Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 16
O discurso


Notas iniciais do capítulo

Tcharam! Postei de novo como prometido. Ah, sobre a fic que eu pretendo escrever, eu estou querendo alguns co-autores já que eu não tenho criatividade o suficiente para escrever muitos capítulos então... Enviem uma mensagem nos reviews dizendo que quer ser co-autor da "One shots, long loves" e eu te adiciono ok? Leiam logo, ficou curtinho mas era essencial.



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“Caros cidadãos de Panem, estamos aqui hoje para vos incentivar a aceitar o nosso novo governo. Muitos se perguntam o motivo para tal tomada inesperada de poder. Podemos lhes dizer que nossa gestão é, com toda certeza, superior ao governo de Paylor e quiçá de meu falecido avô. Avançaremos em termos econômicos, sociais e militares em busca de tornar Panem uma sociedade mais segura e unida. À partir de hoje, está formado o então denominado por mim, Cartenia Florenci Snow e meu aliado, Gale Rivus Hawthorne o Imperio Renovato. Este é subdividido entre a União dos Distritos Ímpares e a União dos Distritos Pares. As outras informações de nosso plano governamental serão instituídas na nova constituição que está sendo desenvolvida em parceria com o Júri Supremo da Capital.”...

   Cada palavra saía da boca de Cartenia. Diferente de seu avô, ela parecia mais irreverente no uso das palavras e, sem nenhuma especulação, ela também parecia ser mais simpática. Apesar de sua aparência jovial, ela parece exausta mas mantém o foco no discurso.

   Já Gale... O que posso dizer? Enquanto Cartenia brilha em um vestido vermelho com prata para exibir sua vitória, Gale está coberto de preto. De cima à baixo: terno preto, blusa preta, gravata preta, calça preta e até luvas pretas! Provavelmente ele está de luto por minha “morte”, e deixa isso bem claro a não pronunciar uma só palavra.

   Já estava me sentindo enjoada de ouvir as palavras estimulantes de Cartenia então me levantei da cama e fui embora sem dar explicações. Deitei em minha cama e afundei o rosto no travesseiro. Depois de um tempo me sufocando, eu virei o rosto e me assustei ao ver Peeta sentado na poltrona com os cotovelos apoiados nas pernas.

-Desde quando você é tão silencioso? - pergunto. Ele sorri brevemente mas logo sua expressão se torna séria.

-Desde que você saiu correndo do quarto. 

-Me desculpe mas aquela garota me deixou enjoada.

-Foi só aquela garota? - ele pergunta.

-Você sabe que não. Mas confesso que a maior parte foi culpa dela. - vendo que não consegui arrancar um sorriso dele ou só fugir do assunto, eu começo a confessar-me. -Peeta, é difícil vê-lo depois de tudo o que aconteceu. Ele foi meu melhor amigo por muitos anos, é muito difícil para mim saber que ele está sofrendo assim!

   Peeta levanta da poltrona e se senta na beirada da cama à minha frente. Me preparo para ouvir o que ele tem à dizer mas permaneço deitada. Ele acaricia meus cabelos com uma mão.

-Tudo bem, eu entendo. Mas saiba que eu nunca mais pensaria nele assim. Como um amigo.

-Eu entendo. Mas eu ainda o vejo como um amigo. Talvez um velho amigo que não verei nunca mais. - ele ri enquanto eu solenemente fecho os olhos tentando controlar o enjoo que me abala.

-Ainda está enjoada? - ele pergunta. Eu aceno com a cabeça e aperto sua mão, trazendo-a para mais perto. -Eu vou me trocar, me espera um pouco? - eu aceno com a cabeça novamente.

   A cama balança um pouco (por ser de mola) e depois para. Sinto algo latejando em minha cabeça e me preparo para uma nova tontura que presumo que esteja chegando. Mas dessa vez é diferente. É como se a dor aumentasse gradualmente junto com um vazio que sinto se formando em meu estômago. “A senhorita esqueceu de jantar! Agora você e seu filho estão passando fome!” - meu subconsciente diz.

   Eu realmente estava me sentindo fraca, mas os pensamentos que me invadiram durante o discurso que assisti me distraíram e eu deixei passar. Agora estou sofrendo as consequências. Levanto-me sofregamente e ando até o frigobar. Ao chegar onde ele está eu me abaixo apoiada nos joelhos para abrir a portinhola e pegar algo para comer, mas há um detalhe: eu não consigo me levantar. Melhor dizendo, eu estava fraca demais e não tive ignição para me levantar já que meus joelhos não colaboravam. 

   Agradeço aos céus por Peeta sair do banheiro e me ver em frente ao frigobar.

-O que quer comer aí Katniss? - ele pergunta, mas ao ver que estou simplesmente imóvel e resfolegante em frente ao aparelho sua expressão automaticamente muda. -Está tudo bem?

-Não Peeta. Não está tudo bem. - digo me apoiando no frigobar e sentando no chão para aliviar o esforço que estava empunhando sobre as pernas. Ele se aproxima e apoia meu pescoço com a mão.

-O que houve Katniss!

-Uma daquelas... Fraquezas repentinas. Eu não jantei hoje. Eu só... preciso comer alguma coisa. - digo com dificuldade. Como isso aconteceu? Como fiquei tão fraca assim de repente? Eu estava normal há três minutos?

   Peeta me levanta e me põe na cama. Ele trás um copo com suco de frutas e eu o tomo em um gole. Sinto o alívio entrando em meu corpo conforme o açúcar passa pela minha corrente sanguínea. Logo ataco um pacote de biscoitos e consigo me sentar na cama.

-Está melhor? - ele pergunta me abraçando.

-Muito melhor, obrigada!

-Pelo amor de deus Katniss, pare de me dar sustos! - ele diz sorrindo aliviado.

-Desista, porque Annie disse que a gravidez é um susto atrás do outro.

-Eu aguento. Mas só aguento por você. - ele beija a minha testa e me puxa para perto dele. -Quer dormir ou quer ligar a TV?

-Dormir. Há essa hora, estão passando reprises e mais reprises do discurso da Cartenia.

-Então vem cá. - ele me aconchega em seus braços e me rouba um beijo. -Boa noite Katniss.

-Boa noite Peeta.

   Talvez eu realmente tivesse a intenção de dormir mas estava agitada demais. Amanhã chegaríamos à ilha Vitoria. Meu novo lar. Disseram que já havia uma multidão nos aguardando, montando acampamentos nos aeroportos, cartazes e gritos, todos ansiosos pela nossa chegada.

   Tudo bem, eu estava mais que agitada, eu estava elétrica! Queria correr e pular pelo jardim até me dar sono mas algo me prendia ali. Esse algo era Peeta. Ele estava agarrado à mim como um bichinho de pelúcia e notaria se eu tentasse sair dali. E aliás, tudo ali estava tão confortável... Céus, por que o sono não vem!

   “Plano: Levantar cuidadosamente (sem que Peeta note) e sair para o jardim. Aviso: nem sonhe em correr e pular por lá!” - penso.

A primeira fase do plano foi, inacreditavelmente, um sucesso. Peeta estava tomado por um sono profundo e nem notou a minha saída. Pé ante pé eu andei pelo corredor e fui até o quarto andar. Para minha surpresa, Annie estava lá junto com Felix sentada embaixo de uma árvore, ninando-o carinhosamente.

  

   Me aproximei cuidadosamente dela e me sentei ao seu lado.

-Não conseguiu dormir também? - perguntei.

-Não. É tudo novo demais, isso me assusta.

-Posso te fazer uma pergunta?

-Já sei o que vai perguntar. Se Gale falou alguma coisa sobre você no discurso. Estou certa? - eu aceno um sim com a cabeça. -Ele disse que sentia muito pelo bombardeio mas que foi necessário. Também disse que estava de luto pela sua morte.

-Obrigada... - fui cortada por um estrondo vindo do elevador e dele saíram Lyra e Taran de mãos dadas. Olho para Annie com a mão na boca de surpresa e ela sinaliza para que eu fique em silêncio.

   Eles se beijam delicadamente e Taran sussurra algo no ouvido dela sensualmente. Mais uma vez eles se beijam mas agora com mais voracidade. Sabendo onde isso daria, eu e Annie saímos de trás da árvore e fomos até eles nos sentindo maduras e responsáveis, prontas para dar uma bronca nas crianças pervertidas que estavam fazendo algo errado na frente das outras pessoas.

-Hum, que feio! Vocês deveriam ir para o quarto! - Annie diz com um sorriso discreto e malicioso nos lábios. Eles se viram para nós e coram violentamente. Eu e Annie começamos a rir histericamente enquanto eles iam se separando lentamente.

-Er... Desculpe mas acho que seria desagradável para Irene ou Augustus se nós ficássemos no quarto. Queríamos privacidade, sabe? - Lyra se justifica gaguejando.

-Tudo bem, nós não queremos incomodar. Fiquem à vontade. Vamos Annie? - digo.

-Só uma pergunta: desde quando vocês...

-Desde o Distrito 13.

-Obrigado.

   Corremos para fora do jardim rindo como tolas. Era inacreditável! Nunca pensei que veria os dois juntos já que eles são ainda desconhecidos para mim... Enfim, valeu a pena deixar Peeta no quarto por alguns minutos. Consegui informações preciosas e me diverti um pouco com Annie. Agora, uma boa noite de sono cairia bem antes de aterrissar em minha nova vida.



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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Tudo bem, eu não achei que ficou bom mas o importante é vocês gostarem! Quero saber que se ofereçe como co-autor! Tem que ter um capítulo pronto pelo menos, ok? Próximo capítulo, a chegada! Uhul! Beijos!