58 Edição Dos Jogos Vorazes escrita por MaysileeDonner


Capítulo 2
A chegada a Capital




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Neste momento eu quis desabar no chão, chorar e chorar. Como isso é possível? Ele não, penso. Só em imaginar que Pitter estará comigo na arena, sendo meu adversário, é inaceitável. Meu melhor amigo, aquele que sempre me apoiou, e defendeu, agora estará preso em uma arena comigo, não só comigo, mas com muitos que só querem uma coisa : seu sangue.

Estou realmente lúcida? Isso realmente está acontecendo? Pitter, foi realmente escolhido? Agora eu tenho que vê-lo como adversário? Não mais um grande amigo?

Estou tonta, meu corpo novamente está com calafrios, quando olho para as palmas de minhas mãos elas estão brancas, pálidas. Estou confusa com tudo que está acontecendo e acima de tudo estou me sentindo a pior pessoa do mundo.

Quando ergo minha cabeça, finalmente, vejo Pitter se direcionando ao palco. Seus olhos estão absurdamente diferentes da coloração esverdeadas que esses tinham, agora estão cinzentos. Não consigo olhar em seu rosto por muito tempo, pois sou direcionada a uma sala no Edifício da Justiça onde aguardo pacientemente a ultima visita de meus familiares.

Me dirijo ao lado de Pacificador, até uma pequena sala, onde por pouco tempo minha mãe e minha irmã entram e se despedem de mim. Seus rostos pálidos, com olhos inchados de tanto chorar e vermelhos. Lucy, também está com um olhar triste, pode ser por mim de alguma forma, mas com certeza ela no fundo, está feliz por não estar no meu lugar.

- Boa sorte, Marjory, eu sei que você pode lidar com isso, afinal, como a mamãe, você sempre se mostrou forte em controlar suas emoções. –diz ela.

Sim, eu sempre tentei de uma forma ou de outra controlar minhas emoções, guardar minhas dores para mim, embora minha mãe sempre dizia que eu poderia me abrir com ela, desabafar, porém, muitas vezes só uma pessoa me entendia, Pitter.

- Obrigada Lucy, fique bem. –digo olhando bem eu seus olhos e vejo uma pequena lágrima se formando.

Minha mãe logo em seguida sem dizer ao menos nenhuma palavra sequer, me abraça bem forte, como se fosse a última vez que fosse me ver, mas de fato, essa será a ultima vez.

A porta se abre e elas saem da sala sem tirar os olhos de mim, até que a porta se fecha. Dessa vez eu não pude me conter. Simplesmente chorei. Afinal eu tenho este direito, já que todos os outros me foram tirados, até mesmo minha liberdade. Mais uma vez penso em Pitter. Em como ele deve está agora, em como ele deve estar chocado em saber que justamente nós dois, estaremos juntos na arena. Assim como eu, ele sabe, que apenas um, entre os vinte e quatro tributos, sairá vivo.

A porta se abre novamente e me dirijo com Fluw ao local onde iremos esperar o trem. Não demora muito até que eu pergunte:

- Onde está Pitter?

Ela me olha rapidamente com seus longos cílios cor de laranja e me responde:

- Você irá vê-lo no trem. Vamos?

O trem chegou. Sem que ao menos eu notasse e rapidamente me dirijo para dentro, afinal, quero logo ver Pitter. Lá está ele, debruçado sobre uma janela do vagão, com seus olhos fixos em um ponto ao horizonte, até que o trem começa seu percurso com destino à Capital.

- Pitter! – grito eu freneticamente. Ele se vira rapidamente, e seus olhos alcançam os meus. Sem que ao menos ele consiga pronunciar uma palavra se quer, corro e o abraço forte, mais forte do que consegui abraçá-lo na campina.

– Como isso foi acontecer Pitter? Eu e você... nós dois... escolhidos... – Estou tremendo, muito, pelo fato de não estar acreditando que Pitter está ali. Agora realmente estou chorando, a única vez que não consegui me conter.

- Se acalme, Marjory. Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Você acredita em mim, não acredita? – pergunta ele limpando a lágrima que cai sobre minhas bochechas agora muito vermelhas.

- Eu acredito em você. –digo eu- Afinal em sempre acreditei. Pitter era o único que me entendia. O único que eu confiava de olhos fechados. Logicamente eu sempre acreditei nele, mesmo agora na situação que estamos, minha confiança está sim direcionada a ele como sempre, se ele diz que tudo irá ficar bem, para mim, tudo realmente ficará.

Passam-se dias. Fazemos diversas refeições diariamente. Eu e Pitter estamos sentados à mesa, comendo uma deliciosa comida, quando Fluw observa a janela com um olhar singelo freqüentemente, enquanto se dirige em nossa direção.

- Vejam queridinhos... Chegamos! – ela aponta em direção a janela do vagão e Pitter se levanta para observar. Nós chegamos, à aquela terrível terra onde 23 tributos morrem anualmente, de onde saem todos os comandos de Panem, o território onde a vermelhidão nas bochechas de seus habitantes são normais, as roupas extravagantes, comandada apenas por um presidente arrogante chamado Snow, a autoritária e terrível Capital.


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