OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 10
Véu e Grinalda (Part. 1)


Notas iniciais do capítulo

Dooooushite kimi wo suki ni natte shimattandarou ♪(thatamaia kekeke~~) Então, ontem caiu mesmo um meteoro na minha casa, por isso não postei! (sorry sorry sorry) Esse capitulo ficou grande, e ainda tem continuação... (que eu postarei em breve) A continuação sera beeeem surpreendente, mas e segredo!
Chorei escrevendo o Dubu, porque ele sempre ´´e meu pinguinho de felicidade, então ´´e difícil escrever ele cabisbaixo e tal's (difícil? IMPOSSÍVEL!)
Bem, esse capitulo foi dividido por Onew e Ana, mas creio eu (não ´´e certeza) que o próximo sera narrado só pelo Onew!
enfim, espero que gostem...
PS PS PS: tentei colocar uma musica por hiperlink mas eu simplesmente não consegui fazer essa bosta dar certo (frustração)
Então se vocês quiserem ouvir a musica que eu usei pra entrar no clima (http://www.youtube.com/watch?v=9tGiuz7srOI) Eu coloquei a hora certa entre *asteriscos* No inicio do POV do Onew
Boa Leitura meus amores ♥333



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A situação constrangedora de estar sendo encarada por mais de dez segundos pela mãe de seu amigo.

Aquela sala de estar, suavemente iluminada e com decorações por todos os cantos. A pequena mesa entre os dois sofás. E os olhares se cruzando tensos em meio ao silencio. Muito embaraçoso.

Interrompendo aquele clima, ouvimos a campainha soar, e antes que pudesse considerar isso um alivio, ouvi o nome que fez com que eu estremecesse de dentro para fora.

_ Park Min, querida! – ouvimos a porta se fechar, mas não olhamos em sua direção. – Entre meu bem, estamos todos aqui! – os passos aproximavam-se cada vez mais de onde estávamos. Onew apertou minha mão contra a sua, mordendo os lábios e com os olhos vidrados no tapete.

_ Se acalme! – sussurrei. Key encarava-nos com seu olhar de reprovação.

_ Hyung, não seja patético! Aja naturalmente, seja indiferente... Santo Deus! - Kibum murmurou.

_ Olha quem veio! – a ajumma apontou na sala, envolvendo uma das meninas mais lindas que já vi em seus braços.

_ Ola! – sorriu. Seus cabelos eram longos e castanhos, seus olhos brilhavam e combinavam perfeitamente com seu sorriso doce. Uma presença tão delicada que fez com que eu me sentisse envergonhada por ser tão desleixada. Perto de alguém tão linda, doce e delicada como ela, eu não era nada. – Ola Ontokki! – disse insegura para Onew. Ontokki? Cruzei seus olhos rapidamente, confusa.

Onew levantou-se rapidamente, curvando-se para ela sem encarar em seus olhos.

_ Oi Min. – finalmente a encarou, sorrindo discretamente. Ela apenas sorriu como retribuição e passou a encarar-me, tão confusa quanto eu.

_ A-Ah, oi! – disse levantando-me rapidamente e cumprimentando a garota. – E-eu sou Ana! – sorri sem graça – Chiao Ana.

_ Ola Chiao Ana! – retribuiu o sorriso. – Ola Key, como você esta?

_ Entediado. Sabe como é viajar com o Onew! – brincou.

_ E os outros meninos, não vieram por que? – perguntou.

_ Você não nos convidou oras... Eu pelo menos vim de penetra! – todos rimos embaraçados.

Em questão de segundos, Onew escorregou seus dedos por meus braços, até que encontrasse minhas mãos. Agarrou-as com força e movia-se inquieto, principalmente depois que Park Min encarou nossas mãos unidas. Um clima tão constrangedor que me deu vontade de sair correndo, mas Onew parecia bem mais aflito do que eu.

_ Min, fica pra jantar? – ajumma perguntou quebrando o silencio. Até ela sabia o que estava acontecendo.

_ Na verdade não! – sorriu tímida. – Vim somente porque minha mãe pediu que eu a entregasse isso! – estendeu um envelope. – Preciso ir o quanto antes, os preparativos estão todos prontos... Agora o que preciso é dormir bem para estar preparada pra amanha!

_ Esta ansiosa? – perguntou entusiasmada.

_ Muito! – seus olhos passaram por Onew rapidamente. Eu não me permiti perder um detalhe sequer.

_ Fique para jantar apenas! Já esta tudo pronto, só preciso arrumar a mesa... Você e Ana podem me ajudar, certo? – encarou-me com seus olhos amorosos.

Engoli a seco. Park Min e eu nos encaramos envergonhadas e seguimos para a cozinha, silenciosas. Não demorou muito e o pai de Onew chegou. Um verdadeiro poço de gentileza, cumprimentou-me educado e entusiasmado. Um sorriso tão parecido quanto o do filho nos lábios, e olhos que brilhavam simplesmente por ver a casa cheia.

__


A mesa logo ficara pronta, de modo que nos sentamos. Onew sentou-se de frente para mim, ao lado de Key. Min sentou-se ao meu lado, e os pais nas respectivas pontas.

Ele não sabia a quem encarar. As vezes seus olhos pousavam nos meus, as vezes nos dela. Ambas ficamos envergonhadas pela situação, e Key só faltou chutar meus pés por debaixo da mesa.

_ Estava com saudade da comida da mamãe carinho? – perguntou alisando os cabelos de Onew. Ele apenas afirmou com a cabeça, engolindo com dificuldade o monte de comida em sua boca, o que me provocou a rir. – Então... – suspirou – Vocês são apenas amigos mesmo, ou tem algo mais? – nem sequer hesitou em perguntar.

_ OMMA! – Onew reprovou.

_ O que? O que tem filho? Eu só perguntei! – percebi então uma enorme semelhança entre ela e a mãe de Kiseop, mas não pude deixar de sentir minhas bochechas queimando pela pergunta.

Silencio.

_ Não vai me responder? Hm? São só amigos mesmo Ana? – encarou-me curiosa. – Porque sabe, Onew não me conta nada! Ele faz questão de me esconder tudo sobre sua vida, principalmente as namoradas...

_ Lembra que eu avisei da parte do drama? – Onew disse impaciente, suas bochechas rubras.

_ Somos apenas amigos senhora... – admiti encarando meu prato.

_ A por favor, me chame de omma! – alisou meus braços. – Porque honestamente, acho que não haveria problemas se fossem namorados! Você é tão linda... De qual pais disse que é? – seus olhos pulavam enquanto prosseguia com sua interrogação.

_ Brasil... – disse contagiada por seu sorriso.

_ Brasil? – pela primeira vez ouvimos a voz de Park Min, de modo que olhamos todos para ela. – Isso é muito legal! Você samba? Sabe sambar? – era engraçada a forma como pronunciava “samba”.

_ Não... – assumi envergonhada.

_ Como assim, uma brasileira que não sabe sambar? – perguntou incrédula.

_ Talvez seja por isso que me expulsaram de lá... – brinquei, e todos riram de minha situação. – A verdade é que eu nem sequer sei dançar... – acrescentei.

_ A quanto tempo são amigos? – Park Min perguntou, um tanto interessada demais.

_ Essa eu respondo! – Key manifestou-se. – No começo do ano, não satisfeita em ser uma mestiça que chamaria a atenção naturalmente... Essa desastrada foi com o uniforme do avesso, acidentalmente e trombou com Onew no caminho... A partir daí, formou-se a dupla de desastrados mais perfeita do mundo! – riu.

_ Pelo jeito, vocês combinam mesmo! – Park Min olhou no fundo de meus olhos por alguns segundos. Caramba, como aquilo era constrangedor.

_ Filho, você perde oportunidades demais! – omma disse isso e Onew soltou seus talheres contra o prato, surpreso – Sabe, você fica tão preocupado em como ser um bom líder que esquece que eu quero ter netinhos antes de morrer! – brincou. – Ana, o que você acha de Onew ah? Ele é bonito não é? – tatu, buraco, eu me enterrando. – E se vocês...

_ Mãe já chega! Appa, por acaso ela anda bebendo? Que coisa chata, eu sei me cuidar ok? Não precisa se meter o tempo todo nas minhas coisas... – saiu da mesa.

Eu até pensei em ir atrás dele, mas Key foi primeiro. A reação de Onew foi inesperada. Nunca tinha visto ele se comportar de tal maneira, com tanta rebeldia. Fiquei preocupada. Park Min e eu já havíamos terminado de comer, os pais de Onew deixaram a sala de jantar, seguindo para rumos distintos, sem dizer uma palavra.

_ E-ele nunca se comportou assim... – disse.

_ Eu sei. – Park Min suspirou.

_ Me ajuda com os pratos? – sugeri levantando-me da mesa e seguindo com uma pilha de pratos para a cozinha.

Comecei a lavar as coisas então. Um silencio insuportável e vozes que soavam de outros cômodos da casa. A noite que caira por completo, e eu podia ver a lua cheia gigantesca pela janela aberta em minha frente.

_ Serei muito indiscreta se perguntar uma coisa? – hesitou.

_ Pergunte! – disse curiosa.

_ Bem... – encarou meu rosto. – E-essa cicatriz...

_ Ah... – suspirei. Cobri a cicatriz com as mãos, envergonhada. – É uma longa historia! – disse. – Não... Não vale a pena falar disso agora!

_ Me desculpe! – disse sinceramente. – Mas não veja isso como um problema! Você é realmente bonita, mesmo com esse sinal! – sorriu. – É uma mestiça diferente... Não teria notado se não tocassem nesse assunto no jantar!

_ Obrigada! – retribui o sorriso.

_ Sabe, não pude deixar de reparar que Onew gosta de você! – Park Min disse. Fala serio que conversaríamos sobre isso...

_ Porque se importa agora? – não consegui soar gentil ao perguntar. Tinha certa magoa por ela fazer Onew sofrer. Um sentimento hipócrita, sei disso – porque eu também fazia – mas não conseguia deixar de ignorar.

_ Só quero que ele seja feliz! – sorriu enxugando os pratos. – Por favor, não... Não o abandone!

_ Assim como você fez? – indaguei e seus olhos arregalaram, encarando-me. – É muito fácil jogar toda a responsabilidade pra outra pessoa agora... Seu casamento é amanha, e só o que pode fazer é pedir que eu não o abandone? – seus olhos marejaram. – Me desculpe! – virei e controlei meu impulso.

_ Talvez você esteja certa... – suspirou – Mas eu não consigo ser boa pra ele! – desabafou – Não consigo ficar longe ou suportar a saudade... Não vou ser forte, não vou conseguir agüentar o tempo que ele precisar ficar distante de mim! Quero um marido que esteja sempre ao meu lado, que durma todos os dias em casa e que seja um bom pai...

_ Você nem sequer deu a ele a oportunidade de tentar! – escorei-me sobre a pia.

_ Não é mais uma hipótese... – escorou-se ao meu lado. – como disse, eu vou me casar amanha! Não há mais nada que eu possa fazer... é tarde demais não acha? – forçou um sorriso. – Alem do mais, ele tem você! Vocês são iguais! Combinam e formam um lindo casal...

_ Nunca é tarde demais! Ele não precisa de alguém igual a ele, e sim alguém que o complete! Só cuide para não se arrepender no futuro... Quando se der conta do homem que perdeu, simplesmente por medo de sentir saudade; O tipo de sentimento que ele tem por você, é o tipo mais puro... Não desperdice isso!

Aquilo não me dizia respeito. O que eu estava fazendo? Incentivando alguém a desistir de casar... Pelo amor de Deus Ana...

Sai dali, a louça lavada e Min escorada sobre a pia, perdida em alguns pensamentos... Segui até o corredor, onde encontrei Key.

_ Ele não quer ver ninguém! – encarou-me, adivinhando o que eu pretendia.

_ Ele esta bem? O que aconteceu pra ele agir daquela forma?

_ Por melhor que a pessoa seja Ana, tudo tem seu limite! Por mais que Onew seja bom em esconder seus sentimentos atrás daquele sorriso enorme, ele tem estado atordoado nos últimos dias... por causa desse casamento e enfim... – sussurrou.

_ Eu disse pra não virmos, mas ele não escuta! – bufei – Key eu vou entrar, ele gostando ou não!

_ Você é quem sabe! – saiu de minha frente, permitindo que eu entrasse no quarto.

Onew estava deitado na cama, de costas para a porta. Sua cabeça aterrada no travesseiro, um pé com sapato e o outro apenas com meia.

_ O que esqueceu Key?

_ Sou eu... – sentei-me na cama do lado contrario.

_ Aish... – cobriu a cabeça.

_ O que foi Onew? Pediu que eu viesse, e agora não quer me ter por perto?

_ Vai jogar na cara agora? – disse. Seu tom de voz abafado pelo travesseiro.

_ Se necessário... – suspirei, deitando-me do seu lado. – Onew. – cutuquei-o. – Não é assim que vai conseguir te-la de volta!

_ Quem disse que é isso que eu quero? Você por acaso vai se sentir melhor se me ver junto com ela? Vai se sentir menos culpada por não me amar?! – sua pergunta me pegou de surpresa.

_ Tem razão, talvez seja isso o que eu esteja tentando fazer... – bufei – Me desculpe! Só quero achar um jeito de ver você sorrindo novamente! Sorrindo de verdade!

_ Não tente fazer nada Ana! Só permaneça do meu lado nesse momento... Vou precisar de você! – descobriu a cabeça.

_ Ok... Me desculpe! – acariciei seus cabelos.

Permanecemos ali. Acariciei seus cabelos enquanto conversávamos, e acabamos pegando no sono. Eu nem me dei conta do quão inconveniente estava sendo por dormir ao lado dele, eu simplesmente apaguei, desejando que ninguém reparasse em minha falta de delicadeza.


__


Aquelas mãos agarravam-me com força, rasgando minhas roupas. Um lugar escuro e úmido, que cheirava a mofo.

Eu nem sequer podia ver o rosto do próximo, mas estava apavorada. As palavras que sussurrava, a forma nojenta e promiscua com que brincava com meu corpo, tudo me dava repulsa e uma vontade enorme de gritar e correr.

Mas a voz não saia. Era como se eu fosse muda, como se eu estivesse inconsciente, mesmo acordada.

Fui atingida no rosto por uma lamina, cortou de fora a fora meu rosto, lambendo o sangue do metal. A dor queimava em meu rosto, o sangue manchava minhas roupas, e eu fui atingida inúmeras vezes por golpes doloridos e impiedosos. Finalmente consegui gritar, liberando toda a agonia dentro de mim, com os olhos apavorados, já não conseguindo guardar as lagrimas.

_ O QUE FOI? – Onew apareceu em minha frente, apavorado.

Eu não soube o que fazer. Estava apavorada e não conseguia deixar de chorar. Recobrava minha memória aos poucos, prestava atenção em cada detalhe do quarto, convencendo-me de que estava segura. As lagrimas saiam descontroladas de meus olhos, meu coração batia forte, e minhas mãos tremulas percorriam por meu rosto, encontrando a cicatriz.

_ Foi só um pesadelo! Só um pesadelo, se acalme! – beijou minha testa inúmeras vezes, abraçando-me. Seu corpo quente envolvendo o meu, porque eles tinham mania de dormir sem camisa? Aish...

Percebendo a situação constrangedora, ele soltou-me rapidamente, afastando-se alguns centímetros. Meus olhos encharcados cruzaram com os dele por alguns segundos, com isso, estava tentando dizer que estava bem.

_ Passou? – franziu o cenho. – Você me assustou! – suspirou – Gritou tanto que eu realmente achei que estivesse sendo machucada por alguma coisa...

_ E-eu gritei? – sussurrei envergonhada.

_ Sim... Ficou gemendo algumas coisas antes, mas gritou quando eu estava prestes a levantar e ver o que tanto resmungava.

Levei meus dedos até a cicatriz novamente, pensativa, recordando o sonho.

_ Por acaso... – hesitou. – Por acaso sonhou com o seqüestro? – eu apenas afirmei com a cabeça.

_ Que gritaria foi essa? – Key entrou no quarto preocupado.

_ Ana teve um pesadelo...

_ Pesadelo? Aish... – acariciou minhas costas. – Não vou perguntar com o que, deve ter sido horrível pelos seus gritos! – suspirou. – Mas agora volte a dormir! Amanha é o casamento e você vai estar cheia de olheiras! – obrigou-me a deitar, empurrando minha cabeça para o travesseiro.

Não demorou muito para que eu pegasse no sono novamente. Sem pesadelos, apesar de temer um.

Acordamos não tão tarde. Key fez de tudo para que eu levantasse, e após me arrastar para a sala – já trocada com uma roupa normal – ficou mostrando milhares de roupas, e perguntando minha opinião sobre qual era melhor.

Logo pra mim, que não entendia absolutamente nada sobre roupas, principalmente sobre estilo e etc.

_ Essa é a sétima combinação que você diz que esta boa! – reclamou.

_ Porque todas estão ué!

_ Verdade né? – sorriu satisfeito olhando para o cabide em suas mãos. – Estou tão em duvida!

_ Use essa aqui! – Onew apontou na sala, escolhendo um dos cabides.

_ Não, esse é tão retro! – reprovou.

_ Então porque trouxe? Aish... viu o que eu disse? Você nem gosta tanto das roupas que trouxe! Me espanta o fato de não ter saído pra comprar alguma coisa...

_ Verda...

_ E é ai que você se da mal, porque hoje é feriado municipal! – riu sozinho.

_ Como você é idiota! – Key jogou uma almofada em sua direção.

Estávamos só nos três. O pai de Onew havia ido buscar seu terno, e sua mãe estava no salão, arrumando o cabelo e fazendo as unhas. Faltavam 3 horas para o casamento. Descobri um pouco tarde demais que seria ao ar livre, em um jardim.

“Que maravilha, adoro salto agulha afundando na grama!” – ironizei em pensamento.

_ Vamos, vá buscar sua roupa! Eu quero ver como fica com ela... – Key pediu exigente.

Fui em busca de minha roupa. Dei uma ultima olhada no vestido antes de sair do quarto, encantada com sua beleza. Me dirigi para a sala, completamente satisfeita!

_ Vamos ver, vamos ver, vamos ver... – seus olhos brilhavam excitados.

_ TADA~~ - fiz uma pose engraçada, mas meu animo desapareceu vendo a face de Key mudando completamente.

_ Ai, que roupa é essa? Por acaso foi Kiseop quem deu? – brincou. Como ele sabia? – Espera... f-foi? – riu histérico.

_ Aish... O que tem de errado com ela?

_ Não vou dizer nada! Experimente! – empurrou-me para o cômodo mais próximo.

Quando sai do quarto, Onew deixou o chá que bebia cair sobre sua calça de moletom, e Key tornou sua expressão seria.

_ Nossa, você esta linda! – Key disse calmo. – Na verdade, muito linda! – deu uma volta por meu corpo. – Imagina como ficara quando estiver pronta! – sorriu animado grudando em minha cintura.

_ Ei, ei ei! – Onew aproximou-se, soltando-me dos braços de Key. – Pode sair espertinho! Ana, vá tirar esse vestido! - ordenou de maneira engraçada. – Estou falando serio!

_ Tsc... Onew, ‘serio’ é uma coisa que não combina com você! – Key debochou. – Ana, esta linda! Vá tomar seu banho que eu vou ver suas maquiagens... Você trouxe alguma não é?

_ Aham... Estão em uma bolsa pequena dentro da mochila...

_ Ai... Não sei por que mas o “bolsa pequena” não me deixou muito animado! Enfim... Vou ver! Tome seu banho! – empurrou-me para o banheiro.

Banhei-me. Lavei os cabelos com calma, e eliminei qualquer vestígio do cansaço. Deixei o banheiro e parti rapidamente para o quarto da frente, enrolada em uma toalha. Fechei a porta antes que alguém me visse.

Penteei os cabelos com cuidado, não fazendo idéia de qual penteado usar para o casamento. Eles já estavam quase na altura de meus ombros, sem corte. Eu realmente deixei tudo pra ultima hora...

Vesti-me com cuidado, ajeitando cada detalhe do vestido enquanto o contemplava. Era um vestido realmente lindo, ou talvez só estivesse feliz por ter ganhado-o de Kiseop. Enrolei os cabelos ainda molhados e sequei com o secador em uma tentativa falha de deixá-los cacheados. Ok, pelo menos ficou um meio termo. Prendi-o em um coque frouxo e deixei alguns cachos soltos;

Maquiei-me caprichosa, não queria dar a Key motivos para reclamar... Delineador, sombra, bloch, e um batom claro, sem deixar um visual pesado. Não pude deixar de abominar a cicatriz, que estragava todo o meu humor quando punha os olhos nela. Tão feia, tão inconveniente e indiscreta...

Estava tão insegura, tão nervosa e ansiosa. Meu estomago revirava e minhas pernas eram bambas, como se o casamento fosse meu...

Esperaria no sofá da sala por Key e Onew que estavam no banho. Enquanto isso, distrai-me com alguns pensamentos inúteis. Admirei a casa em que Onew crescera e era inevitável não imaginar o tipo de relação que ele e Park Min deviam ter quando crianças; Fiquei pensando nela, e em como tinha medo de ser feliz. Pensando no enorme erro que estava cometendo, casando-se com um homem só pela segurança de te-lo todas as noites em casa...

Minha situação vinha-me a mente muitas vezes. Apesar de todos os meus erros, eu já não lutava mais contra meus sentimentos. Não tentava mais ignorar o fato de ser louca e perdidamente apaixonada pelo homem que me aporrinhava todos os dias. Fiquei comparando as duas situações, tentando achar algum pondo em que Park Min e eu fossemos parecidas, mas não cheguei em conclusão alguma. Foram apenas devaneios...

_ Esta pronta? – ouvi a voz doce e desanimada de Onew soando pelo cômodo, e me virei para encará-lo.

Ele estava lindo. Acho que não preciso dizer; Sua franja cobrindo a testa, alguns fios ainda molhados. Um smoking em tons de cinza e chumbo feito sob medida, alinhando-se perfeitamente em seu corpo magro. Lindo, mas faltava-lhe um sorriso.

_ Ainda da tempo de sairmos correndo daqui... – sugeri ficando de pé para encará-lo melhor.

_ E não fazer todos morrerem de inveja por minha acompanhante ser a mais linda? – forçou um sorriso vindo em minha direção. – Você esta linda! – passou os dedos discretamente por minha cicatriz, a maldita. – Obrigado por ter vindo... – abraçou-me, escorando sua cabeça em meus ombros.

O que eu podia fazer? Aquela altura eu já havia tomado as dores de meu amigo, completamente indignada com sua teimosia. Acariciei suas madeixas, sentindo aquele perfume delicioso que já impregnara o ambiente. Controlei algumas lagrimas – não cairia bem chorar – sentindo que ele fazia o mesmo.

Não demorou muito e Key ficou pronto também. Não se opôs a nada em meu visual, o que me deixou satisfeita. Os pais de Onew chegaram juntos, comemos algumas torradas com chá – pois na pressa não havíamos almoçado – e saímos.


__



Apesar do outro carro, fomos todos apertadinhos no carro de Onew. O jardim não era tão longe. Ao estacionar o carro Key e eu ficamos encantados com a beleza e simplicidade do lugar. Era um jardim diferente, com passarelas de madeira e um lago mais a frente. Rosas brancas e folhagens decoravam o lugar, e os convidados iam acomodando-se ao som suave do violino. Simples, porem, sofisticado. Tudo parecia ter sido cuidadosamente planejado e esperado.

Antes de iniciarmos nossa procura por um assento, Onew agarrou minha mão com força, respirando fundo. Não queria encará-lo, caso contrario, o arrastaria dali contra a vontade dele. Apenas retribui, apertando sua mão igualmente. Estava tão nervosa quanto ele.

Seguimos por inúmeras fileiras de bancos, e conseguimos nos acomodar em um lugar não tão longe do altar. Ele não soltou minhas mãos um segundo sequer. Seus pais sentaram em uma outra fileira, perto da família da noiva, mas sua mãe olhava o tempo todo para nos.

_ Onew-shi! – um garoto que parecia ter a nossa idade, aproximava-se de onde estávamos sentados.

_ JiHo! – levantou-se rapidamente, puxando-me pelo braço para que eu me levantasse também. – Quanto tempo! – abraçou o amigo.

_ Ontokki, você esta bonitão! – brincou. – Ola Key, quando tempo... – apertou a mão de Key e encarou-me. – E essa Onew, é sua namorada? – perguntou segurando minhas mãos.

_ N-não... – encarou-me embaraçado. – Somos somente amigos! JiHo, essa é Ana!

_ Hm... Oi Ana! Já que é somente amiga do Ontokki, que tal se mais tarde você e eu...

_ JiHo sai daqui! – Onew empurrou-o. – Não diga tantas...

_ Hei, estou só brincando ok? – riram enquanto eu morria de vergonha. – Nos vemos novamente mais tarde... E olha, não deixe que Ana permaneça sendo somente sua amiga... – riu escapando de um golpe que Onew estava prestes a dar-lhe. – Foi um prazer Ana! – saiu rindo.

Encarei Onew esperando qualquer explicação, mas ele apenas baixou seus olhos, sentando-se novamente.

_ Ele é Park JinHo, irmão mais novo de Min... – disse baixo, eu apenas me calei. Esperamos calados até uma musica diferente tocar, e todos os convidados levantaram-se.


ONEW POV:


*Baby Don't Cry - Exo*


Fui tomado por um insuportável e enorme frio na barriga. Park Min estava prestes a entrar, e meu coração batia forte só por imagina-la.

A musica aumentou, e todos aglomeravam-se a beira do corredor. Ela entrou, e eu mal podia ver seu rosto. Apertei as mãos de Ana com mais força do que pretendia, mas ela nem sequer reclamou. Entrelacei nossos dedos e fechei os olhos, evitando vê-la, tentando evitar a dor que eu sabia que estava por vir.

Eu não podia acretidar, ou talvez não quisesse. Minhas mãos tornaram-se tremulas, e meus olhos marejaram mais rápido do que eu imaginei. Droga de situação chata! Tentei ignorar encarando o rosto de Ana, mas ao cruzar com seus olhos percebi que ela quase chorava, assim como eu. Talvez por conseguir imaginar o que eu estivesse sentindo, ou pior, talvez por pena de mim.

Park Min aproximava-se cada vez mais, e eu já podia ver seu rosto perfeito coberto por um fino véu branco. Ela estava tão linda, tão encantadora, e eu senti meu coração mais apertado do que o normal.

Automaticamente minhas esperanças – com relação a tudo em minha vida – foram desaparecendo. Como se as coisas boas só pudessem surgir, se Min fosse minha esposa. E eu tive aquela horrível sensação de fracasso. Incapaz de fazer com que alguém me ame verdadeiramente... Talvez eu fosse algum tipo de homem estranho, e que ninguém enxergasse uma vida descente ao meu lado. Como se eu não pudesse proporcionar a felicidade a alguém...

Então ela passou por mim, seus olhos fixos nos meus, e seu lindo sorriso desaparecendo ao interpretar minhas feições. Não desviei por um segundo sequer; Enquanto encarava em seus olhos, dizia mil vezes em pensamento o quanto a amava, e o quanto queria que ela fosse feliz acima de tudo! Era tudo o que eu podia fazer, desejar a felicidade da mulher que eu tanto amava...

Ela logo chegou ao altar, pondo-se em frente a seu noivo embasbacado, provavelmente dando-se conta de que Min era mulher demais pra ele. Mas o pior de tudo é que eu invejava aquele embasbacado. Invejava com todas as minhas forças, imaginando como ele deveria estar feliz. Desejando algum dia me sentir tão feliz quanto ele deveria estar naquele momento...

_ Esta quase acabando... – sussurrei para mim mesmo, fazendo com que Ana acariciasse minhas costas.


#FLASHBACK


_ Eu te amo sabia? – ela encarou-me com os lábios lambuzados de sorvete, suas maria-chiquinhas frouxas e olhos brilhando.

_ E-eu também te amo Min! – sorri. – Pra sempre... – abracei-a.

Caminhávamos calmos pela rua, tomando sorvete naquela tarde quente de domingo. Segurava suas mãos junto as minhas, recusando-me solta-la por um segundo sequer, quando passamos em frente a uma vitrine de vestidos, e ela parou encantada;

_ Gostou desse vestido? – perguntei encarando seus olhos, quase saltando de entusiasmo.

_ Sim! – sorriu. – Um dia, quando nos casarmos, quero um vestido como esse! Quero usar um véu tão lindo quanto esse, e vou caminhar até você para sermos felizes pra sempre! – encaramos o chão envergonhados.

_ Então quer dizer que quer se casar comigo algum dia? – evitei seus olhos. Estava tão feliz e envergonhado que mal podia encará-la.

_ Foi isso que eu disse não foi? Porque eu iria querer outra pessoa se posso ter você pra sempre? – seguimos andando.

Estávamos na oitava serie e começamos a namorar. Eu estava tão feliz por te-la ao meu lado... A amava em segredo há tanto tempo, e foi realmente uma surpresa quando me declarei e descobri que ela sentia o mesmo por mim; Não abandonaria Park Min por nada nesse mundo! Queria uma família, queria filhos correndo por toda a casa e queria que aquela garota fosse minha para o resto da vida, até envelhecermos. Queria dar muitos chocolates, e enche-la de presentes, flores do jardim da minha vo e o que mais pudesse dar... Tudo para nunca perde-la!

_ Sabe... – suspirei. – Se eu me tornar um cantor famoso, eu vou dar tudo de mim e comprar o vestido mais bonito pra você! – disse depois de alguns minutos que caminhávamos em silencio.

_ Com véu e bordados? – perguntou.

_ Com o que você quiser! – sorrimos.

_ Amo você Ontokkie! – beijou minha bochecha.


__


O padre já discursava há alguns minutos, e eu não conseguia prestar atenção direito. A cada momento era tomado por uma lembrança, era tomado por um torpor diferente.

Consegui prestar atenção apenas em algumas palavras bonitas, falando sobre o matrimonio, mas aquilo não ajudava-me em absolutamente nada.

_ Então antes de qualquer coisa, gostaria de saber se alguém é contra este casamento... – Key encarou meus olhos brevemente - Se alguém for, diga agora ou cale-se para sempre...

Um silencio momentâneo; Eu queria gritar, queria correr e toma-la em meus braços, queria matar a saudade de seus lábios e dizer o quanto a amava na frente de todos. Fantasiei tal cena em minha mente, e fui interrompido quando senti os dedos de Ana entrelaçando-se nos meus. Encarei seus olhos rapidamente, tentando ser forte, tentando disfarçar, mas uma lagrima já escorria de meus olhos discretamente.

Ela delicadamente levou sua outra mão em direção a meu rosto, exterminando a lagrima e beijando minha mão.

_ Tudo vai ficar bem Lee JinKi! – sussurrou. – Eu estou aqui com você, e não vou te abandonar! – beijou novamente minha mão.

Ah que vergonha, porque ela tinha que ser tão doce? Tão carinhosa? Queria que apenas sua amizade fosse o suficiente, mas no fundo eu sabia que quanto mais convivêssemos, mais eu me apaixonaria...

Senti Kibum segurando em minha outra mão, não encarou-me por um segundo sequer, mas eu sentia suas vibrações boas. Key e eu éramos bons amigos, e podíamos entender um ao outro, mesmo sem dizer uma palavra;

_ Bem, sendo assim, prossigamos... – o padre retomou – Kim Sung Yeol, é de sua livre e espontânea vontade, casar-se com Park Min Hee?

_ Sim. – disse sorrindo.

_ Certo, então repita comigo... – pediu. – Eu, Kim Sung Yeol...

_ Eu, Kim Sung Yeol... – repetiu.

Prosseguiu-se todo o discurso de comprometimento. Eu repetia as frases em minha mente, prometendo ama-la para sempre, respeita-la para sempre, como se eu fosse o noivo, como se eu estivesse me casando naquele momento.

_ Park Min Hee – limpou a garganta e eu engoli a seco, minhas pernas bambas e mãos tremulas, desejava que tudo aquilo acabasse logo. – É de sua livre e espontânea vontade casar-se com Kim Sung Yeol?

As duas mãos que seguravam as minhas apertaram-me com força, enquanto eu mantive meus olhos vidrados no altar, estagnado. Eu sabia o que ia acontecer, eu sabia que havia perdido Park Min para sempre, mas eu queria o desfecho. Só poderia me curar deste amor doente, vendo-a finalmente casando-se com o medico.

O sorriso que ocupava seu rosto já não era tão mais vibrante, os olhos sobre ela provavelmente estavam deixando-a nervosa. Ela sempre ficava envergonhada quando era observada por muita gente, detestava ser o centro das atenções, apesar de merecer por ser tão linda. Ela segurou as mãos de seu noivo e encarou seus olhos, sorrindo como antes.

Eu me recusei a ver; Mantive minha visão baixa, encarei minhas mãos unidas nas de meus amigos, agradecendo por te-los comigo naquele momento; Não veria, não veria! Meu coração tão acelerado, ansiando pelo fim, chegava a doer pelo anseio...





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Notas finais do capítulo

dei o meu máximo nesse capitulo, mas sinto que não ficou bom. O que vocês acharam? Estou tao preocupada com algumas coisas que fico ate sem criatividade, acho que alguns problemas estão prejudicando a fic... Pra terem uma ideia, levei dois dias para escreve-lo e ainda estou insegura .-. (Insegurança e Azula são sinônimos) Mas espero que tenham gostado, e me desculpem se decepcionei vocês! :| Um beeeeijao ♥3