Capítulo 3-Um Telefonema e Um Convite

                Ao ouvir tais palavras o sorriso que antes estava no rosto de Rafaela se apagou e ela correu atrás de Luke.

                -Sinto muito. Não devia ter perguntado. –disse ela tocando-lhe o ombro e fazendo-o parar.

                -Não tem problema. Não tinha como você saber. –respondeu ele sem olhá-la nos olhos. –Vamos. Temos muito que fazer ainda...

                Eles voltaram a andar em silêncio. Algumas pessoas passavam por eles e cumprimentavam Luke que os cumprimentava de volta com um aceno de cabeça. Foi quando Luke parou na frente de uma porta.

                -Bem, aqui começa nosso tour. –um pequeno sorriso brotou em seus lábios.

                E então ele foi lhe mostrando todos os lugares daquele lugar gigante. Lá havia de tudo: refeitório, academia, salas de aula, treinamento com armas de fogo, espadas, arco e flecha e tudo o mais. Ele foi lhe mostrando o lugar onde ele passava grande parte de sua vida e Rafaela ficou impressionada com os conhecimentos do rapaz. Enquanto ele falava, ela podia ver o brilho em seus olhos azuis. Durante o tour ela pôde descobrir várias coisas sobre o rapaz, como, por exemplo, sua paixão pela música, seu gosto pela pintura e sua inspiração para a dança.  Ela descobriu também que ele preferia lutar corpo a corpo a simplesmente disparar uma arma. “Gosto de dar uma chance ao adversário ao invés de agir como um covarde e matá-lo sem lhe dar nenhuma chance de vitória.” Dissera ele. E ele realmente era muito bom lutando corpo a corpo. ‘“Luto karatê, judô, boxe, jiu jitsu e muai tai.” Ele explicou.  O garoto também era muito bom com armas. Ele tinha uma ótima mira e sabia manusear espadas e facas.

                -Agora me diga. Como você se tornou o que você é hoje. Quero dizer, você é incrível. Sabe fazer de tudo. E é um dos melhores espiões da AST. –perguntou Rafaela a ele enquanto eles faziam uma pausa no tour e se sentavam em uma mesa no refeitório.

                -Dois sucos de laranja, por favor. –disse Luke ao garçom. –Espero que você não se importe por ter feito o pedido, mas você precisa experimentar esse suco de laranja.  –disse ele tentando fugir.

                -Nem tente Luke! Não vai dar certo! Você não vai conseguir se livrar da pergunta desviando o assunto. –disse ela acusadora.

                Ele ergueu os braços para cima em sinal de rendição:

                -Está bem! Eu me rendo. Vou responder. –ele disse com um lindo sorriso nos lábios e Rafaela se perdeu na branquidão deles. –Bem, eu fui criado desde pequeno para ir a missões e tudo o mais. Mas eu sempre quis fazer isso. Aos dez anos comecei a ir às missões e a ser um agente ativo. Aos quinze assumi a empresa. Aos dezessete minha parceira morreu. –disse ele, e na ultima frase seu sorriso belo e branco já havia sumido de seus lábios másculos.

                Ela pegou a mão do moreno que estava sobre a mesa e a segurou firme entre as suas:

                -Sinto muito. De verdade.

                -Não tem problema. Já faz tempo. –ele disse apertando as mãos pequenas e femininas de volta.

                E então eles mudaram de assunto. Eles estavam conversando algo como à maneira como os argentinos dançam tango quando o celular da garota começou a tocar. Ela pediu licença ao moreno e se levantou para atender bem no momento em que Isabela se aproximava do irmão.

                -Pode falar. –disse ela atendendo o celular e levando-o a orelha.

                -Olá. Novidades? –disse a pessoa no telefone.

                -Mais é claro. Ele comentou sobre o acidente. Bem levemente. Apenas disse que ela havia morrido. Mas deu pra perceber que ele ficou bem balançado. Mesmo após quatro anos ele ainda sente muito a falta dela. –disse Rafaela aos sussurros.

                -Ótimo. Tente descobrir mais. Faça com que ele te conte tudo. Todos os detalhes. Quero que você consiga a total confiança dele. –a pessoa no telefone voltou a dizer.

                -Pode deixar comigo. Farei o que me pediu e muito mais. –garantiu ela.

                -Estarei aguardando. Falamos-nos depois. Até. –disse a voz.

                -Até. –ela disse pouco antes de a outra pessoa desligar.

                -Está tudo bem? –perguntou Luke atrás dela.

                -Tudo ótimo. Você está aí há muito tempo? –ela perguntou tentando esconder a preocupação.

                -Na verdade não. Acabei de chegar pra falar a verdade. Estava conversando com Isabela. Parece que minha mãe vai dar uma festa esta noite. Um baile. Na mansão. Todos os agentes vão. O que acha de vir comigo? –ele disse e ela arqueou uma sobrancelha. –Quero dizer, como somos parceiros agora eu pensei que pudéssemos ir juntos. Como uma equipe.

                -Claro. É uma ótima idéia. Te vejo a noite então. –ela sorria e ele sorriu de volta.

                -Te vejo de noite. –e se foi.

To be continue...