Tomando Coragem escrita por Alinehyuga


Capítulo 50
Família


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoal, enfim após um longo tempo, mais um capítulo da fanfic pra vocês^^

Desculpem a demora, é que estava um tanto atarefada. Mas felizmente tive inspiração para escrever^^

Espero que gostem e se possível comentem^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216404/chapter/50

Pequeno trecho do capítulo anterior:

Enquanto Emi estava com a "pulga atrás da orelha" Naruto e Hinata haviam acabado de jantar e caminhavam tranquilamente pelas ruas de Konoha. O garoto se oferecera para levar a jovem de cabelos azulados para casa.

"Essa é a primeira vez que caminho ao lado do Naruto-kun, assim." pensava Hinata um tanto encabulada, mas muito feliz.


Percebendo o leve sorriso nos lábios de sua amada, o louro deu um sorriso de canto. Nesse momento ele notou que a mão direita da garota estava solta, seguindo seu corpo. Naruto engoliu em seco e não resistindo segurou-a com a sua.

Surpresa, Hinata fitou a mão do louro que segurava delicadamente, mas firmemente a sua. Seu coração começou a bater rapidamente e seu rosto enrubesceu, ao olhar de lado para Naruto ela percebeu que ele também estava um tanto constrangido.

Mas sentir o toque quente e carinhoso de sua mão fez com que um sentimento bom invadisse seu coração. Ela não sentia-se nem um pouco desconfortável, muito pelo contrário, parecia que estava mais segura.

Naruto por sua vez, também estava com o coração aos pulos e muito feliz por segurar a mão de sua amada. E assim se mantiveram caminhando calmamente até que quando se deram conta já se encontravam perante o grande portão dos Hyuuga.

Ambos soltaram um leve suspiro, pois apesar de andarem devagar, parecia que a caminhada havia sido rápida demais. Como gostariam de desfrutar de mais alguns momentos juntos.

Ainda segurando a mão de Naruto, Hinata voltou-se para ele.

– F-Falarei com meu pai que você virá almoçar conosco, amanhã. Assim poderemos conversar com calma sobre... nós. - disse ela um pouco sem jeito.

– Tudo bem. Quando der meio-dia já estarei aqui. - concordou o louro prontamente.

A garota deu um leve sorriso, mas logo se formou uma ruga em sua testa. Ela confiava em Naruto, mas no fundo temia pela reação de seu pai. Percebendo a expressão preocupada na face de sua amada, o garoto acariciou sua mão, dando um de seus calorosos sorrisos a ela.

– Vai dar tudo certo, Hinata-chan, não se preocupe. Ficaremos juntos. É uma promessa. - disse ele com convicção.

– Sim. - concordou Hinata, dando um leve sorriso. A confiança de Naruto lhe dava segurança. A animação e persistência de Naruto sempre a fizeram admirá-lo ainda mais.

– Bem, acho que é melhor você entrar, seu pai deve estar preocupado. - disse Naruto, mas ainda sem soltar a mão da garota.

– Verdade. - concordou Hinata também não querendo soltar sua mão.

Ambos se fitaram ternamente, não tinham vontade de se despedir, nem separar. Mesmo sabendo que iriam se ver no dia seguinte, Hinata queria ficar mais um pouco na companhia de seu amado e ele sentia o mesmo.

Ao ver o olhar suplicante de Hinata, não resistindo Naruto puxou-a levemente de encontro a si, unindo seus lábios e dando um caloroso beijo. Este beijo era diferente dos outros dois, era mais intenso e caliente.

Naruto segurava delicadamente o rosto de Hinata com uma mão enquanto que com a outra envolvia sua cintura. A garota depositara suas mãos nas costas do louro, aproximando-se mais do amado.

Após alguns momentos, ambos se separaram, respirando descompassadamente. Hinata estava ruborizada, enquanto que Naruto um pouco vermelho sorriu calorosamente para ela.

– Eu te amo. - disse ele.

Os olhos de Hinata ficaram aguados e ela deu um belo sorriso.

– Eu também te amo, Naruto-kun.

O sorriso do louro se abriu ainda mais e ele deu um abraço carinhoso na garota que se sentia a mulher mais feliz do mundo. O garoto por sua vez também se sentia o homem mais feliz do mundo, nunca se sentira tão amado. Como era bom amar alguém que sentia o mesmo por ele. Hinata lhe transmitia tanta paz e confiança e ele faria de tudo para vê-la feliz e permanecer a seu lado.

Um tanto contrariados ambos se separaram. Depositando um selinho nos lábios da amada, Naruto despediu-se.

– Até amanhã. - disse o garoto fitando Hinata intensamente.

– Até. - disse a garota com um leve sorriso.

Naruto esperou que Hinata adentrasse o portão de seu clã e assim que a garota entrara, ele começou a caminhar rumo à sua casa.


Enquanto andava o garoto sorria confiantemente e por um momento tocou levemente seus lábios, lembrando-se dos beijos que trocara com sua amada.

"Nada vai nos separar, Hinata-chan."

Hinata por sua vez, já se encontrava em seu quarto e observando as estrelas através de sua janela também pensava nos momentos que passara com Naruto. E tocando seus lábios, envergonhada por lembrar-se do toque doce e ardente do amado ela pensava:

"Vamos ficar juntos para sempre, Naruto-kun."

Neste capítulo:

Antes mesmo da luz do Sol adentrar seu quarto, Hinata já se encontrava de pé. Ela estava tão ansiosa que mal conseguira dormir durante a noite. Enquanto penteava seus longos cabelos a garota olhava no espelho, mas seu olhar não estava voltado para sua imagem refletida, e sim perdido em devaneios.

Ela se recordava de seus belos momentos com seu amado Naruto, mal acreditando que ele retribuíra seus sentimentos. Por tanto tempo o amou platonicamente, se contentando apenas em vê-lo dar o seu melhor, sempre torcendo pelo garoto que a animara a nunca desistir, que agora que sabia que ele sentia o mesmo por ela, achava que estava sonhando.

Hinata nunca tivera muita confiança em si mesma, ainda mais por não conseguir corresponder as expectativas de seu pai e clã. No entanto ao observar Naruto que mesmo sendo desprezado por todos e tendo dificuldade em aprender jutsus ninjas nunca desistiu, em seu coração se formou uma pequena chama de confiança, de que ela não deveria desistir também.

Foi isso que deu forças para a garota não vacilar perante as dificuldades e mesmo que avançando aos poucos, desse o seu melhor nos treinamentos. E apesar de ainda não se considerar muito forte, Hinata estava feliz por poder ajudar nas missões que lhe eram incumbidas, especialmente esta última, em que teve a oportunidade de lutar ao lado de seu amado Naruto.

De repente, Hinata ouve uma batida na porta, o que a faz despertar de seus pensamentos. A garota que já estava vestida, dirige-se até a porta de correr e a abre, deparando-se com o olhar sério de seu primo.

– Neji-ni-san?! - estranhou a aparição repentida de Neji que não costumava se dirigir a seu quarto.

– Vim lhe avisar que Hiashi-sama sairá esta manhã para uma reunião com um clã de outra vila, mas deverá voltar para o almoço. Acho que seria bom, você correr e avisá-lo sobre a visita de Naruto.

– O-Onde ele está? - perguntou a garota ansiosa.

– Na sala de jantar tomando o café da manhã. - respondeu Neji.

– Obrigada, Neji-ni-san. - agradeceu Hinata rapidamente enquanto corria em direção a sala de jantar.

Como o chão era de madeira, os sons dos passos, geralmente eram amplificados, mas a garota de cabelos azulados tomou todo o cuidado, deslocando-se habilmente, de modo que seus pés mal tocavam o solo amadeirado. Essa agilidade ela havia adquirido em seus duros treinamentos, nos quais apurara sua técnica de proteção.

Assim que chegou à sala de jantar que se encontrava com a porta fechada. Hinata, parou e respirou profundamente, tentando manter a mente limpa, preparando-se para falar com seu pai.

Hinata nunca tivera muita liberdade para conversar com Hiashi, o sério líder do clã Hyuuga, sempre foi um pai muito severo. Mas a jovem tentava entendê-lo, afinal como chefe do clã, ele tinha muitas responsabilidades e havia muita pressão em volta dele, especialmente por parte dos conselheiros do clã, que sempre tomavam partido nas decisões e julgavam sua postura como líder.

Hinata abriu a porta delicadamente e viu que seu pai se encontrava de pé conversando com um dos conselheiros.

– B-Bom dia! - cumprimentou ela um tanto constrangida, fazendo uma leve reverência.

Hiashi e o conselheiro, que era um homem idoso, deram um leve aceno de cabeça à garota, mas logo em seguida continuaram conversando.

A garota deu um leve suspiro e se dirigiu à mesa de café da manhã e sentou-se em uma das almofadas dispostas ao redor dela. Hinata não poderia interrompê-los enquanto conversavam, teria que esperar eles acabarem e assim ter a chance de falar com seu pai.

Antes que Hinata se servisse de chá, logo, uma das empregadas da casa se aproximou e serviu-a.

– Gostaria de comer onigiri (bolinho de arroz), Hinata-sama? - perguntou amavelmente.

– Sim, obrigada, Suzuko-san. - agradeceu a garota dando um leve sorriso.

Seja nas refeições ou mesmo nos corredores da casa, Hinata e sua família vez ou outra se deparavam com empregados da casa, que se dispunham em servi-los em alguma coisa, quando percebiam que poderiam estar necessitando de algo.

Como um clã tradicional, até mesmo os empregados seguiam rigidamente suas tarefas.

Hinata nunca gostou de ter pessoas servindo-a o tempo todo. Não lhe agradava pensar que poderia estar incomodando alguém. E ela se achava capaz de fazer muitas tarefas sozinha como servir seu próprio chá, por exemplo, e até mesmo cozinhar e limpar.

A jovem Hyuuga sempre fora prendada e se esforçara em aprender essas coisas desde pequena, observando e ajudando cautelosamente as empregadas da casa.

Vez ou outra, ela se dirigia à cozinha e cozinhava alguma coisa, quando ninguém estava olhando. Apenas uma das empregadas Miyabi-san sabia disso, e após Hinata tanto insistir concordara em ensiná-la e deixá-la cozinhar. Assim a garota aprendera a fazer vários pratos diferentes e deliciosos.

Um pensamento repentino passou pela mente de Hinata, e ela se imaginou cozinhando para Naruto. Como o garoto vivia sozinho, apenas comendo fora ou comprando comida rápida e fácil de preparar, ela imaginava que ele poderia sentir falta de uma comida caseira.

"Será que Naruto-kun gostaria que eu cozinhasse pra ele, de vez em quando?" perguntou-se Hinata e ao se dar conta de que para cozinhar para seu amado, provavelmente ficaria sozinha com ele em seu apartamento, as bochechas da garota coraram muito.

– Está com febre, Hinata-one-san? - perguntou uma garota de cabelos castanhos e curtos, de quem a jovem mal notara a presença, dando um sorriso maroto.

– N-Não, Hanabi-chan, eu estava... - começou Hinata um tanto constrangida.

– Pensando no Naruto-kun, né? - perguntou ela em voz baixa para que seu pai e o conselheiro não ouvissem.

A jovem de cabelos azulados não respondeu, apenas olhou para baixo com o rosto muito corado.

Hanabi deu uma risadinha e sentou-se em frente à irmã.

Nesse mesmo momento Hiashi se despedia do conselheiro e voltava-se para suas filhas.

– Irei a uma reunião entre clãs em uma vila vizinha, deverei voltar por volta do almoço. - disse ele seriamente.

– A-Antes de ir posso falar com o senhor? - perguntou Hinata rapidamente.

– Agora não posso. Tenho que sair imediatamente. Quando voltar conversamos - respondeu Hiashi seriamente.

Hinata apenas assentiu constrangida, sem ter o que dizer.

De repente Neji entrou na sala.

Hiashi dirigiu-se a ele:

– Vamos, Neji?

O rapaz assentiu, e assim que Hiashi saiu, voltou-se para Hinata:

– Tentarei falar com ele durante a viagem e alertá-lo sobre almoço. - disse calmamente.

Hinata deu um leve sorriso.

– O-Obrigada, Neji-ni-san. - a garota estava realmente grata pela ajuda de seu primo, que se tornara um verdadeiro irmão mais velho para ela.

Depois que o jovem Hyuuga se retirou, Hanabi voltou seu olhar para a irmã, estupefata.

– Aconteceu alguma coisa que eu não sei? - perguntou curiosa notando a ansiedade de Hinata.

– Bem, é uma longa história... - começou a garota de cabelos azulados sem jeito.

– Temos tempo, afinal ainda são sete e meia da manhã. - comentou Hanabi dando um sorriso maroto.


...


Enquanto Hinata tentava resumir tudo que havia se passado entre ela e Naruto para sua irmã, na casa de Kiba, mais precisamente na cozinha, Hana estava arrumando o café da manhã, sendo ajudada por Emi, que preparava panquecas enquanto a irmã de Kiba fazia o café.

– Você é uma boa cozinheira, Emi. Onde aprendeu? - perguntou Hana interessada.

– Com as mulheres da minha vila, como minha mãe morreu quando eu era pequena e só fiquei eu de mulher na casa, me empenhei em aprender para cozinhar para meu avô e meu irmão. - respondeu a garota tranquilamente.

– Sinto muito, não queria tocar em um assunto doloroso. - disse a jovem com pesar.

– Não se preocupe, já foi há muito tempo. Meu irmão e eu sentimos saudades dos nossos pais, mas estamos seguindo em frente, e também sempre tivemos nosso avô que sempre cuidou de nós muito bem. - disse Emi, enquanto virava algumas panquecas.

– Entendo. Sei como é perder um ente querido. Quando papai morreu, Kiba tinha apenas três anos de idade, ele não se lembra muito bem dele, mas eu lembro. Era tranquilo, carinhoso e alegre, o único que conseguia domar o gênio da minha mãe. - lembrou a garota soltando uma risadinha.

– O que aconteceu com ele? - perguntou a garota de cabelos negros interessada.

– Morreu em uma missão. - respondeu Hana calmamente - Há pouco mais de 12 anos ele partiu com seu time para rastrear o paradeiro de ninjas criminosos, mas foi capturado. Era um grupo grande contra apenas quatro ninjas de Konoha, apenas um conseguiu voltar. - explicou.

– Deve ter sido duro pra vocês.

– É, o pior é que nem pudemos ver o corpo dele, pois segundo o ninja que retornou, os corpos do meu pai e dos outros foram jogados em um rio muito extenso, tornando-se impossível recuperá-lo. Por isso minha mãe até hoje diz que meu pai fugiu, abandonando-nos. Acho que ela prefere acreditar que ele está vivo em algum lugar do que morto. - concluiu dando um sorriso torto.

Antes que a garota de cabelos negros dissesse algo, a cozinha foi invadida por uma voz animada, seguida de outras mais calmas.

–... vocês combinaram às 9 horas? - perguntava Kiba dirigindo-se a Daichi.

– Sim. - respondeu o rapaz seriamente, mas assim que se deparou com Hana se apressou em cumprimentá-la - Bom dia!

– Bom dia! - respondeu a jovem animada - Dormiram bem, meninos?

– Sim. Obrigado novamente pela hospitalidade. - respondeu Kimimaro que se encontrava atrás de Kiba e Daichi.

– Gostei deste lugar é bem tranquilo. - comentou Daichi.

" Claro que eles dormiram bem, ficaram com os melhores lugares" pensava Kiba enquanto esticava suas costas doloridas. "Eu e Akamaru tivemos que ficar no chão, enquanto os belezas dormiram na nossa beliche" lembrou-se um tanto irritado, mas ao avistar Emi que estava acabando de colocar as panquecas na mesa um sorriso brotou em seus lábios. "Ao menos, Emi está aqui e só isso serve para aliviar qualquer dor nas costas" pensou o garoto alegre.

Ao notar o olhar do amado e seu sorriso, a jovem corou levemente, dando um leve sorriso.

– Vamos, sentem-se e sirvam-se. - convidou Hana.

A mesa da cozinha da casa de Kiba, era grande e redonda, de modo que todos puderam acomodar-se confortavelmente. O garoto de cabelos castanhos deu um jeito de sentar-se ao lado de Emi e os dois disfarçadamente durante o café se deram as mãos.

Na noite anterior eles nem tiveram oportunidade para ter um tempo sozinhos, pois Hana logo puxou Emi para dormir no quarto dela. E nesse momento Kiba queria aproveitar todos os momentos que eles teriam juntos, nesses dias que ela e seu irmão passariam em Konoha.

– E a mamãe não vai tomar café com a gente? - perguntou Kiba enquanto colocava calda quente de chocolate em suas panquecas.

– Ah ela já saiu. Sabe como ela é, não consegue ficar parada. Foi até a Academia de Adestramento ver como anda o treinamento dos novos genins. - comentou Hana calmamente.

– Academia de Adestramento? - estranhou Emi.

– É onde os genins do clã Inuzuka treinam com seus cachorros. - explicou Kiba - Na verdade o adestramento é para os dois lados tanto para os ninjas quanto seus companheiros, lá eles aprendem a se associar e trabalhar em equipe, se tem sucesso tornam-se eternamente ligados, como se um fosse a extensão do outro. Assim como eu e Akamaru. - comentou o garoto de cabelos castanhos acariciando a cabeça do cão branco ao seu lado, que dera um latido em concordância.

– Como funciona a escolha do cachorro? - perguntou Daichi interessado.

– Bem, digamos que não somos nós que escolhemos eles, mas eles que nos escolhem. - respondeu Kiba - Quando as crianças do clã fazem 7, 8 anos são levadas à Fazenda de Criação, onde se encontram as fêmeas e seus filhotes. Passamos de ninhada a ninhada observando os cachorrinhos, podemos pegá-los no colo e até interagir com eles. Mas só sabemos se somos escolhidos se eles nos marcam.

– Marcam? - desta vez quem perguntou foi Kimimaro que também estava atento à conversa.

– Sim. Eles urinam em nós, essa é sua forma de marcar quem será seu companheiro. - respondeu Kiba.

Os três jovens ficaram atônitos com a revelação do garoto. E não resistindo Emi desatou a rir.

– O que é tão engraçado? - perguntou Kiba estranhando a atitude da namorada.

– Desculpe, mas é que fico imaginando a cara que você fez quando Akamaru fez xixi em você. - respondeu ela entre risos.

– Ah isso é verdade, Kiba fez uma cara bem engraçada, lembro que... - começou Hana dando um sorriso maroto.

– Não precisa contar isso a ela, Hana. - interrompeu o garoto envergonhado.

– Ah, mas foi tão engraçado e você só tinha 7 anos na época. - disse a jovem e antes que o irmão se manifestasse continuou - Na verdade Kiba não sabia como era feita a escolha e não deixou que nós explicássemos de tão ansioso que ele estava. Então Kiba começou a pegar os cachorrinhos, e quando chegou em Akamaru, de alguma forma não só ele se afeiçoou a meu irmão, mas ele também e começou a balançá-lo todo alegre, até que Akamaru não só fez xixi nele como vomitou. - contou Hana caindo na gargalhada.

Emi e Daichi acompanharam-a no riso, não resistindo, enquanto que Kiba começou a brigar com a irmã por ter contato algo tão constrangedor.

No entanto Kimimaro apenas observava curioso a reação das pessoas à mesa, para ele rir e interagir de forma tão natural e despreocupada era novidade. Apesar de considerar Juugo seu amigo e única família real que teve, quando o jovem de cabelos brancos interagia com ele, era mais para acalmá-lo.

Eles nunca tiveram a oportunidade de ter uma conversa despreocupada, não quando estavam constantemente a mando de Orochimaru, e ainda devido ao avanço da doença de Kimimaro doença, que o enfraqueceu, o impediram de ter mais contato.

Mas o jovem de cabelos brancos gostaria de descobrir mais sobre isso. Sentir sensações que antes nunca havia sentido. Por isso se sentia confortável na presença dessas pessoas, talvez convivendo com elas e observando-as, quem sabe um dia ele não poderia agir de forma verdadeira e despreocupada também.

– Se somente um cachorro escolhe vocês por que a Hana tem três? - perguntou Emi curiosa, lembrando-se dos três huskies siberianos que seguiam a irmã de Kiba a todo lugar.

– Meu caso não é único, mas pode acontecer. De fato foram os irmãos Haimaru que me escolheram. - respondeu Hana dando um leve sorriso enquanto observava os cães que se encontravam próximos a si - Na verdade a mãe deles, Yume, havia me escolhido, assim como Akamaru escolheu Kiba. Era uma grande companheira. Quando ela se tornou adulta foi enviada para a Fazenda de Criação, no entanto ela teve complicações em sua gravidez, de nove filhotes, só restaram esses três. E infelizmente Yume também morreu durante a cesariana. - contou a jovem de cabelos castanhos com pesar.

Emi e Daichi ouviam tudo penalizados. Kimimaro se surpreendeu com o carinho que Hana emitia em suas palavras ao falar dos cachorros.

Ele logo recordou-se de Juugo que sempre teve afinidade com animais, especialmente pássaros que por algum motivo se sentiam atraídos por sua presença tranquila.

Kiba ouvia atentamente o que sua irmã contava, apesar de já conhecer bem a história, pois assim como ela e todos do clã Inuzuka, amava esses companheiros que tanto os ajudavam e correspondiam seu cuidado e amizade com um carinho genuíno.

Notando que todos estavam calados escutando o que dizia, Hana continuou.

– Kai, Mai e Abi eram tão pequenos e fraquinhos, pareciam que não iam sobreviver, mas cuidei deles desde que nasceram e graças a Deus conseguiram sobreviver. Quando eles já estavam fortes para encontrarem um companheiro, levei-os até a Fazenda de Criação, mas assim que chegamos ao invés de escolher alguma das crianças que vinham vê-los, eles me escolheram. - disse ela com um sorriso nos lábios.

– Pois é, naquele dia você ficou não sei por quanto tempo no banheiro tentando tiar o cheiro de marcação que os três deixaram em você. - comentou Kiba rindo.

Emi e Daichi não resistindo riram junto, enquanto que Hana ao invés de ficar irritada juntou-se a eles. Até mesmo Kimimaro não pode resistir e deu um leve sorriso, unindo-se à alegria daquelas pessoas que o faziam sentir-se bem.

Após o café da manhã, Hana se dirigiu ao hospital veterinário do clã onde trabalhava como médica veterinária enquanto que Kiba, Emi e Kimimaro acompanhavam Daichi rumo à Academia Ninja para se encontrar com Sakura.

...



Do outro lado da cidade, em seu apartamento, Naruto Uzumaki olhava-se no espelho enquanto escovava seus dentes.

Ele pode notar que haviam olheiras grandes e arroxeadas em seus olhos, frutos de uma noite mal dormida. Assim como Hinata, o garoto estava com a ansiedade a mil e por isso não conseguira sequer pregar os olhos à noite.

"Não posso encontrar o pai da Hinata desse jeito." pensava o loiro nervoso enquanto cuspia a pasta na pia, lavava sua escova e jogava água em seu rosto para acordar.

Quando terminou de tomar um copo de leite, sem sequer unir ramen à sua refeição, pois devido ao seu nervosismo mal conseguia comer, Naruto voltou seu olhar para o relógio que havia na cozinha.

"Ainda são 9 horas." pensou angustiado "O que vou fazer até meio-dia? Se ficar aqui vou enlouquecer, tenho que sair para espairecer." e pensando nisso colocou seu blusão preto e saiu.

Ao caminhar pela cidade Naruto pensava no que dizer a Hiashi, o garoto não havia se preparado para este dia. Afinal essa seria a primeira vez que pedia permissão para namorar alguém, ele não sabia o que dizer e só de pensar nisso sentia seu estômago revirar. Mas ao mesmo tempo ele pensava na promessa que havia feito a Hinata.

"Não posso decepcioná-la. Vou me esforçar para que Hiashi-san me aceite. Ele vai me aceitar." mesmo tendo seus pensamentos confiantes, Naruto não podia evitar sentir certa insegurança, como gostaria de falar com alguém sobre isso, uma pessoa que pudesse entendê-lo.

– Hei, Naruto. Tudo bem? - o garoto se desanuviou de seus pensamentos ao reconhecer a voz de seu primeiro sensei e amigo.

– Iruka-sensei! - exclamou Naruto animado - É com você mesmo que eu precisava falar.

– Comigo? Por quê? - perguntou o homem de cabelos castanhos.

Nesse momento a barriga de Naruto começou a roncar, por não ter comido quase nada no café da manhã. Iruka soltou uma risadinha.

– Vamos até o Ichikaru, lá você me conta, também não tomei café da manhã ainda.

O garoto concordou e assim eles se dirigiram a famosa barraca de ramen, onde Naruto contou tudo o que havia acontecido entre ele e Hinata e sobre sua visita à casa dos Hyuuga, enquanto saboreava umas três tigelas de sua comida predileta.

Após ouvir todo o relato de Naruto com atenção, Iruka ponderou por alguns momentos suas palavras e manifestou-se:

– Não conheço muito bem as tradições dos Hyuugas. - o garoto abaixou a cabeça pensando que seu amigo não teria muito o que dizer a ele - Mas conheço você. - continuou o homem, fazendo com que Naruto erguesse sua face surpreso - Você, Naruto, nunca se abateu perante as dificuldades, mesmo quando era desprezado por todos da vila.

E através do seu esforço e perseverança acabou conquistando a amizade e confiança de muitos aqui. Eu, que antes te considerava culpado, de certa forma, pela morte de meus pais, vi o quanto estava errado e hoje te considero como um querido irmão caçula. - os olhos do garoto de cabelos loiros se encheram de lágrimas ao ouvir as palavras sinceras de Iruka que também estava emocionado - Não se importe com o que vai falar nem a forma, apenas diga o que há dentro de seu coração. Acredite em si mesmo, tenho certeza que Hiashi-san irá enxergar que você é uma pessoa valorosa e que ama verdadeiramente a Hinata.

Naruto não pode evitar que algumas lágrimas escorressem em seu rosto. Enquanto ele as limpava com as costas da mão, Iruka sorriu amavelmente e depositou sua mão sobre o ombro de seu pupilo.

O garoto louro voltou seu olhar para ele e deu um largo sorriso.

– Obrigado, Iruka-sensei.

– Fico feliz que você confie em mim. - disse o gentil professor.

Nesse momento todas as inseguranças de Naruto se foram. Ele se sentia grato por poder conversar sobre essas coisas com Iruka, o primeiro a acreditar nele e lhe estender a mão, que o consolou após a morte de Jiraya e sempre teve palavras de compreensão quando ele precisou.

O garoto bem sabia que poderia contar com este irmão mais velho que Deus lhe havia preparado e estava feliz por saber que apesar da morte de seus pais e seu mestre Jiraya, tinha alguém ao seu lado que poderia chamar de família.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como vocês puderam perceber este capítulo foi mais emotivo.

Curti muito descrever a relação dessas famílias, especialmente a amizade sincera entre Naruto e Iruka, que sempre achei muito bonita^^

Espero que tenham gostado.

No próximo vocês já poderão conferir como será o tão esperado almoço de Naruto, Hinata e Hiashi.

Como será que Hiashi tratará Naruto? Alguma ideia?

Fiquem à vontade para comentar^^



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tomando Coragem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.