Esperança escrita por LauraTeodoro


Capítulo 5
Emma


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal, desculpem por ter demorado tanto. eu comecei a escrever e já estava pronto para postar, mas percebi que aquele se encaixava mais como capitulo seis então tive que escrever o cinco novamente.
Ah! E queria agradecer muito de todo o coração para a minha Mamis, a Aurora Frost, que com suas palavras me encorajaram a continuar escrevendo. Te amo muito viu Mamis?



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Lizzie estava sentada nos degraus que davam acesso a entrada da escola, com fones de ouvido e rabiscando algo em seu caderno. Aproximei-me como quem não queria nada e encarei-a por alguns instantes.

- Lizzie. – Cumprimentei-a, tocando em seu ombro.

-Emma? – Ela respondeu, tirando os fones. – O que foi?

- Nada, nada. – Respondi com um sorriso um pouco forçado. Ela me encarou com os olhos castanhos arregalados. – Tudo bem, eu confesso. – Falei, diante do olhar que ela me lançava. – Meu pai pediu que eu me aproximasse de você. Pediu que eu tentasse ser sua amiga.

- Tudo bem. – Ela respondeu. – Você já tentou e não conseguiu, agora pode parar de fingir.

Respirei fundo e sentei ao seu lado. Os degraus ainda estavam úmidos pela chuva da noite passada, mas tentei não me importar.

- Escute, Lizzie. – Falei, tentando expressar seriedade em minha voz fina. – Pouco me agrada estar aqui sentada nesses degraus molhados e tendo que ser gentil com uma garota como você. O problema é que o seu pai falou com o meu sobre o seu “comportamento” – fiz aspas com os dedos. – Então meu pai decidiu ser solidário e, de quebra, me castigar. Se eu não me tornar sua amiga, ficarei um mês sem acesso total às minhas coisas. Portanto, acho melhor você pelo menos fingir que somos amiguinhas. – Estendi a mão para ela. – O que me diz?

Ela olhou minha mão estendida, mas ao invés de apertá-la ela se levantou.

- Pode não parecer, mas não gosto de falsidade. – Ela me encarou, enquanto se levantava. – Se tenho mesmo que fazer isso, prefiro fazer de verdade.

- Como é? – Perguntei enquanto ela se dirigia para o interior da escola.

- Foi isso mesmo que você ouviu Emma. – Ela estava um metro à frente. – Tente andar mais rápido, se quiser ter suas coisas de volta.

-Você vai mesmo tentar? – Questionei assim que a alcancei.

- Como você é lerda! – Ela exclamou. – Sim, eu vou tentar ser sua amiga. Amigas andam juntas, não é? Então pare de bancar o caramujo e ande mais rápido.

Ela andou ao meu lado sem dizer uma palavra, mas próxima o suficiente para que alguém pensasse que éramos próximas. Assim que entramos na sala de aula, porém, ela se distanciou e foi para sua carteira nos fundos da sala. Mas alguém já tinha sentado lá. Era um novato, isso estava óbvio, mas deveria ser diferente. Lizzie estava apenas o encarando, sem gritar, sem arrumar briga. Apenas olhando como se já o conhecesse.

-Você. – Ela disse por fim.

- Você. – Ele respondeu, com tom sarcástico em sua voz.

Aproximei-me deles o máximo que pude sem ser percebida, mas ainda assim não consegui ouvir muita coisa. Então me lembrei de que agora éramos “amigas” e fui até lá.

O garoto era bonito, cabelos louros curtos, olhos fundos e verdes, dentes brancos e um sorriso um pouco meigo. Ele era muito bonito.

- O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou, olhando para a mesa.

- O que você acha que eu estou fazendo aqui? – Ele questionou, sorrindo.

- Eu estava falando da minha mesa. – Ela respondeu. – Caso você não tenha percebido meus livros estão aí.

- Ah é isso. – Ele levantou-se. Olhou-a e depois correu os olhos pela sala. – Acho que não tem nenhum outro lugar vazio não é?

- É uma pena. – Ela ironizou.

- Você esta mais confiante do que da ultima vez que te vi. – Ele sorriu.

- Da ultima que você me viu eu estava com uma faca encostada na minha nuca. – Ela respondeu. – Não dá pra ser muito confiante quando se tem uma arma no seu pescoço.

Olhei-os atônita, esperando que algum deles dissesse que era apenas uma brincadeira, mas ninguém disse nada.

- Quem é a sua amiga? – Ele perguntou. Lizzie virou-se e só então percebeu que eu estava ali.

- Meu nome é Emma. – Respondi, antes que ela pudesse responder. Estendi a mão esquerda para ele. – Emma Declan. E você é?

- Lucas Holt. – Ele respondeu um pouco confuso ao tentar apertar minha mão.

- Desculpe, sou canhota. – Abaixei a mão.

A professora entrou na sala exatamente naquele momento, obrigando-me a voltar para o meu lugar.

Lucas puxou uma carteira que não estava sendo ocupada e colocou-a na fila ao lado da de Lizzie.

Eles tinham uma ligação, isso era claro. Uma ligação muito forte, quase a ponto de fazer Lizzie se esquecer de sofrer por Anne. Mas não tão forte a ponto de ser impossível de se destruir.

{04 de setembro de 2009}

Eu tinha acabado de sair do cinema com algumas amigas quando ela apareceu. Era uma mulher fina e elegante, com aquele ar de inteligência. Os cabelos ruivos caiam em cachos grossos logo abaixo dos ombros. O vestido era branco e de alças, com alguns botões na frente. A pele era pálida e os olhos de um azul intenso. Ela me parou e perguntou se eu não poderia conversar com ela por alguns minutos.

- Podem ir meninas. – Disse, às minhas amigas. – Depois eu encontro vocês.

Ela me levou à praça de alimentação e comprou um sorvete enorme para mim. Se eu fosse um pouco mais velha, teria percebido que aquilo havia sido apenas uma estratégia para me conquistar, mas naquele momento a mulher me pareceu gentil e inofensiva.

- Você é filha do detetive Declan, não é mesmo? – Ela perguntou docilmente.

- Sim. – Respondi. – De onde me conhece?

Ela apenas sorriu e alisou meu cabelo. Sua pele era macia e o seu toque era estranhamente reconfortante.

- Conheço você desde que era um bebezinho, querida. – Ela sorriu. – Temos muito que conversar Emily

- Emma. – Corrigi-a. – Meu nome é Emma.

- Emma?

- Sim, foi esse o nome que meu pai quis colocar em mim. Não gosto dele particularmente, mas até que é bonito.

Ela respirou fundo e me encarou ainda com um sorriso.

- Sim, é bonito. – Ela passou os dedos pela minha bochecha. – Você ainda precisa saber de muita coisa, minha pequena. Eu irei te contar tudo.

- Tudo o que? – Perguntei, enquanto chupava o resto do sorvete.

Ela apenas me olhou sem responder. Quase como o olhar de um cachorrinho que fica muito tempo sem ver seu dono.

- Onde está sua mãe, Emma?

- Morreu quando eu era muito pequena. – Entristeci-me. – Acidente de carro.

Ela olhou para o chão como se se perguntasse “o que diabos contaram a essa menina?”.

- Venha comigo Emma. – Ela disse, levantando-se e entendo a mão. – Acho que contaram algumas mentiras a você.



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Notas finais do capítulo

Então gostaram?
Achei que tinha que incluir a Emma um pouco, até agora a Lizzie teve dois capítulos e a Emma precisava aparecer.
Bem espero, sinceramente, que gostem.