Dandelion escrita por MissMe


Capítulo 10
O sonho


Notas iniciais do capítulo

Desculpa! Mil desculpas pessoal, eu demorei tanto pra postar! Mil desculpas! Sei que alguns querem me matar, mas antes leiam a o capítulo que deu um trabalho maior do que o imaginado para escrever porque ele simplesmente não existia! Boa leitura!



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   Estou em meu quarto, junto com minha mãe e Annie. Minha mãe está aqui por que eu preciso de algumas informações para a minha pesquisa. Annie está aqui porque ela é a única pessoa que saiu sã das garras da Capital.

-Annie, o que fizeram com você quando estava na Capital? - pergunto calmamente, pois esse era um assunto delicado.

-Um homem magro e alto ia para a minha cela todos os dias falar sobre Finnick e tudo o que estava supostamente acontecendo com ele. Depois de um tempo, ele começou a sugerir coisas piores e acabou descobrindo que eu estava grávida. Ele falava que esse filho estava com o aborto marcado, que Finnick estava morto e até me dava fotos dele deitado no chão ensanguentado. Ele devia saber que eu não era tão idiota. - eu e minha mãe rimos de seu comentário. -A única pessoa que sempre me persuadia era Finnick. Não adiantava o tal homem me dar tais provas. Já que ele não era Finnick, eu não acreditava em nenhuma palavra.

   Refleti um pouco sobre a história de Annie e comecei a raciocinar: Annie passou para o lado da razão graças às boas lembranças de Finnick, assim como Peeta fez o mesmo se lembrando de mim. É isso! Acho que a melhor solução para esquecer as torturas que Johanna sofreu na capital seria achar um amor para ela que seja recíproco. Possivelmente ela pode se distrair e levar uma vida normal.

   “Tudo bem, acho que seria mais fácil nadar até a ilha Vitoria com um saco de farinha nas costas do que achar alguém que achar um par para Johanna” - penso. Mas, talvez valha a pena tentar.

-Mãe, na área medicinal, você acha que combater a pressão e temperatura altas pode interromper um surto pós-traumático? - eu pergunto.

-Querida, na minha opinião sim. Mas acho melhor nós testarmos. Eu tenho o remédio ideal aqui.

-Bem, se quiser testar, vamos até o hospital do andar de cima. Johanna está lá.

-Você não entendeu... - disse Annie. -Johanna está em seu pior estado nesse momento, e o ideal seria testar o remédio em Peeta.

   Sinto rapidamente a cor se esvaindo de meu rosto ao ouvir tais palavras. Eu não posso fazer isso com ele. Simplesmente não posso. Para realizar o teste seria necessário provocar um surto nele e depois tentar trazê-lo de volta ao estado de normalidade. E se não conseguirmos? O que eu farei?

-Não Annie. Nós não vamos testar nele.

-Olha Katniss...

-Não Annie. Já imaginou se não funcionar? Ele praticamente me deixaria! E ainda deixaria o nosso filho!

-Mas Johanna não está em condições de...

-Testamos assim que chegarmos na ilha. - minha mãe diz prevendo  que eu estava prestes a iniciar uma discussão muito séria com Annie. -Tudo bem?

-Perfeito. -dizemos sincronizadamente.

   Depois de alguns minutos fuzilando Annie com os olhos, Peeta chega no comodo com um bolo de chocolate ricamente decorado. Ele o deixa em cima da mesa e se senta na cama onde nós três nos reuníamos.

-Então, chegaram a uma conclusão? - ele pergunta animado. Antes que qualquer uma de nós cogite em dizer alguma coisa, eu me apresso a responder.

-Não. Vamos voltar a discutir tudo isso quando tivermos condições de estudar e fazer uma pesquisa mais detalhada. - digo. Para minha surpresa, minha mãe e Annie assentem com a cabeça.

-Tudo bem. - ele diz. -Ah, eu esta fazendo os cálculos e hoje você completa dois meses de gravidez!

-Nossa! Você tem certeza? - eu pergunto ignorando os olhares questionadores e maliciosos de minha mãe e Annie.

-Bem, você ignorou os sintomas do primeiro mês inteiro. Você descobriu que estava grávida já com duas semanas do segundo mês. Então, desde aquele dia... Já se passaram dois meses!

-Como você sabe de tudo isso? - eu pergunto risonha. -Eu que estou grávida!

   Nós rimos bastante e fomos finalmente até a mesa para saborear o bolo. Estava delicioso, mas não foi Peeta quem o fez, esse bolo foi comprado na padaria por um dos enfermeiros que fugirão conosco. 

   Depois de uma hora, devoramos mais de a metade do bolo. Minha mãe assumirá a cama de Johanna, já que ela ficará no hospital improvisado no quinto andar até amanhã. As duas deixam o quarto e vão até o terraço para observar a vista e distrair Felix. Eu e Peeta ficamos a sós.

-Pode admitir que eu sou o melhor noivo do mundo agora que elas saíram. - ele brinca e se deita na cama. Eu vou até a cama e me sento fitando ora a janela ora os olhos de Peeta.

-Você é o melhor noivo do mundo! - digo calmamente e passo a mão por seus cabelos macios. Pude perceber que isso o acalmava e até pode ser útil no futuro. Ele me puxa para perto e me deita de frente para ele e me sinto um tanto aquecida. Já são 17h e o Distrito 4 já está esfriando.

-O que Johanna te contou hoje no aerodeslizador? 

-O que? - pergunto (saindo do êxtase que é estar em seus braços).

-Antes de Annie dar o sedativo para ela, Johanna estava na cabine com você falando sobre o motivo de ter saído enfurecida da sala. O que aconteceu com ela?

-Ela havia engravidado na época que Snow a vendia. O mesmo matou a criança com dois meses, o pai e a família dela. Ela ficou arrasada.

-E ela disse alguma coisa sobre te mandar para o inferno... O que a levou a isso? - ele pergunta, mas eu quase não escuto suas palavras pois somente um pensamento preenche minha mente: “E se Cartenia e Gale matassem meu filho?”. Eu podia sentir cada vez mais as lágrimas subirem aos meus olhos e amaldiçoava mentalmente os hormônios que contaminam meu corpo. Peeta só notou que eu estava chorando quando era possível ver manchas transparentes em sua blusa azul. -O que foi Katniss, você está chorando?

   “Não, eu estou suando pelos olhos!” -penso. Não queria que ele percebesse que eu estava chorando. Isso me dava mais raiva a cada minuto, não dele, mas de mim. Odiava me sentir frágil.

-São os hormônios de grávida! - digo tentando dar o assunto por encerrado, mas essas palavras me vem à mente sendo expelidas da boca de Finnick, o que trás mais lágrimas aos meus olhos.

-A verdade.

-Só pensamentos ruins. Vai passar.

-Pode me contar. Eu sei guardar segredo. - ele diz brincalhão e me aperta mais forte.

-Não preciso te perturbar com isso. São só lembranças, você já as conhece. - acho que minto, mas há uma pitada de verdade nessa afirmação.

-Tudo bem. Porque você não dorme um pouco? Até onde eu lembro, você passou a noite em claro.

-Mais ou menos. Eu vou tomar um banho e já volto.

-Tudo bem, eu vou arrumar a mala e vou escovar os dentes.

   Separo a minha roupa e vou para o banheiro. Opto pelo chuveiro e ignoro a banheira gigante que se encontrava ao lado. Toalhas, shampoos e conticionadores foram disponibilizados pelos funcionários do aerodeslizador.”Droga! Não tem toalhas aqui!”- penso. Quando Peeta entra para escovar os dentes eu finalmente consigo ajuda.

-Peeta, você pode ver se tem alguma toalha no quarto?

-Claro. - ele diz com a boca cheia de espuma. De vez em quando é estranho compartilhar tanta intimidade com ele, mas eu me acostumo rápido. Sem se incomodar com a minha nudez, ele abre a porta do box e me entrega a toalha. Ele tira a espuma da boca e volta a se dirigir à mim. -Onde você pôs os meus registros?

-Na prancheta que você guardou na minha mala. Não tinha mais espaço na sua.

-Obrigada.

   Me enrolo na toalha e depois visto um moletom peludo que me levava ao delírio de tão macio que era. Já no quarto, vejo Peeta analisando a prancheta. Ele juntou as camas de solteiro do lado esquerdo do quarto formando uma cama de casal pequena, já que as de solteiro não eram grande coisa. Me deito ao seu lado e me aconchego nas cobertas. Depois de um tempo analisando os desenhos e adicionando novos rabiscos, ele apaga as luzes 9 que Annie e minha mãe insistiram para ele apagar) e me abraça. Poucos minutos se passam e posso sentir um pesadelo, talvez o pior de todos, se aproximando.

   Eu estava na campina ao lado de Gale quando uma menina morena que aparentava uns dois anos corria alegremente em volta de nós dois. Ela era muito parecida comigo, mas tinha as feições divertidas de Gale quando sorria. Ela correu até mim e me abraçou enquanto eu surpreendentemente correspondia ao abraço. Já em outra hora, me vejo na Arena (mais precisamente na Cornucópia) abraçada a Peeta. Estava tudo tranquilo demais, pois a única presença desconhecida era de uma menina loira muito bonita que também tinha semelhanças faciais comigo.A única diferença entre ela e a outra menina era que esta trazia em mãos um dente-de-leão. Quando ela se aproximou entregando a pequena flor a mim, Peeta me abraçou puxando conosco a menina que sorria abobalhada. Percebi que, naquele sonho, eu tinha uma perspectiva de duas famílias: com Gale e com Peeta. Prosseguindo ainda na arena, este “abraço em família” acabou quando senti que a menina caia falecida em meus braços e Peeta me deixava aos poucos. Ambos estavam com uma faca em seus peitos. Não contive os gritos de dor por perder um único momento de breve alegria com a minha nova família. Subindo mais os olhos, pude ver que estava novamente na campina com Gale e a “outra filha”. Ele segurava a faca ensanguentada e naquele momento eu soube que ele o matara a família que eu desejava mais do que tudo no mundo. Meu choro não cessa quando eu sinto os braços dele me envolverem.

   Me sinto acordar em um abraço também, mas não ouso abrir os olhos ainda não distinguindo o que era sonho e o que era realidade. 

-Katniss acorde! - dizia Peeta.

-Vamos, abra os olhos! - dizia Annie.

-Querida, está tudo bem! - dizia minha mãe.

   Infelizmente, eu não acreditava em nenhuma das vozes. Eu continuei achando que era um truque de Gale, que eu encontraria a garotinha morena de novo e que viveria em uma família que eu não amava. 

   Sou puxada para a realidade quando a porta é aberta e eu ouço uma voz familiar e cínica adentrar meus ouvidos. 

-Engraçado, meus pesadelos nunca me levam a essas situações. - dizia Johanna.

-Óbvio, você dorme sempre com o efeito de morfináceos! - respondo no mesmo tom de voz.

-Viram? Eu consegui trazê-la de volta à realidade!

-O que você faz aqui? - Peeta pergunta.

-Eu só vim avisar que estou melhor e estava procurando uns morfináceos com a senhora Everdeen, mas ela não estava no quarto então eu vim atrás dos morfináceos dela. - Johanna aponta para mim.

-Estão na frente da bolsa. - respondo abrindo os olhos.

   Depois que ela sai do quarto, sinto o clima pesar em meu quarto. Já estávamos todos sentados na cama de casal improvisada. Estávamos para começar uma nova discussão sobre um assunto desagradável do qual eu já montava argumentos em minha mente.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, o que acharam? Para quem não entendeu, eu monto rascunhos nas notas do iPhone e depois corrijo e melhoro no computador, só que de vez em quando eu quero deixar as coisas melhores e a coisa complica... Esse capítulo não existia, eu fui criando agora para entreter você e depois encaixei na história. Estou quase exigindo comentários porque eu não sei como ficou o capítulo! Beijos para todos!