Aquela manhã passara rápido, as nuvens cinzentas já começavam a dar lugar a quente e aconchegante luz do sol.

– Não se esqueça da festa! – falou Caroline pela quadragésima vez ao descer as escadas que também davam acesso a entrada da escola. – Nove horas, no porão da mansão dos Lockwood.

Elena fez um sinal positivo com a mão e Caroline partiu em direção ao seu carro, arrumando o cabelo. Elena descera as escadas olhando para baixo e logo fora surpreendida.

– Bu! – disse Stefan assim que ela olhou para ele. O olhar dela era sério e ao mesmo tempo doce e feliz por ele estar ali. Ela ainda o amava apesar de tudo o que havia acontecido meses atrás.

– Você e seu irmão estão planejando me assustar sempre? – Elena sorria e olhava para baixo.

Stefan olhou para o lado e com um sorriso forçado, olhou de volta para ela. Ele não conseguia mais disfarçar os ciúmes que sentia da relação de “amizade” entre Damon e Elena.

– É bom te preparar para surpresas – disse ele meio que engasgado.

Assim, os dois partiram juntos para a casa de Elena. Elena não sabia o motivo daquela proteção dos irmãos Salvatore, mas ela se sentia bem ao lado de ambos, por isso não se dera ao trabalho de perguntar ao Stefan o motivo, mesmo pressentindo algo estranho.

Eles caminhavam lentamente sem falar nada, ambos sem jeito em meio às lembranças de um passado tão recente que brotavam em suas consciências. Tudo havia mudado tanto na relação deles nos últimos dois anos que era difícil para Elena lembrar disso sem sentir um imenso nó na garganta. Stefan se fazia de durão, mas o coração dele rachava a cada beijo ou abraço que ele lembrava.

– Como anda a sua vida? – perguntou ele, quebrando o silêncio, olhando para baixo e depois olhando para ela.

– Bem, na medida do possível. – Elena não conseguia olhá- lo nos olhos, pois ela não sabia ao certo se conteria as lágrimas.

– Ótimo. – respondeu ele, meio que decepcionado pela simples resposta.

Eles passaram mais alguns minutos andando calados.

Ao lado de Elena, passou um homem com um bebê num carrinho próprio para crianças naquela idade. Ela os observou e num segundo de distração, tropeçou numa pedra que estava no meio da calçada.

Ao cair, Stefan a segurou antes que ela atingisse o chão.

Os braços dele a envolveram e os olhos deles se encontraram. Ambos ficaram sem ação. Simplesmente não conseguiam parar de se olhar.

Depois de tanto tempo, Elena sentia novamente o calor do corpo dele. A maneira como ele a tocava a fazia se sentir a mulher mais valiosa do planeta. Para Stefan, era difícil resistir à vontade de beijá-la. Tê-la em seus braços novamente, poder sentir a respiração dela de tão perto o deixava em êxtase.

Ele a levantou lentamente da forma mais delicada que podia e ainda se recuperando daquelas sensações, ela agradeceu.

•••

Pouco tempo depois eles chegaram na casa dela. Ela abriu a porta e o convidou para entrar. Ele recusou o convite e fitando os olhos nela pela última vez, partiu em meio a rua que agora, não era mais tão solitária.

Elena fechou a porta e de costas, encostou- se nela, fechando os olhos.

Após alguns minutos ali, Elena subiu as escadas em direção ao seu quarto.

Chegando nele, ela percebeu que havia uma caixa embalada como se fosse um presente em cima da cama. Desconfiada, ela se aproximou e percebeu que acima da caixa havia um bilhete. Ela o abriu nervosa e tremendo.

Ao ler o que estava escrito no bilhete, Elena ficou confusa. Por qual motivo Bonnie havia escrito aquilo? Ela colocou a carta sobre a cama e começou a tirar o laço da caixa. Um minuto depois, ela a abriu.

Dentro dela, estava o casaco vermelho de camurça. O casaco que Elena havia perdido.

Mil e uma perguntas chegaram até a consciência de Elena, confusa e tentando entender o que aquilo significara, ela ficou sentada na cama, ouvindo apenas o pulsar acelerado do próprio coração.