Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 11
Medidas Necessárias


Notas iniciais do capítulo

Jon tem sua última noite com Trol e agora começa a agir para desmascarar o Grande chefe.



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Já no quarto Trol olhava para Jon que estava sem camisa e de calças, deitado em sua cama ainda arrumada, tinha tomado banho e se servido da bebida que havia no frigobar, uma caixa de suco de manga. A caixa estava no chão.

_ Fazendo bagunça no meu quarto? Atirador... – ela sorria com charme e Jon não resistiu, correspondeu – Eu vou tomar um banho também. Conversaremos em uns minutos.

Ela entrou. O banheiro era grande 3x6 e tinha um closet com roupas de dormir.

Enquanto ouvia o barulho do chuveiro, Jon pensava em como Linda estava decidida a estar no lugar dele. Tinha a vantagem de saber que ela era filha do verdadeiro intermediário entre o chefe e a quadrilha, e agora tinha quase a certeza de que Cindy era filha do tal chefe. Linda não se arriscaria daquele jeito se soubesse que poderia ser morta. Então ele se lembrou do suposto irmão de Trol.

Sua companhia saia do banheiro com os cabelos molhados e com um sorriso animado.

Enquanto se aproximava, ela secava sua nuca com a toalha, Jon a fitava de cima a baixo, ainda deitado, mas sob as cobertas. O cheiro do sabonete que ele sentia era de jasmim, era suave como a pele dela. Mas ele sentia medo daquilo, estava começando a desejar Trol sem mesmo precisar. Suas descobertas já eram suficientes para que ele fosse atrás de pessoas que pudessem dar informações que o levassem ao político responsável por aquela gang. Mas ele quis estar com ela. Quase desistiu ao sentir a pele dela em seu peito, mas era um desejo forte. Trol deitou-se ao lado dele e o abraçou, deixando-o excitado apenas com seu abraço.

_ Eu quero que me faça companhia esta noite, Jon.

_ Eu farei. – ele queria saber o que houve com o último atirador – Mas estou aqui pensando. Aquele atirador que desapareceu era seu marido?

_ Não, - suspirou – era um “qualquer”.

_ Estava abraçado a você naquela foto!

Ela suspirou.

_Era meu irmão, mas eu não gosto de falar sobre isso.

_ O “homem” não perdoa erros, não é?

Ela o encarou e fechou o semblante.

_ Ele não perdoa, e é por isso que quero que desista! – voltou a abraça-lo – Não quero te perder também, Jon!

Ele não perguntou mais nada, mas entendeu o grau de crueldade daquele chefe.

Jon reverteu as posições e começou a beijá-la. Suas roupas foram sendo tiradas aos poucos e naquela noite Jon a amou de verdade, queria sentir o corpo de Trol como nunca e deixa-la mais louca que antes. Sabendo que aquela tinha que ser a última vez, ele soltou-se e fez com Trol tudo que ela pediu e tudo que quis fazer com ela. Foram momentos tensos de prazer que duraram horas.

Era de manhã. Mary, mãe de Linda saia com o carro da garagem, ia levar sua neta ao médico. Cindy estava numa cadeirinha no banco de trás.

_ Fique ai, está bem querida? Vovó já volta.

Ela saiu do carro, e fechou o portão, mas ao se virar um homem com capuz de motoqueiro estava à sua frente com uma arma apontada para ela.

_ Oh, Deus! – ela disse sussurrando, sua voz estava presa com o susto.

_ Entre no carro, - disse o homem – Não grite.

Ela fez o que ele mandou e apesar de trêmula conseguiu dirigir. Ainda era cedo e as ruas estavam vazias.

­­­_ Vá para a esquina dessa rua. – ele ordenou, e quando lá chegaram, mandou que ela saísse do carro – Volte e diga à sua filha que a menina foi sequestrada.

_ Não, por favor! – Mary disse em prantos – Leve o que quiser, tem mais um carro...

_ Saia do carro e a avise. Se chamar a polícia a menininha já era.

Mary saiu e correu para sua casa.

Ainda em prantos encontrou Linda na cozinha e contou o que houve.

_ Oh, mamãe! – ela também passou a chorar apavorada – Para onde foram?

_ Eu não sei! – sentia-se culpada.

Linda pegou o outro carro e saiu depressa. Ela não podia mesmo ir à polícia, e então foi direto para a cidade onde morava o pai de sua filha, não percebeu que um carro a estava seguindo.

Com os olhos lacrimejando sem parar, ela chegou a uma mansão. Era onde morava o senador Albert Hansen. Quando desceu do carro viu outro carro parado atrás dela. Era Jon, já sem o capuz, estava com Cindy no banco da frente.

Apavorada ela correu para ele.

_ Cindy! – ia abrir a porta para pegá-la, mas Jon saiu, e a afastou, tinha a arma na mão.

_ Me diga a verdade, se ele é o verdadeiro chefe da gang South Pie! – se referia ao senador, seu olhar severo a fez desconhecer o homem que ela beijou outro dia, e por quem se apaixonou.

_ Sim! – ela disse ainda em prantos, queria pegar sua filha e livrá-la do perigo.

Jon também queria. Havia pensado naquele plano toda a noite enquanto Trol dormia ao seu lado. Era uma medida arriscada e desagradável, mas ele não tinha mais tempo.

Ele abriu finalmente a porta do carro e mandou que ela pegasse Cindy e fosse embora.

Linda o fez e antes de sair o encarou com desgosto. Mas ele não podia dizer nada. Ia seguir para seu último passo. Apenas pediu que aquilo fosse esquecido.

Na porta da mansão ele chamou pelo segurança.

_ Avise ao seu chefe que eu vim das lojas “Trol”.

O segurança foi e deu o recado ao senador e não demorou muito, voltou e abriu o imenso portão para que Jon entrasse.

_ Siga-me.

Lá dentro, no hall, Jon foi revistado.

_ O que é isso? – perguntou o segurança se referindo a um ursinho de pelúcia que Jon carregava na mão.

_ É meu objeto de sorte, - disse num sorriso malicioso - se você o acariciar dormiremos juntos! – era um argumento estranho, mas Jon carregava aquele urso do tamanho de sua mão com um trunfo, e não queria que ele pegasse, e deu certo.

_ Idiota! – o segurança não tocou sequer no brinquedo e o liberou – Siga esse corredor e entre na última porta.

Atravessando a porta ele chegou à beira da piscina, onde o homem costumava tomar seu desjejum. Albert estava lá, sentado diante de uma mesa cheia de frutas e sucos, mas ele só bebia um café. O lugar era grande e chique, digno de um milionário, com dois seguranças guardando cada lado dele a certa distância.

Logo que avistou Jon o conheceu pela foto que foi tirada dele ao entrar para a gang.

Depois de dispensar o segurança, o convidou para juntar-se a ele na mesa.

_ Quer um pedaço de queijo... Jon? É de boa qualidade!

_ Não, obrigado. Eu vim para conversar com você.

Ele tinha um sorriso cínico, assim como o senador. Jon o repudiava.

_ Bem, eu não costumo tratar de negócios em minha casa, e nem mesmo de receber presentes. – se referia ao brinquedo na mão dele.

_ Ah, isso? – sorriu – É um amuleto de sorte, eu o considero meu... Conselheiro amoroso, quem o toca acaba em minha cama, sempre. – riu.

_ Não é uma bomba, é? – disse sorrindo ainda.

_ Não, seu segurança já revistou. Quer verificar? – estendeu o brinquedo pra ele.

_ Não, está tudo bem. – recusou – Mas, o que você deseja?

_ Podemos falar abertamente aqui?

_ Sim, não tenha medo.

_ Eu vim até você para pedir que me coloque como líder do grupo, e rebaixe Trol.

O senador sorriu ao encará-lo, quase sem se mexer.

_ É um pedido estranho. Está lá há duas semanas e já cobiça esse posto... Dê-me um bom motivo. – usou um tom de ironia.

Mas Jon suspirou, como se estivesse inconformado, e segurava o bichinho na mão com firmeza.

_ Eu preciso dizer. Fui contatado por uma mulher sentimental, eu me deitei com ela, e foi o que bastou para que ela me entregasse o intermediário, Weber. – ele falava com tranquilidade, e Albert ficou surpreso, perdendo seu ar de ironia – Ela não queria que eu fosse o atirador de meu próprio plano de execução do prefeito. Sabe como elas são... Ela se apaixonou. – encarou o homem. Trol é fraca, quis colocar Linda para atirar.

_ O quê? – ficou indignado.

_ É o que digo. Se quiser comprovar, ligue para qualquer um deles.

_ Não. – se conteve, mas tomava seu café impaciente – Não é necessário.

_ Então me dê o cargo dela, eu farei melhor. Sou o melhor atirador que terá! E sou melhor líder que ela.

_ Está mesmo determinado! Mas eu não posso fazer uma mudança brusca assim. Eu soube que estão a um dia da missão...

_ Que missão? – Jon perguntou, para ouvi-lo dizer.

_ Não seja idiota! – o homem estava nervoso com o que soube – Essa missão se rolou por meses até que um incompetente colocou tudo a perder.

_ Fala do dia do shopping? Sim, um fiasco. Era irmão dela e fez besteira. Um líder ruim treina agentes ruins.

Ainda mais irritado, Albert colocou a xícara na mesa e cruzou os braços, encarando Jon.

_ Trol é uma boa líder, é destemida e corajosa. Já realizou três execuções e ganhou minha confiança. Por que agora eu deveria rebaixá-la?

Aquela declaração machucava. Jon quase chegou a gostar de Trol, descobriu que ainda era capaz de amar uma mulher, mas certamente ela era a mulher errada.

_ Ela pediu a Weber que me tirasse da gang. A mãe de sua filha também o fez... – riu - Elas não resistiram a mim. São mulheres e são fracas. Eu espero aqui se quiser ligar pra eles e perguntar.

Era claro que ele não o faria, pois não usaria seu telefone para tal coisa, e se o fizesse, Weber certamente não confirmaria.

Mas o que o impressionou foi a quantidade de informações que Jon tinha. Ele pensou por uns instantes.

_ Faça seu trabalho amanhã, mostre que é digno de confiança, e eu darei o cargo a você.

_ Quer dizer que se eu matar o prefeito amanhã, serei o líder?

_ O quê você é? Débil? Mate aquele desgraçado e será promovido. Mas se falhar... Já sabe! Pode se retirar.

Jon ia sair, estava com um sorriso no rosto, mas voltou-se.

_ Só mais uma coisa, senador Albert. O senhor ordenou que o prefeito de Folson e o xerife de Rancho Cordova fossem mortos depois de sequestro não foi?

_ Sim , por quê?

_ O senhor quer que eu sequestre o prefeito também, ou o mate no local.

_ Eu quero que o mate, é só. – estava irritado ainda – Faça o que quiser, mas eu quero o prefeito de Sacramento morto!

_ Obrigado!

Jon saiu de lá o mais rápido possível.

Dentro de seu carro e já longe da mansão, ele abriu o bicho de pelúcia que carregou na mão todo o tempo e tirou dele um aparelho de gravação. Testou o que gravou.

_ “... Faça o que quiser, mas eu quero o prefeito de Sacramento morto”.

Ele desligou a micro fita.

_ Perfeito! - disse satisfeito e feliz com sua própria atuação.



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