Os dias passaram, não falei com Taylor ou com Jeremy. Eu lhe liguei mas ele não atende. Eu e Diogo ficamos mais próximos e pude conhecer a nova vida que ele levava. Trabalha em uma empresa de segurança e ganha o suficiente para poder comprar um apartamento. Na verdade, ele já tinha saído da prisão há muito tempo, em condicional, mas só agora apareceu.

Sara: anda logo Carla! - gritou e me irritei com ela.

Carla: Caralho Sara, vai te fuder. Se quer ir na frente vai logo porra! - gritei mais alto do que pensava e todos me olhavam assustados.

Essa semana tinha sido difícil, a imprensa já anda atrás de nós três, desconfiados de um raio.

Bill: calma Carla - disse com a voz calma e suave de sempre

Carla: olha, resolvam o que tenham de resolver, eu vou fumar - subi para o terraço da gravadora. Ali era tudo muito calmo e eu tinha uma bela visão de L.A.

Georg: estressou hein? - bufei e olhei para o lado, dando de cara com olhos esverdeados, extremamente lindos e um sorriso que…

Carla: o que você quer? - perguntei rude e seca. Não queria falar, mas esconder Diogo, não falar com Taylor e ser perseguida pela imprensa não era o que eu planeava para meus 20 anos.

Georg: só queria saber se estava tudo bem - sorriu novamente. Aquele sorriso, simples sorriso me acalmou e respirei fundo, tentando não me estressar e gritar de novo

.Carla: problemas - ele riu de leve - o que foi?

Georg: tão nova e já tem problemas? - neguei com a cabeça baixa.

Carla: você não sabe Georg - fiquei séria e mais uma vez respirei fundo, com a esperança que o ar levasse toda minha preocupação - não sabe o que estou passando agora - me virei pra ele e possuía um semblante sério.

Georg: posso tentar perceber - ficamos calados e a única coisa que se podia ouvir era o vento, que agora soprava com mais força. Ele deu um passo em minha direção e minha respiração, sem mesmo eu perceber, acelerou e meu coração saltou uma batida.

Carla: porque iria querer perceber? - o silêncio prevaleceu mais uma vez e nossos rostos estavam cada vez mais perto. Sua respiração misturava com a minha e com o vento, que ainda soprava forte.

Sara: nós vamos em… - nos afastamos e abaixei a cabeça - atrapalho?

Carla: não - respondi rápido, levantando minha cabeça na mesma rapidez. Comecei a caminhar para as escadas, aonde Sara estava de pé - não vêm? - perguntei séria.

Georg: sim claro, vamos.

Os dias, mais uma vez, passaram rápidos, tão rápidos que quase não vi. Tentei ultrapassar o que aconteceu no terraço com Georg. Disse bem, tentei porque não consegui, sonhava com aquilo e estava sempre “no ar”.

Tom: já têm as malas? - perguntou com um sorriso no rosto. A viagem para a Europa começa amanhã, pela Rússia e iria se prolongar por toda Europa durante 3 meses.

Ana: sim, já estão arrumadas e tudo, as tuas também né Carla?

Carla: han?ah!sim, estão - tirei os olhos do vídeo-game na TV gigante da casa da Sara, pois meu celular tocava e era Diogo - hum…eu não quero…não quero jogar mais - entreguei o controle para Ana - eu vou lá fora.

Saí da sala e fui para a área da piscina e comecei a falar em português.

Diogo: porque demorou pra atender? - perguntou logo que apertei o botão verde do celular.

Carla: estava com outras pessoas ok? - disse baixo e sempre olhando para a porta que dava para aquele lugar - você ‘tá aonde?

Diogo: Em casa, você pode passar aqui? Quero ficar com você antes de você ir em turnê com aqueles idiotas - nunca gostou dos rapazes, desde que contei sobre eles.

Carla: para com isso Di, você não conhece eles - ouvi um riso do outro lado da linha e sorri - estou indo pra aí agora,ok?

Diogo: estou te esperando com pizza de calabresa - sorri mais uma vez e senti alguém respirar bem atrás de mim. Me virei e Tom estava lá, com os braços cruzados e uma expressão séria. Engoli em seco.

Carla: ok, tchau Di…tchau - desliguei o celular e ficamos em silêncio. Ele continuava naquela posição, me encarando como se fosse meu pai, em versão de estátua.

Tom: pode me dizer o que ‘tá acontecendo? - por um momento fiquei com medo dele, mas lembrei que ele não tem nada a ver com a minha vida.

Carla: não ‘tá acontecendo nada - minha vez de cruzar os braços e permanecer séria - eu vou dar uma saída. Tenho que falar com umas pessoas do estúdio sobre trabalho - menti e ele girou os olhos.

Tom: eu só não vou persistir com o assunto, porque sei que você não vai falar nem que eu torça teu nariz - ri e ele fez o mesmo - só não chega tarde - bufei e comecei a caminhar.

Carla: está bem papai! - gritei entrando dentro de casa e levando um susto.

Taylor: posso falar com você?