Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 6
A fuga


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar! Espero que aproveitem o capítulo, porque deu muito trabalho para escrever. Ah, amanha (como é a estréia de Os Vingadores), eu não estarei em casa pra postar, então vou avisando para não esperarem nada da história amanhã ok? Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217414/chapter/6

   Quando abro os olhos, estou em uma poltrona branca e acolchoada. Há mais três poltronas como essa, e nelas estão sentados Peeta, Johanna e Annie. Em nossa frente se sentavam em um sofá: Effie, Haymitch, minha mãe e Beetee. Conseguimos sair à tempo e com vida. Estava tudo bem.

  

   Gale mandou bombas incendiárias destruírem as vilas dos vitoriosos de todos os distritos, segundo Haymitch. A nossa sorte foi que todas as nossas coisas estavam empacotadas, menos os móveis de grande porte (camas, sofás, mesas, geladeiras,...). Todos os vitoriosos já haviam fugido com dois dias de antecedência

   Depois de meia hora se desintoxicando, vamos para nossas pequenas cabines de dupla. Meu colega de quarto é obviamente Peeta.

   Para aliviar todas as sensações extremas das últimas horas, decido dormir, sem trocar uma única palavra com as pessoas. Só caio na cama e literalmente desmaio de cansaço.

   Acordo muito tempo depois abraçada com Peeta. Ele afagava meus cabelos com a mesma suavidade de um pincel pintando uma tela. Permaneço nesse abraço, ainda acordada mas fingindo que dormia para que ele não parasse.

-Acordou? - ele pergunta.

-Eu finjo tão mal assim? - eu levanto a cabeça e a apoio em seu peito largo.

-Finge. Eu percebi que você acordou há cinco minutos atrás. Mas você dormiu muito.

-E você dormiu?

-Não, eu ainda estava agitado pela confusão do incêndio. - repenso tudo o que aconteceu ontem à noite: desde a discussão com Johanna até a minha desistência em atravessar o campo minado que minha própria casa havia virado.

-Falando nisso, me desculpe por fazer você me carregar ontem. Eu devia ter persistido... - ele me interrompe com o dedo indicador.

-Aquilo não foi nada. Sua mãe me disse para te carregar desde que você havia pulado da escada. Mas eu tinha que encontrar um caminho que não estivesse completamente incendiado.

-Mesmo assim...

-Você é levíssima Katniss, não foi esforço nenhum de levar! - nós dois rimos com o seu comentário.

-Pra quem levanta 45k de farinha, eu realmente devo ser uma pluma... - digo irônica.

   Dou uma olhada em nossa cabine: duas camas de solteiro (que Peeta uniu para dormirmos juntos), duas poltronas, uma cômoda e uma mesa. Em cima dessa mesa havia uma prancheta com muitas folhas de papel.

   Me levanto para observar melhor o que há na prancheta e me deparo com apenas alguns rabiscos na capa. Olhos, narizes, flores, efeitos de sombreamento, e etc.

-Pelo visto você ficou ocupado enquanto eu dormia. - digo folheando todos os rascunhos quando me deparo com alguns desenhos mais objetivos. Ele partiu a folha em oito partes. Havia desenhado em três. Uma parte era uma imagem minha no jantar, fuzilando Johanna com os olhos. A outra era minha também, com os olhos iluminados pelas chamas que consumiam a escada de minha antiga casa. E finalmente, a terceira parte era novamente um desenho meu, só que estava dormindo. -O que é isso?

-Isso é um registro. - ele diz coçando a cabeça indeciso. -E... eu tenho feito isso durante os últimos três anos, se quiser saber...

-Você por acaso, fez da arena também? - pergunto com raiva. -Se fez, deveria apagar cada um desses quadrinhos! Porque você faz isso?

-Antes era só para desenhar você. Mas depois, os meus médicos usaram-os  para que caso eu tivesse uma recaída, eu me lembrasse da verdade. - suas palavras me calam e eu me sinto culpada. Ele vai até a bolsa e tira um envelope com três folhas. Uma tem algumas imagens dos nossos jogos, a segunda tem as imagens do massacre e a terceira tem as imagens do telessequestro e da revolução.

-Me desculpe, eu nem tinha noção do quanto você precisava disso!

-Tudo bem, eu escondo esses papéis para que você não tenha mais lembranças sobre esse tempo. - ele se cala me avaliando. -Eu juro que tentei esconder. Eu não queria que você voltasse a se lembrar depois de tudo o que nós fizemos para esquecer,...

   Antes de dizer qualquer coisa, eu o abraço. Deixo-o enterrar o rosto em meu ombro e acaricio seus cabelos dourados. Ele beija meu ombro e se separa do abraço. Penso em algo para dizet que o deixe mais animado e o faça esquecer dos problemas que o atormentam.

-Eu posso te ver desenhar? - pergunto ainda inebriada com os olhos azuis brilhantes que me enchiam de calmaria. Essas íris se iluminam com a minha ideia.

-Claro! Venha!

   Ele me senta em uma poltrona e então arruma a minha pose. Ponho as pernas de lado e em cima da poltrona, apoio o rosto em minha mão esquerda, ele abre um pouco a minha camiseta de mangas compridas para exibir meus ombros. Antes de se sentar, ele passa meus cabelos para o lado oposto ao que meu rosto encontra a mão e o modula em ondas suaves.

   Depois de tudo pronto, ele se senta na cadeira e arruma a prancheta. Permaneço parada por uma hora, observando-o concentrado. Era indescritível vê-lo desse jeito. Seu efeito sobre mim era o mesmo causado por morfináceos, me deixava calma quando tudo a minha volta parecia desmoronar.

-Pronto. Venha ver! - ele estende a mão para que eu me levante e observe o desenho. Era perfeito! Cada fio de cabelo meu era detalhado, os ombros expostos e até os detalhes da poltrona eram impecavelmente caracterizados. Eu passo os braços por cima de seus ombros e fico observando o meu retrato feito por ele.

   Depois de ficar admirando o desenho, Peeta me puxa para seu colo e ficamos sentados na mesma poltrona.

-Vou esperar nosso filho para encaixa-lo no desenho, tudo bem? - assinto com a cabeça.

-Se for uma menina - começo a dizer - de que nome você gosta?

-Eu gosto muito do seu. - ele diz me deixando corada. -Mas poderia se chamar Prim.

-Não. - eu abomino totalmente a ideia de dar o nome de um falecido a uma criança tão inocente e alegre. -Não gostaria de lembrar dela toda vez que chamar minha filha. Seria muito doloroso, acho que Prim entenderia.

-Tudo bem, mas podemos seguir a tradição e dar o nome de um vegetal. O que acha?

-Por mim tudo bem, desde que você não chame a minha filha de Cenoura ou Rosa...

-Não - ele ri. -Um nome mais bonito!

-Vou pensar em alguma coisa. - digo. -E se for um menino? - ele faz uma careta bem engraçada.

-Não vamos dar o nome de uma planta para um menino.

-Tem razão, você escolhe o nome se for menino. - ele dá um beijo na ponta do meu nariz.

-E você escolhe o nome se for menina.

   Continuamos sentados na poltrona, conversando quando minha mãe chega correndo e bate na porta envidraçada. Eu abro a porta e ela fala rapidamente.

-Bom dia queridos! Nós vamos nos reunir na sala de estar para ver o jornal daqui há vinte minutos. Se apressem!

-Tudo bem mãe, nós já vamos.

   Quando ela sai da porta, eu a tranco e fecho a persiana que fica ao lado dela. Corro até a minha mala e ponho uma calça, uma camisa e uma bota ugg (para me sentir confortável). Antes de tirar a camisa olho para Peeta.

-Você se incomoda de virar? Não gosto que veja a minha pele...

-Por que? Eu já a vi várias vezes, não precisa se intimidar. - ele diz sentado na poltrona e revirando a mala atrás de um tênis.

-Está na lateral, junto com as meias. 

-Obrigada.

-A única coisa que não gosto em mim é essa pele de retalhos. A maior parte do meu corpo praticamente não é minha! 

-Prefiro você cheia de retalhos do que você carbonizada. - ele me olha sério. -Não precisa se preocupar com isso, você é linda. E ainda bem que você não sabe o que eu fiz quando disseram que você tinha pego fogo. - penso um pouco e decido que não quero mesmo saber, por que posso acabar chorando.

-Você estava com Cressida, não estava? - ele tenta se lembrar.

-Sim, mas você não estava com Gale.

-Ele foi pego por pacificadores. E eu fui para o círculo, vi minha irmã morrer diante dos meus olhos e fiquei em chamas. - digo com a voz trêmula. Droga, eu vou acabar chorando de qualquer jeito! - penso.

-Não chora. - ele me abraça fortemente, me embalando em seus braços. -Nós vamos esquecer isso, tudo bem?

-Não se esquece isso, Peeta. É só me olhar no espelho que tudo volta.

-Então, na próxima vez que se olhar no espelho, pense que tem uma pessoa aí dentro que está sofrendo com você e te ama muito.

   Consigo montar um sorriso tímido e contenho as lágrimas que teimam em fugir de meus olhos. Logo depois esqueço de tudo e me envolvo no abraço de Peeta.

-Vamos? - ele me pergunta já me guiando para a porta.

-Vamos.

   Na sala de estar, todos estão sérios e cansados. Effie está sem seu brilho típico da Capital, o que parece deixá-la triste. Haymitch está obviamente bêbado e estamos todos esperando Annie voltar com Felix.

   O jornal das dez começa com a reportagem principal:

“Revoltosos destroem todas as vilas dos vitoriosos e matam quinze moradores no total.”

   Olho para Peeta e para todos na sala. Estamos realmente confusos, já que estamos bem vivos aqui e agora. O repórter aparece ao lado de um Caesar Flickerman emocionado, com cabelos e terno avermelhados.

“-Bem Caesar, sabe por que estamos aqui?

-Infelizmente sim, Jurius. Ontem à noite perdemos quinze vidas importantes na história de Panem. Os rebeldes liderados por Cartenia Snow e Gale Hawthorne bombardearam todas as vilas dos vitoriosos em todos os distritos. Corpos carbonizados foram encontrados em toda a parte. Aqui vai  a lista dos nomes de todas as vítimas do atentado.”

   Na lista, o primeiro nome a aparecer é o de Annie. E logo depois aparecem o de todos nós. Isso significa que, em Panem, estamos definitivamente mortos.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Legal? Decente? Bom? Aguardo os comentários! E reavisando que só há o que esperar da história no sábado! Queria agradecer à:
GabrielaF6
GabsSalvatore1862
KatnissPeeta4ever
Hayley Mellark Chase Potter
LuliLovato
JuhHG
Beli
Thainas2
Pelos comentários! Eu realmente amei tudo o que disseram e que me ajudou muito a continuar escrevendo a fic (me motivou a ficar até 00:30 escrevendo para receber os seus maravilhosos comentários). Enfim, muito obrigada mesmo e desculpe não poder postar amanhã!