O Segredo de John. O Herdeiro dos Black escrita por Lady Lupin Valdez


Capítulo 3
Castigado


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem...



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Mais um dia amanhecia no orfanato de Londres, como o de sempre John ficava á beira da janela, esperando qu alguém fosse o encontrar, fosse lhe dar carinho e atenção... Sua espera chegava á cansar. Era engraçado, como tais coisas estivessem acontecendo. Quando simplesmente aconteceu.

Um dia, ele estava á beira da porta da frente quando uma criança lhe tacou uma pedra em sua perna. O menino não se mexeu um centímetro, não precisava se mexer;

–OLHA SÓ... – Gritou o garoto que lhe atirou – ELE É COVARDE! E UM INUTIL! ACHO QUE OS PAIS DELE SE LIVRARAM DELE, POR QUE ELE NÃO PRESTA!

John suspirou, fingiu não estar ouvindo nada; e viu outra pedra voando em sua direção, bateu em sua testa e a fez sangrar; Ele respirou fundo de novo, não queria fazer nada. Foi quando aos poucos ele se levantou, olhou para o garoto, seu nome era Josh, os dois nunca se gostaram. E isso se tornou cada vez mais visível quando ele tacou as duas pedradas; John se levantou e mirou a pedra em Josh. Porém quando foi tacar, Dona Maculem o puxou pelo pulso, e deu lhe um tapa na cara;

–VOCÊ ESTÁ DOIDO MENINO?

–Mais... – Antes que John pudesse se explicar, ela o puxou para dentro.

–Por essa palhaçada, você tem muito que fazer... – Ela entregou á ele uma vassoura – Você vai varrer o sótão! SOZINHO! – Berrou Macullem o jogando pra dentro, John pareceu que ia chorar, mais na verdade suspirou, e começou á varrer, o sótão dava muito medo. Realmente dava medo, e ele suspirava aquilo não era varrido á anos;
Ele não poderia saber o que aconteceu em sua infância, naquele momento... Mais ele suspirava, e queria tanto chorar. De repente seu choro não era mais aturável, ele se sentiu muito nervoso e desejou que aquilo ficasse pronto logo. Sua testa ainda sangrava, e ele notou que ela cuidava dele muito bem, Josh estava recebendo uma atenção por não estar machucado, enquanto John estava em prantos, em sangue... Seu nariz se torceu, e logo em seguida ao sair da janela notou que o sótão estava completamente arrumado. Bem varrido e com tudo no lugar, nem parecia que tinha ficado sujo á tanto tempo atrás; John mal podia acreditar...

–O que? Mais... – Antes de terminar de reclamar, Dona Macullem apareceu olhando para John já reclamando;

–NÃO ESTOU OUVINDO O BARULHO DA... Vassoura... – Seu tom de voz diminuiu quando viu que o sótão estava bem limpo, não havia demorado nem uma hora – Muito bem seu espertinho, como você fez isso?

–Eu... – John mal pode abrir a boca e já fora puxado pelos cabelos, quando ele mesmo segurou a mão dela dizendo – Para!

Seus olhos tão azuis tomaram uma força de expressão terrivelmente grande. Seus olhos ficaram tão sérios e no lugar, que quando Dona Marie Macullem se atreveu á tocar em John viu uma cadeira voando nela. Todos ao redor o olharam com medo, ninguém se atreveu á chegar perto dele. Ela não pensou duas vezes e logo o agarrou pelo pescoço dizendo;

–VOCÊ É O DEMONIO! ISSO É O QUE VOCÊ É!

–Mais eu não fiz nada... – Ele pode chorar sim, e foi aí mesmo que ele apanhou, levou chutes e pontapés, socos e ficou dentro de uma sala. Sozinho...

–Não adianta castigar o menino Marie... – Falou uma das ajudantes do orfanato

–Eu faço o que eu quiser... Aquele menino não vai ter mãe, não vai ter pai... Ele não serve para morar longe daqui!

–E isso aqui? – Ela ofereceu uma carta á Marie, que a tomou lendo atentamente.

Por favor, chamem Manuela Lupin, a tia de John assim que ele completar 10 anos. Ele precisa de atenção e amor. Principalmente a dela, ou de qualquer um da família dele.

–Bote fogo! – Ela amassou a carta e logo em seguida deduziu algumas coisas – Mês que vem o garoto faz 10 anos...

–Sim!

–O maltratem! ESTÃO OUVINDO?

–O que?

–O garoto vai sofrer... Vai sofrer muito! Ele... É uma verdadeira praga na minha vida...

–Mais...

–Estão me ouvindo? Mandem-no fazer as coisas, lavar as roupas... Arrumar tudo... Se virem! Ele deve ser bem maltratado...

–Sim senhora... – Falou uma das ajudantes.

John ficou em um quarto escuro, vendo as crianças se divertirem. Sentado em um banco de três pernas sacudia-se de um lado pro outro, apesar de que parecia que todo mundo naquele orfanato o odiava, e não que fosse mentira. Pois era verdade, ninguém o admirava, parecia que seus olhos, seus cabelos, seu rosto invejava quem o visse. John suspirava cada vez mais;

Eu queria... Que...
Imagina o que eu vou ter... Se eu não desistir de nenhum sonho meu. Na verdade, me pareço com pontos de interrogação, O que eles querem não vai conseguir!

John se mantinha em seu cantinho quando jogaram uma pedra, bem onde ele estava à pedra quebrou o vidro da janela quase todo, Josh e seus amiguinhos saíram correndo. John não se moveu, não foi ele, então não receberia a culpa de nada. Pegou a pedra pra joga-la no chão quando uma das funcionárias do orfanato o observou os gritos de que ele havia quebrado a janela, o deixaram muito encrencado, cada vez mais, John parecia encrencado.

Certa vez, uma das crianças deixou três copos caírem e derramarem todo o liquido que nela continham, John foi acusado de tem provocado as crianças e feito aquilo cair, ele só tinha 6 anos. E não era capaz de fazer uma coisa dessas com uma criança de 10 anos.

Outra vez foi que quebraram um vaso valiosíssimo, e colocaram a culpa nele. John por algum motivo fez com que aquele vaso se consertasse, ainda por cima foi castigado, teve que lavar todas as roupas. Outras vezes que consertava era castigado, quando quebrava, apanhava. John nunca teve paz naquele orfanato. Ele se sentira mal quando eles iam passear e alguma coisa atacava alguém. Ele jamais conheceu a família e nem sabe de onde ele é...
Nem na alegria, nem amor... Ele apenas sentiu dores.

Quando Marie apareceu, ele soltou a pedra pra fora do quarto enquanto ela o mirava dizendo;

–Vai ficar aqui por uns três dias menino... E vai ficar sem comida... Nem água... E se passar mal que VOCÊ MORRA!

John suspirou fundo. Ficou lá o dia inteiro, já não tinha comido, e já dava sinais de tontura e enjoou, John ficou deitado no chão mesmo. Perto de um pó que o quarto acima tinha. Parecia maquiagem, mais era mais forte. Sentou-se no chão e ficou olhando para a janela, as estrelas eram tão bonitas. Ele se sentia tão quente quando as olhava se sentia protegido, se sentia vigiado, era uma sensação muito boa.

Há exatamente quase 10 anos estava ali, naquele orfanato que nunca lhe ajudou em nada. Não lhe deu carinho, lhe privava de tudo, nunca lhe dera presentes, ou contara histórias de dormir. Não sabia exatamente o que tinha acontecido, contaram que a mãe e o pai morreram de intoxicação alimentar e que foi bem pertinho do orfanato. Ás vezes tentava forçar pra ver se lembrava dos pais, peno menos vozes, músicas, melodias que mãe e pai cantam quando o bebê nasce... O que lhe vinham á cabeça era uma risada muito escandalosa e vários fechos de luz que ás vezes o acordava á noite. Não ficou sabendo o nome dos pais, nem se tinha irmãos... Não adiantava perguntar, sempre vinham respostas diferentes e que não tinham nada á ver com ele. Ou com a história de vida dele.

Mais tarde, ele ainda estava acordado, quando uma bela moça de cabelos enrolados e ruivos apareceu pegando o banquinho de três pernas e se sentando o olhando fixamente e perguntando;

–Olá... Tudo bem?

–Ah... – Ele acenou com a cabeça

–Então, qual é o seu nome?

–John!

–John do que?

–John... Apenas John senhora!

–Bom... Eu sou Melissa Heathere... E eu sou psicóloga... Alguém me chamou aqui e disse que você é um menininho bem levado... – Ela sorriu, porém John não achou a menor graça – Então John... O que você poderia me dizer?

–Nada...

–Aan... Nada mesmo?

–Não tenho nada pra dizer!

–Bom... Poderia me contar sobre você!

–O que quer saber sobre mim?

–Sua família, onde está?

–Morreram!

–Do que?

–Ah, pra que te mandaram aqui? – John ficou irritado – Você está me irritando!

–Desculpe... Só quero te ajudar...

–Ajudar no que?

–Tem algo que quer me contar?

–Não! – De repente uma vassoura passou a janela, com certeza era alguém fazendo graçinha com John, e ele odiava aquilo muito. Mais mesmo assim fingiu não ver...

–Vassouras? Tacam-te vassouras sempre?

–Não! – Falou John.

O silencio permaneceu entre ambos, quando John abriu a boca e disse devagar;

–Uma vez... Eu sonhei com... Vassouras! Que voavam... E tinha muita gente rodeando uma pessoa... Como... Se fosse... Preciso!

–Deve estar louco querido... Vassouras não voa!

–E você acha que eu não sei disso? Porque, se voassem... Eu estaria fora daqui... Á muito tempo!

A psicóloga achou melhor deixar John sozinho. Ele estava muito nervoso.
Naquela noite, deitado ao chão frio e empoeirado, John teve um sonho, sonhava que ouvia alguém o chamando e que alguém o abraçava, sentia que o colo não era desconhecido. Era muito quentinho. Aquela foi à única noite em que John dormiu quente. Não só nos sonhos, ele se sentiu quente de verdade...



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