Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison
Notas iniciais do capítulo
O que acontece agora só lendo para saber.
O disfarce havia acabado e Jon não existia mais.
Bruce estava algemado e sendo levado para uma viatura, na frente da casa do prefeito, enquanto uma ambulância chegava para recolher os mortos e feridos. Já passava das sete da noite e estava escuro.
Mas, antes que ele fosse colocado à força dentro do carro, seu capitão chegou e interferiu naquela ação.
— O que estão fazendo? Bruce é um de nós, soltem-no!
Os soldados que ainda seguravam Bruce algemado olharam para trás à procura de Weber que já se aproximava.
— O que está acontecendo?
— Weber, por que Bruce está sendo preso? – ele perguntou indignado e se colocando à frente dos soldados.
Weber não esperava aquela intromissão, pretendia leva-lo para um lugar secreto.
— Houve mortes lá dentro! – Weber disse com voz autoritária – Até que tudo seja esclarecido, ele ficará sob minha custódia. Não atrapalhe!
Ainda parado, o capitão não se intimidou, encarava seu comissário com desafio.
— Se é assim deixe-o na cadeia da delegacia, Bruce não vai para nenhum outro lugar. – disse no mesmo tom.
Sem argumentos ou escolha Weber ordenou que eles o deixassem na cela administrativa, o que era mesmo correto.
O tempo todo, Bruce se manteve calado, preferia pensar e pensar até achar sua própria solução, mas agradeceu ao capitão e pediu que ele os seguisse.
Enquanto seguia para a cadeia, ele não conseguia relaxar. Sentia que se pudesse, naquele momento, se apossaria de sua arma e mataria aqueles policiais. Estava irado e queria se safar, descarregar toda aquela pressão.
Mas ainda conseguia raciocinar.
Quando chegaram, o capitão acompanhou a prisão de Bruce. Weber tentou despista-lo e o chamou em sua sala.
— Você encontrou o prefeito?
— Sim. – ele não baixou a guarda, tinha conhecimento de que Weber era parte da gang South Pie.
— Vamos até ele então...
— Nem pensar, comissário. – ele interrompeu – O prefeito está escondido até que tudo se acabe. Ele não poderá ser incomodado agora.
Weber saiu da sua cadeira e se aproximou dele, como se fosse ataca-lo.
— Por que está falando assim, capitão? Ainda é meu subordinado.
Ele, porém não se intimidou. Pensava em Bruce e em tudo que soube.
— Minha posição hierárquica não está contando aqui, comissário. E eu vou lhe avisando que uma vez que toda essa sujeira aconteceu em nossa jurisdição e com um de meus homens, prestarei contas às autoridades competentes. Sabe bem que você é apenas um representante delas.
O capitão deu-lhe as costas e foi até Bruce para ver como ele estava mentalmente. Encontrou-o sentado e olhando para a saída.
Bruce o encarou e depois abaixou a cabeça.
— Me desculpe por não estar lá quando devia. Eu tive minhas razões. – ele ainda continuava calado, mas passou a lhe dar atenção – Eu falei com o prefeito e ele me autorizou a tomar essa investigação, descobrir quem está por trás de tudo. Não se preocupe, pois seu esforço não terá sido em vão.
Bruce tinha em sua garganta um grito de desespero e ódio, preferia se calar para o descontrole não vetar sua astúcia. Não tinha nada contra o capitão e entendia que a atitude contrária ao que fora combinado não era culpa dele, estava agradecido com a intromissão dele em sua prisão. Mas Bruce não esperava aquela ajuda ainda maior. O capitão olhou para os lados e colocou um objeto na beira da grade, no chão.
— Eu venho mais tarde para conversarmos.
Ele foi embora, e Bruce imediatamente foi até o objeto. Tratava-se de uma chave tetra, que podia ser usada para abrir a cela e a porta da delegacia.
Bruce fechou os olhos e agradeceu o homem em pensamento, e ao ser interrompido por Weber, escondeu a chave no sapato.
Weber parou em frente à grade e cruzou os braços.
— Por que está aqui, Weber? Acha que acabou? – ele disse furioso.
— Eu bem que gostaria. – falava com calma, mas com desprezo - Você matou uma mulher e dois homens, feriu mais três, e sequestrou... Sequestrou uma criança. Sua ficha não está boa. Agora me diz se você acha que acabou ou não.
Ele se foi e Bruce sentou-se na pequena cama, não se importou com toda aquelas acusações, queria descansar já que havia chances para que ele saísse e tomasse uma providência.
Era madrugada. Bruce sabia que não havia ninguém dentro da delegacia além do carcereiro, e o delegado de plantão estava ausente. Era o momento certo para que ele fugisse.
— HEY! – ele gritou e o carcereiro apareceu – Minha janta, onde está?
Ele deu um risinho, era um senhor de 55 anos, antigo na profissão e conhecido dele. Para Bruce era uma pessoa inocente e justa, mas nada era mais importante do que sair dali.
— Ah, Bruce, eu já vou trazer, estava só checando. Eles acabaram de chegar com a caixa.
Quando ele se afastou, Bruce abriu a cela com tranquilidade e a encostou.
— Aqui está, quentinha!
Ele estendeu a marmita para entregar, colocando seu braço para dentro da grade, a parte que abria. Bruce agarrou-o e segurou com firmeza.
Rapidamente abriu a cela e o empurrou para dentro. O homem gritou e entrou em pânico quando viu que a cela estava sendo fechada.
— Bruce, Bruce! Não faça isso! – quase chorava.
Mas Bruce não era tão duro.
Foi até a recepção e trouxe a marmita dele com uma garrafa de café.
— Desculpe-me por isso, cara, mas depois você vai entender e me perdoar. – deixou as coisas no chão para ele pegar – Não fique sem comer!
Bruce pegou seu carro que estava no pátio da delegacia e foi rapidamente para a casa provisória que usou durante a missão, lá tinha tudo que ele havia conseguido como prova do que descobriu, e que ninguém sabia. Ele colocou tudo dentro de uma mochila e arrumou seus pertences particulares.
Sabendo que o delegado plantonista já poderia ter chegado, ele trocou de roupa e retirou as lentes de contato de cor castanha que usava e também raspou sua cabeça. Sentia-se aliviado ao retirar Jon de seu corpo e voltar a ser ele mesmo. Sua tatuagem ainda estava lá, mas ela sairia em algumas semanas.
Depois de recolher tudo ele partiu.
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