Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 5
Atirador


Notas iniciais do capítulo

É definido o lugar de Jon na gang e Linda chama sua atenção.



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Em sua casa improvisada, Jon pensava naquela noite. Não sentiu paixão por Trol, mas percebeu que ela não era exatamente uma chefe de gang como queriam que ele pensasse. Ela não teria sucumbido ao charme de um novato com tanta rapidez. E seu sentimento por ela era de compaixão. Trol era carente de amor, acostumada com maus tratos, não conhecia o amor verdadeiro de um homem por ela, de modo que disse que o amava, como se aquilo fosse sexo entre um casal de namorados. Era certo para ele que podia manipulá-la se ninguém se metesse entre os dois.

A tarde chegou e todos, exceto Walter, estavam na casa de Trol esperando para se reunir com ela na grande mesa de debates. Cada um estava em um lado da casa, e Jon aguardava na sala.

Linda estava na cozinha e chorava. O fato chamou a atenção de Jon e ele foi até lá.

_ O que houve? – ele perguntou enquanto ela tentava disfarçar os olhos molhados.

_ Nada. – disse com rispidez - Sinto dor de dente.

Ele ainda a observava, certo de que aquilo era mentira.

_ Sabe se Trol vai demorar?

_ Não sei nada sobre essa vadia!

Ela sentou-se à mesinha de jantar, e Jon se aproximou.

_ Não precisa ser grossa. Eu não estou ofendendo você.

_ Você é como todos eles.

Ele ficou satisfeito em ouvir aquilo, sinal de que seu disfarce convenceu. Mas Linda era uma garota intrigante.

_ E você não é também?

_ Não! – ela então o encarou – Meus motivos são outros.

Linda disse as últimas palavras com tom baixo, e tinha nos olhos a revolta.

Antes que Jon perguntasse algo mais Raymond chamava, e todos foram para a mesa de reunião.

Quando Trol chegou sentou-se com seu ar de superioridade.

“A quem quer enganar?”, Jon pensou.

Ela não demorou em falar, enquanto evitava o olhar direto de Jon.

_ Precisamos de um plano para avançar, e fazer de uma vez nosso trabalho, sem aquelas ideias falhas de Walter. Jon deve ter uma ideia melhor, e eu acho que devemos dar a ele uma chance de fazer valer a pena estarmos sem um dos integrantes aqui.

Olhando para cada um, Jon falou com clareza.

_ Minha ideia é pegar o homem em sua própria casa.

O velho riu.

_ Deve estar louco! Sabia que ele tem seguranças por toda a casa?

_ Sim, e esses mesmos seguranças estarão com ele em outros lugares. E que lugar melhor do que a casa, onde podemos rendê-los sem muito alarde, e com mais tempo para agir? A casa dele fica num bairro nobre, onde as pessoas estão fora de suas casas nos finais de semana, mas não ele. Se não estiver viajando estará lá.

Todos concordaram.

Raymond perguntou, com um ar de desconfiança.

_ O que você poderá fazer, além de pensar por nós? Seria capaz de ir até lá e mata-lo?

_ Eu faria isso com prazer, com a proteção garantida.

_ E quem você quer para protegê-lo? Nós somos seis, e temos que achar mais pessoas que nos dê apoio.

Jon saiu da mesa e foi até o hall, pegou o porta-retratos com a fotografia de Trol com o assassino do shopping, e voltou colocando o objeto na frente de Raymond.

_ Quem é esse cara? Se ele é um de nós eu quero a proteção dele.

Um pouco relutante Trol tomou a foto e guardou para si.

_ Esse... Não poderá participar conosco dessa vez.

_ E pode me dizer por quê?

_ Ele... Está morto, era nosso atirador. Foi um dia antes de você aparecer.

Jon ficou surpreso de novo.

_ Quem o matou?

_ Não sabemos. – ela respondeu, evitando encará-lo.

_ Não colocaram outro em seu lugar?

_ É você, Jon! Acaba de ocupar o cargo de atirador! – disse Raymond sorrindo – Bem, vamos trabalhar com essa possibilidade de atacar na casa do prefeito.

Enquanto discutiam, Jon tentava entender tudo aquilo, estava muito confuso e era como peças de um quebra-cabeça aparecendo do nada.

Eles falavam e apresentavam outras ideias, mas o policial infiltrado raciocinava. Não fazia sentido um integrante estar morto e sem motivo aparente. E era certo que ele tinha uma ligação forte com Trol. Mas havia outras dúvidas

Por que até aquele dia não conseguiram prender o atirador de South Pie? As operações realizadas pelo capitão eram chefiadas por Weber, o comissário, e todas que ele viu tiveram 100% de resultado. Por que só aquela não tinha? Ele via que ali os integrantes eram gente inexperiente, pessoas movidas pela vingança e que não tinha planos de ataques eficazes para atingir seus alvos, eram aprendizes de terroristas.

Depois de decidirem usar a ideia de Jon para traçar um plano, Raymond os dispensou.

_ Vamos nos encontrar aqui amanhã para decidir quem vai fazer o quê.

Quando eles saíram, Jon tentou alcançar Linda, que saiu da reunião tão calada quanto quando entrou. Ela ia para sua casa de ônibus.

_ Linda! – ele chamou, já na rua, e ela parou de costas – Deixe-me leva-la para sua casa.

Ela sorriu em seu íntimo, esteva atraída por ele logo que o viu a primeira vez, mas voltou-se séria, e aceitou a carona.

_ Não espere que eu desça na frente de minha casa. É arriscado. – ela avisou.

_ Você é casada?

Ele havia esquecido que não devia conhecer a família dela, e vice versa. Mas ela riu, achando que fosse uma piada.

_ Não, sou solteira. – sorriu deixando-o admirado com sua graça.

Ele observou a saia de pequenas dobras que deixavam parte da coxa da menina à mostra, e seu jeito meigo de segurar sua bolsa contra o colo, olhando para a janela e apreciando a vista. Ela parecia muito frágil para estar entre assassinos.

_ Quer tomar um chocolate quente, Linda? Não tenho pressa para ir embora.

Ela aceitou, e foram para uma lanchonete afastada do centro da cidade.


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