Se Quinn fosse honesta consigo mesma, não esperaria que nada mudasse entre ela e Rachel por um longo tempo, mesmo que Rachel terminasse — ou seu noivado ou sua relação com Finn. Haveria uma série de mudanças para aceitar e se preparar e ela não queria que Rachel sentisse como se ela tivesse que arcar com o esforço adicional de um novo relacionamento em seus ombros.

Mas as coisas mudaram com Rachel porque a qualquer momento que Quinn olhava para ela, seus olhos brilhariam. Elas estavam sozinhas, escondidas em um canto sossegado da biblioteca.

Ela percebeu Rachel olhando para ela. "O quê?"

"Nada."

"Você me diria se tivesse algo no meu rosto, não diria?"

Rachel sorriu, ainda meio em seu próprio mundinho onde era apenas ela e Quinn. Ela levantou um ombro timidamente. "Não posso olhar para você?"

"Você pode, só... não seja tão óbvia," Quinn disse, suas bochechas ficando com um tom rosado enquanto ela olhava de volta para seu notebook.

Isso fez o interior de Rachel se transformar em um mingau.

"Você seguraria minha mão?"

Quinn riu levemente, olhando para cima. "Rachel."

"O quê? Amigos fazem isso."

"Não amigos que tiveram a mesma conversa que nós tivemos semana passada. Você tem muita coisa que você precisa descobrir. Eu não quero que as coisas fiquem confusas."

"Eu só quero que você segure minha mão, Quinn. Mas eu entendo se você não quiser."

Foi uma confusão logo que a mão de Quinn deslizou para a dela. Era uma sensação diferente porque agora as coisas eram diferentes. Não era sua amiga segurando sua mão; era a garota que estava apaixonada por ela. E não era a Rachel amiga que estava segurando a mão de Quinn em retorno; era a Rachel que recentemente percebeu que ela tinha sentimentos recíprocos. Era uma confusão, mas a sensação era incrível.

Ela se sentiu assim por muito depois que as mãos se soltaram, até que ela estava sentada no meio de Finn e Quinn no Glee e ela se preocupava com cada pequeno toque que ele fazia. O que Quinn pensaria se ele estivesse segurando a mão dela? Isso a machucaria? Será que Rachel ainda tem o direito de se preocupar sobre assuntos como esse quando ela não estava fazendo nada para mudar isso?

A mão dele estava sólida na dela, como sempre, mas não parecia o mesmo. Ela não se sentia presa, mas ela também não se sentia confortável. Por meses agora, quase toda vez que Finn a tocou, ela experimentou a sensação assustadora de que ela estava afundando. Talvez a mão dele não a salvasse como ela tinha assumido esse tempo todo. Talvez estivesse puxando-a ainda mais para baixo.

Rachel não tinha sido capaz de para de pensar em Quinn desde o seu acidente, mas de alguma forma ela era capaz de pensar mais ainda na loira depois do que tinha acontecido no quintal de Brittany semana passada. Talvez tivesse havido um tempo em que ela poderia admitir uma vez ser fixada em seu casamento com Finn, mas se Quinn realmente pensou que tudo o que ela pensou foi o casamento, então ela estava completamente enganada.

Uma vez que sua audição para NYADA estava fora do caminho e quando ela não estava atendendo à parte ou se preocupando sobre seu desempenho, Rachel pensava em todos os pontos que Quinn fez sobre Finn e perguntou se ela estava certa. Mas ela poderia realmente mudar para Nova York por si mesma? Ela era tão forte assim?

Rachel estava literalmente atravessando os dias até o dia que iria embora, mas ela nunca tinha visto Finn fazer algo assim.

Ela imaginou estar em Nova York, chegando em casa tarde depois das aulas ou ensaios e pudesse ver Finn lá, mas ela jamais poderia vê-lo fora disso. Ele estaria na casa deles e com ela em shows e noites de abertura, mas onde mais ele estaria? Ela não sabia o que ia fazer e nem ele. O tempo estava se esgotando. Como Finn ainda não tinha uma meta realista ou tudo definido para a uma cidade como aquela?

E de repente, Rachel não se sentia muito dançante quando ele a puxou para cima de seu assento.

***

"Você tem medo?"

Quinn estava em sua cama e ela desviou o olhar do laptop para Rachel, que estava sentada na mesa. Ela sorriu. "De iniciar esse trabalho?"

"Sobre a faculdade. Deixar esse lugar."

"O que você acha?"

"Bem, eu não sei, é por isso que eu estou perguntando."

"Rachel, se você acha que há algum de nós não tem medo de ir para universidade, então você realmente precisa prestar mais atenção aos seus amigos," Quinn sorriu. "Claro que tenho medo de ir para New Haven."

Rachel virou-se mais nada cadeira, de frente para a loira corretamente. "Por que você não disse alguma coisa?"

"Porque seria estranho se eu não tivesse medo. Eu tenho medo, apavorada mesmo, mas eu não iria mudar isso para o mundo. Eu tenho certeza que você sabe como isso é. Quando for hora de ir, eu estarei mais assustada do que tudo, eu também sei que será um dos dias mais felizes da minha vida. Uma vez que eu superei o medo, a adrenalina e a sensação de liberdade vai ser incrível. Pense nisso. Feche os olhos e imagine-se em Nova York."

Rachel sorriu suavemente. "Eu não preciso fechar os olhos para ser capaz de imaginar isso."

"Você não tem nada a temer. Se qualquer um de nós devesse estar andando por ai com uma atitude blasé sobre sua carreira, é você. Sua jornada vai ter um rumo incrível. Nova York também esteve esperando por você esse tempo todo."

"Mesmo se... mesmo se eu não estiver com Finn?"

"Especialmente se você não estiver com ele," Quinn disse honestamente. Ela olhou para Rachel cuidadosamente. "Isso é algo que você está pensando sobre?"

"Eu estou pensando sobre muitas coisas."

Quinn colocou seu laptop na cadeira perto de sua cama. "Você precisa de um abraço?"

Rachel sorriu aliviada. "Sim."

"Você vai ter que vir aqui."

Ela balançou a cabeça e usou seus pés para rolar a cadeira para mais perto da cama de Quinn. "Você vem aqui."

"Minhas muletas não estão aqui."

"E? Eu estou."

Rachel esticou os braços e esperou pacientemente por Quinn para se mover para o final de sua cama. Ela segurou firmemente assim que suas mãos se agarraram por equilíbrio. Ela estava tão orgulhosa de Quinn, por tudo que ela tinha conseguido.

E ela sorria cada vez que Quinn ria dela indo para trás cada vez que elas estavam chegando perto o suficiente para se abraçar. Quinn foi caminhando lentamente por todo o quarto atrás dela.

"Esse foi o seu plano o tempo todo, não foi?"

A pergunta de Quinn foi recebida com um encolher de ombros inocente e elas continuaram gradualmente a tornar seu caminho através do quarto até que Rachel estava apoiada na parede. Quinn olhou para ela com sua sobrancelha arqueada. Ela finalmente se sentiu estimulada depois de fazer isso até agora sem qualquer ajuda, mas a de Rachel. "Onde você está indo agora?"

Rachel só sorriu e ficou de pé, com cuidado para deixar apenas uma mão de Quinn em um tempo antes que elas estavam se abraçando e ela ajeitou a cabeça no ombro de Quinn para estar mais perto. Seus olhos fechados. Era assim que deveria ser. Era ridículo que as pessoas ainda pensassem que elas eram inimigas. Talvez elas nem sempre fossem amigas, mas elas sempre foram alguma coisa, sempre foram ligadas umas as outras de alguma forma.

"Posso te perguntar uma coisa?"

"Pode."

"Como isso é para você, você sabe, me abraçar e estar perto de mim?" Rachel perguntou.

"Eu não posso responder isso."

"Por que não?"

"Porque não é justo," Quinn respondeu suavemente. "Vai ficar confuso se começarmos com isso."

"Eu acho que vai ser confuso o que eu fizer," Rachel disse. "É só que— bem, você tem guardado todos esses sentimentos. Isso faz eu me perguntar se é diferente de como eu me sinto."

"Pergunte outra hora, ok?" ela disse, se afastando devagar. Não era exatamente uma indicação sutil para o dia que Rachel terminasse as coisas com Finn. Quinn não poderia começar a contar para Rachel a maneira que ela a fazia se sentir. Se ela começasse, ela nunca seria capaz de parar.

Era para o melhor, Rachel supôs, mas agora que Quinn estava apaixonada por ela, não era uma característica ou uma realidade alternativa, Rachel queria saber todas essas coisas. Ela queria saber como ela fazia Quinn se sentir, como ela pensava nela e se imaginava a relação delas no futuro.

Ela queria saber tudo e foi terrível porque ela estava noiva de Finn e estava sob a impressão de que tudo estava perfeito novamente.

Distinguindo o ursinho que ela tinha dado a Quinn no hospital, no chão ao lado de sua cama fez Rachel se sentir como se ela estivesse prestes a chorar.

***

Elas estavam assistindo um filme no quarto de Rachel agora.

Ela estava olhando para a boca de Quinn como se estivesse contemplando a ideia de agarrá-la pelo rosto e empurrá-la contra o colchão e beijá-la até a hora de partir para Nova York. Ela poderia fazer isso, certo? Rachel dissipou esse pensamento.

Quinn riu quando olhou para ela. "Você parece tão séria."

"Pareço?" Ela realmente não se sentia séria quando Quinn estava em sua cama.

"Por favor, me diga que você não está tentando descobrir o final. Salve suas células cerebrais."

"Ah, não." Rachel balançou a cabeça. Ela não poderia se importar menos sobre isso.

"O que você está pensando?"

"Beijar você," ela disse, observando as sobrancelhas de Quinn subirem a admissão.

"Ah."

Rachel lambeu os lábios. "Eu acho que é uma sensação incrivelmente prazerosa, então."

Quinn piscou. Sua boca se torceu em um sorriso e ela se inclinou para frente em um gesto lento, processando o que Rachel havia deixado escapar e o que ela queria fazer em resposta a isso.

"É," ela encolheu os ombros.

"Eu também não tive nenhuma reclamação."

"Ótimo."

Rachel inclinou-se para o lado e descansou a testa contra o ombro de Quinn. "Quinn," ela lamentou.

Quinn levantou o braço não muito depois, convidando Rachel para perto onde ela se estabeleceu contente. Bem, quase. Menos de meio minuto passou quando Rachel olhou para cima e se inclinou para frente, virando o rosto de Quinn e oferecendo um beijo simples e doce em sua boca. Isso foi motivo suficiente para um dos sorrisos mais radiantes de Quinn enquanto ela tentava manter os olhos na televisão.