Entre Hanôvers E Bourbons escrita por Becca Armstrong


Capítulo 3
Capítulo 3 - Rainha


Notas iniciais do capítulo

Novo cap para vocês! Acho que agora as coisas começam a esquentar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215997/chapter/3

Acordo com uma leve luz batendo em minha cama. Será que não há um bom serviçal que possa fechar essas malditas cortinas? Isso já está ficando irritante! Levanto e pego meu casaco de pele, indo até a varanda e fechando a porta, para então fechar a cortina. Volto à cama e vejo Edward dormindo de bruços, agarrando um travesseiro. O bárbaro nem sequer se importa com esse sol na cara ou com o frio que faz aqui. Estou congelando! Pego uma taça de vinho e bebo, na esperança de me esquentar.

Eu ainda nem explorei esse vestiário maravilhoso. Entro lá e começo a ver os sapatos, algo que sempre me encanta. Calço um vermelho de camurça com bordados pretos. Lindo. Pelo design eu diria que é de Portugal. Combinaria perfeitamente com um vestido que eu vi perto da camisola... Esse era todo bordado com um corpete lindo e de decote quadrado. A saia era volumosa e cheia de detalhes, havia um dragão de tamanho médio do lado esquerdo. E esse vestido combinaria com um colar que eu ganhei... Esse! Os rubis da coroa tinham detalhes em ouro vermelho e diamante, o colar seguia o mesmo padrão... Ficaria lindo com um coque...

-Acordada há muito tempo? –Edward perguntou coçando os olhos.

-Não muito. Esse sol é que me acordou. –Vou á mesa de maquiagem. Um batom vermelho sangue...

-Já pensando na roupa? –Ele se aproxima e avalia o vestido no manequim.

-Uma rainha tem que estar preparada. –Uma sombra dourada com preto...

-Não há essa hora. Ainda são sete da manhã, Bella.

-Ainda? Bom, ainda assim, meus pais estão acordados desde seis. E, que mal lhe pergunte: Você não deveria estar arrumado?

-Meus deveres começam a partir das oito. Ainda temos tempo para tomar café. Venha. –Edward puxou minha mão. A partir das oito? Por isso eles são tão atrasados!

-Tomamos café de roupa de dormir? E se um criado inferior nos vir assim?

-Bella, cuido para que Jane, uma de minhas melhores empregadas, traga o café. Venha. –Edward me puxou para a varanda, onde já havia uma mesa posta. Povo prático esse.

E simples.

-Edward, e os demais talheres? –Pergunto, contando apenas cinco deles. E não era só isso. Faltavam dois copos, três pratos e dois panos de se limpar.

-Esses são suficientes para comer.

-Não. Não são. As frutas exigem um tipo, os carboidratos outro, os doces outro, as carnes um diferente, as folhas outro, as proteínas um distinto, os temperos outro, os extras um novo! Faltam, no mínimo, três talheres aqui. –Sento-me.

-E você come tudo isso no café? –Ele parece achar graça.

-Obviamente não! Está tentando dizer que pareço gorda? –Aceno para que me tragam água.

-Não, por isso perguntei. Você não parece comer um pouco de tudo isso.

-E não como, mas quero meus talheres completos!

-Não há necessidade. –Edward pede suco.

-E os presentes de casamento? –Mudo de assunto, servindo-me de um brioche. Eles têm brioches!

-Chegaram. Estão no salão, será a primeira coisa que faremos depois de nos arrumarmos.

-O rei também cuida disso? Papai nunca soube de um só presente que ganhamos. Mamãe era quem cuidava dos presentes. –Esse brioche é delicioso. Hum!

-A realeza do seu país parece ser extremamente fria. Nunca fazem nada juntos?

-Não! Somos ocupados demais! E, perdoe-me, mas o nome disso não é frieza. Poderia ser praticidade, bons modos, civilidade e até mesmo independência! A rainha não segue o rei como seu cachorrinho em meu país! –Levanto-me da cadeira.

-Não foi o que eu quis dizer! Só acho que marido e mulher devem ficar juntos durante seu dia a dia! –Ele se levantou, fazendo todos os criados se afastarem.

-Por quê? Eles se encontram algumas noites! –Ele realmente acha que o casal deve se ver tanto assim?

-Algumas noites! Muito bem dito, Isabella! Você acha que marido e mulher são felizes se vendo apenas algumas noites?

-Você está insinuando que meus pais não são felizes?

-Eu nunca disse isso! Acho que o casal deve viver junto e se conhecer!

-Bom, então não temos nada o que fazer juntos. O senhor já sabe toda a minha vida mesmo! –Saio e vou em direção ao vestiário.

-Coisa com a qual a senhora nem se preocupou!

Finjo não ouvir e vou em direção às duas portas, fechando-as. Rose e Alice já estão lá, preparando minha roupa. Tranco as portas e caio no chão, chorando. Por que eu não faço nada direito?

-Bella, meu bem. Não chore. Ouvimos tudo, não foi nada demais. Tudo terá se resolvido até a hora do almoço. Ele gosta de você. –Rose me abraçou.

-Isso foi perceptível ontem em seu casamento. No qual você estava linda. –Alice afagou minhas costas.

-Eu só brigo e brigo com ele. Eu quero ir para casa. –Olho para elas. –Quero meu quarto, minha cama, minhas roupas, meus pais, minha vida!

Eu não pertencia a esse lugar. Não pertencia á esse frio, á essas peles, á essa falta de talheres...

-Sua vida agora é essa, minha jóia. –Alice falou, limpando meu rosto.

Jóia. Levantei-me e fui até a penteadeira, limpando meu rosto. Jóias não se quebram facilmente.

-E Erick?

Nessa hora ele chega e me arruma. Em menos de duas horas estou pronta e desço para encontrar Edward na sala do trono. Sua expressão não é nem um pouco amigável e ele grita com Emmet e outro homem.

-Não me interessa! Ele nos deve mais do que pode pagar e se recusa a me ceder uma égua mais domada? Uma? –Edward se levanta.

-Edward, você tem um harém...

-Mas todos são cavalos de guerra. São fortes, robustos, indomados... Bella não pode andar em um desses!

Ele quer um cavalo bom para mim? Uma égua mansa? E está brigando por isso? Entro na sala com Rose e Alice atrás e vou até Edward.

-Meu rei. –Curvo-me.

-Bella... –Edward desce as escadas do trono e vem até mim, segurando minha cintura. –Esses são Emmet e Jasper, os dois cuidarão de Rose e Alice quando vocês estiverem longe. Venha, Jane trará os presentes de casamento.

Subi ao trono e Alice e Rose se sentaram aos meus pés, assim como Emmet e Jasper fizeram com Edward.

-O presente da duquesa de Winter! –Jane disse. Os empregados trouxeram um lindo conjunto de prataria.

-Podemos? –Edward pegou minha mão descendo até onde o conjunto estava.

Analiso a prataria com apenas metade de meu cérebro. Edward estava com as mãos em minha cintura. Aquela área recebia um calor extremamente confortável.

-É do Oriente? –Pergunto, virando-me para Edward. A frase era apenas uma desculpa para encará-lo.

-Sim. –Jane fala, anotando algo em uma folha. –Próximo: Do Conde de Wessex. –Trazem-nos conjuntos de pele. Não faço idéia de sua utilidade. Eles têm formas estranhas.

-Para que servem? –Olho para Edward.

-São usados nas tendas de caça, para aquecer seu interior. São raros e difíceis de serem confeccionados. Um presente adequado.

-Para o marido, sim. –Olho para as peles. Havia uma negra linda.

-Para a mulher também. –Ele pega a pele bem perto de onde minha mão a segurava.

-Não acho, uma vez que não...

-Bella, você irá às caçadas. O rei raramente caça sem sua mulher. –Ele se volta para um conjunto de pele á nossa esquerda, retirando as mãos de minha cintura.

-O quê? Eu serei obrigada a dormir em uma... Uma... Tenda? –Isso era um ultraje!

Edward me olhou. Senti que seu olhar me queimava da pior maneira possível. Ele ia gritar comigo (e muito, nossa segunda discussão em menos de três horas), mas antes deu uma ordem:

-Saiam da sala! –Em menos de dois minutos todos saíram, deixando os presentes ao redor do ambiente.

Tentando retardar mais uma briga, vou até o próximo presente, mas sou parada por uma mão em minha cintura. Tento me afastar, mas minhas costas vão de encontro ao peitoral de Edward.

 –Sim. Você vai dormir em uma tenda comigo! Todos terão certeza que temos um bom casamento e pensarão que você não odeia cada minuto que passa nesse palácio! Será que você pode fazer isso, jóia? –Edward sabia até disso!

Com o máximo de dignidade que junto, viro-me para ele e ponho minhas mãos em seu peito. Não sei exatamente como fazer isso, mas passo meus dedos por toda a extensão de seus ombros e fico na ponta dos pés, beijando o pescoço desnudo de Edward. Meus lábios estão úmidos por minha língua, então é compreensível o fato de Edward ter estremecido. Uma mão minha se apóia no ombro dele enquanto levo meus lábios a sua orelha, mordendo-a de leve. O aperto em minha cintura se intensifica.

-Diferente de uns e outros bárbaros, eu sou capaz de me controlar. –Afasto-me completamente dele e vejo que, pela expressão em sua cara, Edward se sente estúpido. –Diferente de uns e outros, eu não deixo minhas emoções escritas em minha testa.

Aproximo-me dele e encosto nossos corpos. Ele não se afasta. Para finalizar minha vingança pela forma como ele tenta me tratar, levo minha boca á dele e provoco seu lábio inferior com os dentes. Edward ia segurar minha cintura, então me afasto.

-Diferente de você, meu marido, eu sei bem o jogo da realeza.

Viro-me de costas e saio, fechando as portas. Então apoio minhas costas na parede, tentando estabilizar minha respiração. Edward me enlouquecia com um simples olhar.

Essa cena que acabamos de protagonizar ia piorar e muito nossa convivência. Ele não deve gostar de ser manipulado por uma mulher mais jovem.

Volto meus ouvidos para a porta e escuto a voz imperiosa de meu marido:

-Se Isabella quer testar minha força, ela verá o quanto estará perdida!

Agora sim. Eu consegui transformar esse palácio em palco de nossa guerra por poder um sobre o outro. E eu não perderia de jeito nenhum.

-Rose! Alice! Tragam-me tudo o que houver na biblioteca sobre Edward! –Grito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentários são meu pagamento!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre Hanôvers E Bourbons" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.