Quando Caroline chegou à mansão dos Lockwood, era a hora do almoço.

Ela desligou o carro e desceu dele, partindo em direção ao portão de entrada da casa. Ela tocou o botão do interfone, porém ninguém atendeu.

Já nervosa pelo tempo espera, ela começou a bater na porta com a mão.

“Se o Tyler pensa que vai me trair assim descaradamente, ele está muito enganado”, pensou ela.

Meio segundo depois a senhora Lockwood abriu a porta.

- Ah, é você Caroline? Pensei que eram mendigos atrás de esmola. – disse ela ao sorrir ironicamente.

Caroline corou de vergonha e já se recompondo, perguntou:

- O Tyler está?

A senhora Lockwood ficou surpresa e assustada com a pergunta.

- Ele não está com você? – perguntou ela de volta, colocando a mão nervosamente sobre a boca. – Já faz cinco dias que o Tyler não aparece em casa e nem ao menos me liga. Eu achei que ele estivesse com você.

A feição de Caroline se tornou preocupada. Ela agradeceu a senhora Lockwood pela informação e  foi em direção ao carro sem ao menos se despedir. Ao entrar nele, Caroline o ligou e partiu. Fosse lá o que tivesse acontecido com o Tyler, ela sentia que não havia sido algo bom.

• • •

Percebendo cada mínimo detalhe de movimento que o cercava naquele instante, Damon estava em meio a floresta. O suor escorria pelo canto direito de seu rosto e quando a vítima apareceu, ele a atacou.

Era um veado campestre de mais ou menos 20 quilos. Damon bebeu o sangue do animal até se satisfazer e em seguida o largou, morto.

- Comer “coelhinhos” – bufou ele – O que é que eu não faço por você, né Elena? – disse ele por fim ao limpar o sangue no canto da boca.

Damon deitou – se no gramado e colocou o braço esquerdo atrás da cabeça, ele respirava lentamente de forma suave. Com o braço direito ele coçava o queixo, até sentir um movimento de um animal de porte ainda maior.

Um humano, ou quem sabe, um vampiro.

Às pressas, Damon levantou – se e observou cada detalhe através de cada árvore que o cercava. Aparentemente nada.

As conclusões eram estas até ele ouvir uma doce, porém perigosa, voz se aproximando atrás dele.

Bucon, Clisthert, Frucissiere, Frutimiere, Huictiigaras, falou Bonnie ao se aproximar.

Damon sentiu um frio na espinha ao ouvi - la, mas quando virou – se e viu que era Bonnie, um sorriso sarcástico tomou conta de seus lábios.

- Até que você conseguiu me assustar, bruxinha – falou ele em tom de ironia, aproximando – se dela.

Khil, Mersilde, Minoson, Segal, Sirchade, continuou Bonnie sem dar a mínima atenção ao que ele dissera.

Naquele instante, Damon percebeu que ela estava estranha. Ele recuou um pouco para trás.

- Bonnie? – perguntou ele com uma expressão confusa no rosto.

Ela não o respondeu, ainda falando palavras que ele não conhecia.

Dando um grande salto para trás, Damon tentou fugir, mas foi interrompido por um homem alto, loiro que usava um casaco preto. Era Nathaniel. Damon o socou, porém seu soco parecia ter perdido a força e seus braços pareciam estar pesados, visto que Nathaniel não demonstrava a menor reação perante o golpe direcionado a ele. Aos poucos Damon começou a sentir uma fraqueza tamanha em seu corpo, tudo parecia girar em câmera lenta e ele suava de forma descontrolada, até que chegou ao ponto de suas pernas não aguentarem mais o peso de seu corpo. Ele caiu aos pés de Nathaniel que o chutou, fazendo – o cair de lado.

Damon não conseguia entender o motivo daquela fraqueza, até que ele associou aquilo com as estranhas palavras que Bonnie estava pronunciando.

Ele estava certo. Aquilo era um feitiço.

Bonnie terminou de falar e no mesmo instante a visão de Damon escureceu, até que ele por fim, desmaiou.

Nathaniel o colocou no ombro direito e aguardou as ordens de Bonnie, que estava naquele momento, com a cabeça baixa.

Bonnie levantou a cabeça. Os olhos dela expressavam arrependimento.

Ela não o matara, mas fazer aquilo parecia desonesto.

“Pense na sua avó, Bonnie, pense!”, pensou ela consigo.

- Podemos ir. – falou Bonnie ao andar em direção a Nathaniel – Nós vamos levá – lo para minha casa.

Nathaniel assentiu e assim, os dois partiram.

• • •

Quinze minutos depois eles chegaram na casa da Bonnie.

Nathaniel colocou Damon no quarto de hóspedes, seguindo as instruções da jovem bruxa responsável por aquilo.

- Tem certeza que ele não vai acordar? – perguntou Nathaniel.

Bonnie o olhou séria e respondeu:

- Pelo menos não até amanhã e isso é o suficiente.

Eles trancaram a porta e as janelas do quarto. Nathaniel soltou um leve grito ao tocar a maçaneta da porta.

- Mas mesmo assim, tem verbena em qualquer coisa que ele encoste além da cama – completou ela, com um sorriso maldoso no canto da boca.

Foi Nathaniel que a olhou sério dessa vez.

- Então porque não me avisou? – perguntou ele.

- Para que você saiba que eu sempre estarei um passo a sua frente. – Bonnie sorria com um ar maldoso, respirando força e superioridade. – Não ouse me trair ou descumprir as minhas ordens, acredite, você não vai querer sofrer as conseqüências.

O ódio invadiu Nathaniel. A vontade dele  era quebrar o pescoço daquela bruxa traiçoeira, mas aquele não era o momento.

- Você sabe o próximo passo, não é? – perguntou Bonnie.

- Sim -  respondeu ele.

- Não a mate, ouviu bem? Eu a quero viva, se é que eu posso dizer que ela é. – Completou Bonnie ao mira – lo.

Ele assentiu e saiu andando em direção a rua com um sorriso malicioso nos lábios. Fechando a porta com grosseria, ele falou:

- Tudo bem, vossa majestade, mas agora eu vou fazer do meu jeito.