Esperança escrita por LauraTeodoro


Capítulo 4
Lucas


Notas iniciais do capítulo

Gostei de escrever esse capitulo. Não tem muito drama, e é divertido de certa forma. Espero que gostem.



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Acordei no meio da noite com um barulho estranho vindo da cozinha. A primeira coisa em eu pensei é que poderiam ser gatos, mas me lembrei de que a porta estava trancada e que seria impossível um gato ter entrado.

Levantei-me silenciosamente e andei nas pontas dos pés até o andar de baixo. A escada em espiral não ajudava muito, mas fora isso o trajeto foi tranquilo e silencioso. E era isso o que me intrigava. Estava tudo escuro. As luzes apagadas e eu não via nada à um metro de distancia. Eu apenas ouvia.

Passos. Passos suaves e delicados, quase imperceptíveis para os outros, mas totalmente à mostra para mim. Estava indo em direção às escadas. Minhas mão estavam vazias, se fosse um ladrão provavelmente estria armado. Fui até a cozinha rapidamente e peguei a maior faca que havia no faqueiro encima do armário.

Caminhei lentamente até a sala de estar onde a escada ficava e pude ver a pessoa de costas. Era uma garota, corpo curvilíneo, calça jeans apertada tênis preto e cabelos longos e castanhos. Ela estava parada em frente à porta como se estivesse decidindo algo. Aproximei-me lentamente, na pontinha do pé. Eu estava a três metros da invasora. Prendi a respiração e avancei mais um metro e ela não pareceu notar a minha existência. Tomei coragem e me aproximei dela a um braço e meio de distancia. Estendi o braço e encostei a ponta da faca na sua nuca.

- O que você quer na minha casa? – Perguntei pausadamente. Pude senti-la retesando-se de medo.

- Eu não vim roubar nada. – Ela respondeu, enquanto erguia as duas mãos em sinal de defesa. – E esta é a minha casa.

- Lamento informar, mas estou morando aqui há três dias – comecei. – Então tecnicamente esta casa é minha.

Abaixei a faca e coloquei-a na mesinha encostada na parede. A garota se virou.

- Como assim? – Questionou intrigada.

- Alugamos essa casa dos Collins há uma semana. – Eu disse.

Sua expressão era um misto de assombro e indignação.

- Não acredito que eles fizeram isso. – Ela murmurou para si mesma.

- Então – Eu disse olhando-a de alto a baixo. – O que você veio fazer aqui?

- Eu sou Elizabeth Collins. – Respondeu a garota, mas sem nem um pouco de cortesia. – Desculpe-me por ter entrado assim, achei que ainda estivesse vazia. – Ela cuspiu as palavras de arrependimento.

- Lucas? – Alguém me chamou.

Fiquei me perguntando como ela saberia meu nome. Então ouvi passos e percebi que não foi Elizabeth quem me chamou. Foi minha mãe.

Olhei assustado para a garota e imaginei o que aconteceria se minha mãe a visse ali. Provavelmente nada de bom, isso era certo. Puxei Elizabeth e a escondi no outro corredor, o que dava acesso à sala. Ela hesitou um pouco, mas quando percebeu o que eu estava fazendo se calou e obedeceu. Coloquei o dedo indicador sobre os lábios em um sinal de silêncio e ela fez que sim com a cabeça.

- Lucas, você esta aí? – Minha mãe perguntou, já no pé da escada.

- Sim, mãe. – Respondi avidamente.

- O que você estava fazendo, Lucas? Eu ouvi vozes e alguns barulhos... – Seus passaram por mim e depois ela analisou o cômodo. Quando os olhos castanhos de sua mãe se fixaram na faca em cima da mesinha, ela olhou assustada. – Aconteceu alguma coisa com você?

- Não mãe. – Respondi. – Eu vim tomar um copo d’água e sem querer derrubei esta faca, ela caiu e escorregou até aqui. Eu peguei-a e coloquei em cima da mesa. Já estava voltando para o quarto quando você apareceu.

Ela pareceu engolir aquela mentira, ou não engoliu e resolveu fingir que sim. Ela apenas olhou-o rapidamente e subiu as escadas de volta para seu quarto, bocejando.

Assim que ela sumiu de vista fui até o corredor onde Elizabeth estava e a puxei.

- Desculpe por isso também. – Ela disse. – Não quis causar nada disso, só vim aqui para pegar algumas coisas que pertencem à minha irmã.

Encarei-a por alguns segundos e fui até o armário da cozinha. Lá em cima estavam as chaves, peguei à do porão e voltei ao local onde a garota estava.

- Seja rápida e tente não fazer barulho. – Falei, jogando as chaves para ela. Já estava subindo as escadas de volta quando a curiosidade veio à tona: - Ei, como conseguiu entrar?

Ela apenas sorriu ironicamente e balançou um molho de chaves. Sorri de volta para ela e recomecei a subida.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenho gostado!