Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 22
A doutora


Notas iniciais do capítulo

Oi! Queria agradecer do fundo do meu coração por todos os reviews maravilhosos que vocês deixam e especialmente ao NarutiPotter que foi super sincero em relação aos capítulos e me ajudo a dar uma melhorada nos capítulos (eu acho). Sem mais delongas, o capítulo:



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O olhar daqueles homens expressava tanto desejo de vingança que meus pelos da nuca se eriçaram. Eu comecei a temer algo, não por mim, mas por Peeta e pelo meu filho. Semicerrei os olhos quando fiz um contato visual com Rodoni, retribuindo a ameaça.

Peeta se aproximou e enlaçou minha cintura com um braço, enquanto o outro ocupava acariciando meus cabelos. Made se despediu de nós dois porque estava atrasada para estudar com a Devor.

Depois que a guarda da Alla foi embora, só restamos eu e Peeta na rua com outros pedestres desconhecidos que não se importavam com a nossa presença.

-Você quer ir para casa? - pergunto a ele.

-Eu queria ir ao hospital para ver aquela médica sabe... Aproveito e dou uma olhada nos estragos que aquele cara fez no meu rosto.

-O que acha de avisarmos a Annie e depois irmos?

-Tudo bem.

Permanecemos em silêncio apenas abraçados na calçada deserta.

-Quem você prefere escolher para ser madrinha e padrinho do nosso filho? - ele pergunta e beija o topo da minha cabeça. Bufo e viro minha cabeça para cima mostrando a minha expressão de desagrado total para ele.

-Ah Peeta, essa pergunta é difícil... Por que quer saber disso agora?

-Temos que resolver logo para não gerar confusão mais tarde.

-É verdade. O que acha de almoçarmos e conversarmos sobre isso? Sabe que eu já estou com fome, o bebê não me dá descanso!

Peeta solta uma risada deliciada e toca meus lábios rapidamente com os dele. Faço questão de endireitar uma mecha de seu cabelo que caia em seus olhos.

-Tudo bem. Não vou deixar os meus amores com fome!

Andamos até um pequeno restaurante com comida do Distrito 11. Era pouco iluminado e os móveis em geral eram de madeira com pinturas delicadas. Haviam várias videiras na entrada onde duas atendentes sorridentes que nos levaram a uma mesa no fundo do restaurante.

Irene havia nos recomendado o lugar, aliás, o restaurante é dos pais dela e se chama L' Lurger. A culinária é típica do Distrito 11 porque se você avaliar o cardápio, verá que a maioria dos pratos é constituído de legumes e verduras.

Por mais que eu evitasse, todos os detalhes da decoração interna do local me lembravam Rue, o que me deixava um pouco... Desconfortável. Peeta segura a minha mão e (sendo bom com as palavras como só ele é) começa a desenrolar um assunto para me distrair.

-Então, quem você gostaria que fossem os padrinhos do nosso filho? - ele pergunta acariciando a minha mão.

-Primeiro as madrinhas. As opções são: Annie, Johanna e Madge.

-Escolha difícil...

-E você ainda me pede para escolher! Vamos fazer o seguinte, eu te dou as opções e você escolhe. Combinado?

Se isso tira um peso dos seus ombros, tudo bem. Já tem muito com o que se preocupar.

-Com o que devo me preocupar? - questiono. Há algo que ele saiba e eu não sei? Não saber a resposta dessa pergunta me intriga.

-Acho que só o processo da gravidez é uma preocupação em geral, entende?

-Ah, claro...

-E as opções de padrinho? Até onde eu lembro são poucas.

-Só lembro de Haymitch. - digo. Analiso mentalmente outras possibilidades mas todas me levam à Gale. Eu penso nisso desde que o conheci, mas agora a opção é totalmente excluída.

-Então Haymitch será.

O garçom chega com sucos naturais para nós dois enquanto a comida não chega. Uma música começa e sinto um arrepio tremendo subir a minha espinha. Tudo começa com uma série de assobios, mas não era uma melodia qualquer que assobiavam, era a melodia de Rue. Olho para os lados desesperadamente quebrando o momento solene que havia se instalado entre eu e Peeta.

-Katniss, está tudo bem? - ele pergunta preocupado.

-Peeta... É ela... A música... É dela! - gaguejo enquanto sinto as lágrimas surgirem dos meus olhos. Haviam muitas pessoas no restaurante, mas eu consegui ser discreta e não atrair a atenção de ninguém.

-Dela? Dela quem? Katniss, se acalme e me conte! - ele ordena pacientemente.

-Rue. - sussurro.

Ele me compreende. Ele com certeza sabe o que eu sinto. Eu me sinto como uma assassina, e preferia morrer toda vez que me lembrava das pessoas que matei ou causei a morte indiretamente. Este sentimento não me abalava havia semanas, e agora voltava com força total. Foi como um susto: repentino e emocionante.

Aquele tipo de lembrança era como um dos surtos de Peeta, porém não havia comparação porque a dor que Peeta sente em relação as próprias lembranças é não ter distinção entre realidade e imaginação. A minha dor é saber que cada uma daquelas lembranças é verdadeira e não há um revertério para nenhuma delas.

Peeta pediu a conta e logo saímos do local.

-Peeta... - choramingo.

-Eu sei, eu sei. Vamos para casa, eu farei aqueles chocolates quentes com pãezinhos de queijo e...

-Não, não. Vamos à médica. - digo me recompondo.

-Katniss, não precisa ir hoje. Você não está bem. - ele limpa algumas lágrimas do meu rosto e me abraça. Não deixo de me aninhar em seus braços mas logo me retiro do êxtase temporário e volto ao meu foco principal.

-Eu estou bem Peeta. Vamos, eu quero ir à médica e ver o sexo do meu bebê.

-Tem certeza? Hoje o dia não foi muito bom. - porque ele ainda insiste?! Eu quero ver o sexo do meu bebê e ponto!

-Vamos logo, não adianta insistir! Eu vou rastejando se for necessário!

Ele ri da minha insistência e deposita um beijo em meus lábios. Não deixo de rir em meio ao beijo comemorando a minha vitória. Minutos de caminhada depois, eu e Peeta chegamos no carro e ele dirige até o hospital (que ficava há uns dez minutos de carro).

A portaria do hospital estava relativamente vazia. O serviço parecia promissor e apenas algumas pessoas doentes estavam no salão. Quando nos aproximamos do balcão, Peeta tira um cartão do bolso e entrega para a secretária ali presente. Ela pede que aguardemos alguns minutos para entrarmos na sala 26, onde a Dra. Micher nos aguarda.

Devo admitir que estava trêmula de ansiedade. A maioria das gravidas espera até o segundo trimestre para saber o sexo do bebê. Eu mal fiz dois meses de gravidez e agora tenho esse privilégio!

-Peeta. - chamo-o.

-Sim?

-Você ainda não disse as probabilidades de nomes que você pensou!

Nem vou dizer até sair o resultado.

-Tudo bem. - bufo. Sinceramente, odeio esse tipo de surpresa. Sim, porque querendo ou não aquilo era uma surpresa. Ele aguardaria até o último segundo então diria, e eu odeio isso.

Lembro-me de ter algo a fazer, então me solto dos braços de Peeta e vou até o telefone do corredor. Ligar para as pessoas aqui na ilha é bem fácil: apenas digite o código padrão da Alla (no meu caso, 04), se for algum serviço do CS o código é 1, se for alguma residência da vila é 2, então digite o número da construção. No momento, o número que digitei foi '04 1 547'. O telefone começou a chamar.

Enquanto aguardo, vejo que uma moça como eu saiu da sala 26 com os olhos radiantes. Ela era ruiva com os cabelos trançados, usava uma saia e uma camiseta. Ela percebeu a nossa presença e sussurrou um 'bom dia'. Em suas mãos havia um papel com milhares de palavras. Seria aquele uma espécie de resultado?

-'Alô?' - disse a voz no outro lado da linha.

-Oi, aqui é Katniss Everdeen, eu gostaria de falar com Irene Lurger. - digo.

-'Só um segundo.' - a menina no outro lado berra o nome da Irene e logo a mesma assume o telefone. -'Aqui é Irene Lurger, com quem estou falando?'

-Oi Irene, aqui é a Katniss Everdeen. Como vão as coisas por aí?

'Vão bem. E aí?'

Bem. Escute, eu acabei de sair do restaurante dos seus pais...

-'Então, gostou da comida?'

-Sim, eu gostei. Mas havia um detalhe que sinceramente me incomodou.

-'Diga.'

-Você sabe a melodia que a sua prima cantava durante os jogos? O nosso código?

-'Sei qual é. Mas ainda não entendi.'

-Por acaso aquela melodia era um trecho de uma canção maior?

-'Sim. Se chama Trabalhando Sob o Sol do Pomar. Eu sei ela inteira.'

-Pois então, essa canção começou a tocar no restaurante e eu me senti... Você entendeu.

-'Ah, claro... Me desculpe por isso! Eu vou falar com os meus pais. Mais alguma coisa?'

-Não, nada. Eu só queria saber se eu estava delirando ao ouvir a melodia durante umas canção ou se eu estava sã. Obrigada, tenha um bom dia.

-'Me desculpe mais uma vez, tenha um bom dia também!'

Desligo o telefone e volto a me sentar em um banco ao lado de Peeta. Alguns minutos se passam e então uma senhora sorridente abre a porta e nos pede para entrar.

-Boa tarde! Meu nome é Tarea Micher. Vocês devem ser Katniss Everdeen e Peeta Mellark, os amantes desafortunados do Distrito 12! - ela diz em um tom de voz meigo. Ela já era de idade avançada. Tinha cabelos brancos e rugas pelo rosto todo, mas ainda assim parecia muito gentil.

Entramos na sala e nos sentamos nas cadeiras dispostas à nós. Tarea sacou uma pasta com uma ficha que requisitava milhares de informações. Estava cansada só de observá-la.

-Então, a Srta. Está grávida de quantos meses? - Tarea pergunta.

-Dois meses e poucos dias. - respondo.

-Sim... Então, há algum histórico de doenças, disfunções crônicas, infecções ou algo do gênero? De ambas as partes?

-Bem, eu tive um problema com veneno de teleguiadas há pouco tempo. - Peeta responde.

-Por onde começar... - digo arrancando pequenas risadas dos dois, mesmo o assunto sendo sério. -Também tive problemas com teleguiadas na primeira arena, tive algumas sequelas durante a explosão da segunda arena, tenho problemas com a pele que me foi implantada após a rebelião, tive problemas de depressão recentemente e bem... Meu quadro de saúde não anda muito adequado para uma mulher grávida, até me surpreendi por ainda ser fértil!

-Realmente os jogos mudam as pessoas. Eu pessoalmente fui testemunha de muitas pessoas que sofreram mudanças de personalidade depois dos jogos.

-Desculpe a intromissão, mas a Sra. era de qual Distrito? - Peeta pergunta meio deslocado da conversa.

-Distrito 3.

-Ah claro...

-Bem, queridos, a situação de vocês é um pouco complicada. As teleguiadas criadas para os jogos foram criadas para prejudicar apenas a mente dos tributo, e não esterilizá-lo. O que sugere que as teleguiadas não serão um problema de seus filhos. Terei que realizar um exame de sangue nos dois para me assegurar de qual seria o medicamento adequado para acelerar a divisão celular. Por favor me acompanhem.

Chegamos em uma sala esterilizada com várias seringas pequenas que aterrorizavam até alguém como... Como Cato, o carreirista sanguinário da primeira arena. Afastando estes pensamentos, Tarea coletou meu sangue e o sangue de Peeta para depois fazer algumas analises. Ela selecionou uma seringa aleatória para mim, mas para a Dra. é completamente específica.

-Este é um medicamento muito raro que eu mesma desenvolvi. Eu vou aplicar em você, esperaremos uma hora e faremos um novo exame de sangue. Tudo bem? - ela diz calmamente.

-Tem algum efeito colateral? - eu pergunto.

-Apenas sonolência.

A Dra. Micher limpa meu braço e insere o medicamento da seringa na minha corrente sanguínea. Inicialmente senti apenas o arrepio e uma pontada no braço, mas o efeito da sonolência foi quase imediato. As minhas pálpebras pesadas começaram a se fechar e meu corpo relaxou subitamente, o que não parecia assustar Tarea.

-Isso é normal? - Peeta pergunta abraçado ao meu tronco enquanto eu quase desabava do banco onde estava sentada.

-Totalmente. Algumas mulheres apagam na hora não resistindo à sonolência.

Tem algum lugar que eu possa deixá-la dormindo?

-Infelizmente não, mas você pode deitá-la naquela maca da minha sala, ao lado do ultra-som.

Sinto os braços de Peeta me erguerem e me depositarem em uma superfície dura e lisa. Enquanto durmo, posso escutá-lo conversando com a Dra. sobre detalhes das minhas próximas consultas com ela.

Trim! Trim! Trim!

>Acho que já deu tempo da divisão celular formar uma base para o exame. Vamos acordá-la?

Peeta toca o meu ombro delicadamente e quando começo a realmente acordar, ele me senta e passa os braços pela minha cintura enquanto se senta ao meu lado. Tarea coleta mais sangue enquanto eu continuo dormindo sentada. Ela permanece analisando meu sangue em uma máquina que mais parecia uma impressora. Essa máquina soltou um papel fino com milhares de letras que após um tempo pude distinguir o que cada palavra significava...

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Notas finais do capítulo

Ok, não me matem mas eu decidi deixar a revelação do nome e do sexo do bebê pro próximo capítulo só para deixar uma ansiedade no ar... Por isso, não me matem, eu imploro! Desculpem pela péssima formatação, eu vou tentar voltar a escrever no PC, porque no iPad não está dando certo.
Ah, outras notícias: eu vou viajar (mais uma vez) para o aniversário de 100 anos da minha bisa! Ela é super legal, super inteligente e ainda está inteira, cheia de energia! Mas mesmo assim eu estarei escrevendo a minha história, para a alegria geral. Ah, eu estou escrevendo uma nova fic de Peetniss que eu não vou divulgar a sinopse ainda... Beijos leitores amados, estou esperando os comentários com opiniões do capítulo!