Diário Mortal I - O Segredo De Bonnie escrita por Nilson Nobre


Capítulo 8
Sombra


Notas iniciais do capítulo

Curtam o capítulo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217616/chapter/8

A noite chegara rápido e aliada a ela, a escuridão.

Elena estava tomando banho naquele instante.

A água escorria de seus longos, negros e lisos cabelos em direção ao seu corpo nu.  Com os olhos fechados, ela sentia a água que escorria do chuveiro bater de forma levemente violenta em seu rosto, escorrer por seus seios até atingir seus pés. Ao seu lado direito havia uma “cortina de banheiro” que impedia que a água molhasse o resto do local.

Ela retirou o excesso de água dos olhos e ao virar – se de lado, percebeu uma silhueta do outro lado da cortina.

O medo atingiu o corpo de Elena e ela bufou.

Elena percebeu que a “sombra” se aproximava cada vez mais e a medida que a aproximação acontecia, a respiração de Elena acelerava e ela recuava instintivamente para trás.

Numa fração de segundo, a luz da casa inteira foi apagada.

Elena bateu de costas na parede. A sombra agora havia adquirido a ousadia de tocar a cortina. Ela se aproximou lentamente até atingir o rosto de Elena que naquele instante tremia junto ao resto do corpo. Ela chorava de forma desesperada.

De repente, a sombra bufou e se afastou. A luz acendeu no mesmo instante.

Ainda nervosa, Elena olhava para baixo na tentativa de controlar a respiração. Um minuto depois, ela adquiriu a coragem de olhar para frente.

A sombra havia sumido.

Elena pegou a toalha e se enrolou. Num ato de coragem ainda maior, ela abriu a cortina e constatou que não havia ninguém no banheiro, mas que a porta estava ligeiramente aberta. Ela bufou de alívio e ainda com um pouco de medo dentro de si, foi se trocar.

• • •

Elena revistou a casa inteira. Nenhum sinal de vida.

Colocando o cabelo para o lado, ela retirou do bolso esquerdo da jaqueta a chave da casa e fechou a porta da varanda, partindo em direção a rua.

Ela usava uma jaqueta de couro preta com uma blusa lilás por dentro, calça preta e uma sandália rasteira preta.

A lua estava no topo do céu, ela era cheia e amarelada com milhares de pequenas estrelas cintilantes ao redor dela. O céu era negro e a rua era iluminada apenas pelas fracas luzes brancas dos postes e pelo luar.

Ao atravessar a rua e chegar no carro, ela abriu a porta. Nesse mesmo instante sentiu um sopro frio em seu ouvido esquerdo que fez seus pêlos se eriçarem.

Engolindo o seco, ela olhou para o lado.

Não havia nada, simplesmente a larga, silenciosa e negra rua vazia.

Ela entrou no carro e partiu em direção a festa onde a verdadeira diversão iria começar.

• • •

Quinze minutos depois, Elena chegou até a floresta que antecedia a entrada ao local da festa. Pelo vidro do carro, ela olhou para o lado e viu que estava cercada apenas por longas árvores, carros estacionados e iluminada simplesmente pela Luz do luar.

- Que droga de lugar que a Caroline escolheu para dar uma festa. – disse Elena ao desligar o carro, após descer dele, ela fechou a porta delicadamente e mirou a estreita estrada cercada por árvores a sua frente.

Na segunda árvore a esquerda havia uma placa. Nela estava escrito:

“Festa da Bonnie a 20 metros.”

Elena bufou, pôs as mãos no bolso e seguiu pela estreita, escura e úmida estrada com uma sensação de medo atingindo seu coração.

• • •

Os primeiros metros foram atravessados com facilidade, exceto pelos morcegos, corvos e borboletas negras que passavam por Elena a todo instante.

Enquanto caminhava, Elena buscava ocupar sua mente com pensamentos aleatórios a fim de esquecer o medo.  De meio em meio segundo, ela examinava os lados e olhava para trás para ver se estava sendo seguida, observada ou coisas do tipo.

 Que pena que a pobre e doce Elena não percebera, pois ela estava.

De todos os temas que vieram a sua mente, o que perfurou sua consciência foi a relação dela com os irmãos Salvatore. Ela amava os dois, mas não queria ser a Katherine.  Ela sabia das conseqüências daquele amor e tinha medo de magoa – los, pois aquilo já havia acontecido uma vez.

Ao observar por um segundo a beleza do luar que a cercava, Elena sentiu que estava sendo vigiada. O medo fez com que ela tremesse.

Elena recuou um pouco para trás e esbarrou num pedaço de tronco que tinha mais ou menos cinquenta centímetros e pesava dois quilos. Ela se agachou e o pegou com os dois braços. O suor escorria pelo canto direito de seu rosto e ao ouvir passos leves e relaxados, ela soltou um “grito” silencioso.  

Ao sentir a aproximação do “ser” que vinha da floresta, ela se pôs numa posição viável para atingi – lo em cheio com o tronco.

- Quem está ai? – gritou Elena com a voz trêmula.

De repente, por entre as árvores, surgiu um homem. Seu rosto estava meio azulado devido a iluminação do luar.

Era Matt.

- Calma Elena, sou eu – disse Matt levantando as mãos em posição de defesa.

Elena jogou o pedaço de tronco no chão e bufou de alívio.

- Te ver agora foi a melhor coisa que podia me acontecer. – disse ela ao sorrir.

Matt sorriu e se aproximou dela, colocando uma pequena sacola que estava em sua mão no bolso direito.

Eles se abraçaram.

- O que você veio fazer aqui, no meio da mata? – perguntou ela ainda abraçada a ele.

Matt respirou fundo.

- Caminhar... – disse ele – ... apenas isso – completou por fim.

Elena estranhou aquela resposta e se afastando um pouco dele, o olhou confusa.

Percebendo a reação de Elena a resposta, Matt a deixou para trás, apressou o passo e gritou:

- Vamos logo Elena, você está perdendo a diversão.

Elena correu um pouco e ao lado dele, partiu em direção a festa, onde muitas coisas iriam acontecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, leitores ocultos, eu vos peço mais uma vez que mandem a sua opinião. Obrigado a quem leu :D