Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 24
O esforço


Notas iniciais do capítulo

Oi! Desculpe a demora (de novo) mas eu realmente não sabia como descrever as cenas do capítulo que acabou levando um tempão de pesquisa, um tempão de escrita... Bem, o resto eu digo lá embaixo! Leiam logo, pelo amor de deus!



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7 meses depois...

   Primeiro dia da primavera. Minha barriga gigante cobre até a visão dos meus pés. Dandelion estava me dando um trabalho danado, e à Peeta, e à Annie, e à Tarea, e à um grande grupo de pessoas que concordavam em tomar conta de mim enquanto Peeta estava trabalhando (à contragosto).

   Minha rotina mais uma vez se tornara repetitiva. Antes eu trabalhava no caixa e nas encomendas da padaria, agora eu vou da cama para o banheiro, da cama para a cozinha ou da cama para o sofá.

   Dandelion podia nascer a qualquer momento, o que me a apavorava. Tarea deu algumas dicas para acelerar esse processo como ingerir pimenta, dar longas caminhadas, olho de girassol e até soros ricos em ocitocina.

   Não disse para ninguém ainda, mas estou completamente aterrorizada com o parto. Annie não ajudou muito nesse quesito pois disse que o parto era como passar uma bola de boliche por um anel. Ah, também me contou algumas doenças relacionadas ao parto como eclâmpsia e eritoblastose fetal. Muito obrigado mesmo Annie...

   Neste exato momento eu estou no sofá da sala assistindo TV e acariciando a minha barriga. Por causa do peso, minhas costas estavam me acabando. Já estava tarde, eram sete e meia da noite e Peeta estava na cozinha preparando uma sopa para nós dois.

   Fui surpreendida com o toque da campainha e me levantei sofregamente para atender a porta. Annie me mandou voltar a sentar e abriu a porta para mim.

   As pessoas entraram e atravessaram o corredor com caixas e mais caixas de presentes. Não conti o sorriso ao ver Madge, Johanna, Lyra, Irene, Devor, Forks, Effie e Haymitch correndo até mim, cumprimentando-me com beijos e abraços. Peeta saiu da cozinha e também foi cumprimentado, mas logo adentrou a cozinha para terminar a comida.

–Haymitch, o que faz sozinho com as meninas há essa hora? - pergunto maliciosamente.

–Nada que mereça esse sorriso, Docinho. - ele retruca.

–Eu sei que você não estava muito afim de um chá de bebê, mas é quase um crime dispensar esse tipo de festa! - Annie esbraveja animada.

–Obrigada meninas! E Haymitch... Então, como estão de vida? Não nos vemos a semanas! Talvez meses! - pergunto a todos.

–Estudar, estudar e algumas vezes... Estudar! - Madge responde. Devor e Forks assentem. -Eu faço administração enquanto as duas aqui - ela aponta para as amigas ao lado - fazem medicina.

–Estamos no segundo ano. - Devor adicionou.

–Que ótimo! Eu provavelmente não sei nada sobre medicina, mas estou muito feliz por vocês. - digo. -Lyra, como vai o Taran?

–Trabalhando com a sua mãe. Ele passa o dia inteiro no hospital e nas férias semanais eu vou para a casa dele. - ela me responde.


–Isso é bem legal. Er... Irene! Como vai o restaurante dos seus pais?

–Em obras, pois eles estão reformando a decoração.

–Legal. Vamos aos presentes? - Effie propõe já que sua provável previsão fosse de que eu iria conversar até as altas horas da noite.

   Madge me entrega a enorme caixa rosa que ela carregava com dificuldade. O laçarote vermelho finalizava os detalhes super chamativos do presente.

–O meu vai primeiro, já que a madrinha tem preferência! -Madge diz animada.

–Tudo bem. - desenlaço as faixas e rasgo o papel rosa bebê. Dentro há um berço móvel de ferro com muitos botões idêntico ao de Annie. -Madge! Esse berço deve ter custado uma fortuna!

–Foi a fortuna mais bem gasta da minha vida! Esse berço tem várias funções: ele vira um berço fixo, móvel, pode encaixar as rodinhas, tem abafador sonoro... Eu me preocupo muito com a minha afilhada!

–Você é um anjo! Obrigada. - dou um abraço apertado nela comprimindo a minha barriga fazendo-a doer um pouco.

–Como padrinho, o meu é o próximo! - Haymitch declara com a voz embargada por conta da bebida. -Toma aqui e abre logo.

   Pego e abro o embrulho rapidamente. Era um pacote bem grande de fraldas dentro de uma caixa de madeira decorada. Com pontos verdes e laranjas, a caixa tinha um ar infantil e meigo. Com certeza Haymitch não escolheria algo tão adequado...

–Quem escolheu isso Haymitch? - pergunto analisando a caixa.

–Foi a Effie. Não consegui encontrar nada legal para dar a Docinho Jr. então dei o dinheiro para a Effie comprar para mim.

–Como eu não pensei nisso antes... - murmuro risonha.

–Er... Katniss, nós compramos o presente em dupla porque não sabíamos o que comprar. -Lyra diz. -Por isso no cartão está escrito 'de Lyra, Irene e Taran'. Esperamos que goste.

   Lyra estende a caixa mediana em minha direção e eu a alcanço com dores na barriga que cresciam gradualmente. Rasgo o papel brutalmente e encaro a caixa fechada. Abro e encontro várias roupas de bebê dobradas e empilhadas.

–Obrigada! É tão meigo. - agradeço.

–Não é nada. Inicialmente queríamos... - Irene começa a dizer mas não escuto as próximas palavras pois me concentro em uma dor forte em meu ventre, que se desenvolveu daquela dor em minha barriga . -Katniss, está tudo bem?

   Provavelmente a minha careta de dor a assustou. Sinto o líquido fluir pelas pernas e silenciosamente eu peço ajuda a quem estiver escutando. Agora sei o que está acontecendo...

–Ah meu deus, a bolsa rompeu! - Madge exclamou assustada. -
Haymitch vá agora chamar o Peeta! - ela se ajoelha ao lado da minha poltrona e segura a minha mão enquanto tira os cabelos do meu rosto. Já estava suando frio de tanta dor. E, para finalizar, o frenesi começou:

–Vamos levá-la para o hospital! - Effie sugere.

–É muito longe, deve nascer antes. - Forks corrige-a.

–A sua mãe já chegou? - Madge pergunta.

–Não, ela só... Volta mais tarde. - respondo com a voz entrecortada.

–O que a gente vai fazer? - Lyra se desespera. -Eu vou ligar para a sua mãe. - ela corre para a cozinha de onde saem Haymitch e Peeta.

–Me desculpem, mas eu vou embora. É tensão demais para mim. Me liguem quando a criança sair. - Johanna deixa a sala calmamente mas visivelmente perturbada.

–Calma Katniss, eu estou aqui. - Peeta vem até mim e me dá um beijo. Me distraio observando uma discussão profissional entre Devor e Forks, então me lembro que elas são praticamente médicas!

–Katniss, a sua mãe vai demorar uma hora para chegar e ela está vindo com o Taran. - Lyra vem até a sala com o telefone em mãos. -Ela disse para você tomar um soro... Alguma coisa assim.

–Vem cá. Vamos lá para cima para você ficar mais confortável. - Peeta diz. Ele me pega no colo e sobe até o nosso quarto, me depositando calmamente na cama. Antes ele me ajuda a vestir um vestido amarelo que fica soltinho em mim e é mil vezes mais confortável que o moletom que eu estava vestindo.

   Agora eu estou deitada na cama, encharcada de suor, agarrada à mão de Peeta e esperando a minha mãe chegar. As contrações começaram a ficarem constantes e fortes, junto aos meus urros de dor. Não conseguirei esperar a minha mãe chegar.

–Katniss, sua mãe não chegará a tempo então nós teremos que fazer o parto. - Devor diz. -Não se preocupe, já sabemos o que fazer! Espere um pouco. Forks pegue o que precisamos!

   Devor entra no banheiro, corta as unhas, prende os cabelos em um coque alto e lava as mãos com muito sabão. Forks traz uma bacia com água, uma tesoura, toalhas e duas seringas.


–Katniss, presta a atenção. Isso aqui - ela levanta a primeira seringa - é uma anestesia da sua mãe. Já verifiquei e você pode usar. E isso aqui - ela levanta a outra - é um soro rico em ocitocina que vai acelerar o processo. Ela já está com dilatação?

–Sim. - Devor responde enquanto massageia a minha barriga.

–Está pronta? - Peeta pergunta.

–Sim. - respondo com pouca convicção. Forks aplica as duas injeções em mim e eu me sinto um pouco melhor em relação a dor até sentir as contrações mais fortes. Com certeza um efeito da ocitocina.

   As meninas cobrem as minhas pernas com um lençol e as flexionam para facilitar o trabalho. A cada contraçã, elas pedem para que eu faça força. Não posso sentir o que fazem, mas as contrações fortes e a força que utilizo para empurrá-la para fora começam a deixar a minha visão turva. Sentindo meu aperto férreo diminuir, Peeta se põe em alerta.

–Katniss, fique acordada. - Peeta diz junto ao meu ouvido.

–Eu não consigo Peeta, me desculpe. - digo com os olhos alagados.

–Já estamos acabando Katniss. Não desista agora! - Forks me incentiva.

–Por favor, eu não aguento isso! - imploro.

–Vamos Katniss, eu estou aqui com você! Vamos! - Peeta incentiva.

   Permaneço um tempo áerea pensando em muitas coisas que não tinham relação com o que acontecia agora. Primeiro eu tentei me tranquilizar pensando na floresta, na época em que Gale e eu caçávamos todos os dias e depois entregávamos os morangos para Madge quando achávamos. Lembro-me da colheita e me lembro principalmente de Prim... Não percebo mas estou lentamente fechando os olhos.

–Katniss acorde! Como consegue dormir em uma hora dessas? - Peeta diz tentando me divertir um pouco.

–Se estivesse em meu lugar, você entenderia. - digo em resposta à sua brincadeira.

   Continuo me esforçando para passar só a cabeça de Dandelion, mas começo a imaginar que é um esforço inútil, já que por mais que eu me esforçasse, não conseguia resultado. Por um momento eu pensei em desistir, mas lembro-me de quando descobri que estava grávida:

"-Como assim? Katniss, é uma nova fase, vamos começar uma família! - seu tom de voz começa a mudar para desespero. -Por mim! Por favor Katniss, não me negue uma nova família! - ele diz deixando escorrer milhares de lágrimas de seus olhos. Aqueles olhos me derrotam, sem mesmo cogitar em mudar a opinião."

–Katniss, última vez. Ponha força! - Devor ordena.

   Seguro a mão de Peeta com mais força e, assim como ela mandou, pus muita força no empurrão que tirou a cabeça dela de mim. Respirando com dificuldade, eu finalmente consegui relaxar. As meninas conseguiram puxar Dandelion e eu podia ouvir o seu chorinho ecoando pelo cômodo.

   Pude jurar que nunca, nem mesmo nos meus dias de menina, eu fiquei tão feliz. Forks cautelosamente a lava em meu banheiro e a enrola em uma toalha. Sinto as lágrimas descendo pelo meu rosto enquanto descanso os olhos. Só os abro quando sinto a pequena bebê repousar-se em meu colo. Peeta vem para o meu lado e eu consigo ver as meninas deixando o quarto.

–Meninas! - chamo-as e ela apenas viram a cabeça. -Obrigada. Muito obrigada.

–Não foi nada. Ficamos felizes por vocês! Ah, considere isso um presente. Não compramos nada para o chá de bebê. - Devor nos responde e desce as escadas. Eu lhes direciono um sorriso como se a resposta fosse um pouco óbvia, já que elas me deram o bebê!

   Volto-me para a menininha em meu colo. Minha filha. Minha Dandelion. O primeiro dente-de-leão da primavera.

–Ela é linda. - Peeta diz comovido enquanto acaricia seus cabelos ralos. -E se parece com você.

–Mas tem os seus olhos. Veja! - Dandelion já havia aberto os olhos que ainda eram negros, mas o contorno das pálpebras e sobrancelhas eram de feições idênticas as de Peeta.

   Permanecemos em silêncio e pela primeira vez eu amamento Dandelion. Ajusto sua posição em meu colo e contorno suas feições com os dedos, como Peeta faz comigo, apenas guardando cada detalhe. Depois de quase meia hora com a minha nova família, minha mãe e Madge entram no quarto. Minha mãe deixa a maleta na cadeira e vem até a cama para ver Dandelion.

–Querida, me desculpe! Tive que arrastar o Taran até aqui, porque ele estava cuidando de um paciente. As meninas fizeram tudo direito? Esterilizaram? Verificaram a anestesia? - ela diz exaltada.

–Com licença Sra. Everdeen mas Devor e Forks são de minha confiança. - Madge diz indignada.

–Mas ainda estão no segundo ano de medicina!

–Atender situações emergenciais como essa se aprendem no primeiro ano!

–Parem vocês duas! Vão assustar a minha filha! - Peeta ri da discussão das duas.

–Desculpa. - dizem as duas e se aproximam.

–Acho que podemos usar o meu presente agora... - minha mãe começa a dizer.

–Que presente? - pergunto.

–A banheira de bebê.

-Ok, mas eu estou cansada... digo. Realmente, não consigo mover um músculo.

-Então eu e Madge damos banho nela, aqui mesmo na cama, enquanto você descansa. Peeta, querido, pode trazer alguma coisa para ela comer? - minha mãe indica-me.

-Claro Sra. Everdeen. - ele vem até mim e beija a minha testa. Depois, ele sai do quarto enquanto as duas forram a cama com toalhas e mais toalhas para acomodar a banheira. Minha mãe traz agua morna do banheiro e despeja cuidadosamente na banheira. 

   Eu levo a mão até o rostinho da minha filha e acaricio-o. Ela levanta as mãos e agarra dois dedos sacudindo-os desajeitadamente enquanto ria. Era tamanha graciosidade para alguma coisa tão pequena. 

   Minha mãe tomou Dandelion de meus braços com relutância. Observei o trabalho delas ainda da cama até Peeta chegar com uma bandeja de comida que não hesitei em demorar mais de cinco minutos para acabar de comer.

   Quando acabam, Madge monta o berço ao lado da minha cama, para que eu a vigie durante a noite. Elas a vestem com fralda e macacão para logo deitarem-na no berço.


   Para a minha surpresa, Johanna aparece quando estamos os quatro em volta do berço. Ela se aproxima com a respiração acelerada.

–Podemos conversar à sós? - pergunto para Peeta enquanto direciono meu olhar para Johanna.

–Claro. Vamos meninas. - os três saem deixando apenas eu, Johanna e Dandelion no quarto. Ela se aproxima lentamente do berço e observa minha filha com carinho.

–Ela se parece com você. - Johanna diz depois de um tempo em silêncio. -Me desculpe por sair assim, eu fiquei me lembrando de quando...

–De quando o Harley nasceu? - pergunto. Ela assente com a cabeça enquanto lágrimas escapam dos seus olhos. Euu a consolo com um abraço. -Eu sinto muito.

–Tudo bem, já faz muito tempo mesmo... Eu fico feliz por vocês.

–Quer segurá-la?

–Não, eu já perdi o jeito...

–Que nada! Venha! - eu ergo Dandelion (que pelo visto estava agitada) e a deposito nos braços de Johanna. Ela segura a minha filha com agilidade e a nina carinhosamente. -Viu, você não perdeu o jeito! Só precisa de alguém que te lembre o que é ser mãe, Johanna.

–Na verdade, eu ia jantar com um dos gerentes da madereira hoje, mas não resisti, tinha que vê-la! - ela acena com a cabeça para a Dandelion.

–Então você vem amanhã. Vá agora jantar com o... - indico para que ela diga o nome.

–Lunos.

–Isso! Agora vá jantar com o Lunos! - ela me entrega Dandelion e antes de sair do quarto ela me abraça, o que é estranho.

–Obrigada Katniss.

–De nada Johanna.

Antes que ela saia, o meu quarto é invadido pelas meninas que estavam super ansiosas para ver a Dandelion. Pelo visto a noite seria longa...


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Notas finais do capítulo

Então? Não resisti e adiantei logo para o parto... Eu queria agradecer a vocês leitores, porque essa semana eu estava me lembrando de antes de escrever a história, eu escrevia nas notas do iPad e implorava para alguém ler! Hoje eu tenho muitos leitores e nunca imaginei que teria tanto sucesso assim! Eu escrevia como passatempo e hoje eu escrevo para uns 52 leitores que eu A-D-O-R-O!
Queria informar que eu lancei aquela história de realidade alternativa no Nyah, só que não teve um resultado tão positivo... Se chama "The Rio Games" e eu pretendo escrever com uma amiga minha que escreveu uma fic super lida aqui no Nyha (que é de Percy Jackson, mas ela leu Jogos Vorazes) que se chama "By My Side".
Falando agora de uma besteira mesmo, alguém recomenda alguma música para eu baixar, porque eu não tenho lembrado de nenhuma música e isso me irrita profundamente... Ah, mensagem exclusiva para Isabel L : "Como se toma Coca-Cola com Halls?". Eu li um review seu que você disse isso e eu morri de rir! Super legal...
ATENÇÃO, A PARTE EM NEGRITO FOI A PARTE QUE EU SUBSTITUI ONTEM, PORQUE FICOU TOTALMENTE SEM SENTIDO (OBRIGADA PELO ALERTA LEITOR 'CELEGUEDES', VOCÊ LITERALMENTE ME SALVOU!).
Bem, até o próximo capítulo! Já estou com um bolo de ideias para os próximos capítulos!