Losing It escrita por faberryislove


Capítulo 4
Like a Knife




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Quinn não tinha dito uma palavra a Rachel em sete semanas. Isso teve um efeito perceptível sobre a morena, que havia conduzido seus amigos até a sala do coral depois da escola. Mais uma vez.

"Ela está bem," Finn disse. "Quero dizer, ela está chegando lá."

Sam assentiu. "Quinn é forte, ela vai superar isso."

"Ela se recusa a falar comigo!" Rachel reclamou. "Evitar seus amigos não é um sinal de um mecanismo saudável de enfrentamento. Ela está de volta à escola há uns seis dias e ela não disse uma palavra para mim."

"Depende do amigo," Mercedes comentou secamente.

"Artie, você passa mais tempo com ela do que qualquer um de nós ultimamente. Como você acha que Quinn está realmente lidando com isso?"

Ser analisado sob o olhar intenso de Rachel Berry nunca foi a maneira favorita de Artie gastar seu tempo. Ele parecia humilde sentado lá e fez o seu melhor para não gritar quando Rachel se inclinou sobre ele, descansando a mão em seu ombro.

"Uh, eu acho que ela está lidando da melhor maneira que sabe."

"E como é isso?" Rachel pressionou.

"Um dia de cada vez."

"Como é que ela parece nas manhãs que seu pai vai buscá-la para a escola? Ela parece cansada, como se ela talvez tivesse pesadelos recorrentes ou não ser capaz de dormir? Insônia pode indicar—"

Santana revirou os olhos. "Você não pode assumir coisas sobre a Quinn só por causa daquele surto no começo do ano."

"Algo não está certo," Rachel afirmou. "Ela não fala comigo."

"Parece que ela finalmente colocou a cabeça no lugar de novo."

"Tudo está diferente. Eu preciso saber o porquê."

Mas ela sabia o porquê, só não queria assumir.

"Olha, eu conheço a Quinn. Forçá-la a alguma coisa só vai irritá-la." Santana deu de ombros. "Você precisa dar-lhe espaço."

Finn ficou em silêncio, observando Rachel trabalhando mais e mais. Ela estava muito assim desde o acidente. Era como se tudo o que Rachel pudesse pensar fosse Quinn. Por mais terrível que ele havia ficado, ele sabia que nem ele e Rachel eram culpados pela condição de Quinn.

"Às vezes é preciso forçá-la," Rachel desafiou. "Ela precisa ser lembrada de que nós nos importamos, que não nos esquecemos dela. Ela precisa saber que nós nunca poderíamos esquecê-la, que eu nunca poderia—"

"Talvez ela precise de você, Berry," Santana disse irônica. "Você é a razão por qual ela está naquela cadeira de rodas maldita. Você acha que ela quer alguma coisa que tenha a ver com você agora? Você terá sorte se ela te perdoar."

Rachel sentiu as palavras de Santana atingirem-na profundamente. O suspiro alto foi o primeiro sinal de que ela tinha sido afetada. Depois vieram as lágrimas. "Eu só estou tentando me desculpar."

"Ela sabe," Kurt disse gentilmente. "Mas você não tem que ficar assim. Acidentes são chamados assim por um motivo, Rachel. Não foi sua culpa."

"Não teria tido um acidente se o gnomo e a girafa tivessem esperado alguns minutos até ela chegar," destacou Santana.

Apesar das duras palavras, todo mundo sabia que elas eram verdadeiras. Ninguém parou Rachel quando ela saiu correndo da sala do coral.

Ela chegou ao banheiro mais próximo e fez um trabalho maravilho de sentir pena de si mesma por vinte minutos. Chorar sobre Quinn estava se tornando um hábito regular. Isso era uma coisa sobre Rachel; seu sentimentalismo e capacidade de perdoar suavizou a mais difícil das arestas, a fez lembrar-se de coisas de uma forma diferente. Foi como um soco no rosto cada vez que ela se lembrou disso. As coisas com Quinn não haviam sido sempre boas. Elas certamente não foram sempre amigas e ela perguntou por que ela sempre tentou convencer-se de oura forma.

Rachel deixou o banheiro quando ela percebeu a tempo. Agora que eles não eram mais obrigados a ficar lá, ela duvidava que alguém mais além de Finn ainda estaria na sala do coral esperando por ela.

Como se ela tivesse sorte, Quinn acabava de passar pelo corredor.

Rachel parecia tão chocada quanto sentia.

"Quinn."

Quinn reconheceu a presença de Rachel com um olhar. Ela estava corada e sem fôlego.

"Qual é o problema? Alguma coisa dói?" A preocupação de Rachel irritou Quinn.

"Sai daqui, Rachel."

O tom azedo de Quinn não afetou a Rachel do jeito que costumava. Ela ficou sem palavras porque Quinn se inclinou para o lado em sua cadeira de rodas, esforçando-se para alcançar algo. Rachel estava do outro lado do corredor logo que ouviu a ingestão de ar aflito. Ela envolveu a mão em torno do braço de Quinn, puxando-a de volta para uma posição vertical.

"Você vai se machucar," Rachel disse suavemente. "Você não deve forçar tanto suas costas." Ela viu uma das luvas de Quinn no chão e se abaixou para pegar. Rachel estendeu a luva para Quinn pegar. "Aqui."

Quinn pegou a luva e deixando-a cair em seu colo, rapidamente, utilizando seus braços para começar a empurrar a cadeira para o mais longe de Rachel que ela pudesse. Quanto mais longe ela ficava, o sentimento estranho em seu estômago diminuía. Ficar longe dela era um alívio nas últimas semanas. Fazia as coisas mais fáceis.

"Por que você está fazendo isso?"

"Porque eu posso," Quinn retrucou.

"Você sabe o quão arrependida eu estou?" Rachel começou a segui-la. "Bem, você sabe?" Ela perguntou impacientemente.

"Sim, Rachel. Você fez isso bastante claro."

"Onde você está indo? Precisamos conversar."

"Quem disse?"

As mãos de Rachel pegaram uma das alças da cadeira de Quinn, forçando a parar. Isso parece errado; tocar a cadeira de rodas dela pela primeira vez, forçando Quinn a fazer algo que ela claramente não quer quando as coisas entre elas estão tão incertas, mas Rachel estava desesperada.

"Eu disse."

"Me deixe ir. Agora."

"Nós precisamos falar sobre isso."

"Rachel—" Em um piscar de olhos, ela estava ajoelhada na frente dela, olhando para os olhos castanhos.

"Eu preciso saber, você me culpa?"

Amargura assumiu os olhos de Quinn, a raiva que tinha sido inflamada agora eleva sua cabeça porque Rachel não poderia mesmo dar-lhe isso. O momento de tensão se arrastou. Quinn não conseguia formar as palavras. Ela não sabia se não podia ou porque ela simplesmente não queria. Talvez fosse um pouco de ambos.

Rachel tomou o silêncio de Quinn como uma confirmação. "Santana disse que você nunca vai me perdoar. Isso é verdade?"

"Pare com isso."

"Isso é verdade?" As lágrimas de Rachel se tornaram maior, até que caíram. Ela franziu a testa. "Bem, isso não é justo," afirmou. "Eu nunca poderia odiar você, então você não pode me odiar."

"O quê?"

"Eu falo sério! Você não pode me odiar. Eu não vou aceitar isso."

Quinn olhou para Rachel corretamente pela primeira vez desde o acidente. "Você acha que eu preciso dizer alguma coisa sobre o que eu sinto por você?"

"Você decide odiar alguém." Rachel suspirou. "Éramos amigas, não éramos?"

As bochechas de Quinn estavam ficando vermelhas. Ela parecia irritada novamente. "Minha mãe está me esperando. Ela virá me procurar se eu não aparecer em breve."

"Ligue para ela. Diga a ela que eu vou te levar para casa." Rachel levantou-se para alcançar o celular de Quinn em sua mochila.

Quinn olhou para o celular antes de digitar o número de sua mãe e levá-lo ao seu ouvido. "Hey, mãe. Sim." Ela olhou para Rachel. "Estou a caminho."

Quinn viu a queda do rosto de Rachel e lambeu os lábios enquanto ela colocava o celular em seu colo. Isso foi necessário. Ela tinha que fazer isso.

"Eu não paro de pensar em você," Rachel disse calmamente. "Eu não consigo dormir mais do que algumas horas por noite. Eu não consigo nem comer direito."

O olhar de Quinn endureceu diante das informações. "O que você espera que eu faça com isso?"

"O quê?"

"Por que você me disse isso?"

"Porque é verdade."

Quinn colocou a luva e posicionou as mãos sobre as rodas, a intenção clara. "Deixe-me sozinha, por favor."

"Eu não posso," Rachel confessou.

"Por que não?"

"Porque... porque somos amigas."

Houve um momento que Quinn não disse nada e Rachel perguntou se ela estava chegando perto, mas Quinn finalmente sussurrou, "Você está me machucando," e Rachel não entendia por que se suas mãos não estavam perto do corpo de Quinn.

"Por favor, fique. Me deixe consertar isso."

"Não tem nada para ser consertado."

"Não diga isso."

"Nós nunca fomos amigas," Quinn disse, empurrando sua cadeira para longe de Rachel.

"Por que você não me ouve?" Rachel retrucou.

A boca de Quinn curvou-se para um sorriso sombrio. Ela desacelerou para uma parada, virando a cadeira em direção a Rachel. "Frustrante, não é mesmo?"

Um olhar indicando sua refutação lentamente passou pelo rosto de Rachel. "É disso que se trata? Isso é completamente diferente!"

"É?"

"Sim."

"Ok."

Os dentes de Rachel estavam apertados contra sua mandíbula. "Eu pensei que você estivesse morta!" Ela gritou, sua voz em expansão.

Quinn parou novamente. "E o que mudou?"

"O quê?"

"O que mudou, Rachel? Fale uma coisa diferente por causa disso."

Rachel não sabia o que dizer. Tudo estava diferente entre elas, mas não foi isso que Quinn quis dizer, não é? Rachel sentiu como Quinn tinha os olhos vidrados nela e ela girou em seu eixo. Ela não sabia o que Quinn quis dizer, nem o olhar em seus olhos.

Dessa vez, ela deixou-a sair.


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