OTAMV 2: A Prima escrita por Azzula


Capítulo 4
Waiting. Parte 1 (Narrado por Kiseop)


Notas iniciais do capítulo

ME DESCUUUUUULPEM .-. Me desculpem por demorar! Estou passando por um perrengue pra postar a fic '-' meu computador esta comproblema e não abre nem a internet... Estou no not e tem só o word 2010, que da um trabalho horrível pra postar aqui :( *cry ever* Mas cá estou eu... o/
Enfim, mais uma música do Beast para a trilha sonora, "I'm Sorry" []tenho um crush eterno com essa música *--*
OBRIGADA pra todos que leem essa fic, que continuam lendo. Todos os reviwes me fortalecem muito a continuar escrevendo, peço que nunca deixem de expressar suas opiniões sobre os capítulos, eles são mais importantes do que você imagina...



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Certo, eu havia metido os pés pelas mãos.
    Na hora da raiva, as palavras foram saindo fora de meu controle. Mas eu nem sequer era capaz de acreditar no que dizia.
    Eu sei que sou um idiota, bruto. Admito não ser o melhor para Ana, mas meu amor por ela é algo que não me permite renunciar, não posso mais controlar, pois ja se tornou maior que eu. De modo que não posso tê-la longe de mim.
    Mas ter visto aquilo, ter visto o presente provavelmente dado por JunHyung, ocupando o lugar do meu presente, me fez pensar que ele havia ocupado o meu lugar em seu coração.
    Ana é como minha estrela, e mesmo sem que ela saiba, me mantem forte. Não posso suportar viver sem ela, sem seu amor.
    O pior de tudo, é que ela é tão inocente, que não tem culpa. É tão inocente, que chega a ser refém de seu coração, caindo nessa armadilha de amar a tantas pessoas. Menina besta.
_ Filho, não vai se levantar? - appa surpreendeu-me com sua cabeça entre a porta entreaberta. - Sua mãe quer tomar café da manhã em família! - sorriu.
_ Estou indo! - sentei-me sobre a cama, afugentando meus pensamentos. - Cinco minutos!
    Ele deixou o cômodo sorrindo, enquanto eu capturei a primeira camiseta que vi pela frente, trocando-a por meu moletom de dormir.
    Minha mãe era cheia de querer inventar ocasiões familiares, não podia ver uma oportunidade. Como se fosse possível algum clima bom com a Hyori tagarelando o tempo todo.
    Fiz minha higiene matinal e deixei para pentear o cabelo depois. Procurei por minhas pantufas e deixei o cômodo partindo para a sala.
    Aterrei-me no sofá de couro preto, aguardando ansioso por Ana. Queria me desculpar, apesar do orgulho. E provavelmente o faria, ainda mais se a visse com olhos inchados.
_ Bom dia filho! - estapeou de leve minha batata da perna.
_ Bom dia omma! - sorri, espreguiçando-me finalmente.
_ Vamos tomar café? - parou entre o portal que dividia a sala e a cozinha. - Onde estão Hyori e Ana? Quer ir chamá-las? - sugeriu.
_ Não precisa, estou aqui! - Hyori apontou no corredor, espreguiçando-se.
_ Ok, onde está Ana? Pode acordá-la pra mim querida? - omma disse seguindo para a cozinha.
_ Não sei onde ela está! - Hyori disse, fazendo com que omma se virasse para ela. - A esteira dela está intocada!
_ Como assim? - omma e eu nos entreolhamos. - Pare de brincadeira Hyori, chame-a por favor! - sorriu debochada.
_ Eu estou falando sério tia! - choramingou.
Antes que me irritasse com Hyori, eu levantei-me rapidamente e fui em direção a seu quarto. Ela não parecia estar brincando, nem mentindo, mas queria ver com meus próprios olhos.
    Abri a porta um tanto afobado, e percorri o quarto com os olhos, não vendo ninguém. A esteira em que Ana dormia, estava realmente intocada, enrolada em um canto na parede, junto com alguns cobertores e travesseiros.
_ Omma, acho que ela fez de novo! - apontei na cozinha, roubando toda a atenção de meus pais, ja sentados à mesa.
    Fazia um tempo que Ana não aprontava mais. Achei que finalmente tinha superado aquela fase de sair pra beber e passar a noite fora, mas pelo visto havia me enganado.
    Não pude deixar de atribuir a culpa daquilo a mim. Nunca me esquecerei do dia em que Ana me segredou que bebia para esquecer as dores que não tinha a quem contar. Que aquele era um modo de esquecer, pelo menos por algumas horas, embriagando-se.
    É claro que aquilo tinha a ver com o que eu havia dito a ela! Não querendo ser presunçoso demais, ou convencido, mas eu havia sido realmente duro, dizendo coisas que ela não merecia ouvir.
_ Vou atrás dela! - disse.
_ Não! - omma levantou-se. - Vamos nos acalmar... - suspirou. - Primeiro, ligue no celular dela! Vai atrás dela e fazer o que? Por onde vai começar a procurar? - encarou-me.
_ Não sei, eu ia procurar primeiro nos lugares que eu sei que ela conhece, e depois...
_ Pare e pense filho... - aproximou-se de mim. - Ela ja fez isso outras vezes... - disse com ar decepcionado. - Ela vai voltar... Daqui a pouco volta! Vamos esperar um pouco antes de nos desesperarmos. Ligue no celular dela, e se ela estiver muito longe, eu vou buscá-la!
    Procurei por meu celular no bolso da calça de moletom, e disquei seu número rapidamente, esperando que ela atendesse, ansioso.
_ Titia, ela sempre faz isso? - ouvi Hyori perguntando. - Some assim, sem dar explicações? Que tipo de garota é essa que vocês mantem aqui? Uma alcoólatra?
_ Hyori, agora não... - omma sentou-se, apoiando o queixo em uma das mãos e encarando-me paciente.
    Ana não atendia. Liguei três vezes seguidas, mas caia na caixa postal, e aquilo estava me deixando desesperado. Estava com um pressentimento ruim.
_ Ela não atende! - escondi o celular no bolso novamente.
_ As vezes ela está com alguém, ou saiu logo cedo! - omma sugeriu.
_ Saiu pra onde? - perguntei ja irritado. Como eles não podiam estar tão preocupados quanto eu? - Aonde ela iria tão cedo? - alterei o tom de voz.
_ Ei, acalme-se! - appa disse com o olhar severo, porém, sua voz era calma. - Sabemos que ela sabe se cuidar! Ela pode ter ido dormir na casa de alguma amiga, ou até mesmo, na casa daquele namoradinho dela... Como se chama? O JunHyung... - encarou a todos.
    Considerar aquela ideia me deixou puto. Se Ana estivesse com JunHyung, ela teria levado meu conselho a sério, entregando-se a ele. Aish... Como eu sou burro! Como eu pude dizer aquilo?
    Mesmo assim, ignorei todo o meu orgulho, procurando o número de JunHyung-shi na agenda. Eu sabia que tinha seu número... Demorou um pouco, mas encontrei.
_ Pra quem esta ligando agora? - Hyori perguntou indiferente.
_ Não interessa! - virei-me de costas pra ela.
_ OPPA! - resmungou. - Desista, ela não vai atender... Ainda mais se estiver com Junhyung oppa!
_ Cala a boca! - disse a ela com o celular colado em meu ouvido. Após algumas chamadas, JunHyung finalmente atendeu, com a voz um tanto sonolenta.
_ Alô? - disse em um tom rouco.
_ JunHyung...
_ Quem é? - confuso.
_ Sou eu, Kiseop! - disse afobado.
_ O que você quer? - seu tom de voz mudou completamente.
_ Ana está ai? Ela esta com você? - perguntei, desejando de certa forma, que sua resposta fosse "sim".
_ Ana? - calou-se. - Não... - suspirou. - Ana não esta aqui Kiseop, porque?
_ Tem certeza? Quer dizer... Não minta... - insisti.
_ É logico que eu tenho certeza Kiseop, saberia se ela estivesse aqui! Além do mais, eu fui embora sozinho ontem, não se lembra?
_ Foda-se, tchau! - ameacei desligar.
_ Espera! - esperei. - Aconteceu alguma coisa? Aconteceu alguma coisa com ela?
_ Não se preocupe! - disse. - Vou resolver logo...
_ Me diga Kiseop, aconteceu alguma coisa com ela? Não sabem onde ela está?
_ É... - admiti. - Ela não posou em casa hoje, mas ja deve estar aparecendo por aqui... Vou procurar por ela!
_ Também vou!
_ Não! Não precisa! Ela ja fez isso antes, ja sei onde procurá-la!
_ Eu disse que também vou! Vou procurá-la, e se a encontrar, ligo pra você! - insistiu, irritando-me. - Se você a encontrar, por favor, me ligue!
_ Ta! - disse, concordando contrariado e desligando em seguida.
    Soquei a parede irritado, respirando fundo e pensando por onde começar a procurá-la.
_ Filho, porque você é tão estúpido com esse garoto? Ele é tão bonzinho... - omma disse.
_ Mãe, não enche... - disse revirando os olhos. - Ana não está com ele, e eu vou procurá-la... Não estou com um bom pressentimento!
_ Eu também vou! - Hyori se levantou rapidamente.
_ Não! - protestei. - De jeito nenhum, você fica!
_ Claro que não oppa, quem vai te fazer companhia?
_ Ja ouviu o ditado, "Antes só, que mal acompanhado"? - arqueei a sobrancelha.
_ O que é ditado? - sorriu ignorante.
_ Aish... Pelo amor de Deus! Hyori, cala a boca e senta ai, eu vou sozinho! - andei em direção a porta.
_ Não, eu vou com você! - agarrou em meu braço. - Nós vamos nos divertindo pelo caminho, além do mais, eu não quero ficar longe de você! - fez um aeygo desgraçado.
_ Mas que porra Hyori, como você é irritante! - livrei meu braço de suas mãos. - Anda logo! Vai assim, com essa cara de loca? - ela afirmou com a cabeça, confusa. - Anda logo... Se você começar a falar demais, eu jogo você pra fora do carro! - ameacei. - Em movimento.
    Pude ouvir omma reprovando-me para meu pai, mas sai pela porta tão apressado, que mal pude prestar atenção. Entrando no carro, percebi que usava minhas pantufas, minha camiseta estava manchada de molho, e minha calça de dormir estava furada. Mas eu estava preocupado demais pra ligar para minhas roupas... Se alguma fã me flagrasse, eu com certeza iria parar na internet de pijama, mas aquela estava longe de ser minha preocupação inicial.
    Dirigi apressado em direção aos bares que sabia que Ana conhecia. Ela tinha um faro incrível pra escolher os lugares mais "barra pesada" da vizinhança. Impressionante. Hyori puxou alguns assuntos banais como sempre, mas eu ignorei-a, concentrado em minha procura.
    Nada nas portas dos estabelecimentos, nada nas calçadas, nem nos bancos. Liguei para ela novamente, dirigindo devagar pelas vielas, nada de ela atender.
_ Porra Ana, onde você está? - sussurrei para mim mesmo.
_ Oppa, porque está tão preocupado afinal? Você sempre implica com ela! - julgou-me com os olhos.
_ Não é da sua conta... - disse ainda olhando para a frente.
_ Ela é assim tão importante? Mais importante do que eu? - insistiu. - Se eu desaparecesse você me procuraria?
_ Hyori, por favor... Nós combinamos que você não ia falar! - encarei-a brevemente. - Eu ainda posso jogá-la do carro.
_ Aish... Oppa, você é muito bruto! - resmungou no banco do passageiro.
    Não queria conversa. Estava ficando irritado por não encontrar Ana tão facilmente quanto pensei que encontraria. Estava preocupado. Liguei para casa, na esperança de ela ja ter voltado, nada. Omma já começara a se preocupar, o que me deixou ainda mais afobado. Liguei para JunHyung-shi, e ele estava tão aflito quanto eu por não encontrá-la. O que eu iria fazer?
    Comecei então a procurar por lugares improváveis, mas estava esperançoso. Procurei em parques tradicionais, restaurantes e hospitais. Nada em lugar nenhum. Voltei pra casa morrendo de preocupação, afinal de contas, se algo acontecesse com ela a culpa seria minha, e eu jamais me perdoaria.
    Resgatei meu celular, que vibrava em meu bolso, lendo o número de JunHyung no identificador de chamadas.
_ Encontrou ela? - perguntei com uma ponta de entusiasmo.
_ Não, não encontrei! - seu tom era preocupado. - Yoseob e eu procuramos em todos os lugares possíveis, e impossíveis, mas ela não esta em lugar nenhum! Acho que devemos chamar a polícia! - sugeriu.
    Onde Ana estaria? Hyori encarava-me com um ponto de interrogação estampado em sua cara, provavelmente perguntando-se sobre eu conversava ao telefone. Ao passar os olhos por ela, não pude deixar de notar um carro diferente estacionado em frente a minha casa.
_ Não sei... - suspirei. - Talvez seja o que devemos fazer... - disse distraído, ainda pensando sobre o carro. - De qualquer forma, eu voltei para casa agora... Realmente não sei mais onde procurar! Vou conversar com minha família, e ligaremos para a polícia! - disse saindo de meu carro, ignorando Hyori la dentro.
_ Certo... - também parecia preocupado. - Kiseop, podemos ter uma trégua por hoje? - perguntou.
_ Desculpe? - não entendi o que ele quis dizer.
_ Eu posso passar ai? Não vou ficar tranquilo enquanto não souber sobre ela... Quero estar ai caso ela chegue, ou caso algo ruim aconteça... - hesitou.
    Eu estremeci com a ideia de algo ruim acontecer à Ana. No entanto, o pedido de JunHyung não foi tão absurdo assim, afinal de contas, eu também o pediria se estivesse em seu lugar.
_ Tudo bem... Talvez seja uma boa ideia... - entrei em casa, estudando todo o cômodo, procurando pela visita. - Preciso desligar agora... Espero por vocês aqui! - desliguei.
_ Oppa, as vezes você se esquece de ser um cavalheiro sabia? - Hyori disse surgindo atrás de mim. - Onde ja se viu me deixar no carro sozinha? Tem que me tratar bem ja que eu posso vir a ser sua esposa futuramente... - O QUE?
_ Porra Hyori, como você fala merda! - encarei seu rosto, não tendo forças o suficiente pra ignorar aquela barbaridade. - Enfia na sua cabeça de uma vez por todas, que quando brincávamos de casinha na infância, era BRIN-CA-DEI-RA... - separei as silabas, quem sabe assim ela entenderia. - Não existe a mínima possibilidade de nos casarmos, deixe de dizer essas barbaridades! Nós somos primos...
_ Não tem problema oppa, você vai me amar! - insistiu. - Quanto mais você me rejeitar, mais vou amar você! - sorriu doentia. Que garota estranha.
Ignorei-a quando pousei meus olhos no sofá. A ultima pessoa que eu imaginei ver, estava ali à minha frente, Onew.
_ Kiseop... - ele levantou-se, cumprimentando-me formalmente com uma expressão preocupada.
_ Onew... - copiei seu movimento. - O que faz aqui?
_ Eu vim visitar Ana... Deduzi que ela já havia voltado do Brasil, e vim... Mas já estou ciente do que esta acontecendo.
_ Pedi para que ele ficasse aqui filho... - omma apontou na sala com uma xícara de chá em mãos. - Aqui querido, o chá. - entregou a xícara nas mãos do mesmo. - Não a encontrou? - seus olhos brilhavam esperançosos.
_ Não omma! Nem eu, nem JunHyung... - contemplei o chão derrotado.
_ Ele tambem estava procurando por ela? - desta vez, quem perguntou foi Onew, inclinando-se no sofá.
_ Sim... E agora, está a caminho daqui! - encarei os dois, sentando-me na poltrona.
_ Filho, vou chamar a polícia! - omma levantou-se em busca do telefone. - Ana ja posou fora de casa antes, sei disso, mas não encontraram-na em lugar nenhum, e ela não atende o telefone... Alguma coisa aconteceu! Espero que não tenha sido nada demais, mas não vou esperar mais, estou preocupada!
_ Deixa que eu ligo! - appa apareceu, tomando o telefone em suas mãos.
    Onew e eu observamos aflitos enquanto meu pai lidava com os policiais, explicando a situação. De inicio, eles subestimaram o problema pensando que se tratava de mais uma adolescente rebelde que fugira de casa, mas meu pai logo convenceram-lhes de que aquilo era realmente um problema, e eles não demoraram a aparecer com duas viaturas na porta de casa.
_ Por favor, entrem... - appa recebeu os policiais na porta.
Eles entraram um tanto incômodos, percebendo nossa aflição.
_ Senhor, não pretendemos demorar... Mas precisamos saber algumas informações cruciais para começar a procurá-la! - o policial mais alto disse.
_ É! Comecem dizendo a que horas ela saiu ontem, alguem se lembra? - o mais baixo disse, porém, parecia tão competente quanto o outro.
_ Não... - omma suspirou. - Não vimos quando ela saiu, todos estávamos dormindo.
_ Por volta das 23:30... - eu disse. - Sei disso porque nós trocamos algumas palavras no corredor, um pouco antes disso. - respondi aos olhares dos presentes.
_ E sobre o que conversaram? Ela disse algo sobre sair? - o mais baixo questionou-me.
_ Não... Conversamos coisas banais, agora não me lembro bem... - omiti, sentindo-me culpado. - Mas ela não comentou em nenhum momento que sairia... - é claro Kiseop, o que queria que ela dissesse? "Ok, agora que você me humilhou, vou ali encher a cara..." ?
_ Certo... - olhou-me desconfiado. - Ela faz isso sempre? Tem problemas com bebidas? - encarou a meus pais.
_ Sim... - omma hesitou em dizer. - Quer dizer, ela tem problemas com bebidas, quando bebe, mas não faz isso sempre...
_ O senhor nos disse que ela não é da família...? - especulou. - O que ela é de vocês?
_ Na verdade, somos responsáveis temporários por ela... - appa disse. - Ela esta aqui por um intercambio, e temos a guarda temporária dela...
_ Ok, mas mesmo assim, precisam avisar à seus pais verdadeiros... De qual país ela é? Precisamos de uma foto...
_ Brasil. - respondi enquanto omma foi procurar por uma foto em seu quarto.
_ Eu ainda acho que não há de ser nada... Daqui a pouco ela aparece por aqui, toda suja por ter dormido sobre uma moita qualquer! - Hyori disse, atraindo olhares de reprovação para si.
_ Talvez seja melhor esperar um pouco para ligarmos para seus pais... - Onew pronunciou-se pela primeira vez após a chegada dos policiais. - As vezes, estaremos preocupando-os a toa...
_ Tem razão! - o policial alto concordou com Onew.
    Omma logo chegou com uma foto em mãos entregando-a para os policiais.
_ Bem, faremos o seguinte... Temos dois policiais lá fora em outra viatura, e eles vão instalar escutas nos telefones... Supondo que seja um sequestro, vamos precisar disso para rastrear o endereço. Enquanto isso, o policial Seung e eu vamos iniciar uma busca pelas redondezas... Onde ela costuma ir?
_ Eu ja procurei-a por todo o lugar! - eu disse enquanto o policial reprovava-me com os olhos. - Ela não está nos lugares que costuma ir, por isso ligamos.
_ Certo garoto, mas nós somos os policiais, e faremos isso corretamente... - encarou appa. - Faremos de tudo para encontrá-la senhor...
    Os policiais especularam sobre mais algumas coisas e finalmente foram embora, permitindo que outros dois policiais entrassem com alguns equipamentos de escuta. Não demorou muito e JunHyung chegou, junto com ele, estava Yoseob.
    Eu particularmente gostava de Yoseob. Ele era divertido, pelo menos era como parecia ser sempre que nos encontrávamos. No entanto, ele parecia contagiado pela aflição de JunHyung, de modo que não sorriu muito. Na verdade, sorriu apenas uma vez para omma.
    A casa estava cheia. Onew sentado no sofá, pensativo e preocupado, trocando mensagens com alguem no celular. Yoseob não falou muito, e estava sentado ao lado de JunHyung completamente estagnado por sua preocupação, assim como eu. Dois policiais que transitavam da sala para o quintal com frequência, appa que tentava se distrair com o futebol, e omma que encarregou-se pelo café.
    Estava anoitecendo, e eu não consegui me mover do sofá. Na verdade, todos continuavam na mesma posição, exceto por Yoseob que falava ao telefone com alguém na varanda. Não comemos, mal conversamos, e estávamos todos preocupados e sem notícias.
_ Até quando teremos que esperar... - aquilo foi mais um pensamento, que saiu mais alto do que previ.
_ Essas coisas demoram, ainda mais quando não temos tantas informações... - um dos policiais disse com uma xícara de café em mãos. - O café esta ótimo senhora...
_ Obrigada! - omma forçou um sorriso cordial, e veio em minha direção, abaixando-se a minha frente. - Kiseop, não vai comer nada? Come alguma coisa filho, não pode ficar tanto tempo sem comer... - seus olhos transbordando preocupação.
_ Não omma, estou bem! Não consigo nem pensar em comida agora...
_ E vocês meninos, querem alguma coisa? Onew?
_ Não ajumma, obrigado! - Onew suspirou, ajeitando-se no sofá e encarando a movimentação dos policiais. - O pior de tudo, é que não podemos fazer nada... - seu tom era de indignação. - Não consigo ficar tranquilo pensando em como ela pode estar agora...
_ Só não pense no pior querido... - omma lançou lhe seu olhar amoroso.
    JunHyung não expressava nenhuma reação. Seus olhos estavam vidrados no tapete enquanto suas mãos pousavam sobre seu queixo, sustentando-o. Não dizia uma palavra sequer, ele parecia concentrado, talvez até rezando. Na verdade, todos nós estávamos rezando. Rezando em pensamento, implorando para que Ana estivesse bem.
_ Jun, e você? - omma chamou-lhe intimamente, despertando-o de um pensamento. - Não quer comer nada?
_ Não, estou bem... - suspirou.
_ Não se preocupem... Logo Ana estará aqui, fazendo-nos sorrir com suas trapalhadas... É só uma questão de tempo! - forçou novamente um sorriso. - Filho, tome um banho, coma... Tente se distrair! E vocês dois, se quiserem tomar um banho, não se incomodem... a casa é de vocês, fiquem a vontade. - disse à Onew e JunHyung.
    Não importava o quanto tentasse, eu não conseguiria sair dali. Na verdade, não conseguia livrar-me da culpa, pois aquilo era culpa minha. Controlado por minha angustia, deixei a sala indo em direção ao quintal. Contemplei o jardim de inverno com algumas lagrimas de desespero saindo de meu controle, sentei-me no degrau, escondendo minha vergonha.
_ Aconteceu alguma coisa, não aconteceu? – ouvi a voz de Onew ao meu lado, encarei-o.
_ Como assim? – não havia entendido bem.
_ Ontem a noite... Você foi o ultimo a estar com Ana, o que aconteceu entre vocês? – Onew manteve seus olhos concentrados em mim, esperando por minha resposta. No entanto, parecia calmo, mesmo sabendo que a culpa de tudo aquilo possivelmente seria minha.
    Não consegui mentir, contando-lhe toda a história, ou parte dela. Não tive coragem de repetir as palavras exatas que usei para feri-la, mas creio que ele pode entender o quão duro eu havia sido com ela, para ela ter feito aquilo...
_ Porque você faz isso? – suspirou com seu tom de voz calmo. – Não sabe que ela é assim? Que é tão difícil para ela quanto é para nós? – fitou o chão por alguns segundos. – Porque a pressiona tanto?
_ Não sei... – realmente não sabia. – É mais forte do que eu, é incontrolável! É uma vontade enorme de tê-la comigo, mas sempre que a tenho, ela escorrega por entre meus dedos... – desabafei.
_ Isso não é só com você!
    Nos calamos por alguns segundos. Eu estava envergonhado, envergonhado por ser tão egoísta com relação a tudo. Eu tentava esconder algumas lagrimas que escapavam involuntariamente enquanto Onew e eu apreciávamos as flores que cresciam no jardim naquele fim de tarde. Aquela brisa fria anunciava uma noite que seguiria gélida, e eu me perguntava por onde ela andaria. No fundo, ainda tinha esperanças de que só estivesse perdida e com o celular descarregado, mas tal esperança foi desaparecendo conforme a escuridão foi caindo, e não restara mais nenhum vestígio do sol no céu.
_ Se acontecer algo com ela, eu mato você! – Onew e eu fomos surpreendidos por JunHyung logo atrás de nós. Virei somente a cabeça, encarando em seus olhos tão encharcados quanto os meus. Cruzei com os olhos de Onew ligeiramente, voltando a encarar a expressão fria de JunHyung. Ele havia ouvido toda a minha confissão para Onew Hyung?
_ Hyung, acalme-se! – Yoseob quietou-se ao seu lado, pousando uma de suas mãos no ombro do amigo. – Vamos para dentro...
_ Assim você estará me fazendo um favor... – eu disse. – Se algo acontecer a ela por minha culpa, não suportarei viver!
    Nós três nos entreolhamos por alguns segundos e Yoseob punha-se tenso ao lado de seu amigo.
_ Vamos parar com isso ok? Nada de ruim vai acontecer a Ana... – Yoseob tentou encorajar nossos corações desapontados.
_ Não consigo deixar de vê-lo como um covarde, sempre agindo tão desprezível! – JunHyung continuou com olhos vidrados. – Você não a merece, sabe disso não é?
O que ele estava fazendo? Queria que toda a minha família soubesse sobre nossa situação? Ele havia se esquecido de que meus pais não sabiam?
_ Não sabe o que esta dizendo! – virei-me de frente novamente, encarando algumas estrelas no céu.
    Meu coração bateu acelerado por alguns segundos, movido por uma certa adrenalina. Senti uma vontade de socar JunHyung, mas ao mesmo tempo, senti necessidade de abraça-lo, como se nós pudéssemos nos reconfortar daquilo, mas não o fiz. Não abraçaria o “inimigo”.
    Inesperadamente, o clima tenso foi quebrado pelo toque estridente do telefone. Nós quatro olhamos rapidamente para a sala, nos dirigindo até ela e encarando uns aos outros. Quem o atenderia?
    Sem pensar muito, capturei o telefone rapidamente, desesperado e com o coração a mil. Enquanto isso, os policiais puseram seus respectivos fones de ouvido, tentando de imediato rastrear a ligação.
_ Alô? – disse em um tom um tanto descontrolado.
_ Kiseop-ah! – era a voz de Ana, e aquilo me causou um tremor pelo corpo todo. Sua voz estava tremula e com um certo desespero, o que congelou-me por fora. – É você? Me ajude, me ajude por favor... Kise...
_ Ana? Ana, onde você esta? – disse agoniado.
_ Alô? – a voz de um homem tomou o comando, obrigando-me a encarar os policiais a minha frente.
_ São eles. – o policial mais velho disse em um tom quase inaudível para os presentes na sala. Omma sentou-se em prantos no sofá mais próximo, suas mãos tremulas uniram-se enquanto ela rezou baixinho.
_ Estamos com ela! – o estranho sorriu em um tom doentio do outro lado da linha. – Só entramos em contato para que ela pudesse se despedir... Espero que tenha sido o suficiente! – sorriu novamente, desligando o telefone em seguida.
    Eu deixei que o telefone caísse de minhas mãos, cobrindo minha boca que contorcia-se em um choro descontrolado.
_ O que eles disseram filho? Kiseop? – omma pôs-se a minha frente, contendo seu desespero. Tentando ser mais forte que eu.
_ Disseram que... – solucei. – Disseram que foi... – não consegui dizer.
_ Não foi só uma despedida garoto... – o policial chamou a atenção de todos nós. – Já sabemos quem são... Não é a primeira vez que fazem isso, já sabemos seus perfis, e como agem... Eles só fazem isso porque se divertem imaginando o desespero da família... Ainda não é o fim, mesmo acreditando que o fim seria uma opção menos dolorosa para ela... – lamentou. Todos nós não sabíamos como reagir.
    Se aquele não era o fim, de certa forma estavamos tranquilos. Mas o que “mesmo acreditando que o fim seria uma opção menos dolorosa para ela...” significava? O que ele queria dizer com aquilo? Ela estava sendo torturada?


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Notas finais do capítulo

Sinto que o proximo capítulo será ainda maior do que esse... Me desculpem se ficou grande demais, e cansativo de ler... fiz o maximo para corrigir, e espero não ter erros (:
Muito obrigada por lerem meus amores, não sabem o quanto me fazem feliz! Beijos em vocês!



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