OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 9
Ready?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, como vocês estão? Bem, tenho duas noticias, uma boa e outra mais ou menos... A noticia boa é que - devido a greve dos ônibus - eu provavelmente (99% de certeza) vou postar o próximo capitulo amanha! So não vou postar se um meteoro cair na minha casa, ou alguém morrer... A outra noticia é que esse capitulo não é totalmente do Onew, como eu havia dito nas notas finais do cap. anterior. Acho que vocês vão entender, mas ficaria uma lacuna muito grande se eu passasse direto para o dia do casamento da Park Min, então coloquei algumas coisas antes. Mas do meio pro final é o Dubu na parada! E o próximo eu PROMETO que sera só ele! Talvez eu até o divida em duas partes de tao grande que ele ficou (pelo menos na minha cabeça) Enfim, notas finais ♥ E bos leitura meus amores (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216598/chapter/9

Confesso que não consegui pregar os olhos. A noite estava particularmente fria, mas uma espécie de calor fazia com que meu sangue fervesse e eu não conseguia parar de me mover um segundo sequer, revirando cada canto de minha cama.


_ Da pra para com isso? Você se mexe tanto que eu não consigo dormir! – Hyori choramingou ao meu lado.


_ Ah, me desculpe! – suspirei, não imaginava que ela estivesse acordada. – Pensei que já estivesse dormindo... – disse, sentindo minha boca mais seca do que o normal.


_ Eu bem que tentei! – reprovou-me. – Brasileira – hesitou. Ela simplesmente chamava-me de tal forma como se fosse uma vergonha ser brasileira, mas eu simplesmente não me importava. – Preciso perguntar uma coisa... Estou morrendo de curiosidade! – sentou-se sobre a esteira, tentando enxergar meu rosto.


_ Hm... – esperei que ela perguntasse, mas continuei escondendo meu rosto sobre o travesseiro.


_É verdade mesmo? – murmurou. – Você esta mesmo gravida?


_ O QUE? – engasguei. – C-COMO V-VOC-C... – suspirei e tentei acalmar meu pânico. – Como você sabe disso? – encarei finalmente em seu rosto, forçando meus olhos a enxergar suas feições mesmo no escuro.


_ Então quer dizer que é verdade? – seus olhos saltaram e notei um certo tom de animação em sua voz.


_ N-não! Hyori, eu não estou gravida, isso é absurdo! De onde tirou isso? – se antes estava tomada por certa inquietação, a esta altura eu era mais desespero do que qualquer outra coisa.


_ Ah, eu ouvi Kiseop falando no telefone com alguém e... – não ouvi mais nada. Levantei-me rapidamente em direção da porta, precisava de água ou teria um treco. Hyori não importou-se em continuar com a conversa, apenas parou de falar enquanto eu procurava por minhas pantufas já perto da porta, sentindo minha garganta queimar.


Tateei as paredes do corredor e segui por toda a extensão dele até chegar à sala. A luz forte do poste invadia o ambiente e permitia que eu enxergasse perfeitamente. A luz da geladeira cegou-me por uns segundos, a quando olhei para o lado – já com o jarro em mãos – Kiseop encarava-me encostado no parapeito. Seus cabelos embaraçados e sua face distorcida, tão incomodada com a luz quanto a minha. E apesar do frio, estava vestido apenas com a calça de moletom.


_ Não consegue dormir? – suspirou.


_ Não! – virei-me em busca de um copo.


_ Por quê? Por acaso você esta preocupada com alguma coisa? – franziu o cenho.


_ Estou Kiseop, estou! – disse dando meu primeiro gole na água, aliviando minha sede.


_ Por acaso é com aquele assunto? – não sei não, as vezes penso que Kiseop acha que eu tenho uma bola de cristal. Porque falar em enigmas? – Você sabe... A gravidez! – sussurrou respondendo ao meu olhar, que o fuzilava.


_ Aish...


_ Eu não acredito! – aproximou-se de mim. – Mas imagino o quanto deve estar preocupada... – suspirou. – Só não fiquei assim! Com o tempo todos vão perceber que isso é mentira! – beijou minha testa, provocando-me a encarar seus olhos.


_ Ok. – deixei o copo sobre o balcão. – Mas não é só isso!


_ O que é então? – percorreu com suas mãos por meus braços, e parou ao finalmente entrelaçar nossos dedos.


_ Muitas coisas... – nesse momento, perdi-me na imensidão castanha dos olhos de Kiseop. Ele não interrompeu o contato visual, senti como se ele estivesse lendo todos os meus pensamentos. Como se eu fosse transparente e ele estivesse vendo além ou através de mim.


Não conseguia parar de pensar na carta, e em JunHyung longe. Não conseguia entender bem o tipo de relação que eu estava tendo com Kiseop. Quer dizer, eu o amava, e ele provavelmente me amava, mas nada estava certo sobre o futuro. Eu sei que deveria simplesmente deixar rolar, mas não conseguia deixar de ser essa pessoa preocupada com tudo e etc. Tinha também o apoio de SoonHyun, que honestamente veio em uma hora ótima, além de ter sido inesperado. Eu já estava me preparando psicologicamente para um conflito enorme na família quando ela simplesmente admitiu saber de tudo. Foi um alívio.


E por ultimo, e não menos importante – pelo contrario – tinha Onew. Faltavam exatamente três dias para o casamento, e ele não havia desistido da idéia de comparecer. O pior de tudo é que eu tinha certeza de que algo iria acontecer, só não sabia dizer se bom ou ruim. De qualquer forma, eu iria com ele! Só não sei dizer se estou pronta pra ver Onew triste ou decepcionado. Ele é tão bom, tão maravilhoso e contagiante, que não saberei como reagir caso ele desmorone.


Na maioria das vezes, ele é quem esta me apoiando, me segurando caso eu ameace cair. Eu não fazia idéia de como ser ele. Não fazia idéia de ser para ele, o que ele era pra mim. Mas eu o amava demais pra simplesmente deixa-lo cair.


Na pior das hipóteses, se algo fora de nosso controle acontecesse, eu simplesmente cairia com ele. Mas não o abandonaria.


_ Seus olhos. – Kiseop abandonou minhas mãos para acariciar meu rosto. – Seus olhos são tão grandes... – beijou-me o olho direito. – São tão lindos! – beijou-me o olho esquerdo.


Apesar de estar me derretendo por dentro, era difícil acostumar-me com o Kiseop carinhoso. E mesmo nessas ocasiões, eu esperava pelas patadas e grosserias.


_ Não fique preocupada com ele... – voltou a encarar meus olhos enquanto um ponto de interrogação formava-se em meu rosto. – JunHyung-shi sabe se cuidar! – suspirou. – E-Ele não vai deixar você. Não vai deixar de ser seu amigo...


_ C-como você...


_ Eu sei disso porque é o mínimo que eu faria se fosse ele! E, mesmo que seja ridículo admitir, ele é mais racional do que eu. Só dê esse tempo a ele... – suspirou. – Se ele esta sentindo metade do que eu senti quando vocês começaram a namorar, ele vai precisar desse tempo!


_ A culpa é toda minha... – desviei meus olhos e passei a encarar o chão.


_ Talvez seja! – riu abafado. – Brincadeira... – segurou meu queixo e encarou meus olhos novamente. – Você não tem culpa por ser assim. Não tem culpa por estarmos tão apaixonados por você... – suspirou. – Não se culpe assim! Nós escolhemos amar você, nós escolhemos proteger você! Uma hora ou outra você ia ter que escolher, do jeito que estava não podia continuar... E nós três sabíamos de todo o risco... – seus olhos tão grudados aos meus que eu mal podia piscar.


Minhas bochechas tornaram-se rubras, era estranho ouvi-lo falando assim, como se eu fosse alguém tão importante. Mas acima de tudo, era uma sensação boa;


_ Obrigado por me amar! – beijou minha testa novamente. – De todos os três eu devo ser o mais idiota, o que mais machucou você, e mesmo assim você me ama! – abraçou-me. Seus dedos longos percorrendo por minhas madeixas e nuca, arrepiando-me enquanto minha cabeça pousava em seu peito nu. Uma respiração calma movendo seus pulmões, e o cheiro entorpecente de sua pele.


Já eu, não sabia o que dizer. Eu nunca sabia o que dizer quando a situação tornava-se sentimental demais. Talvez eu fosse o tipo de pessoa inexpressiva, incapaz de retribuir a uma frase de amor, com outra frase de amor. Talvez eu pudesse dizer novamente que o amava, mas de repente tal hipótese tornou-se tão difícil quanto na primeira vez.


Senti seus lábios gélidos colando em minha testa quente enquanto ele continuou a acariciar-me com cuidado, como se eu fosse frágil demais. Confesso que tanto cuidado assim da parte dele, deixou-me um pouco surpresa. Ele nunca havia se importado em demonstrar afeto, só em algumas raras situações.


Mas apesar de toda a confusão dentro de mim, estava bom ali. Queria deixar-me ser cuidada por ele, era bom me sentir importante para ele, porque ele era pra mim.


Agarrei sua cintura com ainda mais força, recusando-me a desfazer o abraço. Suas mãos passaram a acariciar meus ombros e costas, brincando com as alças de meu sutiã. Pousou seu queixo no topo de minha cabeça, e continuamos ali, como se não fosse tarde da noite, como se não tivéssemos que dormir, como se nada mais no mundo importasse. E talvez, realmente não importasse.


_ Estou interrompendo alguma coisa? – aquela voz. Aquela voz irritante invadindo meus tímpanos e despertando-me daquele sonho que era estar tão próxima de Kiseop. – Você por acaso se esqueceu de nossa conversa?


Hyori encontrava-se debruçada sobre o balcão, perto demais. Como não havíamos percebido sua presença ali? Seus olhos me desafiando e um sorriso cínico e descarado em seu rosto.


_ Novidade será o dia em que você não estiver interrompendo nada! – Kiseop disse a ela ainda prendendo-me em seu abraço.


_ Oppa, você deveria estar abraçado a mim! Eu posso te dar filhos saudáveis e puros! Eu vou amar você pra sempre, vou cuidar de você e ser uma boa esposa sem comprometer o sangue de nossa família! Com essa daí, tudo o que vai conseguir vai ser um vira-latinha...


_ Você é doente! – bufou. – Eu tenho tanto nojo de você... – Kiseop disse indignado, voltando a encarar meu rosto.


Tenho certeza de que mais uma vez ele pode ler meus pensamentos. Parecia algo tão fácil de ser feito que eu me senti inútil por não conseguir esconder um pensamento sequer por trás de minhas expressões.


Não sei por que, mas Kiseop riu discretamente enquanto encarava meus olhos, como se alguma coisa naquela situação embaraçosa fosse engraçada! Envolveu meu rosto entre suas mãos grandes mais uma vez e aproximou-se, chocando nossas respirações.


_ Eu amo você! Amo você! – murmurou tão baixo que apenas eu pude ouvir. Paralisei.


Mesmo com o cabelo bagunçado, ele era lindo, perfeito. Seus traços tão bem desenhados, seu nariz alinhando-se perfeitamente com sua boca. Seus olhos castanhos tão profundos, e suas covinhas. Tudo nele era lindo! O timbre daquela voz, a suavidade com que pronunciava cada palavra, e a forma atenciosa com que acariciava minhas bochechas.


Só após prestar atenção em cada detalhe, pude finalmente voltar a respirar. Kiseop e eu compartilhávamos o mesmo ar, como se fossemos a mesma pessoa. Exterminou a única distancia entre nos, colando nossos lábios. Tudo tão rápido que mal calculei meus movimentos. Quando dei por mim já estava completamente envolvida por seu beijo, completamente hipnotizada.


Mas não foi um beijo agressivo – pelo contrario. Foi terno e delicado. Apenas um roçar de lábios que provocou-me a querer mais. Mas não teve mais. Antes que eu pudesse retribuir ele já encarava meus olhos novamente, com aquele olhar de satisfação. Seus olhos brilhavam arregalados próximos aos meus, um sorriso impecável formou-se em seu rosto e mais uma vez precisei lembrar-me de respirar. Poucos segundos e eu já havia perdido o fôlego inúmeras vezes.


_ Boa noite. – disse afastando-se de mim. Abandonou o cômodo ignorando completamente a presença de Hyori ali.


Ela me encarava com seus olhos marejados e raivosos, tão paralisada quanto eu. Senti-me culpada. Apesar de não merecer, tinha pena dela. Se ela realmente amava Kiseop, ver algo como aquilo deve ter ferido seu coração. Não precisávamos de toda aquela cena. Soou como uma provocação – e talvez fosse a intenção de Kiseop – e a ultima coisa que eu queria era provocar Hyori.


Kiseop definitivamente não prestava. Mas eu não conseguia parar de sorrir. Santo Deus, como eu o amava!


__



*mensagem*


“Não se esqueceu de mim não né? Key e eu já estamos a caminho!

Onew-shi ♥”


Ele não havia desistido. Passei os últimos dois dias implorando para que ele esquecesse o casamento. Ofereci um dia inteiro de massagem, frango, e ate dinheiro, mas nada o convenceu.


Onew queria por que queria ir a essa festa, e eu estava insegura! Depois de muito esforço consegui fazer com que ele deixasse pelo menos Key ir.


Encontrava-me na difícil situação de escolher uma roupa. Nenhuma de minhas roupas era boa o suficiente para um casamento, e eu encarava meu guarda-roupas agoniada.


_ Droga! – murmurava comigo mesma, espalhando as roupas pelo quarto enquanto procurava a melhor. – Não é possível, eu preciso ter uma roupa descente! Deve estar em algum lugar...


_ Falando sozinha de novo? – ele conseguia soar irritante quando queria. – Devo internar você?


_ Não atrapalha Kiseop! – rosnei sem encará-lo. Estava distraída demais.


_ Não esta tentando achar uma roupa pro casamento no meio disso, esta? – apontava para o monte de roupas, menosprezando-as. – Aish... Como você pode ser tão relaxada? Suas roupas são horríveis!


_ M-mas eu não tenho nenhuma melhor... – bufei de costas pra ele.


_ Porque deixou pra ultima hora? – enfiou-se no meu campo de visão. Como ele era irritante, aish.


_ Não é da sua conta! Sai daqui, esta me atrapalhando a pensar! – empurrei-o em direção da porta.


_ Estúpida, vai pensar em que? Entre usar essas roupas é melhor que vá nua! – disse e logo minhas bochechas queimaram. – Não, melhor não! – passou seus braços por minha cintura, puxando-me para fora do quarto.


_ AISH ME SOLTA! – disse com os olhos completamente arregalados. – KI-KISEOP ONDE V-VOC...


_ AI PARA DE GRITAR NO MEU OUVIDO! – percebeu que eu tentava me desfazer se seus braços e me segurou em seu colo enquanto arrastava-me ate seu quarto. Segurava-me com tanta força que eu mal podia me debater.


_ TA ME ARRASTANDO PRA CA POR QUÊ? – ai não, eu estava com pressa! Não era uma boa idéia! Eu, Kiseop, um quarto. Sozinhos em casa, sem omma, appa ou Hyori, e esse pervertido me agarrando e me arrastando. Me arrastando em direção a... A c-ca – KISEOP SEU PERVERTIDO, AGORA NÃO É HORA DISSO! ME SOLTA, EU NÃO VOU DEITAR NA SUA CAMA! – e finalmente me pos no chão.


_ YA! Da pra parar coma histeria agora? – julgou-me com os olhos. – Senta ai! – empurrou-me, forçando-me a sentar em sua cama.


_ Aish Kiseop, agora não é hora! Eu realmente preciso encontrar uma roupa pra viajar... – hesitei. – Ok? Bem que eu queria, mas agora não é uma boa idéia, logo Onew vai estar aqui e vai ser chato... entende? – ia dizendo e me levantando lentamente enquanto Kiseop fuzilava-me com os olhos.


_ Estou sem palavras! – negou com a cabeça. – Você é incrível mesmo! Como pode ser tão burra? – começou a rir desesperado.


_ Como você é convencido! Não querer transar com você não faz de mim uma pessoa burra! Como você é idiota! – Kiseop atirou-se sobre a cama, gargalhando ainda mais, tornando-se cada vez mais vermelho. – YA! TA RINDO DE QUE? – mas tudo bem, cada pessoa reagia de uma forma a rejeição. – Aish... – bufei. Sairia dali, Kiseop só estava me atrapalhando.


_ Convencida é você! – disse antes que eu pudesse sair. – Quem disse... – controlou seu riso. – Quem disse que eu quero transar com você?


_ Hm...? – parei confusa. Encarava seu rosto completamente envergonhada. – N-não quer?


_ Não! – levantou-se da cama. – Quer dizer, quero! – uma reviravolta em meu estomago. – Quero muito, muito mesmo! – dava passos lentos até mim, fazendo-me engolir a seco. – Mas não agora! Não hoje, e nem quando estamos à beira de receber gente em casa... Acha que eu sou idiota?


_ A-ah é q-que – droga! Cadê o buraco pra eu me enfiar dentro?


_ E que historia é essa de “transar”? – encarou-me debochado. – O jeito certo de dizer é “fazer amor”! Eu te amo demais pra simplesmente transar... – bagunçou meus cabelos.


_ Me trouxe aqui porque então? – quanto antes mudar de assunto melhor, né?


_ Uma roupa! Vamos achar uma roupa pra você no meu closet! – foi em direção a enorme porta.


_ M-mas Kiseop você é homem e...


_ Da ultima vez você não reclamou! Estou tentando ajudar, vai continuar menosprezando minhas roupas? – fez bico. Idiota.


Eu apenas me sentei na sua cama, aterrando-me em minha vergonha e esperando que minhas bochechas voltassem a sua cor normal. Kiseop me mostrava milhares de roupas, cada vez mais animado. Detestava toda aquela coisa de me trocar milhares de vezes, mas ele parecia cada vez mais animado quando me via com uma de suas roupas.


Algumas ficavam boas, outras simplesmente não serviam. Era difícil estar feia com uma roupa de Kiseop! Eram todas deslumbrantes e arrojadas. Provavelmente caras.


_ Você usa mesmo essa isso? Cheio de lantejoulas e... – encarava a roupa curiosa. Semelhava a uma bata, mas era cumprida demais, feminina demais. – Q-quando usou isso?


_ Nunca usei isso... – suspirou aproximando-se de mim. Um enorme sorriso de satisfação abriu-se em seu rosto. – Comprei pra você!


_ O que? – arregalei os olhos. – Comprou pra mim?


_ Eu sabia que você ia ir como um molambo! Sabia que ia deixar pra ultima hora, tinha certeza! Se eu tivesse apostado, teria ganhado... – sorriu vitorioso. – Então comprei pra você! JaeSeop me ajudou a escolher! Ande... Vá experimentar!


Não consegui dizer nada. Ele era tão irritante, tão convencido, besta, presunçoso. E ao mesmo tempo, preocupado comigo. Kiseop era tão volúvel, até mais do que eu! Aquelas mudanças de temperamento, fazendo meu coração bater cada vez mais descompassado por ele. A cada característica que conhecia de Kiseop – boa ou ruim – me tornava cada vez mais apaixonada.


Experimentei a roupa em seu banheiro, e caiu perfeitamente. Preto, a cor básica. Só vestindo pude perceber que ela nunca poderia ter sido de Kiseop. Era mais feminina do que qualquer uma de minhas roupas, e mais bonita também. Não era uma bata, e sim um vestido. Era mais colado do que parecia e formava uma saia suavemente rodada na cintura. Alças decoradas com uma pedraria delicada – não era lantejoula – e um decote não tão exagerado.


Deixei o banheiro insegura. Estava envergonhada por estar vestida daquela forma. Estava ansiosa por obter sua aprovação, que de repente tornou-se tão importante pra mim.


Ao pousar seus olhos em mim, Kiseop sorriu novamente, fazendo meus sentidos desaparecerem. Seus olhos brilhavam e ele parecia satisfeito com sua escolha. Sentou-se em sua cama e encarou-me como se estivesse admirando algum tipo de obra, deixando-me completamente sem jeito.


_ Ficou perfeito! – sussurrou. Sorri acanhada.


_ Obrigada Kiseop! Obrigada por tudo! – não sei o que faria sem o presente, não sei o que faria se ele não tivesse pensado em mim.


_ Mais uma coisa! – levantou-se rapidamente. O que mais poderia ser? Ele provavelmente devia estar querendo aumentar ainda mais minha divida com ele.


Tomou um objeto em suas mãos, e caminhou em minha direção. Seus olhos perversos, como se estivessem ansiosos por minha reação.


_ Não abandone meu coração desta vez! – deixou em minhas mãos o que fez meu coração bater completamente descompassado. – Eu guardei, eu guardei pra você porque o meu coração não pode ser de mais ninguém! – disse fazendo com que meus olhos se enchessem de lagrimas.


A correntinha, o pingente, o coração e a estrela. O primeiro presente de Kiseop, ele havia mesmo guardado. Jurei a mim mesma que guardaria, que cuidaria com minha vida. Faria de tudo pra proteger, porque no fundo não era um simples pingente. Não era um simples colar. Somente Kiseop e eu sabíamos tudo o que aquele objeto tão pequeno significava.


_ Não vou abandonar! – disse jurando a mim mesma.


Kiseop aproximou-se, tomando o colar de minhas mãos e colocando-o em meu pescoço. Beijou-me a testa, segurando firme em minha cintura.


Encarei em seus olhos, pedindo silenciosamente para que mais uma vez ele lesse meus pensamentos, como sempre fazia quando eu queria muito esconder meus sentimentos. Nada. Ele apenas riu, como se tivesse percebido minhas intenções. Então, tomada por um impulso, eu o beijei.


E ele pareceu tão surpreso com minha reação quanto eu. Fechamos nossos olhos lentamente, e compartilhamos um beijo intenso. Suas mãos grandes acariciando minhas costas enquanto eu brincava com seus cabelos, fazendo-o arrepiar.


Kiseop excitava-se muito fácil, e eu sempre ficava envergonhada. Pressionava-me contra seu corpo, descendo cada vez mais suas mãos afoitas. Mas era tudo calmo, como se tivéssemos todo o tempo do mundo para beijar. Mordiscamos os lábios em busca de ar, mas logo a buzina lá fora interrompeu o momento. Encarei seus lábios vermelhos e inchados, tentada a te-los grudados aos meus novamente. Ele riu, surpreso por meu impulso.


_ Acho que é hora de ir... – ele disse, soltando-me de seus braços. – Mas continuo achando uma péssima idéia você ir...


_ Eu também acho, mas isso não esta em discussão! – rimos.


Rapidamente fui até meu quarto, tomada pela pressa anterior, e tirei o vestido. Guardei-o em minha mala, vestindo uma camiseta, um jeans e um tênis. Nada de maquiagem, apenas um perfume. Onew esperava-me do lado de fora do carro enquanto Key acenava do banco do passageiro.


_ Vai levar só essa mala? – Key disse colocando a cabeça para fora da janela.


_ Acho que tenho o suficiente aqui! – admiti.


_ Suficiente! Uma palavra inexistente no vocabulário do meu amigo! – Onew disse abrindo a porta de trás pra mim. – Tudo bem? – perguntou.


_ Sim! Tem certeza disso? – não custava perguntar mais uma vez.


_ Tenho! Que coisa, não é um bicho de sete cabeças! Eu estou bem quanto a isso, será divertido... Vou somente ao casamento de uma amiga! – empurrou-me para dentro do carro e fechou a porta dando a volta.


Não importava o quanto tentasse me convencer. Ele não conseguiria. Eu conseguia ver certa tristeza em seus olhos, uma tristeza que se escondia por trás daquele sorriso maravilhoso, mas que ainda assim era visível.


_ Desista Ana, eu já desisti faz tempo! – Key disse encarando-me pelo retrovisor. – Ele esta mesmo decidido! O que nos resta é acompanhar a criatura e impedir que ele encha a cara e faça besteiras... – riu, provavelmente imaginando Onew bêbado.


_ Todos ansiosos? Vamos ficar maravilhosas três horas dentro desse carro então, Key, por favor, não peide! – Onew entrou rindo de sua própria piada.


_ Idiota! – Key bufou pondo o cinto de segurança e Onew deu partida.


__



Key roncava no banco do passageiro e uma musica calma tocava no radio. Eu estava cansada, obrigando-me a permanecer acordada. A verdade é que eu não estava conseguindo dormir direito.


Há pelo menos duas noites consecutivas, eu havia tido pesadelos com o seqüestro. Como se tivesse me lembrando aos poucos. Só não sabia dizer se aquilo eram lembranças, ou somente um pesadelo, mas mesmo assim eram fortes o suficiente para me deixarem aterrorizada pelo resto da noite. Claro que eu não havia contado a ninguém, do que adiantaria? Eu preocupava demais as pessoas ao meu redor.


_ No que esta pensando? – a voz melodiosa de Onew quebrou o silencio.


_ Em nada de muito importante, e você? – encarei seus olhos pelo retrovisor.


_ Nada também... Estou estranhando! Era pra Key estar roncando muito mais alto! – dizia concentrado na estrada.


_ Esta ansioso, não esta? – desafiei-o, mantendo meu tom de voz calmo e baixo.


_ Muito! – suspirou.


_ Onew, porque insiste nessa idéia? – indignei-me.


_ Já tivemos essa conversa Ana! Eu preciso esquecer! Preciso apagá-la de mim, e só vai acontecer assim! Se eu ver com meus próprios olhos, mesmo que doa na hora... – lamentou.


_ Você é louco! – não conseguia entender. Onew estava indo em direção a seu pesadelo. Completamente suicida;


_ Diria mais que sou azarado! – riu – Primeiro a Min, e agora você... – encarou-me pelo espelho. – Soube que JunHyung viajou...


_ Não mude de assunto! – não queria falar sobre JunHyung, meu coração pulava em resposta apenas por ouvir seu nome. Talvez sentindo-se culpado, não sei. Posso dizer que meu coração e eu não somos bons amigos, ambos agimos por conta própria.


_ Não estou mudando! Esta tudo relacionado... Assim como JunHyung, eu também amo você! – declarado o dia das situações embaraçosas. – E honestamente, ainda acho que você seja a única capaz de curar meu coração, mas parece que eu estou destinado a ser rejeitado...


_ Onew...


_ Não! Você não tem culpa! – forçou um riso, tentando me acalmar. – Só é uma situação engraçada... Ironicamente engraçada!


_ Não vejo nada de engraçado nisso! Não há graça em machucar a quem se ama!


_ E esse é o momento em que você tenta me deixar melhor, dizendo que me ama! – calei-me diante de seu sarcasmo. Aquilo não combinava com ele. – Me desculpe! Eu sei que você me ama, na verdade, tenho certeza! Como você poderia esquecer o seu primeiro amor? – brincou – Mas é uma pena que não me ame tanto quanto eu amo você!


_ Você consegue ser tão confuso quanto eu! – finalmente ri. Talvez Onew e eu fossemos iguais demais.


_ Sei disso... – suspirou – Já parei pra pensar! E sabe, amar duas pessoas não é fácil... E você se superou! Três pessoas é o numero record! Como conseguiu essa proeza?


_ Nunca parei pra pensar em como cheguei nessa situação... – admiti. – eu que nunca havia amado alguém, fui descobrindo sentimentos por pessoas diferentes, até estar completamente apaixonada por ambas. De maneiras diferente, claro! – não era tão embaraçoso falar sobre isso com Onew.


_ E como soube? – hesitou. – Quero dizer, como soube que era Kiseop, e não eu ou JunHyung?


_ Todos os meus instintos foram apontando pra ele! Onew, quer mesmo falar disso? – perguntei, mas ele calou-se esperando que eu continuasse. – Bem, é difícil explicar... Acho que eu não sei! Eu só sinto muita necessidade de estar perto dele, conversar com ele, ou até brigar! E não é um tipo de necessidade saciável!


_ Eu entendo... – suspirou – Você realmente o ama! Não deixe ele escapar, não deixe por nada!


_ Eu não pretendo, mas é complicado!


_ Complicado porque?


_ Porque envolve seus sentimentos! Envolve os sentimentos de JunHyung, e eu não consigo deixar de me importar com vocês! – confessei. – Me desculpe Onew! Eu realmente achei que você jamais pudesse se apaixonar por mim, então eu desisti! – eu só queria desabafar.


_ Não se preocupe com isso! Não conseguiremos culpa-la! Você não tem culpa por ser assim... – de novo aquilo. Eu já havia ouvido aquilo; “Você não tem culpa por ser assim”


_ Assim como? – indaguei, tomada pela curiosidade.


_ Você não faz idéia de porque somos apaixonados por você, não é? – neguei com a cabeça. – Você é boa! Não faz idéia de como é difícil encontrar alguém com um sorriso tão puro quanto o seu! Você é gentil, meiga e carinhosa. Inteligente, companheira, linda... – riu vendo minha expressão pelo retrovisor. – Seus olhos são sinceros, sem contar que você é engraçada! Desastrada... Um completo desastre natural! E você é transparente! Não da pra ver maldade em você! Você não age por interesse ou segundas intenções... As vezes até tenta mentir, mas não faz idéia de como é péssima nisso. E tem o principal! – hesitou. – E isso eu falo particularmente por mim... – continuei calada, esperando ansiosa pelo desfecho. – Você me vê como Lee Jinki! Me vê como um homem normal que erra, e sente de verdade... Desde a primeira vez, me senti muito intrigado quando nos trombamos em frente ao banheiro e você não agiu histérica! Pra você eu era só um aluno comum, e eu gosto de me sentir assim, comum! Só acontece quando estou com você! Só sou comum quando estou com você! – encarou-me calmo. – Eu descobri que me apaixonei por você assim que adormeceu em meus ombros. Lembra?


_ Aham... – disse baixo, digerindo suas palavras. Como eu podia ser tanta coisa pra alguém?


_ Naquele exato momento eu me apaixonei por você! Não entendia porque havia ficado tão feliz por ter você ali... Fui perceber tarde demais, e você já estava apaixonadinha por Junhyung! – riu. Como ele podia rir tão sinceramente nessas horas? Eu completamente envergonhada, e ele tão descontraído. – E por falar nele, acho que ele a ama pelo mesmo motivo que eu! É bem difícil encontrarmos alguém que nos veja como realmente somos! E você apareceu do nada, não sabia nossos nomes, nem o que fazíamos! Não sabia nada sobre nos, e agiu tão docemente, como você sempre consegue ser... – sorriu. – Essa é uma das coisas que torna você especial!


_ Obrigada! Obrigada por conseguir enxergar algo de especial em mim! Obrigada por me fazer sentir assim, e me desculpe... Me desculpe por não ter conseguido ter olhos somente pra você!


_ Eu me contento em ter você como amiga, e te amar em segredo! Então, por favor, finja que não sabe!


_ A sim, claro! – nos calamos.


Não demorou muito para que ele entrasse em um desvio, entrando em uma cidadezinha pequena. Perguntava-me se era esse o lugar, e tive certeza ao ver o sorriso abrindo-se no rosto de Onew.


_ Key acorde, chegamos! – cutucou o amigo.


_ Eu não estava dormindo, estava só... – disse sonolento.


_ Ta! – disse concentrado na direção. – Limpa essa baba! – riu – Ana, você se importa se ficarmos na casa de meus pais? Eu sinceramente acho que vocês vão se dar bem! E minha mãe vai achar que eu estou me desfazendo da família se ficarmos em um hotel... Ela é um pouco dramática!


_ Um pouco? – Key disse ao despertar.


_ Cala a boca Key! – socou o braço do amigo.


_ Ta, por mim tudo bem! Tem lugar pra todo mundo dormir?


_ Tem sim! – sorriu. – Já vou avisando, minha mãe vai ficar fazendo perguntas intimas e especulando sobre sua vida...


_ Isso quando ela não tira conclusões precipitadas! - Key riu.


_ Seus pais... Eles vão ao casamento?


_ Vão sim! Meus pais são muito ligados aos pais dela! São vizinhos a muito tempo então... Sabe como é!


Fui tomada por um frio na barriga. Algo me dizia que um prato cheio de emoções estava por vir, e eu estava com medo. Não por mim, mas por Onew. Como uma manteiga derretida como eu conseguiria manter Onew de pé caso ele desmoronasse?


Paramos em frente a uma casa envolta por grandes arvores e um quintal enorme e gramado. O sol estava quase se pondo quando finalmente chegamos e deixamos o automóvel. Pus-me ao lado de Onew, segurando forte sua mão antes de passarmos pelo portãozinho.


_ Preparado? – perguntei criando coragem e sentindo mil borboletas voando por meu estomago.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(foi um parto postar esse capitulo, como sempre)
Estou ansiosa pelo próximo capitulo, serio! keke~~ E estou contente com a possibilidade de ja postar amanha! Fazer como nos velhos tempos (em que eu postava um por dia) E enfim... Espero que tenham gostado,e não me matem! Os próximos capítulos terão surpresinhas e muito frangueiro! MUAHAHA /apanha. 1 beijo e boa noite pra vocês ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "OTAMV 2: A Prima" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.