Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 16
Prestação De Contas




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Com sua mochila nas costas, Bruce foi até onde o capitão estava e disse a ele o que faria, que o prefeito já estava ciente de tudo e concedeu a ele aquele direito.

_ Você é louco! – disse impressionado - Já viu quanta gente tem aqui, Bruce?

_ Então organize seu pessoal, por que ninguém vai me segurar agora!

Ele foi até o palco onde algumas das maiores autoridades estavam presentes e depois de tirar o capuz e mostrar seu distintivo aos seguranças, subiu rapidamente e foi até o sonoplasta do evento.

O Senador Alberto estava fazendo o seu discurso de apoio ao prefeito naquele momento, até que Bruce se aproximou dele e tomou-lhe o microfone.

_ O que é isso? – disse Albert assustado ao ver que era ele, e começou a falar em voz alta – Prendam esse homem! Ele é um prisioneiro...

_ Não toquem nele! – era o prefeito ordenando aos policiais que já estavam no palco e que quase seguraram nos braços de Bruce – Vamos ver o que ele quer, estamos num país democrático, não? E esse é um de nossos oficiais.

Apreensivo, Albert se aproximou de Bruce.

_ Não faça besteiras, ou eu mando matar você aqui e agora.

Sem medo por causa da proteção que o prefeito lhe dava, ele começou a falar ao microfone.

_ Senhoras e senhores, eu me chamo Bruce Warwick e sou detetive da CBI aqui em Sacramento. A polícia tem feito um trabalho muito eficaz devido ao apoio de seu prefeito aqui presente e sabemos que o fará posteriormente, com mais um de seus representantes como sucessor, se vocês assim o quiserem. E para provar o que temos feito de real, eu preparei uma slide que quero compartilhar com vocês. Vamos pedir que o senhor Weber, nosso comissário suba aqui conosco, ele tem uma grande participação na atuação da polícia de Sacramento.

Já escoltado pelo seu próprio pessoal ao comando do capitão, Weber subiu. Mas não acreditava, e menos ainda Albert, que aquilo não passaria de um espetáculo de gafes. Porém descobririam que não era um blefe.

Bruce sinalizou e naquele telão improvisado a população pôde assistir a todas as gravações de vídeo que Bruce conseguiu fazer desde que começou a investigação. Ele editou os filmes e juntou os trechos mais comprometedores.

Estarrecido, o público assistia ao momento em que Weber confessava sua participação, que era pai de Linda e que Trol o conhecia, e também quando Linda disse que Albert era chefe da gang.

As imagens mostraram também partes comprometedoras das reuniões que Trol presidiu, e a parte mais importante foi onde o próprio Albert gritou com alto e bom som, e ótima qualidade de imagem.

_ “... Faça o que quiser, mas eu quero o prefeito de Sacramento morto”.

Albert ficou paralisado, buscando inutilmente uma razão para desmentir aquilo.

_ Não... Isso é uma brincadeira de mau gosto! Esse filme é forjado!

_ Ele é legítimo, Senador! – disse o prefeito já ordenando com as mãos que ele fosse detido juntamente com Weber – Eu mesmo verifiquei.

O capitão segurou os braços de Albert para trás e o algemou.

_ Você está preso pelas mortes do prefeito de Folson e o xerife de Rancho Cordova, e pela tentativa de assassinato contra o prefeito de Sacramento.

 Aproximando-se de Weber, Bruce pediu ao capitão a honra daquela prisão e encarou seu comissário nos olhos com um sorriso de satisfação.

_ Coloque suas mãos para trás, Weber! – ele disse como se ironizasse, quase ao ouvido dele e Weber o fez sem hesitar, sendo então algemado – Eu disse que ia até o fim de uma missão. Essa é a diferença entre mim e você. Eu nunca desisto!

Assistindo a tudo aquilo de rostos pasmados os contribuintes de Sacramento aplaudiram o prefeito e a polícia entre gritos e assovios, e daquele dia em diante o partido a que ele pertencia ficou mais famoso e requisitado.

Sendo aquelas prisões o fim do comício, Bruce e o capitão foram à delegacia escoltando os carros que levavam os parlamentares. Mais tarde decretaram também a prisão dos integrantes que sobreviveram à emboscada feita por Weber.

Antes do anoitecer, Bruce apresentava seu relatório ao capitão.

_ Eu preciso de mais tempo para detalhar, mas esse é um resumo.

_ Tudo bem, eu tenho que fazer o meu também.

O prefeito chegava para uma visita e escutou a conversa.

_ Coloquem em suas anotações: - disse entrando num sorriso poucas vezes visto, de alegria – “Observação- Bruce Warwick é o herói de Sacramento”.

_ Ora, prefeito! – Bruce riu, como o capitão – Eu fiz minha obrigação!

Mas o capitão corrigiu.

_ Não seja modesto, Bruce. Você sabe que arriscou sua vida.

O Prefeito acrescentou.

_ E isso é uma coisa que jamais será esquecida, acredite. – suspirou e deu tapinhas no ombro do capitão – Você também merece meus sinceros agradecimentos. E em nome de minha cidade quero que cada um de vocês me faça um pedido.

_ Eu só quero que o senhor sempre nos apoie, prefeito, como tem sido! – disse o capitão – A cidade precisa de muita segurança, e desejo que esteja sempre ao nosso lado.

Eles trocaram sorrisos amistosos, mas viram que Bruce estava sério.

_ E você, Bruce. O que quer que eu faça por você?

Com um meio sorriso, Bruce lembrou-se de Linda. A imagem de Trol fechando os olhos em agonia ainda lhe doía e ele quase saiu dali, mas era Bruce agora, tinha que entender que Jon morreu com ela. Ele também se lembrou do que disse a si mesmo quando tudo aquilo começou, e então já sabia o que pedir ao prefeito.

_ Eu quero fazer dois pedidos. Tudo bem?

_ É claro! Um por ter entregado o Senador e outro por ter perdido seus cabelos loiros. Você está simplesmente ridículo com essa careca!

As risadas podiam se ouvir até de onde estava o Senador, aguardando liberação para a cadeia, onde ficaria por muitos anos. Weber estava em outra delegacia, pois os agentes foram instruídos a manter os parlamentares sem o mínimo de comunicação um com outro para a acareação, se necessário. Afinal, Bruce entregou tudo desde o começo cada detalhe, poupando advogados e promotores de qualquer trabalho de defesa ou acusação. As provas eram claras.

Bruce fez seus pedidos, mas agora estava como sempre, sério e decidido.

_ Eu preciso que o senhor entenda uma coisa, prefeito, embora não esteja dentro de sua compreensão como um político, a filha de Weber não é uma criminosa. Não posso explicar isso, mas ela precisa de liberdade para seguir sua vida e criar a filha... – pensou no rostinho de Cindy com carinho. Meu primeiro pedido é que ao julgá-la, conceda-lhe a liberdade, porém a expulsão eterna da cidade.

O prefeito, também sério, pensou um pouco.

_ Você gosta dela? – perguntou desconfiado.

_ Faria diferença se eu gostasse? Ela é inocente, uma vítima de Albert! E eu não quero separar afilha dela.

_ Não se preocupe, - disse com firmeza – esse desejo será concedido. E qual é o outro?

Sem demora ele respondeu.

_ Minha transferência para Los Angeles.

Um silêncio tomou conta do escritório por uns segundos, nem o prefeito e nem o capitão queriam aquilo.

_ Mas... Por que Los Angeles?

_ O lugar eu escolhi aleatoriamente, mas quero sair de Sacramento. A minha vida profissional está marcada aqui. Há oficiais que trabalhavam lado a lado com Weber. Eu sei onde isso vai parar.

O prefeito suspirou profundamente.

_ Achei que quisesse ficar. Mas entendo você, e por mais que seja contra minha vontade... Desejo concedido!

_ Obrigado, senhor! – ele se levantou, bateu continência ao prefeito e ao capitão e pediu licença.

Havia agora outra coisa que ele precisava fazer, antes de deixar para sempre aquela fase conturbada de sua vida. Ver Linda.


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