Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison
Notas iniciais do capítulo
Depois de decidir o que faria, Bruce quis se despedir de Trol e descobriu seu nome verdadeiro.
O delegado plantonista chegou e logo ouviu os gritos do carcereiro. E depois de soltá-lo avisou Weber de que Bruce escapou.
Mas mesmo depois de procurar exaustivamente, Weber nada pôde fazer, pois Bruce estava foragido e ninguém sabia de seu paradeiro.
Alguns dias se passaram.
Com a notícia de que sua vida não corria mais riscos, o prefeito voltou para casa, retomando sua rotina.
Weber ainda procurava por Bruce, sabia que enquanto ele estivesse livre sua carreira estava em risco, bem como a integridade de sua filha e neta. Era constantemente ameaçado pelo senador para agilizar a busca, mas não obtinha sucesso. E ele estava certo quanto aos riscos.
Escondido em uma vila afastada da cidade, Bruce se preparava para sua revanche contra o senador e a conclusão do caso. Mas ele não estava sozinho dessa vez. Contava com o capitão que lhe trazia secretamente as informações necessárias. Numa madrugada chuvosa, ambos conversavam, enquanto tomavam um chá.
_ Bruce eu sei que você tem provas, e que não pode me contar quais são, mas eu temo que elas sejam insuficientes.
Bruce estava tão decepcionado que não confiava em mais ninguém, e deu à outra pessoa, de confiança mesmo, as provas que incriminavam o senador.
_ Não se preocupe. Além disso, terei o apoio de outras autoridades se algo me acontecer. De um modo ou de outro eu vou acabar com isso. Agora me conte como e onde será esse comício.
O capitão contou a ele que haveria um Show-comício no centro da cidade, onde o prefeito apresentaria seu candidato à prefeitura do próximo ano. Era o que o senador tentava evitar.
_ Albert é do mesmo partido, - disse o capitão – mas o interesse dele era colocar outro, um amigo que certamente supriria as necessidades corruptas dele no gabinete da câmara.
_ Ele é um homem muito sujo. – ele parou um pouco, desde que começaram a conversar relutou em perguntar, mas o fez – Capitão, onde está a moça que esteve naquele dia da emboscada?
Não contou a ele que Linda era filha de Weber e amante de Albert.
_ Eu soube... Bem, Bruce, você sabe que o comissário levantou várias suspeitas sobre você, e colocou no inquérito que você a torturou para obter informações, que sequestrou sua filha. Ela está sob a proteção do estado, em sua própria casa, e prestará depoimento no momento em que o juiz decidir.
_ O comissário Weber não perde por esperar, - disse tranquilo – Mas eu vou acabar com a “festa” deles.
_ O que realmente aconteceu lá, Bruce? – perguntou intrigado – Por que ainda não me contou tudo que descobriu?
_ Para sua proteção, capitão. Quanto menos pessoas souberem, melhor. Mas acredite que eu não fiz o que Weber disse.
_ Então me mostre as provas!
Bruce balançou a cabeça lentamente e disse severo.
_ Se não confia em mim, é melhor que me deixe seguir sozinho, capitão, mas eu não farei nada. Exceto no momento certo.
Ele se levantou.
_ Ok, eu vou esperar. O comício será às dez da manhã, e se você vai estar lá me avise, pois eu precisarei reforçar a segurança lá para que o prefeito dessa vez, ao lado de seu inimigo, não seja morto finalmente.
_ Tenho uma última missão para cumprir, mas estarei lá nesse dia. Reforce o quanto puder, por que aquele desgraçado e seu peão chantagista saberão quem é Bruce Warwick.
_ E quem é? – era uma brincadeira, e Bruce riu com ele – Eu farei. Apenas tome cuidado, e me deixe a par de tudo.
Ele se despediu de Bruce e foi embora.
Bruce, porém, não estava disposto a avisar ninguém de como agiria.
A última missão a que ele se referia era dolorosa.
Depois de ser liberado, o corpo de Trol seria finalmente cortejado por sua família e enterrado. Seus pais e irmãos, bem como dois filhos menores, de 15 e 12 anos estavam lá, não havia muitas pessoas no velório, mas o suficiente para provocar uma grande comoção. Diante do corpo no caixão, Bruce observava o rosto pálido e intacto da mulher que já sorriu tanto para ele.
_ Era amigo dela? – perguntou o pai, se aproximando.
Bruce olhou para ele que ainda tinha seus olhos inchados, mas conformados.
_ Não, - voltou a observa-la – Eu era colega de trabalho.
_ Ele tinha muitos colegas naquela agência de empregos. - Bruce não o encarava mais, mas ouvia cada palavra – Certamente foi mais um cretino que ela não quis empregar, como foi com o irmão dela. Ela era tão amorosa e protetora... Prometeu desde criança que nos daria uma vida de rei e rainha, e trabalhava demais para isso. Sua mãe pedia que ela parasse um pouco, mas ela dizia que o trabalho era sua vida, e não queria deixar de nos ajudar. Mas eu acho, em meu coração de pai que ela não podia sair de lá. Parecia estar presa... A vida é assim. Agora ela está livre, com Deus.
O homem se afastou e Bruce tinha uma lágrima no olho, queria chorar, mas não conseguia. Era tanta sua revolta! Trol não precisaria morrer, pensava, e pagaria com sua liberdade pelo que fez, era jovem e poderia se redimir.
_ Senhor! – ele finalmente falou, chamando pelo pai dela – Como era mesmo o nome de sua filha?
_ Grace! – ele disse num triste sorriso, e foi para junto de sua esposa inconsolável.
Aquilo o atingiu em cheio e ele chorou, acariciando o rosto frio que beijou tantas vezes, admitiu que a amou durante aqueles dias em que esteve entregue ao seus caprichos e sentiu pena por tê-la traído, ainda mais ao lembrar que ela morreu salvando sua vida, levando um tiro por ele. Aquela era a Grace que o amou de verdade.
Linda... Ele se lembrou dela e pretendia vingar a morte de Grace, além de cumprir com seu dever. E sua dureza o incorporou novamente.
Enfim, era dia do comício. Bruce estava irreconhecível por estar sem cabelos e com uma roupa de frio de tecidos grossos que davam duplo sentido ao seu corpo musculoso, como se ele fosse obeso, além do capuz emplumado.
Uma multidão aguardava o prefeito, enquanto ouvia uma banda local, havia um “telão” onde seriam exibidas as imagens da apresentação para que todos pudessem ver e conhecer o político e votar nele.
As ideias de Bruce iam brotando em sua mente, enquanto a multidão só aumentava.
_ Isso mesmo! – ele disse baixo para si – Sacramento tem que estar aqui para ver isso.
Então o prefeito subiu no palco e foi ovacionado. Era um político querido pela cidade por seus feitos em benefício à população, seu bom governo era o que desagradava o senador.
Sacramento era a única cidade da região que Albert Hansen não dominava com sua corrupção. E um sucessor dele na prefeitura era o que faltava, razão pela qual aquele comício devia ter sido adiado ou jamais acontecido.
De onde estava, Bruce encarou Albert no canto da arquibancada e esperando para ser chamado. Em volta deles e de todo o recinto, bem como entre a multidão havia policiais e atiradores, agentes à paisana, e várias câmeras de segurança, tudo para garantir a integridade física dos governantes da cidade que estavam lá em peso. O esquema acabou por ajudar Bruce em seus planos.
_ É hora do show! – disse ao ver que o senador seria chamado, depois de uma longa espera e vários discursos.
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