Minha esposa morreu... Foi o que eu soube até agora... O meu primeiro filho também morreu... Agora só tenho meu segundo filho. Se não me enganou seria chamado de John. Tenho toda certeza que não ficar sem velo... Eu estou preso, não pode ver meu filho... John não ficou comigo... E nem com a minha mulher... Com quem ficou o meu filho? Eu antes de ser preso, vi levarem minha esposa; A tiravam de perto de mim... Como se eu fosse uma doença, tiraram ela, arrancaram ela com tanta força de perto de mim, por Deus... Não queriam ver a gente junto.

Lembro como se fosse ontem... Eu entrei assustado em casa, o ministério já me procurava, ela era uma Auror, eu me escondi no nosso quarto, peguei uma coberta, suspirei seu cheiro, tomei seu perfume em mãos. Quando ela apareceu, ela estava tão assustada, meu filho já mantinha os olhos, bem abertos, e eram azuis. Cabelos negros como os meus. Ela me abraçou, ela me apertou contra seu peito, eu fiquei sem dizer uma palavra que fosse.

Meu filho chorava tanto... Foi quando ela o pegou, e me abraçou em seguida o ministério me rodeou me prendeu e me trouxe á Azkaban... Nunca mais vi meu filho, ou a minha esposa... Quero ver meu filho de volta. Eu pedi pra ela vir me trazer o garoto... Mais, não deu... Ela não pode me entregar meu filho. Agora com toda a certeza eu sei que meu filho vai ser mal tratado... Achava que ele estava morto, mais eu não posso dizer nada; Já perdi meus melhores amigos, minha família... Eu não sou muito sortudo. O ultimo desejo de Julia que eu fiquei sabendo, foi que ela queria que eu cuidasse dele direitinho; Mais não sei onde ele está... Eu queria saber...

Johnny Lueffe Black; esse nome é ideal pra ele... Ela adorava esse nome... Ele vai ser tão bonito e delicado como a mãe dele era, aqueles olhos azuis, aquele cabelo negro... Só um ano... Como este mundo é cruel, com um ano ele já tem que sofrer essa difamação... Meu filho... Meu Johnny, meu Black... Ele é o herdeiro, o único que sobrou... E espero que ele não morra... Seria lamentável perder esse rosto lindo, essa caricia de anjo... 

Eu não sou um assassino, nunca matei aquelas pessoas. Mais quem dirá isso á ele? Dizem que eu não vou procurar meu filho... Só que eles não estão no meio coração,não sabem o que eu penso, posso não demonstrar que quero ver e ter meu filho, mais na verdade, eu o quero comigo... Eu vou procurar o meu querido e único filho...

Ele merece viver, merece ter uma família, crescer feliz e saudável... Saber o que aconteceu no passado, com a sua família, com a mãe, o pai, saber quem matou o irmão... Meu filho vai crescer sem a magia... Será criado como uma criança comum, não será criada no mundo mágico... Será como um trouxa comum; nada contra, mais, não foi assim que fomos criados. Mais e a tia dele?Ela não vai procurar... Com certeza não vai procurar... Eu sei que ele vai ser um bruxo esperto, e inteligente, feliz, alegre e muito astuto... Assim como eu e como a mãe deles... Ele vai ser um bruxo, assim como eu e Julia fomos um dia.

Porque o destino separou minha família? A destruiu?

Praticamente nove anos depois do dia da morte da mãe e do aprisionamento do pai, o garoto cresceu. Tornou-se esquelético, e muito fraco. Mal podia acreditar quando as outras crianças recebiam inúmeras visitas e ele não. John era pequeno, e jamais tirava os olhos azuis que pareciam acinzentados, da janela. Ele tinha medo dos demais, por baterem nele, ele jamais conversou com alguma criança e nunca teve amigos.

Dona Maculem jamais se interessará por outro garoto, anuncer ele. Ele era perfeito, ele era o motivo para Sr uma gata borralheira, já que a metade das crianças tinham mãe, pai ou outros familiares, e que poderiam á qualquer momento reclamar. Mais John não. Não tinha mãe, pai, avó, avô, tios, primos ou alguém que peno menos o conhecesse. 
No natal, jamais receberá nenhum presente, jamais deu um abraço em alguém e sempre era infeliz. Seu comportamento era calado, silencioso, quieto e muito bonito. Talvez fosse isso que a Dona Maculem, o odiasse tanto. Ela sabia que ele era lindo e que alguém o iria adotar, e pela sua beleza, sabedoria e inteligência; não demoraria muito. Porém ela iria prender ele ali, para sempre.  Seu ódio crescia diariamente.

Seu olhar ficava preso na janela, não tinha um segundo nome ou sobrenome, era chamado pelo nome: John, mais do que?

-Levanta John, vamos, tem que trabalhar...

O garoto abriu os olhos se assustou sempre era chamado com mais calma, á porta entre batidas e pontapés. Dessa vez não, John foi puxado pelos pés enquanto dormia;

-O que foi? – Perguntou assustado

-ACORDE! – Gritou – Você tem muita coisa pra fazer hoje...

O garoto suspirou mais se levantou, enquanto as outras crianças dormiam tranquilamente.

Ele se tornou pálido, e assim que colocou a roupa cinza, foi fazer seus afazeres;

Limpou o chão, tirou o pó dos objetos, arrumou à cama das meninas, ele também organizou todos os quartos, ele praticamente estava cansado depois de duas horas da tarde, não comeu nada, e ainda por cima, via as outras crianças se divertirem ao extremo; Sua trágica história de vida nunca o fez ver o que aconteceu com ele... Ele não tinha medo da sombra, e nunca soube dos pais. Ele queria tanto uma mãe para nina-lo, e um pai para brigar com ele...

John se sentia triste e muito sozinho. Apesar de tudo, ele queria estar feliz, ele queria ter uma mãe... Pai... Família, irmãos... Alguém pra implicar...

Quem sou eu? Apenas John? Mais John do que? Eu tenho medo... Jamais terei uma família, um pai, ou uma mãe... Um tio... Tias, ou primos... Ou irmãos... Sou só mais um... Sem identidade, cidade... Aniversário... 

Sou apenas um menino solitário... Eu daria tudo pra sair daqui, e construir a minha vida, de um jeito ou de outro aqui não é lugar legal pra descobrir as coisas;