Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 11
A amizade


Notas iniciais do capítulo

Viram?! Como prometido, eu postei o capítulo na virada de segunda para terça. Esse deve ser o maior capítulo que eu já escrevi! Bem, como eu estou muito bondosa esse mês, vou dar alguns avisos mas só nas notas finais porque não quero atrasar a sua leitura. Aproveite



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217414/chapter/11

-Sobre o que você sonhou Katniss? - Annie começa a dizer. Esperei um pouco para tomar ar e me recuperar de tudo o que aconteceu nesses últimos dois minutos. Ainda não consigo acreditar em nada.

-Aquela era mesmo...

-Johanna? Pois é, ela fugiu do hospital improvisado mas como disse, já está melhor. - minha mãe diz.

-Nos explique imediatamente por quê você não abriu os olhos! - disse Annie com as feições preocupadas.


-Foi só um pesadelo. - digo mexendo em meu cabelo. Eu realmente não queria responder à essa pergunta. Ela acarretaria uma discussão sobre as duas famílias de meu sonho e Peeta poderia se sentir magoado.

-Mas você nunca reagiu assim a um pesadelo! - Peeta diz. “Pare de colocar lenha na fogueira!” - penso.

-Tudo tem a sua primeira vez! - digo e volto a me deitar rapidamente. -Boa noite e desculpe atrapalhar a noite de vocês.

-Não ouse fazer isso! - Annie me puxou novamente.

-Foi o meu subconsciente pregando uma peça em minhas memórias! - digo quase gritando. -Falei! Não há nada mais que vocês precisem saber.

   Todos ficam em silêncio novamente, mas dessa vez estão todos desconfiados. Não é o tipo de coisa que eu contaria para eles. “Ah, ontem eu sonhei que eu tinha duas famílias: uma com o cara que foi meu melhor amigo a vida inteira (até que eu descobri que ele era apaixonado por mim, matou minha irmã e começou um movimento com o país inteiro só pra me encontrar) e com o meu noivo. A família do outro cara matou a família que eu estou formando com o amor da minha vida e eu acordei gritando sem me encaixar na realidade. Bizarro, não acha?”.

   Involuntariamente solto uma risada. Eu só diria isso para Madge. Ah Madge... Como ela me faz falta.

-O que foi? - Peeta pergunta.

-Não foi nada. - respondo.

-Argh! Se você continuar assim, nossa convivência se tornará insuportável! Você não nos diz nada! - Annie esbraveja.

-Estava me lembrando de Madge. - digo. Sua expressão de raiva se torna uma expressão de pena. Sei que ela tenta ser hoje o que Madge um dia foi para mim: uma melhor amiga.

   Novamente o silêncio se instala mas posso sentir Peeta me abraçar com mais força. Eu deliberadamente torno a me deitar ainda abraçada a ele. Volto a pensar naquela época, antes da colheita. Penso em Prim, adorável. Penso em Madge, divertida. Penso em Peeta, e em como nunca reparei nele antes do episódio dos pães. E por fim, inevitavelmente, penso em Gale. Como nós caçávamos, colhíamos e íamos à escola sempre juntos. Logo os pensamentos dele bombardeando a Capital, unindo-se ao plano de Plutarch e Coin. E outro pensamento: voltando-se contra todos os conceitos que ele defendia, se aliando à Cartenia Snow, e bombardeando a minha casa. Realmente, todos mudaram.

   Quando sinto as mãos de Peeta em meu rosto percebo que estava chorando. Viro-me para ele e vejo em seus olhos que ele me entende mais do que ninguém. Ele me puxa para mais perto, fitando profundamente meus olhos e beija meu rosto delicadamente. Enquanto sinto-o acariciar meu cabelo, deixo o sono me levar por completo e não sonho com mais nada.

   Acordo bem cedo, talvez mais cedo do que todos no meu quarto. Olho a janela e posso observar o tempo ainda tempestuoso no lado de fora. Tento me levantar sem acordar Peeta mais ele me abraça mais forte como a um urso de pelúcia.

-Onde pensa que vai? - ele murmura sonolento. 

-Vou trocar de roupa e já volto! - murmuro de volta. 

-Não vai não! Essa roupa é tão quentinha... - ele me puxa novamente e me abraça. -E agora eu que preciso de um abraço...

   Ainda rindo de seu tom desorientado, eu passo os braços em volta de seu corpo musculoso e ele realmente está gelado. Obviamente porque dormiu com uma camisa sem mangas finíssima e me abraçou a noite inteira, transmitindo seu calor para mim.

-Peeta, você está congelando! - digo tirando o meu casaco peludo e passo em volta de seus ombros. Mais uma vez eu o abraço na tentativa fracassada de transmitir calor à ele. -Meu deus, como você é teimoso! Devia ter colocado aquela camisa de mangas compridas que você comprou semana passada!

-Eu não estava encontrando na mala! E, aliás, eu adoro ficar abraçado com você...

-Para com isso agora Peeta. - digo rindo, pois ele afundou o rosto em meu pescoço e está imitando os sons de um ronco, o que faz minha pele tremer em reação dando a sensação de cócegas. Ouço um espreguiçar no outro lado do quarto.”Ótimo! Acordamos elas também!”- penso. Quando vejo que a primeira a se levantar é minha mãe, eu rapidamente empurro o rosto de Peeta de meu pescoço. Ele reluta um pouco mas logo entende o motivo. -Bom dia mãe!

-Vocês podiam guardar suas brincadeiras para um momento de maior privacidade... - ela comenta andando até a porta do banheiro a passos pequenos e cansados. Sinto minha face ficar enrubescida, mas Peeta solta uma risada discreta. -Enfim, eu vou trabalhar no quinto andar até às seis da tarde. Nessa hora vocês tem de voltar ao aerodeslizador sem atrasos se não vão ficar para trás! Tentem não acordar a pobre Annie, porque Felix chorou a noite inteira. Eu sugiro que vocês fiquem debaixo das cobertas.

-Mãe!

-Bom dia para você também querida! - ela sai do quarto já uniformizada e disposta para o trabalho. Quando ela sai, eu cubro o meu rosto com o cobertor.

-Tudo bem, não precisa se envergonhar, é a sua mãe! - ele diz se pondo debaixo das cobertas.

-Eu sei, mas eu nunca havia falado de coisas como essas com ela.

-Nem precisa, pode falar comigo. - ele diz delicadamente plantando um beijo em meus lábios. Por um momento, nós não sentimos a necessidade de palavras. Apenas um olhar direcionado ao outro e podíamos ter um dialogo simples como “eu te amo”. Dessa vez, ele se aconchega em meus braços (ainda usando meu casaco felpudo) e enterra o rosto na curva de meu ombro. Sua respiração suave faz cócegas em minha pele, mas eu não me importo e fico acariciando seus cabelos loiros até meus dedos se sentirem cansados. Depois de um bom tempo, sinto que ele adormeceu em meus braços mas agora ele está mais aquecido. Não ouso deixar de abraçá-lo então simplesmente fico deitada com o meu noivo, debaixo das cobertas até sentir que já é hora de acordá-lo.

-Peeta, acorde! - digo suavemente em seu ouvido. Ele murmura algo como “não quero” em meu ombro mas eu ignoro. -Vamos, levante-se! Vá procurar Haymitch para conversar... coisas de homem! 

-E te deixar sozinha? Nem pense nisso! Se você tiver uma dessas coisas de grávida de novo? Ou se ocorrer algum acidente? Esqueça, eu vou ficar aqui com você! 

-Eu quero conversar com Annie. - seu rosto se torna interrogativo. -À sós!

-Sobre o quê? Posso saber?

-Coisas de mulher.

   Eu empurro seu corpo do meu mas ele volta a me puxar para si, e quanto mais eu tento me separar, mais ele faz cócegas em mim. Por fim consigo me soltar dele e pular da cama. Vou até a mala e novamente busco calças, blusas de manga comprida e pego de volta meu casaco felpudo. Peeta se levanta e troca de blusa. 

  

   Depois de vinte minutos, Annie acorda. Ela parece exausta. Enquanto se levanta, posso observar que Felix dorme tranquilamente em seu “super-berço”. Annie vai até ele e troca suas roupas por algo de tecido mais grosso e quente. Eu vou até o banheiro, escovo os dentes e faço uma trança mais elaborada no cabelo. Quando volto para o quarto vejo que tanto Peeta quanto Annie estão fortemente agasalhados.

   Peeta sai do quarto e se despede de mim com um beijo rápido. Logo eu e Annie estamos sozinhas. Ela se senta na cama e passa a brincar com Felix como se minha presença fosse algo irrelevante. Me sento na cama prestes a iniciar um dialogo amigável com Annie baseado na seguinte pergunta:

-Annie, como é a gravidez em geral? Digo, como é cada fase? Como cuida de Felix tão bem? E...

-Como é o parto? - ela sugere. Assinto com a cabeça. Ela se ajeita na cama e puxa Felix para mais perto. -Bem, respondendo a sua primeira pergunta: eu não tive uma gravidez normal já que passei o primeiro trimestre sofrendo torturas psicológicas dentro de uma cela claustrofóbica.

-Então... Como foi o segundo trimestre?

-Olha Katniss: toda gravidez é diferente da outra. Entendo que está com medo mas eu não tenho como te dar uma previsão detalhada de tudo o que vai acontecer!

-Eu sei Annie mas... - sinto meus olhos encherem de lágrimas. -Não sei como conversar isso com Peeta e muito menos com Johanna. Você é a minha última esperança. Diga-me tudo o que sabe, por favor!

   Ela avalia meu pedido cuidadosamente. Seu olhar ambicioso (porém divertido) me assusta.

-Com uma condição. 

-Diga.

-Quero que me diga tudo o que aconteceu ontem e você não me contou. - eu a fito com o olhar curioso tentando transmitir a confusão que se passa em minha mente. -Conte-me o que perturbou tanto Johanna quando eu disse que ela não tinha condição de ser mãe. Conte-me sua ideia para tentar curá-la e conte-me que pesadelo você teve ontem que a deixou tão indefesa! Torne-me sua nova Madge!

   Rio de seu comentário, mas tenho que admitir: sua proposta é tentadora. Eu sei que me expor a ela me torna mais frágil, mas eu tenho que saber algo sobre gravidez já que sou leiga nesse assunto que ignorei por tantos anos.

   Depois de um longo suspiro, digo tudo o que aconteceu ontem e ficou às escuras para ela. Seus olhos se alargaram de tanta curiosidade e vejo-a soltar pequenos gritinhos a cada novidade (assim como Madge).

   Todo esse tempo em que contei as histórias que encantavam seus ouvidos, recebi em troca todos as experiências de Annie como mãe. Cada detalhe da vida daquele pequeno menino de olhos azuis e cabelos loiros era um pouco de informação que serviria para meu filho ainda não formado. Eu estava profundamente feliz em ter todas esses dados em minha memória. Eu ainda quero ser uma mãe tão boa quanto Annie.

   Perdemos a noção de tempo entre confissões e experiências. Se passaram três horas inteiras e agora iríamos receber o almoço. Anax, o enfermeiro que comprou nosso almoço, nos entregou um pequeno pacote marrom com macarronada dentro. Deliciamo-nos enquanto pudemos até recebermos um trio de enfermeiros ofegantes entrando em nosso quarto.

-O que é isso? - Annie pergunta mas um dos enfermeiros sinaliza para que ela fale mais baixo. -O que está acontecendo? 

-Pacificadores! Eles estão seguindo os corredores deste angar!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(adicionando uma pitada de suspense a trama...) Então, como ficou? Ah! Quase esqueci de dar os avisos! Bom, primeiro eu quero avisar que vou postar um capítulo muito fofo de Peetniss no meu aniversário ou no dia seguinte, porque eu estou em um afloramento de inspiração que nem minha pele consegue conter... Agora o aviso triste: eu vou passar quatro dias sem postar, porque tenho uma viagem e não terei acesso ao computador, mas eu juro que vou continuar pelo menos os rascunhos para ter algo já pronto para vocês quando eu chegar! Último aviso: eu tenho que dizer o quanto eu AMO os comentários de vocês? Bem, devido aos comentários eu decidi alongar os capítulos e tronar essa fic um pouco mais longa para a alegria geral! Então, obrigada por lerem e aguardem o próximo capítulo!
PREVISÃO PARA A SAÍDA DO PRÓXIMO CAPÍTULO: VIRADA DE QUARTA PARA QUINTA/ VIRADA DE QUINTA PARA SEXTA!