Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 4
O início


Notas iniciais do capítulo

Desculpa não ter postado antes, eu estava muito enrolada com o dever de casa. Aproveitem o capítulo



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   Mais um mês se passou e finalmente recebemos o nosso aerodeslizador para mudanças. A única coisa que aconteceu neste último mês foi o fato de minha vida virar uma rotina: acordar com Peeta, empacotar meus objetos pessoais com ele e depois se deitar com ele novamente. Para quebrar essa rotina, quando finalizo uma caixa, eu saio de casa e vou até a antiga casa de Peeta (agora ocupada por Annie e Johanna).

   Atravesso a rua e bato na porta da casa. Annie a abre e me saúda.

-Oi Katniss! - ela diz.

-Oi Annie, eu acabei de fechar os últimos pacotes lá de casa então pensei em vir aqui conversar com vocês. Posso entrar?

-Claro, estamos brincando com Felix no meu quarto!

   Subo as escadas atrás dela e ao entrar no quarto encontro uma cena rara, digna de gravação: Johanna Mason brincando e sorrindo com o pequeno bebê loiro, que engatinhava lentamente até ela. Este era Felix, filho de Annie Cresta e Finnick Odair.

-Como vai esse meninão? -pergunto tomando-o em meus braços e depositando um beijo em suas bochechas roliças. -Quantos meses ele tem Annie?

-Cinco meses e meio.

-Nossa, ele está enorme! 

   Sentamo-nos na cama e passamos a manhã inteira conversando sobre o pequeno Felix. Um assunto leva à outro e em pouco tempo estamos falando sobre a minha gravidez

-Eu quero que as duas me garantam que estarão ao meu lado na hora do parto! - Johanna ri de meu pedido. Eu e Annie a fitamos confusas. -Do que está rindo?

-Se Peeta nos deixar entrar lá, não é? - debocha Johanna. -Ele é muito protetor! 

-Johanna, é só amor! - Annie entra em minha defesa. -Aposto que quando encontrar alguém especial se sentirá do mesmo jeito! -  eu concordo com a cabeça.

-Acho difícil. Meus gráficos pessoais revelam que eu sou biologicamente incapaz de permancer com o mesmo homem por mais de um dia.

-Johanna, essa desculpa já está ultrapassada. Eu também podia jurar que era biologicamente incapaz de engravidar e olha a minha situação!

-Eu não tenho vontade de entrar em um relacionamento sério. Pra mim um beijo equivale a mais de mil palavras. Incluindo as palavras “Oi” e “Tchau”. E de vez em quando engloba a frase “Adorei te conhecer!”

   Ouço um pequeno alarme tocar e então Annie tira do bolso do short um pequeno dispositivo eletrônico que presumo ser invenção de Beetee.

-Hora do Felix papar! - Annie diz com uma voz infantil e alegre que contagia Felix. Eu sigo-a até a cozinha e aprecio Annie cuidar de seu filho, buscando guardar cada detalhe de sua experiência como mãe para posteriormente usá-la.

-Annie, eu vou comer lá em casa e já volto. Tudo bem?

-Tudo, depois chama o Peeta! Quero conversar com vocês dois!

-Tudo bem.Tchau!

   Fecho a porta da casa e ando até a minha casa novamente. No final da rua está estacionado um enorme aerodeslizador. Nele, Peeta, Haymitch, Beetee, Sr. Luxor e alguns operários que vieram da ilha Vitória ajudam a carregar os móveis até o depósito interno do veículo. Chamo Peeta para almoçar e nos sentamos na cozinha para comer lasanha.

-Como estão indo? - eu pergunto.

-Bem. Só falta a comida para os quatro dias e o resto das bebidas de Haymitch.

-Annie queria falar conosco. - me levanto e vou até a pia para deixar a louça. -E minha mãe chega hoje, daqui há duas horas eu acho.

-Quer que eu fique de olho na rua enquanto você fica na casa delas?

-Pode ser... - sinto uma tontura violenta se aproximando e fazendo minha cabeça girar. Aos poucos vou me sentando no chão, aliviando a fraqueza que (em consequência da desorientação)domina minhas pernas. Peeta se abaixa e fica ao meu lado. Ele me dá a mão como sempre, mas não tenho forças para aperta-la. Estou muito trêmula.

-Kat, o que houve?

-Eu estou com uma fraqueza passageira. 

-Tem certeza que ainda quer ir à casa delas?

-Tenho. Pode pegar aquele suco de maçã na geladeira, por favor?

-Tá bom, senta aqui. - ele me ajuda a levantar e me senta na cadeira. Quando ele traz o copo cheio, eu tomo-o inteiro em um único gole. -Melhorou?

-Muito, obrigada. - lhe agradeço com um beijo. -Eu acho que já dá para voltar para a casa delas. Você vem comigo?

-Eu passo lá mais tarde. Quando a sua mãe chegar eu aviso. - há algo estranho acontecendo com ele. Eu olho em seus olhos e os vejo negros, pertubados.

-Está tudo bem Peeta?

-Eu tenho que resolver uma coisa lá em cima. - ele diz tentando desviar do assunto. Ele me deixa na cozinha e sobe as escadas apressadamente. Com toda certeza há algo errado com ele e provavelmente ele não consegue resolver isso sozinho.

   Eu saio de casa e olho para trás. Observo-a quase vazia e sinto a saudade batendo antecipadamente. Subo os olhos até a janela do andar de cima e o vejo sentado com as costas viradas para o vidro. Eu tenho que descobrir o que está acontecendo com ele. Provavelmente ele precisa de ajuda! - penso. Olho pela janela da cozinha da casa de Annie e vejo que Johanna ainda está almoçando. Tudo bem, enquanto ela termina de almoçar, vá ajudar seu noivo! - penso novamente.

   Eu entro em casa e subo as escadas lentamente. Já no andar de cima eu abro a porta de nosso quarto e ele não está mais lá. Abro todas as portas começando a me sentir desesperada. Mantenha a calma - ouço a voz de minha mãe em minha cabeça quando eu falei com ela por telefone. Pense que o nervosismo também afeta o bebê.

  

   Eu abro a porta do escritório e o vejo algemado, com os punhos apertando-se contra o ferro e arrancando pedaços de sua pele. Ponho a mão na boca para conter um possível grito. Ele estava tendo um flashback.

   Seus olhos furiosos me encaram e sua face expressa ódio. Ele se levanta e se dirige à mim, mas sinto que não consigo me mover. Quando sinto que sua aproximação começa a ficar perigosa, eu ponho as mãos delicadamente em seu peito, o afastando. De nada adianta pois ao notar minhas mãos trêmulas contra sua camisa, ele agarra meus punhos com força ignorando a contenção das algemas. Mesmo me assustando, eu relaxo cada músculo do meu corpo e repito mentalmente que tudo ficará bem.

-Você matou a minha família?! - ele pergunta ameaçador. -Você destruiu minha casa!

-Peeta, fique calmo! Tente se lembrar... - ele subitamente larga meus pulsos e aperta meu pescoço. Mantenha a calma - repito internamente e continuo relaxada. Fecho os olhos com força e tento pensar em algo para fazê-lo voltar a si.

   Tenho uma ideia! Retiro cautelosamente a aliança de meu dedo e a ergo bem no meio de sua vista. Ele olha por um tempo o objeto em minhas mãos, mas não solta o aperto férreo em volta de meu pescoço. Quando começo a sentir a falta de ar, acidentalmente deixo a aliança cair de meus dedos e começo a me entregar à inconsciência.

-Katniss? Você está em casa? - ouço a voz de minha mãe vindo do andar de baixo. Um sopro de esperança me preenche e então, usando a única força que tenho acumulada, eu chuto a aliança em direção à escada.

-Tring tring.... tringtringtring - ouço a jóia caindo aos poucos e batendo em quase todos os degraus da escada.

   Dessa vez não resisto à falta de ar e começo a ficar inconsciente, mas considero tudo apenas um cochilo. Mantendo a calma. Logo logo eu e meu filho vamos acordar e ver seu pai bem novamente. 


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Notas finais do capítulo

E aí? Como ficou? estou aguardando os comentários!