Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 6
Fragilidade


Notas iniciais do capítulo

Jon angaria mais algumas peças para ajudar em sua missão, e descobre em Linda uma menina frágil e amedrontada.



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Jon pretendia saber mais sobre ela e por que era diferente dos outros.

Na lanchonete eles sentaram-se frente a frente, e apenas ela tomava da bebida quente.

_ Pediu só para mim? – ela disse com um pequeno bigode de chocolate, que lego desapareceu com um puxar dos lábios com a língua.

_ Obrigado, eu não gosto de chocolate. – reparava em sua boca.

_ Me trouxe aqui por que, então? – continuava a beber.

_ Eu queria que você me dissesse por que estava chorando.

_ Eu já disse que é dor de dente. - não o olhou nos olhos.

_ Vai ao dentista?

_ Sim, amanhã.

Ela não queria mais falar, e Jon achou por bem não insistir. Tinha que traçar seus planos, e ainda precisava conhecer o verdadeiro chefe daquela gang que para ele não passava de pessoas brincando com o crime, mas supervisionadas por alguém muito experiente, como se jogasse xadrez, usando os integrantes como peças, eliminando-os ao seu bel prazer.

Linda, porém, parecia a única pessoa que não se deixava mandar e estava ali como se fosse uma espectadora.

_ Você não participa das conversas, é muito calada. Eu estou achando que você é uma espiã! – disse com uma desconfiança falsa, apenas para ver seu sorriso.

Achando graça, ela riu.

_ Acha mesmo? Eu não faço nada mais do que distrair os homens para dar cobertura. Essa é minha função.

_ Eu sei. Não está satisfeita. Isso eu sei também.

_ Não é isso. Eu não queria estar nessa vida de crimes. Nunca matei, mas sei que sou tão culpada quanto eles. Fico pensando o que será de Cyndi.

Ele percebeu que seu semblante mudou e Linda ficou mais triste.

_ Cyndi? Quem é ela?

_ Minha filha. Ela tem três anos ainda. Sinto medo que ela me perca antes de...

Ela ficou emocionada, e Jon estava pasmo com a revelação. Notou que ela era diferente mesmo, era boa, e não merecia estar ali, compactuando com crimes bárbaros e carregando parte da culpa.

_ Por que não desiste, Linda. Por que não esquece sua vingança?

_ Você esqueceria? – ela respondeu com mágoa.

Ele não podia responder àquilo. Mas não podia ser conivente com sua situação.

_ Eu não tenho ninguém por quem zelar e nem que zele de mim. Tanto faz. Mas você tem sua filha.

_ Não é só a vingança. – estava triste – Ele não permitiria que eu saísse. Quando você entra numa gang, não pode mais sair, Jon.

_ Ele quem?

_ Não posso dizer mais nada, desculpe.

Linda suspirou e terminou seu chocolate. Mas olhava para o copo, empurrando-o devagar com os dedos, como se brincasse e pensasse ao mesmo tempo.

Jon lembrou-se de Grace, de quando ela tentou ludibria-lo com mentiras. Agora pensava em Grace como a mulher que odiava, não como antes, e pretendia descobrir se Linda dizia a verdade, pois estava sentindo por ela um carinho grande e desejo de tirá-la daquele mundo sórdido. Linda pelo menos tinha uma razão forte para mudar.

_ Quer mais um chocolate? – ele perguntou sorrindo para ela.

Ela correspondeu.

_ Não, obrigada.

_ Mas eu não lhe dei de graça! – estava sério, mas logo sorriu de novo – Terá um preço.

Encarando-o tímida, ela não sabia do que se tratava.

_ O que você quer?

_ Quero conhecer sua filha. – era seu desejo sincero.

Mas ela perdeu o sorriso.

_ Sabe que isso é estritamente proibido, Jon!

Ele segurou sua mão com firmeza, mas a acariciava.

_ Não fale como eles! Você não é igual!

Ela puxou a mão de vagar e se levantou.

_ Me leve agora, por favor!

Ele a levou, e estava satisfeito por ver que embora ela não estivesse disposta a fazer o que ele pediu, não tentou dar desculpas sem fundamento.

Quando chegaram ao lugar onde ela desceria, Jon não queria deixar uma má impressão de si, nem desistir dela.

_ Eu gostaria que me desse outra chance. Vamos almoçar amanhã?

_ O que vai pedir em troca?

Sorriram, e Jon se aproximou mais.

_ Se a primeira coisa que pedi não foi concedida, eu peço outra.

_ O que? – ela observava cada detalhe do rosto de Jon, sentiu vontade de beijá-lo, sua vontade era compartilhada, e ele apenas aproximou os lábios, sussurrando.

_ Um beijo adiantado!

Linda deu um leve beijo em seu lábio, sentiu seu corpo estremecer, e sorriu, recuando.

_ Está pago! – abriu a porta do carro – Onze horas, aqui, e não se atrase, eu não farei devolução!

_ Devolução em dobro! – disse enquanto ela saia, com uma alegria visível.

Ele também estava feliz, Havia superado seu medo do sexo oposto e pela primeira vez em anos estava apaixonado.

Mas ele não queria se exceder, tinha que descobrir quem realmente era Linda, não cometeria o mesmo erro outra vez.

“Procure a garota que você sempre amou”, um conselho de Mick Jagger, seu ídolo, que ele nunca esqueceu. Seria Linda?

Em sua casa, ele se lembrava de Trol. Quem era ela na gang? E quem matou o atirador deles?

Pensava em continuar sua sedução com Trol para desvendar aquele emaranhado de perguntas. Apenas não pensou que podia se apegar a ela e fazer com que ela o amasse.

Mais um dia e somavam sete, desde que começou.

Na lanchonete onde tomava café todos os dias, ele encontrou-se com uma das agentes de sua divisão. Ela sentou-se ao lado dele e conversavam com muita discrição.

_ O comissário pediu para você recuar.

_ Está louco? – ele disse baixo para ela – Eu ainda não sei quem é o chefe deles!

_ Foi o que ele mandou dizer. Disse que vai comandar uma operação para invadir as terras de South Pie.

_ É a coisa mais estúpida que ele fará. Avise que eu estou com eles quase em minha mão, e quando eu tirar todo mundo de lá entregarei “de bandeja” para Weber. Diga que eu preciso de mais alguns dias.

A agente foi embora e ele continuou ali. Era muito estranho que Weber desse aquela ordem.

Quando chegou ao encontro com Linda ela estava afobada, abriu a porta do carro rapidamente e entrou.

_ Jon, vamos sair daqui!

_ O que houve? – disse pisando no acelerador.


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