Narrado por Julie:

Daniel me deixou parada no quarto, estava sem reação, não sabia o que pensar, o que falar... - Porque ele me mandou esquecer aquilo? Ou pior, porque ele me beijou?.

Por ter me beijado, ele mostrou que sente algo por mim, mas por ter me ignorado todo esse tempo, por ter sido arrogante e cínico comigo durante esses meses, e por ter mandado eu me esquecer que aquele beijo aconteceu.... ele mostrou também que nunca sentiria nada por mim.

Estou confusa, primeiro, o Nicolas.... agora, o Daniel?

– Droga.... - Reclamei, ainda parada no quarto.

Resolvi tomar um banho quente para por os pensamentos em ordem. Depois do banho, me deitei na cama e dormi.

Narrado por Daniel:

Ainda estava pensativo, mas o melhor a fazer naquele momento era esquecer. Andava lentamente até que cheguei na edicula;

–... Todos nós sabemos sobre sentimento do Daniel pela Julie... e ... - Ouvia a voz de Félix e uma conversa na porta, antes de entrar na edicula, porém, interrompi.

– Meu sentimento por quem??? - Perguntei, atravessando a parede, todos ficaram calados.

– Daniel! - Grita Martim, ele está começando a aparecer com a Débora, Deus me livre.

– Eu. Oque diziam hein? - Voltei ao assunto anterior.

– Vem cá, cadê o seu terno? ... - Perguntou Félix. Mudando o assunto.

– É... e porque só está com a blusa vermelha? - Débora sorri torto. - E desabotuada. - Conclui ela, me olhando maliciosamente.

– Dani... fiquei tão preocupada com você. - Mannu se aproxima. - Tá tudo bem?

– Tá.. tá... - Abotuei minha camisa. - Não tá na hora de vocês duas voltarem pra casa? - Praticamente expulsei Débora e Mannu.

– Ahh, agente se preocupa, e você continua grosseiro... - Reclama Débora. - Vamos Mannu.

– Tchau. - Mannu sorri timidamente. - Boa noite Dani. - Ela beija minha bochecha. As duas somem.

Bufei, finalmente teria um pouco de paz. Me joguei no sofá;

– PORQUE DEMOROU TANTO? - Martim pergunta, é estou errado... parece que vou demorar um pouco para ter paz aqui.

– ARRG... Eu já tinha voltado a um tempo... mas, eu estava com a Julie.

Os dois sorriram.

– E então? Contou? - Pergunta Martim;

– Contei o que? - Dei uma de desententido.

– Ué, contou o que sente por ela.

– Não sinto nada por ela. - Respondi, frio. Mas era mentira.

– Daniel, não adianta mentir. Somos os seus amigos... - Félix começa um discurso.

– Tá, tá... Pode ser que sinto alguma coisa por ela, mas nunca daria certo...

– Porque?

– Porque é contra as regras espectrais. - Reclamei. - Demétrius idiota...

– Ué, mas não era você que dizia que não seguia as regras quando vivo, e muito menos agora, depois de morto... - Félix debatia; Admito que ele tinha razão;

– Vou dar uma volta. - Preciso ver a Julie.

– Mas, acabou de chegar.

– É, e acabo de sair. - Me levantei. - Tchau.

Atravessei a parede, ainda pensativo sobre o que aconteceu, subi lentamente as escadas, resolvi andar pela casa de Julie, só que invisivel, não queria que ela me visse...

Entrei no seu quarto, estava tudo escuro, percebi então que Julie estava dormindo. Peguei meu terno e a fitei, ela estava tão perfeita...

– ... Se você soubesse o que eu sinto... - Sussurei, Julie não era capaz de ouvir. - Tudo seria mais fácil. - Coloquei meu terno, e sumi, voltando para a edicula.

Narrado por Julie:

Acordei, estava um pouco cansada, e também com uma dor aguda na cabeça, deve ter sido por causa que acordei no meio da noite, e acabei chorando... não sei porque, mas estou tão confusa, não sei se gosto do Nicolas, ou se gosto do Daniel. Só sei que não queria gostar de nenhum dos dois.

Me levantei, fiz minha higiene, e fui para a cozinha com o meu notebook, rezando para que Beatriz estivesse On, precisava de uns concelhos. Enquanto navegava pela internet, comi um sanduiche natural. E para o meu azar, Nicolas já estava On.

Nicolas diz:

Bom Dia princesa.

Julie diz:

oi.

Nicolas diz:

Nuss '-'

Que frieza, porque isso meu amor?

Julie diz:

Pra ser sincera, não gostei do que você fez ontem.

Nicolas diz:

Eu sei, me perdoa. Juh, eu estou totalmente arrependido, de verdade.

Julie diz:

Huum...

Nicolas diz:

Não fica assim, perdoa?

Julie diz:

Devo te lembrar que não somos namorados de verdade? Afinal, nem mesmo de 'mentirinha' , porque acho que você não precisa mais conquistar a Renata.

Nicolas diz:

Verdade. Não preciso mais conquista-lá, eu preciso conquistar outra pessoa.

Julie diz:

Quem ? o_O

Nicolas diz:

Você... =x

Julie diz:

Huum... Tá, te perdoo, mas chega, acabou essa conversa.

Nicolas diz:

Obrigado ô/ '

Mas Julie, farei de tudo para te conquistar, s2 '

– Ouwns.... - Fiz uma carinha fofa, mais ainda estava confusa.

– Com quem fala? - Daniel surge atrás de mim, tentando ler a conversa no notebook, o fechei rapidamente.

– PESQUISA! - falei nervosa.

– Pesquisa?,, Mas você não está de 'férias' por causa da lincença médica da professora?... - Não sei como o Daniel consegue ficar tão disconfiado...

Fiquei calada, e não o respondi.

– Afinal, o que está fazendo na cozinha?

– Estava te proucurando. - Sorri timida com sua resposta.- Eu queria conversar.

– Huh... Queria dizer para eu esquecer aquilo e... - Ele me interrompe, segurando a minha mão, e se sentando do meu lado.

– Na verdade, queria dizer que nada acontece por acaso. - Ele sorri.

– Mas, aquilo foi... o calor do momento...

Ele solta a minha mão.

– Se você acha.... então já vou indo. - Ele ameaça se levantar.

– NÃO! - O segurei. - Calma, foi só um comentário. Você é dificil hein... Meu Deus. - Reclamei.

Ele se senta novamente e me olha.

– Nós dois sabemos que aquilo não foi ' O calor do momento '. - Ele comenta. - Mas sabemos também que nunca daria certo... - Daniel suspira.

– Se não tentarmos, nunca saberemos se vai dar certo ou não... - Sussurrei, minhas palavras sairam sem querer.

Daniel sorriu.

– Você acha? - Ele novamente segura a minha mão, estremeci.

– Acho. - Sorri.

– Então... vamos tentar?

– Vamos. - Não conseguia desfazer o sorriso abobado do meu rosto.

– Mas... sem pressão tá?

– Como assim, sem pressão? Não sente algo por mim? - Perguntei, confusa. Daniel alisa o meu rosto.

– É o que eu quero descobrir. - Ele responde, com um sorriso de lado.

* - Claro que sinto algo por você, algo forte e profundo. Mas não sei se devo te falar, não agora. - Daniel pensava.*

Fiquei feliz com aquilo, mas ainda estava confusa, porém, sabia que se eu não tentasse, jamais saberia se sentia ou não algo por ele.

– Julie, quer namorar comigo? - Ele pergunta. - Precisamos tentar... - Daniel sussurra.

– Sim. - O respondi, e o abracei.