O Segredo de John. O Herdeiro dos Black escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 4
Quase...




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Os dias se passaram, e logo depois disso, os meses... John já tinha completado 10 anos... Logo depois de ser esculachado e torturado, ficando sem comida por meses, se passou mais ou menos seis meses, nisso John tinha comido poucas vezes, e que ficou sem presente de natal.

John faz ano no dia 1º de Junho. Já era janeiro, entre duas semanas começariam as aulas. E John com certeza iria ser zoado até a morte... Ninguém gostava dele...
Todo mundo na escola odiava John... Talvez fosse o cabelo negro e cacheado... Ou os olhos azuis... Ou a pela lisa e meio clara... John era o aluno que conseguia responder tudo direitinho, tinha uma inteligência maravilhosa. Sabia de coisas que jamais seriam explicadas á ele. Ele sabia de tudo, menos do Sobrenome, e da família. Uma vez, em uma prova de matemática, John fez a conta mais perfeita de sua vida; Enquanto todos estavam na segunda série, fazendo suas continhas de mais e menos... John recebeu a conta de 2º grau, a surpresa foi qu ele conseguiu sem errar nada. Mesmo assim ganhou uma nota extremamente baixa. E foi acusado de colar.

Suas notas DEVIAM ser nove á dez... Porém pela inveja, suas notas ERAM 02, 03, ou até menos ZERO!
Qualquer coisa que ele fizesse, ou tentasse fazer, apontasse para o errado, ele era castigado. Nunca pudera se rebelar, mais passava de ano, graças á uma professora muito boazinha que gostava muito dele. Ela se chamava Senhora William, e fazia de tudo para que John pudesse passar de ano. Era estranho, pois nunca viu coisa igual; Em junho ele faria seus sonhados 11 anos e mesmo assim não ganharia nada de presente de aniversário... Nem gelo pra chupar, se vocês querem saber.

John era perambulando pela turma dos mais velhos... Por duas grandes razões John ficava na sala com a senhora William, uma era a turma de mais velhos que mexia com ele. E a outra as meninas que tacavam coisas nele. Em Setembro, John iria para uma escola secundária e com certeza seria melhor. Quando lhe contaram que a maioria das crianças do orfanato iria para lá, John desistiu de estudar... A senhora William tentava ao máximo confortar John, ela parecia que o conhecia á muito Tempo. E John só era mais um aluno, no meio de tantos.
Em certo dia do fim do mês de abril, John estava sentado á beira da entrada da escola. Pensando em como seria a nova escola. O primário tinha lhe sido tão agradável...

-Eih, John... Você vai ter que ficar no primário para sempre... – Contou Josh á John, que apenas ergueu a sobrancelha, como se pedisse explicações – Lá não aceitam crianças abandonadas pelos pais... Você tem que ter a assinatura de um parente... O que você não tem!

-Eu não me importo... Se você realmente fosse importante... Não lhe deixariam em um orfanato de segunda mão!

E mais uma vez John levou uma pedrada na testa, dessa vez foi socorrido, e a professora William pode contar quem jogar a pedra, apesar de que Marie Macullem se indignou com o que John disse á Josh... Ele ficou de castigo até o final do ano escolar, o que era um alívio, ele tinha que ficar na sala e não poderia sair dela. A professora William levava á ele lanche e almoço todo dia; Quando voltava ele não sentia tanta fome assim, mesmo ficando o dia inteiro limpando os banheiros e no final do dia ir dormir naquele chão duro e empoeirado dos quartos á cima.
Os parentes das crianças que estavam no orfanato lhe mandavam cartas e presentes diversos, quando podiam. O uniforme era uma verba que lhes era mandada pelo governo. Uniforme foi uma coisa que John jamais possuiu.
Usava roupas velhas, uniformes velhos, para ir á escola, jamais pode ir á um museu ou á praia, igual os outros alunos iam.

Ficando em silencio no seu canto, solado e frio... John se deitou de costas e olhou para o teto, ficou pensando o que o futuro lhe reservava, se ele seria um bom adulto, se ele chegaria á juventude, se ele teria uma esposa, uma mulher para amar, um filho para carregar nos braços, ele jamais sentiu um carinho, como sentira naquela noite, em que parecia que foi coberto por um colo quente e carinhoso, cheio de amor. Quando acordou, estava tão assustado, havia sonhado novamente;

Dessa vez o sonho era terrível, se tratava de uma mulher que corria de outra, enquanto via um homem, á quem ela chama de “marido” sendo preso. Porém preso por várias pessoas de preto, com vassouras e galhos nas mãos, não pode ver muito bem. Ele ouviu uma voz doce lhe dizer: “Eu te amo meu filho.” Seu grito foi “MÃE!” Quando ele se levantou do chão frio, se sentiu feliz que era um pesadelo, suspirou fortemente e se deparou que ainda estava escuro. Ele ficou pensando com ele mesmo; Que não poderia ser a mãe dele, não...

Tratava-se de um sonho estranho... De um pesadelo... Ele não tinha pai, nem tinha mãe, era ele sozinho. Ele não se lembrava de mais deles, não se lembrava de mais de nada. Nem da mãe ou do pai. Ele ouvia algumas crianças reclamarem que pais e mães é uma droga e ainda bem que estão longe. Tinha gente que ainda se lembrava da mãe e do pai... Que via o que sobrou da família... Algumas crianças estavam ali, pela ausência excessiva dos pais. Ele mal podia perguntar da mãe ou do pai que logo vinham com perguntas e reclamações...

O tempo passou tão rápido que já era o fim das aulas, John nunca agradeceu uma pessoa, quanto agradeceu á Senhora William...

Em um lindo e caloroso dia qualquer do verão, John estava varrendo a bagunça das crianças, quando Dona Macullem gritou em desespero;

-VAI PEGAR AS CARTAS MOLEQUE! APROVEITA E ARRUMA AQUELA CAIXA DO CORREIO PRA MIM...

-Sim... – Ele falou cabisbaixo, arrumou a caixa que estava quase caindo, quando começou á curiosamente ver as cartas... Havia cartas de cobrança, dos parentes das outras crianças, e nenhuma carta á John...

-Quem iria me mandar cartas? – Pensou o garoto entregando as cartas ás crianças que as esperavam. Entregou as de Dona Macullem e enfim foi terminar de varrer e arrumar as coisas.

Em uma tarde de verão na qual a metade das crianças foi á praia se divertir, John foi o único que ficou no orfanato com a Dona Macullem e uma ou duas funcionárias; Foi aí que enquanto passava pela sala de Marie Macullem a ouviu dizer:

-Não acredito... – Falava ela – Querem ter hora marcada comigo...

-E o que há de mal?

-Querem falar sobre John...

-Isso não é maravilhoso?

-Não... Ninguém vai adotar aquele menino... Ouviu?

John foi tomado por uma raiva incontrolável, desde aquele dia, coisas inexplicáveis começaram á acontecer; Como coisas que apareciam em lugares estranhos, como o coelho de Ana Luize, que apareceu entalado do corpo baixo da privada. Demorou cerca de três horas para tirar o coelho que cada vez mais parecia descer pela privada.
Outra vez foi quando os dentes de Josh cresceram demais, ficou parecendo um castor, foi até engraçado, para John.
Em seguida foram às roupas velhas de John que diminuíram demais, Dona Macullem foi obrigada á comprar roupas novas para ele, pela primeira vez, já que ele apenas usava as roupas da outras crianças... Ficava horrível, mais até que dava para o gasto.

Pelo tamanho dos acontecimentos estranhos, como crianças presas no teto, animais de crianças encontrados presos no chão, e chuva dentro do orfanato, Dona Macullem aceitou a visita da estranha pessoa que queria ver John... Os acontecimentos diminuíram, mais não pararam. John até se sentia mais irritado, sua expressão de felicidade mudou, e por algum motivo... Ele tinha se tornado um garoto frio e solitário. Em pleno verão... Ninguém o tacava mais pedras, nem o xingava... Eles pareciam ter medo dele.

 No meio de junho, uma mulher apareceu no orfanato;

-JOHN ABRA A PORTA SEU MALDITO...

John foi até a porta e a abriu, topou com uma mulher, ela era magra, linda e loira... Suavemente delicada e muito bonita, com a maçã do rosto rosada e lisa. Seu sorriso era largo; Suas roupas pareciam ser suaves, era um vestido até os joelhos de tricô e era vermelho com lilás...

-Olá... – Falou a mulher docemente, envolvendo John em um pequeno sorriso – Eu tenho uma hora marcada com a Dona Macullem... A dona daqui...

-Aan... Tá bom... – Falou John devagar, com certeza devia ser uma filha da dona Macullem... Mais com certeza era linda demais... Devia ser neta... Ou tataraneta...  Macullem era muito velha. – Vem comigo...

John a levou até a sala de Dona Macullem, que encarou John com um profundo ódio; Ele percebeu o perigo e foi logo para o quarto empoeirado, lá ia ele ficar em silencio o tempo inteiro...

-Boa Tarde... – Ela sorriu, esticou a mão apertando a de Marie Macullem, logo em seguida, pode se sentar á cadeira estofada, seguindo de Macullem. Era muito bem cuidado ali, pelo visto, era mais cuidado do que qualquer outra área do orfanato. – Bom... Então... Aan, meu nome é Ísis Zafre! Fui eu quem enviou as cartas que nunca foram respondidas... – Sorriu Ísis – Bom, como eu dizia...

-Aceita chá? – Ísis piscou os olhos sem entender nada

-Wouh... Não! – Falou Ísis recusando a xícara – Eu... Só vim aqui... Como dizia na minha carta, sobre o menino John... Vim falar do futuro do garoto...

-É alguma coisa dele? – Ela parecia nervosa por alguns segundos

-Não... Bom... Eu conhecia a mãe dele, e muito bem o pai... – Seus olhos se esbugalharam em uma tentativa de se lembrar do pai de John. – Mais não sou da família... Ou mais ou menos... Minha irmã era cunhada da mãe dele...
Dona Macullem respirou fundo, quer dizer então que o garoto tinha família, e pelo visto, era enorme...

-Bom; ele tem tia? Avós?

-Não saberei informar... Tia deve ter com certeza... Sim, ele tem uma tinha praticamente louca, e um tio praticamente ignorante. Ele também Tem padrinhos... E uns vários primos... John é muito (...) – Antes de ela terminar, Macullem a interrompeu estava furiosa.

-Ele tem tudo isso de parentes? – Perguntou sendo arrogante, Ísis deu uma olhada á Macullem, mais ficou em silencio;

-Sim! – Falou Ísis sorrindo – Bom, que eu saiba a mãe dele deve ter deixado ele aqui... E deve ter falado o nome dele antes de morrer não foi?

-Bom... – Disse Macullem ignorante – Encontramos a mulher morta no dia seguinte em que o bebê foi entregue... E que...

-Onde foi que a enterram?

-Quando entramos para chamar ajuda a mulher simplesmente sumiu... – Falou Macullem com uma estranha voz, desconfiava com aquilo aconteceu; - Cuidamos do menino desde então...

-Como ele era? Ele era? Como agia?

-Bom... – Macullem se arrumou na cadeira, e se arrumou para falar do garoto com uma voz arrogante e totalmente irritada. – Lembro quando ele chegou aqui... Já estava aqui á anos! Não ouviu o nome dele, e não importava mesmo... Sei que o nome dele é John...

-Basicamente... – Falou Ísis

-O acolhi e ouvi a mulher dizer que ele se parecia com o pai... Mais teria sua inteligência... Além de me entregar algumas cartas, eu preferi não ler e queimei!

-Queimou?

-Sim! Não costumamos guardar muitas cartas... Continuou que ninguém se interessava pelo menino... Ele sempre ficava em silencio, como se ouvisse vozes...

-Vozes? – Ísis deu um sorriso dizendo á si mesma que só poderia ser ele mesmo – Continue, por favor...

-Bom o que eu percebi de uns anos para cá, é que ele ficou muito esquisito...

-Esquisito? – “Deve ser ele mesmo... O garoto esquisito!” Pensou Ísis á ponto de envolver o orfanato em um grito de vitória e conquista.

-É... – Seu nariz se torceu, ela pareceu muito nervosa na hora, mais em seguida continuou – Ele me entregava flores em pleno inverno, quando não há nenhuma flor viva... Ele vivia cercado de corujas aos três anos de idade... E ainda por cima contava sonhos esquisitos... Dizia que vassouras voavam... Que sentia sua mãe o apertando contra o peito... Isso é um absurdo... Ele jamais a conheceu... E não é possível que ele se lembre da mãe ou do pai...

-Eu posso ver o garoto Dona Macullem? – Perguntou Ísis com delicadeza, mais Macullem sabia que ela queria mesmo era adotar o garoto. Ela faria o que fosse para que John não saísse dali;

-Claro... Venha comigo... – Macullem chegou até a escada que leva aos quartos e pediu á ela para esperar. Subiu até o quarto empoeirado e logo em seguida mandou John descer para seu antigo quarto, John não entendeu nada, mais obedeceu... Ela desceu e logo em seguida subiu novamente com a mulher linda... Todas as crianças olhavam bem, ele não tinha família... Não tinha ninguém o que aquela mulher estava fazendo visitando John? O menino sem sobrenome ou identidade? – É aqui... John... – Fingiu Macullem se tratando de uma mulher boazinha – John, essa é a...

-Senhorita... – Avisou Ísis

-Senhorita Ísis... Ela quer conversar com você John... Por isso, seja educado hein? – Em seguida ela saiu deixando Ísis e John á sós no quarto. John que estava sentado á beira da janela, se sentou na cama, e convidou à moça á se sentar nela também, Ísis resistiu um pouco, mais logo em seguida se sentou;

-Olá John... Tudo bem? – Ela o cumprimentou muito bem, John apenas acenou com a cabeça positivamente, saberia que depois iria levar uma surra... – Então... John... Você é chamado John do que?

-John!

-Apenas John? – Ela parecia estar aflita com ele.

-Sim! – John deu um suspiro alto e cortado – A senhora é alguma coisa minha?

-Bom... Ainda não... – Ela sorriu – Então John... – Ela cruzou as pernas e olhou para ele – Tem alguma coisa que você quer me dizer?

-Você é psicóloga?

-Não! Sou... Aan... – Ísis tentou pensar no que ela seria – Eu sou... Apenas uma mãe de família...  Trabalhava como médica... Mais não sou mais!

John a olhou e se encolheu um pouco, pareceu que ficou com medo, mais não era nada disso;

-Quero saber, o que você poderia me dizer...

-Aan... – John coçou a cabeça com os cabelos cacheados e negros e com os olhos azuis olhou para Ísis – Minha família morreu não morreu?

-Quase lá...

-Eu prefiro saber mesmo o que aconteceu com a minha família... Por favor... Conte-me... Eles não querem me contar... Só você pode me dizer... Eu te digo o que quiser...

-O que?

-Eu... – John ficou tão nervoso que começou á dizer as coisas sem pensar – Eu posso fazer algumas coisas, e pessoas se mexerem... E nem preciso tocar nelas... Posso quebrar e consertar o que quiser... Posso... Quase tudo! – John começou á tremer, esse comportamento não era aceitável aos olhos de Dona Macullem; - O que é isso?

-Tudo bem... – Ísis suspirou fundo – É normal a sua curiosidade... E como uma boa mãe, devo contar o que lhe aconteceu...

-Sim... – Os olhos de John até se alegram

-ACABOU O TEMPO DE VISITA... – Gritou Dona Macullem, quando invadiu o quarto do garoto, estava o lado o tempo inteiro;

-Mais eu mal pude me explicar... – Falava Ísis

-Desculpe... – Falou Macullem, que pegou Ísis, e a levou até a porta, sem dar mais explicativas; - Desculpe!

-Ótimo... Podemos marcar outra hora... – Falou Ísis sendo interrompida

-Não... O menino não vai sair daqui... Tem outra família querendo o adotar...

-O QUE? – Ísis entrou em desesperou – Não pode! O menino tem que vir comigo!

-Não!

-Então deixe ao menos eu lhe dizer o nome que deve ser dele...

-DEVE?

-É!

-Não... Deve ter se enganado... A mulher que entregou a criança morreu sim... E a criança morreu três meses depois, devo ter confundido... ADEUS! – E assim batendo a porta na cara de Ísis foi á falar com John, que já imaginaria a bronca que levaria, mesmo sem ter feito nada.


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Notas finais do capítulo

Quero reviews... Quero saber o que estão achando da minha história...



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