Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 9
Weber


Notas iniciais do capítulo

Agora a verdade começa a aparecer, e a clareza dos detalhes também.



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Jon tinha uma coisa em mente. Precisava estar naquela operação para prender todos os integrantes sem exceção, faria algo por Linda depois, mas nem ela poderia escapar. Então tinha que ter certeza de que sua suspeita estava equivocada ou estaria correndo risco de morrer pela mão da própria polícia. Afinal, apenas Weber e o prefeito sabiam de seu disfarce.

No outro dia foi para o escritório a procura de indícios de sua suspeita.

_ Senhor Weber. – ele estava na sala do comissário e o encarava com severidade – O que o senhor está querendo, ao pedir que eu aborte minha missão?

_ Não acha que está correndo um risco vindo aqui? – estava admirado com a mudança visual de Bruce.

_ Responda minha pergunta. – estava nervoso, pensar que ele podia estar envolvido com a gang era uma ideia que o deixava tenso.

_ Eu não quero que você se machuque, Bruce, mas se você continuar o risco é seu.

_ Por quê? O que mais eu devia saber, comissário?

Weber se levantou e apoiou as mãos na mesa encarando Bruce com ironia.

_ Por que o chefe aqui sou eu, mando em você e não tenho que lhe dar satisfação. É meu último aviso, saia de lá ou não me responsabilizo.

Ele ainda estava em sua frente, não se amedrontava diante daquele olhar ameaçador. Então ele observou que Weber tinha uma chave pendurada em sua gaveta, e nela um chaveiro exatamente igual ao que a mãe de Linda derrubou ao sair, e ele estava certo de que era a mesma chave.

_ Conhece Linda, comissário? - perguntou desconfiado – Tem um BMW preta lá fora?

_ Não sei do que você está falando.

_ Ok, - ele disse para pensar no que fazer – eu vou embora, mas não posso garantir que sairei da gang. Eu disse que colocaria o chefe deles em sua mão, e é o que farei. Tenho um apoio na gang que vai me entregar o chefe. – disse apenas para ver sua reação e ia sair da sala.

_ Volte aqui! – chamou com aspereza na voz.

Ele se virou, tinha em seu rosto a decepção, não havia dúvidas de que Weber era culpado de alguma forma.

_ Vai me confessar que é você o chefe daquela maldita quadrilha de crianças?

_ Você não sabe nada, Bruce! – suspirou e procurou conter-se, estava tão tenso quanto seu soldado – Eu não sou o chefe final deles.

_ Agora tudo se encaixa! – disse se aproximando – Queria matar o prefeito para algum propósito ilegal... – ele o encarava estarrecido.

_ Não! Eu não comecei com isso!

_ Então me diga... – ele disse com a voz alterada, mas se conteve e falou mais baixo – Então me diga quem está por trás disso, Weber ou eu vou entregar o senhor!

Ele balançou a cabeça em desaprovação, mas parecia atordoado.

– Você é um bom investigador, mas é marinheiro de primeira viagem, e não sabe que ao me entregar estará em perigo de morte!

_ Me diga então por que diabos deixou que eu entrasse nessa gang e depois me manda sair. Pois eu estou dando minha cara para bater, mas para cumprir com meu dever, comissário, não brinco de polícia há muito tempo!

_ Nunca te disseram que nem sempre conseguimos ir até o fim de nossa missão? – ele usou agora um tom igual ao que Laurence usava, como um amigo, mas Bruce não se convencia – Que às vezes temos que saber quando desistir?

Bruce engoliu a seco, era sua primeira decepção com um colega de profissão, e aquilo o deixou irado.

_ Eu não trabalho assim, Weber. Nunca desisti de uma missão até vê-la concluída. E não é nessa que desistirei. Não agora que estou tão perto. – ele se pôs ereto – Me diga o nome dele, ou eu descobrirei sozinho.

_ “Ele” é uma autoridade máxima. – desdenhou de sua disposição - Se toda sua gang for presa, ele fará outra, não vai acabar. E acredite ou não, nunca o pegarão de verdade. É um político de posição privilegiada.

_ Está bem. – disse rendido, mas não aos argumentos de Weber – Estou sozinho nessa...

_ Bruce! – ele se levantou e agora parecia implorar – Não seja burro! Eu pedi que você saísse por que não quero que se machuque! Eu juro que nunca quis participar nessa sujeira, mas ele me obriga a fazer vista grossa, para minha segurança e de minha família!

Bruce ficou admirado, Weber parecia emocionado ao dizer aquilo.

_ O que Linda tem a ver com o senhor? – ele tinha medo da resposta.

_ Ela é minha filha. - Bruce passou a mão pelo rosto, era uma descoberta que não queria ter feito - Entrou na gang pensando que foi o prefeito que mandou matar seu pai de criação.

_ Por que ainda deixa que a torturem e que ela corra riscos? Não pensa em sua neta?

_ Eu já falei demais, Bruce. – cruzou os braços, sentado – Ninguém sabe que ela é minha filha, só a mãe dela, e apenas Trol me conhece. Ninguém lá sabe que você está infiltrado na gang, e não saberão por mim, mas...

_ O que mais?

_ Não sei o que você fez para pensarem que atira mal... – deu um riso inconformado – E nem o que fez às mulheres de lá, mas tanto Trol como Linda vieram em momentos distintos para me pedir que tire você da gang.

Bruce ficou surpreso.

_ Mas, como?

_ Sabem que se você errar o alvo será descartado, como o irmão de Trol. Ela só cumpre ordens do chefe. – ele saiu de sua mesa e pegou Bruce pelo braço empurrando-o até a porta – Saia da gang e sobreviva. Agora me deixe em paz, vá embora, Volte para São Francisco!

Sem alternativas, ele foi para sua casa provisória. Não podia acreditar que Linda era filha de Weber. Mas entendia agora por que ela não podia sair da gang.

_ Quem é você, maldito político? – dizia sozinho.

Era certo que Linda e Trol estavam apaixonadas por ele, e ele tinha que tirar vantagem disso, era policial e não um gangster. Tinha que ser cauteloso, além de não sair demais de sua verdadeira característica. Mas reconheceu que as duas mulheres mexeram com seus sentimentos.

Antes da reunião em que eles fariam os treinamentos, Jon foi até a casa de Linda.

Ele parou em frente o portão e apertou a campainha, viu logo o rosto de Linda na janela, ela correu para coloca-lo para dentro e fechou a porta com rapidez.

_ Você ficou louco, Jon? E se alguém nos vir?

_ Ninguém me seguiu, não se preocupe.

_ Temos que estar na casa de Trol em uma hora! – ela o encarou quase sorrindo – O que quer aqui?

_ Não me convida para sentar? – ele sorriu, mas Linda se jogou em seus braços e o beijou.

Jon quase perdeu o fôlego, ela o apertava contra si feito rolo compressor.

_ Não há ninguém em casa, Jon! Eu te quero tanto!

Mas ele não tinha a mesma empolgação. Não queria ludibria-la e nem magoá-la. A descoberta que fez o deixou distante do desejo até de beijá-la.

_ Também te quero, mas me sinto tenso por causa desse treinamento. Eu só vim aqui para saber se você está bem. Onde está Cindy?

_ Minha mãe a levou para o parque. – disse desanimada e se afastando dele – Vou terminar de me trocar.

Jon suspirou. Era a ideia de que Linda era filha de seu chefe, um policial corrupto, que o deixava indiferente ao pedido dela. Mas ele queria muito poder abraça-la e dizer que tudo acabou, que ela não precisava mais cometer crimes, queria fazer amor com ela e torna-la sua amante eterna.

Linda voltou e sentou-se ao lado dele.

_ Linda, eu estou prestes a descobrir quem é o chefe supremo dessa gang, e talvez possa livrar você dele.

_ Impossível! – ela riu inconformada – Mesmo que saiba, não vai poder fazer nada, Jon.

Ele percebeu que se tratava mesmo de alguém muito poderoso, mas não sabia que havia uma ligação muito forte entre Linda e esse homem.

_ Mamãe! – era Cindy chegando com a avó, e pulou nos braços de Linda – Olha o que papai comprou pra mim!

Era uma caixinha de música muito delicada.

Bruce observou tudo enquanto a mãe dela entrava.

_ Bom dia, senhor! – ela o cumprimentou num sorriso.

_ Mamãe, marcou o pediatra para amanhã? – Linda perguntou.

_ Sim, querida. Eu marquei para as sete da manhã, eu mesma a levarei. – disse ao tempo em que pegou a mão de Cindy – Com licença. Cindy, querida, vamos para o banho!

A menina obedeceu prontamente depois de olhar e sorrir para Jon, ele correspondeu, e acompanhou com os olhos as duas se afastarem. Quando então olhou para Linda ela parecia temerosa, e ele entendeu logo.

_ Linda, quem é o pai de Cindy?


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