Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 11
Um Novo Começo


Notas iniciais do capítulo

Queridíssimas leitoras (e leitores, também...), não tenho muita coisa para falar. Só queria avisar que minhas aulas de teatro terminam no fim desse mês, então em breve terei mais tempo para escrever.
Também queria agradecer especialmente a Ana Luiza Silva por pegar no meu pé para eu postar esse capítulo o mais rápido possível.
Nos vemos lá embaixo...



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Meu corpo estava dormente por causa da anestesia, mas eu mantinha meus olhos bem abertos. Isso não significava nada - minha visão estava toda embaçada. Eu podia sentir o sangue sendo injetado para dentro de minhas veias, mas ainda assim me sentia vazia. Muito distante, senti alguém afastar uma mecha de cabelo do meu rosto e acariciá-lo gentilmente. Olhando para cima pude ver um par de belos olhos azuis. Ainda não acreditava que não me lembrava do meu marido.

Se esse era apenas meu primeiro dia no hospital, e a primeira transfusão de sangue... Imagine o que viria pela frente.

Quando, meia hora depois da transfusão ter acabado e de os médicos terem saído do quarto, minha visão começou a voltar ao normal assim como grande parte dos meus outros sentidos, percebi que apenas Erik tinha ficado no quarto comigo, e Luigi e Michelle já tinham saído de cena. Ele ainda acariciava meu rosto com carinho, me olhando ligeiramente preocupado. Sentir o calor de suas mãos no meu rosto era ótimo, e se mostrou útil para me ajudar a ficar menos tonta.

Pisquei algumas vezes, deixando minha visão clara como de costume.

-Está se sentindo bem?- ele perguntou.

-Ainda estou um pouco tonta, mas melhor.

Erik suspirou.

-O que foi?- perguntei.

-Nada. -ele disse, desviando o olhar. Continuei a encará-lo firmemente. -Eu tentei convencer seus pais de que seria melhor voltar para a França depois que você pudesse sair do hospital. Acho que talvez te ajude.... a se lembrar.

-O que eles disseram?- perguntei, esperançosa.

-Eles não querem. Luigi e Michelle estão pensando em morar aqui por um tempo. Acho que querem te re-apresentar para o resto da família deles.

Fiz uma careta ao ouvir isso. Eu nunca me lembraria de nada se não tivesse nada para me lembrar. Precisava voltar para casa.

-Tem alguma coisa que a gente possa fazer?-perguntei, ignorando a dor pulsante em minha cabeça.

-Tem. - ele sussurrou, os olhos brilhando.

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Uma semana e várias transfusões de sangue depois, eu finalmente tive alta do hospital. Erik arrumou as malas de nós dois e nós saímos do hospital antes que Michelle e Luigi resolvessem aparecer.

-Tem certeza que quer fazer isso?- Erik me perguntou.

-Absoluta. Preciso tentar me lembrar de quem eu sou. - E de quem você é, acrescentei em pensamentos.

Ele assentiu brevemente.

Pegamos um táxi, e partimos em direção ao aeroporto. Ele tinha comprado as passagens por Internet, de modo que nós só precisariamos fazer o check-in no aeroporto, esperar uma ou duas horas e, com sorte, voltaríamos para casa.

Assim foi. Embarcamos no avião, com inúmeros desconhecidos e tomamos assento, lado a lado. Em breves segundos, eu acabei dormindo no ombro de Erik, cansada de minha estadia no hospital.

–Olá, Bela-Adormecida! - eu estava com a cabeça pousada sobre o peito de Erik, seu rosto queimando com um sorriso estonteante. Por um momento, meus neurônios começaram a queimar rápida e insuportavelmente - o que eu tinha feito ontem à noite? -, mas um segundo depois, ao constatar que nós dois estávamos devidamente vestidos, eu me acalmei. "Que ridículo. Eu sou uma criança", repeti pra mim mesma.

–Oi, Erik! - inconscientemente, minha voz saiu mais animada do que o normal, e com uma nota meio melosa.

Me levantei de repente. Que dia era? 20 de janeiro, não é?  Era o pior dia do ano, porque era...

–Feliz aniversário, Catherine. - Erik me deu uma de suas rosas vermelhas, delicadamente ornada com uma fita de cetim preta. Fiz uma careta. - Ah, Cathy, eu sei que nem todo mundo gosta de aniversários. Não vamos comemorar, se você não quiser, mas quero te dar algo. - Ele empurrou minha cabeça gentilmente, levantando-se, e pegou algo numa pequena escrivaninha de ébano. Era uma dessas pequenas caixinhas de jóias. Ele a abriu, se sentando na minha frente, e eu vi um anel de aro fino, ouro, enfeitado com um discreto coração de diamante. Ah, meu Deus!

– Não quero que pense nesse anel como símbolo de compromisso, Catherine. - disse ele, lendo minha mente. - Mas é lindo, não é? Não pude deixar de pensar em você, quando o vi. E agora você tem catorze anos...

Acordei ligeiramente tonta. Erik, que estava usando os fones de ouvido do avião,se virou para mim.

-O que foi, Cathy? - ele perguntou, tirando os fones.

Não consegui responder no momento. Desviei meu olhar para minha mão esquerda, onde jazia o anel de ouro com um pequeno coração de diamante.  Quantos anos eu tinha? Com certeza não me sentia com catorze.

Percebi, afoita, que Erik me encara, eserando por respostas.

-E-eu... Eu me lembrei do dia em que você me deu o anel, Erik. - eu sussurrei, e percebi lágrimas ameaçando escapar de meus olhos. Ele parecia estar no mesmo estado do que eu.

-Cathy, isso é ótimo. Sua memória deve estar voltando.

Ele sorriu para mim. Um sorriso esplendoroso.

Alguma coisa estava me incomodando, ainda.

-Erik, quantos anos eu tenho?

-Quinze-, ele respondeu. - dois meses.

Eu assentei.

E então, a vozinha chata da aeromoça anunciou que estávamos entrando numa zona perigosa de turbulência.

-Não tinha percebido que estava chovendo. - Erik comentou, olhando para fora da janela.

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Chegamos no Teatro Abeau mais tarde do que previmos. Já eram quase seis horas da tarde.

-Então nós moramos no Teatro Abeau? - perguntei, observano a construção estranhamente familiar.

-Embaixo dele.- Erik me ofereceu um sorriso e pegou minha mão.

Entramos na construção incrivelmente gigante, andando pelos corredores um pouco mal iluminados e então num quarto vazio, mas que devia pertencer a várias garotas porque tinha inúmeras camas.

Erik me observava a todo momento, como se esperasse que de repente eu me lembrasse de tudo que já acontecera comigo.

Apertando alguma coisa na parede, Erik fez o espelho de corpo inteiro se abrir, deixando à vista um corredor longo.

-E esse é o caminho de casa?

-Sim, pequena. - ele sorriu mais uma vez, mas os olhos não sorriram. Pareciam desesperados.

Ele me conduziu por túneis e corredores escuros, até chegarmos a um lago, para o qual ele inteligentemente tinha um barco. Ele remou até chegar ao outro lado e o que vi fez meus olhos saltarem das órbitas.

Era um lugar extremamente adorável. Era...a minha... a nossa casa?!


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar...
Bjos, Luna :*