A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero elogiar a todas que estão comentando.
Boa leitura!



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Minha mente só tinha uma única certeza enquanto os minutos se passavam de modo lentamente continuo: Eu precisava encontrar minha irmã. Precisava disso até mesmo mais do que respirar. Afinal, minha vida pouco importava quanto o assunto se tratava a respeito de minha irmã.

Eu estava correndo em uma superfície totalmente torta, onde o que mais encontro é descida. Meus pés descalços estavam em contato direto com a neve e a hipótese que meu sangue poderia se congelar era de incrível aceitação. A trilha de sangue ainda continuava se estendendo morro abaixo, como se jamais tivesse fim e meu subconsciente não parava de mandar avisos de que meu tempo estava se esgotando.

Não notei que havia prendido a minha respiração até que meus pulmões implorassem por ar. Não sabia onde estava indo e me sentia totalmente perdida no meio do amontoado de árvores. Acidentalmente, eu tropeçava em meus próprios pés, resultando em minha queda. Porém, não deixava esse pequeno problema me atrapalhar e usava todas as minhas forças para me levantar novamente e continuar a correr.

O casaco de Edward é o que me mantinha aquecida. Seu cheiro ficava impregnado no ar onde passei e mais uma vez tinha que ser forte, para não voltar correndo para ele. Para seus braços, onde me sentia totalmente protegida, não importasse o quão incoerente isso fosse.

Senti toda a minha esperança perdida assim que percebi que em algum momento vou ter que parar e descansar, para que eu pudesse voltar a respirar, para que meu coração pudesse trabalhar no ritmo normal.

Tudo se passou como um borrão ao redor de mim. Eu estava perdida no tempo e no espaço. A única que conseguia raciocinar coerentemente é que tinha que encontrá-la e nada mais... Nessie tinha que estar viva. Ela era apenas uma criança, e tinha uma vida inteira pela frente. Eu a amava. E também amava Edward.

Eu me sentia como uma loca toda vez que tirava tais conclusões irracionais.

Eu jamais me perdoaria se minha irmã morresse por minha culpa.

Quando senti que a trilha de sangue nunca viria acabar, eu os encontrei.

Parei instantaneamente ao presenciar a cena diante de meus olhos.

Nessie estava com seu braço todo ensanguentado, sua pele estava mais branca do que o normal. O assassino estava encapuzado, usando um conjunto todo preto. Era impossível distinguir qualquer forma de seu corpo ou seu próprio rosto. Ele estava segurando uma taça dourada estranhamente familiar em baixo do corte de Nessie, onde pingava o resto de sangue que vinha do corte.

Assim que os olhos de Nessie encontram os meus, senti que sua expressão se tornou de alívio. Notei que ela estava fraca demais para sorrir. Minha irmã estava em total estado de frenesi devido ao sangue perdido. Os braços do assassino estavam ao redor dela.

Percebi que a cena me soou estranhamente familiar e lembro-me do dia em que meu pai morreu. No dia que o assassino fez a mesma comigo.

– Solte. Ela. – Exigi alto o suficiente. Tudo começou a rodar diante de meus olhos e imediatamente concluí que algo de muito estranho estava acontecendo comigo. Algo que piorou deste a festa e começou quando sai de Dark Roses.

Nenhum movimento. Nenhum sinal. O sangue de minha irmã continuava pingando na taça.

A neve castigou meu rosto e meus olhos começaram a lacrimejar, ignorei totalmente. Obriguei minhas pernas a se moverem e fui me aproximando sorrateiramente. O assassino não se moveu nem um centímetro se quer. Seu rosto continuava invisível devido ao pano que cobria sua cabeça e mesmo que eu me aproximasse dele, era impossível enxergar seu rosto por de trás do tecido. Depois de cerca de dez passos, estava perto o suficiente deles. Me perguntei por que raios de motivos o assassino ainda não tinha reagido à minha aproximação.

É quando agi por impulso.

Rapidamente, impulsionei meu corpo para frente e me joguei para cima do assassino.

Tudo passou como um borrão ao redor de mim e quando me dei conta, eu estava no chão coberto de neve junto com o assassino, por cima dele. A taça havia caído no chão e todo o sangue havia sido derramado. Escutei o grito de minha irmã e não olhei para trás, já que estava impedida.

Me distrair estava fora de meus planos.

Sabia que faltava pouco para que o pano negro caísse para o lado e é tudo que mais quero. Também sabia que o havia pego de surpresa, era tudo do que mais necessitava para poder agir. Ignorei totalmente a ânsia de vômito que de repente tomava conta de mim e levei minhas mãos em direção ao pano que poderia ser comparado com uma toca, pronta para arrancar dele. Não conseguia enxergar direito e é por isso que eu estava totalmente insegura com meus gestos.

O assassino foi mais rápido que eu e quando percebi, minha mão foi agarrada no ar e seus dedos cobertos pela luva estavam apertando fortemente meu pulso. Gritei de dor.

Com um gesto rápido demais para que meus olhos pudessem acompanhar, ele se levantou do chão e me levou junto consigo segurando-me apenas pelo pulso. O assassino começou a correr e, como se tivéssemos virados um borrão no ar, me vi prensada contra o tronco de uma árvore. Urro de dor devido ao baque de minha coluna com a madeira. Meus fios de cabelos estavam cegando meus olhos.

Uma de suas mãos coberta pela luva preta foi em direção à meu pescoço e rapidamente começou a apertar a região. A passagem do ar é recusada pelo meu corpo e comecei a ser asfixiada. A sensação foi terrível, senti cada célula minha morrendo. Senti os ritmos de meu coração trabalhando lentamente... Pronto para dar sua última batida. Comecei a debater minhas pernas no ar, em uma tentativa inútil de tentar me livrar de seus braços.

Eu estava morrendo. Tudo estaria acabado. No fim, não me restaria nada, nem mesmo minha última escolha.

Do nada, não estava mais presente ali e, sim, na mansão. Vi o imenso portão de ferro se chacoalhando enquanto milhares de rosas tentam atravessá-lo furiosamente, querendo ser capazes de partir o metal ao meio. Só que era inútil, elas sabem que não poderiam sair dali, não podiam atravessar a linha. A rosa vermelha está no meio delas, lutando mais do que as outras para conseguir atravessar o portão.

Pisquei e instantaneamente voltei a sentir a falta de ar em meu corpo. Sabia que estava sendo enforcada e como se não tomasse mais conta de meu próprio corpo, como se meus gestos não fossem mais controlados pela parte racional de meu cérebro, levei minhas mãos rapidamente até os braços do assassino e com apenas um mero empurrão, eu o atirei para longe de mim.

Cai no chão e o amontoado de neve amorteceu minha queda, ensopando minha roupa, assim como meus cabelos. Olhei para o corpo do bandido ao longe e me perguntei o que acabara de acontecer comigo, principalmente de onde tirei tanta força para conseguir empurrá-lo para tão longe e principalmente como consegui ver as rosas. Parecia tão... Real, como se eu realmente estivesse lá, vivenciando o momento.

O assassino começou a se levantar do chão e notei que ele estava perto de apenas um pequeno resto de superfície plana que se estende perigosamente mais para baixo, onde não consigo ver para onde levará, já que é tão fundo.

Um precipício.

Se eu conseguisse empurrá-lo morro abaixo...

Começando a agir novamente, sabendo o quão era necessário, olhei para o lado e encontrei Nessie, que estava perdida ali mesmo, olhando com total pavor para a cena a sua frente. Seus olhos estavam focados em mim, cheios de pânico. A taça dourada estava caída ao seu lado, com o sangue esparramado por toda a neve, formando uma poça.

Levantei o mais rápido possível e corri em sua direção. Assim que cheguei perto o suficiente, comecei a chacoalhar desesperadamente seus ombros, para que pudesse despertar e saísse de seu estado de estupor.

– Corra o mais rápido que puder para longe daqui. – Gritei, satisfeita ao ver que ela obediente, balançou a cabeça. Lágrimas estavam transbordando de seus olhos e tive que ser forte o suficiente para não chorar junto. – Encontre Edward, estará segura com ele.

Olhei por de sobre os meus ombros e fiquei apavorada assim que encontrei o assassino se aproximando perigosamente.

– Corre. Agora. – Beijei o alto de sua testa e depois eu a empurrei para trás, não notando o quanto fui grotesca demais com meu gesto repentino. Era impossível tentar ser gentil, já que meus gestos eram rápidos e muito descuidados.

Nessie me deu as costas quando eu a empurrei e começou a correr na direção em que eu estava quando os encontrei.

Quando dei de costas para Nessie, satisfeita por ver o quão rápido era, encontrei o assassino próximo demais de mim. Dei um passo involuntário para trás, devido ao susto.

Ele se aproximou perigosamente de mim. Meu racional avisa-me que o assassino está querendo me tirar de seu caminho, apenas para poder alcançar Nessie.

Momentaneamente, me joguei por cima dele novamente com toda força possível, só que dessa vez, assim caímos por cima da neve, comecei a girar nossos corpos na direção do precipício.

Não sei quantos golpes foram necessários, ou quantas vezes rolamos pela neve para finalmente ficarmos na beirada do precipício. Quando vi, eu estava por cima do assassino. O vento forte veio diretamente do precipício e o ar gélido adentrou minha boca, secando toda minha garganta. Olhei para baixo e encontrei a imensa escuridão. Á única coisa visível era os flocos de neve se movimentando violentamente junto com o vento.

Foi quando uma nova lufada de ar invadiu nossos rostos e o pano que cobria o rosto do assassino caiu para o lado, desmascarando-o.

Imediatamente, encarei seu rosto.

A surpresa foi demais e fiquei paralisada, encarando seus olhos castanhos. Meu queixo caiu e tive que suspirar fortemente para que o ar voltasse para meus pulmões.

– Jacob. – Foi tudo que consegui dizer. Eu estava à deriva devido ao choque.

Ele olhou apavorado demais para mim e então, impulsionou seu corpo para o lado enquanto envolvia minha cintura com suas mãos, atravessando a pequena distância que nos impedia de cair.

E então, mergulhamos no imenso precipício.

***

Assim que abri meus olhos novamente, senti uma ferroada muito forte na cabeça.

De inicio, meus olhos estavam embaçados demais e demorou certo período para que se acostumassem com o novo cenário.

À medida que consegui enxergar direito e a mistura de cores ao meu redor se tornou visível, finalmente enxerguei tudo com mais clareza, varrendo o lugar com os olhos.

De inicio, pensei que eu estava morta. E se estava, aquilo só poderia ser o inferno.

Jacob estava de pé, com os braços cruzados enquanto estava posicionado em minha frente. Há um ferimento aberto no alto de sua cabeça, uma camada de sangue já seca está deformando sua pele.

Perguntei-me o porquê de estar tão inferior a ele e tentei me movimentar imediatamente. Fui impedida. Meu corpo voltou-se para trás assim que tentei me impulsionar para frente, minhas costas se deparando com algo sólido e áspero. Tentei movimentar minhas mãos e também fui impedida quando o fazia. Notei que cordas estavam ao redor de meus pulsos.

Definitivamente, ainda estou viva.

Olhei por de cima de minha cabeça e encontrei grossos galhos secos, cobertos de neve. Conclui que estava presa em uma árvore. Meu corpo todo estremeceu e me senti muito, muito fraca. Suspirei e encarei os olhos de Jacob, cheia de fúria.

– Você acabou com minha vida. – Acusei, em um fio de voz. Senti uma dor alucinante atrás de minha cabeça e tive que reprimir um gemido de dor.

– Não entende, Bella? – Jacob praticamente gritou, jogando suas mãos para cima – Não sou eu quem está acabando com sua vida. Sou apenas o tipo de um recruta, me mandaram aqui. Não era para você me atacar, muito pelo contrário, era apenas para eu te assustar e lhe dar um aviso no final. Só estou fazendo o trabalho sujo.

As palavras de Jacob são praticamente como um zumbido em meus ouvidos. Tentei soar segura e confiante, só que eu sabia que algo estava errado com meu corpo, tornando impossível não demonstrar dor e a mais pura insegurança.

– Quem está fazendo isso então? – Perguntei, engolindo em seco.

– Não posso dizer. Minha vida acaba no momento em que eu decidir me rebelar contra o jogo. Acredite, eu não queria estar fazendo isso.

Outro que é apenas uma peça no tabuleiro.

– Se não é você... Porque é que estava tirando o sangue de minha irmã? Foi a mesma coisa que fizeram com meu pai.

– A mensagem era para ser escrita a sangue... Só que quando te vi, simplesmente não consegui continuar. Minha vida está sendo contada Bella, sou apenas uma peça no jogo. Eu falhei. – Ele suspirou. – E ainda te machuquei.

Senti novamente a pontada atrás de minha cabeça. Conclui que durante a queda, eu havia machucado o alto de minha cabeça e, pelo visto, muito profundamente, devido a dor.

Tentei assimilar tudo. Sabia que precisava de ajuda. Sabia que precisava principalmente de Edward.

– Por que está fazendo isso? Por que está me machucando? – Estava fraca demais para falar rápido. Minha cabeça latejava como nunca.

– É a única forma de ficarmos juntos. Pensa que não sei quem você é de verdade? Que não sei que contos de fadas existem? – Me surpreendi com a quantidade de informações que tinha – Enfim, Edward vai te encontrar... De alguma forma, me disseram que vocês dois tem um tipo ligação.

– Quem te explicou? – Perguntei de novo, vendo tudo girar ao meu redor.

– Já disse, não posso te contar. – Repetiu - Ah, Bella... Nós tivemos um passado juntos, sou o tipo de uma peça no caminho de Edward, que sempre te deixa indecisa. O conselho faz questão de sempre me pôr no caminho.

O conselho.

Tentei imaginar como tudo deve ser planejado e se os membros desse tal conselho sabiam que tinha alguém interferindo em suas histórias.

Olhei para a mão direita de Jacob e notei que ele estava segurando uma faca. Eu sabia que precisava ganhar tempo pra planejar alguma coisa, também que estava fraca e que a única coisa que poderia me salvar é Edward e também Jasper.

Se essa tal ligação existe, Edward iria me encontrar.

É quando me lembrei de todas as coisas que sentia toda vez que ele se aproxima. Será que Edward sente o mesmo que eu?

– Posso te mostra como nos conhecemos pela primeira vez? – Jacob perguntou de repente, tirando-me de meus devaneios. – Prometo tocar de leve nossos lábios. Sei que vou morrer em breve. Então, por favor.

Do nada, senti um pequeno formigamento já familiar tomar conta de meu corpo.

Edward. Pensei, enquanto suspirava de alivio. De repente, eu soube que ele estava à minha procura, talvez longe dali, mas estava.

Afinal, ainda me restava esperança.

– Tudo... Bem. Eu deixo. – Concordei, fraca demais, sentindo total repulsa ao pensar nos lábios de Jacob tão próximo dos meus.

Abrindo um meio sorriso que não me deixou nada satisfeita, Jacob veio até mim e se ajoelhou ao meu lado.

– Mal sabe você, que o amor tem o poder de matá-la, Isabella. – É a ultima coisa que Jacob disse, antes de largar sua faca ao lado de seus pés e aproximar seus lábios dos meus.

Notei pelo quanto do olho que a faca não está muito longe de minhas mãos, que estão amarradas na árvore.

Engoli a repulsa e deixei que os lábios de Jacob se aproximassem dos meus. Neste período de tempo, enquanto ele estava distraído e com seus olhos fechados, estiquei meus dedos em direção da faca que estava ao meu alcance e consegui pegá-la.

Mas assim que nossos lábios se tocam, mergulho em uma maré de escuridão e não estou mais ali.



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Notas finais do capítulo

ENTÃO, ESTÃO GOSTANDO? SIM, NÃO, TALVEZ, QUEM SABE?! COMENTEM!
Novamente, quero elogiar a todas as minhas incríveis leitoras que estão comentando e também (não merecendo muito) quem começou a comentar apenas agora. Enfim, espero que continuem comentando, que prometo que farei o meu melhor aqui.
Todas devem estar com muita curiosidade sobre quem é o verdadeiro assassino, bem, somente eu sei e pretendo revelar para o final da Fic, como já devem ter previsto. Mesmo assim, não desistam de comentar.
Vou dar algumas dicas para vocês durante os capítulos, vocês apenas tem que ser observadoras....
Pergunta: Ruan, a Fic está no fínal?
Resposta: Está um pouco mais que na metade.
Pergunta 2: Ruan, vai ter POV do Edward?
Resposta 2: Sim, mas apenas em um acontecimento muito importante na Fic, qual?... eu não posso dizer.
Quero desejar antecipadamente um bom feriadão para vocês e aproveitem lendo a Fic, já que resolvi postar hoje, assim vocês terão tempo para ler.
Por favor, não deixem de comentar, vocês estão sendo incríveis.
Obrigado, mesmo, e até mais!
Ruan.