lugar arejado e atlético. Saltam do carro e olham aquela casa de exercícios.

- Vocês trouxeram os equipamentos?

- Só o que precisamos.

- Vamos treinar a voz primeiro, deixá-la mais afinada. – Sugere a cinderela posicionando-se em frente ao um grande e limpo espelho.

- Beleza.

Os meninos resolver irem se exercitar e lá ficam as meninas treinando e forçando a garganta, correndo o risco de estourar a horta.

- Parece um pato agonizando. – Tomás provoca Roberta pelo jeito em que a garota aquecia sua voz.

- Vai se lascar!

- E se eu não quiser? – O menino deixa a esteira e fica defronte a loira.

- Cravo meus quatro dedos nesse seu rostinho. – Sorriu debochadamente olhando-o sinicamente.

- Querem parar de brigar? – Diego interfere na discussão dos amigos.

- Ninguém tá brigando aqui meu filho, eu estava era zoando sua mina!

- Demente.

A loira volta a aquecer sua voz, mas ele persiste em tirá-la do sério.

- Pobre pato.

- Cala a boca Tomás!

- Cala a boca já morreu quem manda na minha boca sou eu.

- Frase de criança não compra né Tomás?! – Todo mundo suspira irritadamente pelo comportamento infantil dos dois. Achando que desta vez ele a deixaria em paz – ela estava muito enganada – voltou a repetir o que fazia tranquila até ser provocada pelo “amigo”.

- Rapaz, mas realmente parece um pato agonizando. – Depois dessa piada, o pavio curtíssimo de Roberta explode.

- Eu vou te mostrar o pato agonizando! – Começa a correr em círculos atrás do garoto, se identificavam com crianças de sete anos. Tinham que parar a loira, antes que ela o esganasse. Diego segura seus braços e a imobiliza.

- Tomás, para de azucriná-la e você também amor, não dê corda. – Repreende.

- Quero mais é que ele se enforque com ela. – Grunhe.

O rapaz amedronta-se com o tom que ela usara, muito grosso e amedrontador.  

 - Menina má. – Brinca a morena com as mãos na cintura e rindo a vera.

- Põe má nisso! – O rebelde insistia em brincar com o perigo. Ele conhecia o gênio forte de Roberta, ela era capaz de deixá-lo hospitalizado e em coma.

- Tá abusando da sorte rapaz.

- Gente, para cortar essa briguinha infantil de vocês, em compus uma música nova e o Pedro me ajudou no ritmo.

- Maneiro, mostra aí!

- É em inglês. – Sorriu colgate.

- O que?

- É um dueto.

Roberta não se sente bem, seus batimentos cardíacos aceleram e ela pressente algo de ruim ou bom acontecer.

- A curiosidade tá me atacando, quem vai cantar? – Carla era muito curiosa, já até estalava seus dedos a fim de saber os detalhes da música.

- Roberta e Tomás, a música fala sobre amor.

Os dois viram estátuas no mesmo instante.

- Hãm? Eu achava que os duetos românticos eram só em pares. – Diego é atacado pelo ciúme.

- Como é o nome da canção? – Pergunta Carla secamente, a cara estava fechada.

- Give Your a Heart a Break.

- Dá um tempo ao seu coração?

- Yes.

- Confesso que fiquei enciumada, mas é a banda e não tem nada demais. Também não quero ter fama de possessiva e controladora!

Carla sempre concordando com as decisões tomadas, nem sabia o que já havia rolado entre o seu namorado e sua melhor amiga. Por falar nisso, eles dois ainda estavam gélidos e emudecidos.

- E vocês dois nada de rejeitar, vai ser assim e ponto final. – Alice diz curta e mandona, só que os jovens não se mexiam, encontravam-se paralisados mesmo.

Pensamentos dos dois ao mesmo tempo: “meu coração não vai suportar.”

Destino, como você é cruel!

Continua...


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