A campainha tocou e logo dois soldados apareceram no portão.

Com seu distintivo à mostra ele ordenou que abrissem.

Linda estava na sala e assistia ao documentário onde falava sobre as prisões, não acreditava naquilo que via e estava chorando. Ao ver o homem fardado e sem cabelos, com seus olhos claros e semblante mais que severo se aproximando dela, se assustou.

_ Q-Quem é você? – levantou-se e se afastou um pouco, mas ela olhou com mais clareza e havia uma coisa da qual nunca esqueceria, os lábios mais apaixonados que já a beijaram – Jon?

_ Não, Jon não existe mais, eu sou Bruce Warwick. – ela ficou em silêncio, fitando-o com insistência, e ele viu o que a TV exibia – Seu choro é de pena ou alivio, Linda?

_ De alívio... – ela olhou para trás, pensava em Cindy, e perguntou com amargura na voz e pronta para desatar em prantos – Veio me prender?

_ Não. – ele disse com calma e estendeu a mão para que ela se sentasse.

Ainda assim, ela chorou, talvez pela pressão, e ele se sentou ao seu lado.

_ Onde está Cindy?

_ Dormindo, com minha mãe. – disse tentando conter-se e secando suas lágrimas com uma fralda decorada de sua filha.

Bruce pegou a fralda e segurou o rosto de Linda, para enxuga-lo. Então disse olhando em seus olhos.

_ Apesar de você ter tentado me matar e ter agora suas mãos sujas de sangue, sua filha não merece nada disso. Eu sou o único que sabe, e se fizer o que vou dizer sua liberdade não lhe será tirada. – ela balançou a cabeça concordando - Eu quero que pegue sua mãe e sua filha amanhã, deixe Sacramento e vá com elas para longe, não olhe para trás. E não volte nunca mais.

_ Sim! Sim! – disse como se fosse fazê-lo naquele momento.

Depois de um leve sorriso, Bruce a deixou e se levantou para sair.

_ Jo... Bruce? – ela chamou e ele se virou – Me perdoe!

_ É claro, Linda. – então ele voltou e a puxou com carinho para si.

Linda o agarrou e eles se beijaram. Sentindo que sua missão acabava ali ele achou que merecia seu prêmio pessoal.

Linda o arrastou até o quarto em silêncio e lá eles fizeram amor. Bruce agora sorria e a beijava sem se preocupar com mais nada. Tudo acabou.

Quase uma hora depois, eles se vestiram e Linda o levou até a porta.

_ Sei que não contará isso a ninguém. – ele disse ainda abraçado a ela.

_ Faz diferença para você? – Linda aproveitava os últimos momentos, antes de deixa-lo, pressionava contra si o corpo quente e musculoso e acariciava o rosto claro e corado de Bruce.

_ Não, mas quero que esqueça. Seguiremos nossas vidas e não olharemos mais para trás. – ela sorriu e concordou – Seja feliz, Linda, e cuide bem de sua filha.

Depois de um beijo de despedida ele foi embora aliviado e orgulhoso de si. Ainda sentia calafrios pensando no corpo sedoso e nos gemidos abafados de Linda. Mas sua alegria era maior por finalmente ter recuperado sua autoestima como homem.

Como policial, ele não tinha dúvidas, havia se superado com aquele feito.

Uma semana se passou e Bruce recebeu um telegrama.

_ A promessa do prefeito! – disse sorrindo e abriu o envelope.

Mas sua surpresa foi grande ao ler. Era uma mensagem do governador do estado de Nova York.

“Detetive Bruce, Vs. Foi convocado para fazer parte da nossa Policia em New York City Devido ao seu ato de bravura, será promovido a capitão, para atuar na cidade...”.

Ele terminou de ler e riu.

_ Eu consegui, mamãe!

Sua felicidade pela conquista fez com que todo seu sacrifício naquela missão fosse nada.

E ele finalmente realizou seu sonho profissional.