Losing It escrita por faberryislove


Capítulo 5
Secrets




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/217403/chapter/5

Rachel visitou a casa de Quinn sábado à tarde e Judy disse que ela tinha sentido sua falta. Ela visitou ao mesmo horário no domingo e Judy disse a mesma coisa. Rachel tinha duvidado da palavra de Judy no sábado e no domingo ela foi tachada de mentirosa. Não na cara dela, mas para seus pais.

Ela chegou cedo à escola na segunda-feira, procurando por qualquer sinal de Quinn. Elas tinham que se falar logo. Quinn não podia continuar segurando a mão dela e então evitá-la como se ela estivesse carregando uma praga. Não era justo.

Elas eram amigas novamente. Quinn estava apenas arrastando isso por uma razão e Rachel não sabia.

Poucos minutos depois ela viu Judy estacionar o carro e puxar a cadeira de rodas para o lado de Quinn em torno do carro. Rachel deu um passo adiante para ajudá-la, mas Quinn virou e colocou as mãos em ambos os lados da cadeira, puxando-se para fora do carro e sentando na cadeira em um movimento suave. Rachel estava um pouco admirada com a facilidade que ela fez isso parecer.

Judy bagunçou o cabelo de Quinn e deu um beijo no topo de sua cabeça. "Estou tão orgulhosa de você."

"Eu saí do carro." Quinn lhe ofereceu um sorriso. "Obrigada pela carona. Vejo você mais tarde."

Rachel decidiu de fazer sua presença conhecida logo que Judy se afastou. Ela encontrou-se com Quinn não muito longe, no topo de uma rampa. O olhar irritado que ela recebeu foi o que ela estava esperando, mas ela fingiu que não tinha visto.

"Como foi seu final de semana?"

Quinn não parou sua cadeira de rodas. "Teria sido melhor se você não tivesse me perseguido."

Os olhos de Rachel se arregalaram. "Perseguindo? Eu estava tentando descobrir se você estava bem."

"Você poderia ter perguntado isso hoje."

"Você está bem?" ela perguntou.

"É, estou bem." Quinn viu um olhar cauteloso. "O quê? Você estava esperando por uma resposta diferente?"

"Eu só... só estou um pouco confusa," Rachel admitiu. "Por que você está sendo tão estranha comigo?"

"Como eu estou sendo estranha?"

"Bem, primeiro você me ignora ou pega minha mão. Nós ainda temos que conversar."

Ah, lá estava. Rachel observou a expressão de Quinn se fechar em poucos segundos. Foi como se o ambiente tivesse ficado limpo; de repente a expressão de Quinn estava em branco. A frustração de Rachel se acendeu com a mesma rapidez, embora ela dissesse a si mesma que era assim que a conversa seria. Não era um plano praticamente certo perguntar para Quinn porque as coisas não podiam ser como eram antes.

"Veja," Rachel disse, "você está se fechando. O que tem de tão assustador em falar comigo? Nós sempre fomos capazes de falar, mesmo quando não éramos tão próximas."

Quinn olhou para a pessoa atrás de Rachel e sorriu. "Oi."

Rachel olhou para trás para ver Joe ali. "Sim?"

"Relatório para o dever," Joe disse.

"Me desculpe?"

"Eu estou pronta," Quinn afirmou. "Vamos."

Joe sentia-se um pouco responsável pelo visual de pura confusão e frustração no rosto de Rachel. Talvez elas já tivessem planos. "Eu estou fazendo companhia à Quinn antes do início das aulas."

"Ela me tem," Rachel fervilhava, não muito sutilmente. Ela olhou incisivamente.

Joe olhou para Quinn. "Se vocês já tinham planos..."

"Não temos," Quinn negou rapidamente. "Vamos."

Rachel sempre achou que era ridículo pensarem que os casais se transformavam quando passavam muito tempo juntos — exceto por Lennon e Ono, que era apenas estranho, mas ela não podia negar o quanto ela estava morrendo de vontade de chutar uma cadeira.

A parte mais irritante de tudo é que Quinn nem sequer ligava em ignorá-la mais; apenas estava evitando tudo o que precisava ser discutido.

Rachel tentou obter mais do que brincadeiras de Quinn pelo resto do dia, mas seus esforços foram inúteis. Ela não pôde deixar de notar o quão feliz a loira ficava ao passar cada minuto que tinha com Joe e de repente franziu a testa. Desde quando Quinn havia ficado próxima dele? Eles nem sequer se conhecem.

Se Rachel parasse de ser boba por apenas um momento, ela teria percebido que Quinn tinha saído com Joe algumas vezes nas últimas duas semanas.

O clube Glee tinha acabado de ensaiar quando Rachel percebeu-o lá fora à espera de Quinn.

"Parece que você tem um stalker," Rachel disse a ela enquanto passava, cegamente pegando a mão de Finn.

Quinn assistiu-os andar e seu rosto estava levemente contorcido, quase imperceptível a olho nu. Ela assustou-se quando Joe parou ao seu lado.

"Então, para onde?"

Eles tinham saído todos os dias, tinham feito planos para sair depois da escola também. Mas Quinn realmente não queria mais isso.

"Alguma coisa aleatória?" ela perguntou. "Estou muito cansada," ela admitiu, "mas também, se você passar o dia inteiro usando seus braços para se locomover, você também ficaria cansado."

"Você não tem que explicar," Joe disse. "Eu entendo."

***

Era à tarde seguinte quando Rachel estava passando pela biblioteca com Kurt. Ela estava ouvindo-o, mas então seu olhar viu uma cadeira de rodas e cabelo loiro e ficou surda para qualquer coisa que seu amigo estava falando. A curiosidade inocente que Rachel possuía a fez esgueirar-se e fingir procurar um livro pelas prateleiras.

Não havia nada de interessante sobre Joe e Quinn. Eles estavam apenas conversando. Eles eram apenas amigos. Rachel não se importou. Ele parecia um cara legal mesmo que ele não saiba pegar uma dica mesmo quando isso foi dado.

Rachel revirou os olhos. Não havia nada para ver aqui. Além disso, mesmo se houvesse, ela sinceramente duvidava que ele fizesse alguma coisa. Ela estava prestes a sair quando ouvir Quinn rir suavemente. Rachel olhou pelas frestas entre as prateleiras.

A mão de Joe se estendeu para segurar o rosto de Quinn, seu polegar acariciando gentilmente a sua pele.

Rachel viu isso acontecer como se fosse um acidente de carro; a forma como suas risadas morreram, como os sorrisos desapareceram para dar lugar a uma expressão mais séria. Um segundo antes que seus lábios se encontrassem, Rachel poderia jurar que ela viu algo próximo à incerteza passar através dos olhos de Quinn. Deve ter sido sua imaginação, porém, Quinn fechou os olhos e não era como se ela fosse empurrar Joe.

Rachel, no entanto, deixou a biblioteca como se ela estivesse pegando fogo.

***

Finn não tinha certeza se havia entendido o que Rachel pediu para ele fazer.

"Você quer que eu vá até o Jesus e soque a cara dele?"

"Ele não é Jesus, Finn! Jesus nunca—" Rachel respirou fundo para conter as suas crenças pessoais. "Eu estou lhe pedindo para fazer uma coisa. Você poderia, por favor, fazer isso sem fazer vinte perguntas?"

"Você quer que eu soque a cara dele sem nenhuma razão?"

"Ele é um animal!" Rachel segurou o braço de Finn. "Olha, eu não queria te dizer isso, mas eu o vi com Quinn na biblioteca antes."

"Então?"

"Ele a beijou," Rachel explodiu. "Na boca!"

Finn levou alguns segundos para processar a informação, em seguia, ele franziu a testa como se algo tivesse vindo à sua mente. "Espere, ele tipo, a forçou?" Quanto mais pensava nisso, mais atraente a ideia de Rachel para ele dar um soco na cara dele era.

"Não seja ridículo."

A mandíbula de Finn caiu. "O que mais eu deveria pensar? Deus, Rachel, você fez parecer que isso fosse sério."

"Como isso não pode ser sério? Quinn é vulnerável, ok. Ela não precisa do novo Jesus ou andar, falar com essa aranha como se ela fosse uma ovelha perdida. Nós temos que protegê-la. É nosso dever como amigos protegê-la."

"De um beijo?"

"Dele!"

Finn deu um passo para trás, tentando juntar as peças. Ele olhou para Rachel. "Por que tudo o que tem a ver com a Quinn tem que envolver você?"

"Não tem!" Rachel negou rapidamente. "Deus, nós somos amigas—"

"É, você continua dizendo isso," Finn a cortou com um olhar de soslaio. "Mas eu também sou, e eu não ligo se ela está beijando alguém. Nem mais ninguém."

A acusação era tão pesada que Rachel não conseguia respirar com ela. Isso bateu nela com uma força total no peito e ela não pôde fazer nada mais do que olhar para Finn como se tivesse crescido uma cabeça extra em seus ombros. Seus olhos estavam cheios de ressentimento.

"Como se algum de vocês soubessem como ser amigos leais," Rachel cuspiu antes de executar uma dessas saídas dramáticas que ela costumava fazer.

Tinha sido um dia calmo e Quinn era grata por isso. Ela ainda não estava dormindo bem e tinha acordado com uma dor de cabeça que tinha decidido ficar para o almoço e, possivelmente, para o jantar também. Ela sabia do tempo e foi em uma sala vazia, engolindo os esteroides prescritos pelo seu médico quando Rachel entrou na sala pelo outro lado, fechando a porta atrás dela.

Rachel parecia tão indignada que a cabeça de Quinn se inclinou para a esquerda, julgando o quão longe ela estava da porta e se podia sair de lá sem Rachel percebê-la. Ela provavelmente poderia fazer isso agora que Rachel estava chorando.

Em vez disso, ela limpou sua garganta.

A cabeça de Rachel levantou bruscamente. Assim que ela viu o rosto de Quinn, algo estava se fechando em torno de seu coração, aproveitando isso. Ela tinha que desviar o olhar.

"Há quanto tempo você está aqui?"

"Mais tempo que você," Quinn disse.

"Por quê?"

"Você é a única que está chorando rios. Não devo ser a única a fazer perguntas?"

Rachel manteve os olhos em qualquer lugar menos em Quinn. "Eu não sei," ela murmurou.

"Isso foi uma pergunta retórica, mas tudo bem. Passe livre. Você está no meio de algum tipo de crise emocional."

"Eu não sei se é uma crise."

"Você vai matar alguém? Porque parece que você vai." Quinn se movimentou para ficar perto de Rachel que estava encostada contra a porta.

Rachel estava secando os olhos quando Quinn parou quase ao lado dela. "Se eu parecer tão terrível, você deve se salvar."

"O que você vai fazer? Me colocar em uma cadeira de rodas?" Rachel olhou para ela e franziu a testa, a culpa rastejando sobre seu rosto. Quinn gemeu. "Considere como uma piada."

"Eu consideraria se fosse engraçada."

"Eu não vou ficar nessa cadeira para sempre, então pare de agir como se eu fosse," Quinn disse calma.

"Então, você está bem?" Rachel perguntou. "Isso não incomoda que você está presa nisso?"

"Eu não iria tão longe."

Rachel assentiu a cabeça com petulância. "Lá vai você." Ela suspirou. "Como é?"

"Não ser capaz de andar? O que você acha?"

"Eu não sei. É por isso que perguntei."

Quinn passou a mão pelo seu cabelo, considerando a questão. "Algumas vezes é prático."

"Prático? O que você quer dizer?"

"Bem, eu não tenho que me levantar para pegar as coisas," Quinn disse com um pouco de jovialidade em seus olhos. "Eu mal tenho que pedir a alguém para me buscar alguma coisa e lá está, bem na minha frente. As pessoas são mais legais, eu recebo um tratamento especial. Alguns dias quando eu estou muito cansada, eu não sei, eu fico meio que feliz por não ter que andar para qualquer lugar, sabe? Eu posso simplesmente só sentar aqui."

"E quando não é prático?" Rachel perguntou. "Como é?"

"Dói," Quinn admitiu. "Quero dizer, eu fico dolorida e rígida por ficar só sentada o tempo todo e meus braços cansam por todo trabalho extra que eles têm agora. Minha mãe tem que me ajudar com um monte de coisas. Me arrumar para a escola leva mais tempo. Alguns dias eu fico exausta antes mesmo de colocar os pés nesse lugar. Tanto faz." Agora que Quinn tinha começado a compartilhar isso, ela não poderia parar. "Eu fico frustrada porque eu ainda não posso nem abrir uma janela. Mas eu estou trabalhando nisso," ela disse. "No sábado, tive meio caminho andado."

"Isso é ótimo," Rachel disse suavemente, simplesmente porque Quinn parecia como se isso fosse algo para sorrir. Era. A notícia realmente era fantástica. Mas isso nunca deveria ter acontecido.

Quinn assentiu, e quando ela olhou de volta para Rachel ela estava chorando de novo. "De novo?"

"Você me odeia?"

"Eu achei que você não fosse aceitar isso."

"Eu não vou."

"Eu não te odeio," Quinn disse.

"Você me culpa?" Rachel fechou os punhos, se preparando para a resposta. "Eu sei que nós já passamos por isso, mas..."

Quinn olhou para suas mãos. "Foi minha decisão te responder de volta, Rachel."

"Mas eu estava apressando você."

"Não importa. Eu ainda decidi tirar minha atenção da estrada. Não é culpa de ninguém, é minha."

"Eu sinto muito. Você nunca vai saber o quão muito eu sinto."

"Sente muito, muito?"

"Mais que isso."

"Eu aprecio isso," Quinn disse. "Mas eu acho que vou apreciar mais se você vier aqui."

Rachel teve que esperar os braços de Quinn se abrir antes de ela acreditar. Ela não se lançou para os braços de Quinn como ela queria, mas inclinou-se lentamente como se ela não quisesse machucá-la. Assim que ela sentiu aquelas mãos em suas costas, Rachel escondeu o rosto na curva do pescoço de Quinn e deu um beijo lá.

Quinn estava disposta deixa Rachel abraçá-la por algum tempo para ela se sentir melhor, então ela continua a segurá-la e começou a fazer círculos suaves nas costas de Rachel.

"O que você quis dizer naquele dia depois da escola?" Rachel perguntou baixinho quando ela se afastou. "Quando você me perguntou o que havia mudado?"

"Eu não lembro," Quinn negou facilmente. Ela merecia uma indicação ao Oscar. "Que dia depois da escola?"

"Eu— eu disse que pensei que você estivesse morta, e você me perguntou o que teria mudado por causa disso."

Quinn sorriu. "Tem certeza que você não sonhou com isso?"

"Eu não sei." Rachel estava confusa, em conflito por causa de Finn. Ela odiava dizer isso, até pensar nisso, mas por que ele tinha que ser tão estúpido? Agora que ele abriu a boca grande, ele havia estragado tudo. Ela não podia nem sequer olhar para Quinn sem pensar no que ele disse.

"Por que você perguntou?"

"Porque Finn disse... Ele disse que..." Rachel viu os olhos de Quinn, quentes e abertos, sem cintilação. "É besteira," ela suspirou.

"Vá em frente."

Rachel lambeu os lábios, seu coração de repente batendo descontroladamente. "Ele disse que você e eu... não éramos amigas."

Quinn olhou para Rachel por um longo tempo, sem saber se aquela expressão em seus olhos Rachel conseguiria identificar. "É por isso que você estava chateada?"

Rachel assentiu mudamente. Não era como se ela estivesse mentindo.

Quinn encolheu os ombros. "O que ele sabe?"

Rachel olhou para Quinn e considerou a pergunta muito séria. "Eu não sei ainda."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Losing It" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.