Amor Mascarado 2 escrita por LunaCobain


Capítulo 10
Sem Lembranças - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Finalmente achei tempo para terminar esse capítulo, no meio de minhas aulas de teatro horrorosas até a noite.
Espero que gostem.



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Lágrimas silenciosas desceram pelas minhas bochechas, enquanto eu tentava ao máximo lembrar qualquer coisa sobre ele. Sem sucesso algum. Olhei para a mão que ele segurava com tanto afeto. Lá estava, uma aliança - um anel de aro fino, de ouro, com um discreto coração de diamante no centro.
–Ora, Catherine, não chore. - ele disse, soltando minha mão para enxugar as lágrimas do meu rosto.
–Me desculpe...E-eu queria tanto... M-me lembrar de você, mas eu não c-consigo.... - minhas palavras saíram entrecortadas pelos meus soluços de desespero.
–Não é culpa sua, Catherine. Nada disso é culpa sua.
"Eu não sei o que aconteceu", pensei, "mas tenho certeza de que é tudo culpa minha."

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-Eu fiz isso? - perguntei, transtornada, olhando para meus braços marcados.

-Infelizmente sim, Catherine. - o homem, Erik, respondeu.

Ele tinha se mantido mais afastado de mim quando eu disse que não me lembrava de quem ele era ou de quem eu era. Estava recostado numa poltrona ao lado da minha cama, o olhar triste. 
-Você não sabe por que, sabe?
-Não, Catherine, não sei.  
Nós dois suspiramos. 
Passei a encarar o homem mascarado ao lado da cama. Ele tinha os lábios cheios, pele pálida, cabelo negro e olhos lindos, azuis. Ele era lindo, mas eu não me lembrava como ele era por baixo da máscara. Suas feições fortes prenderam meu olhar. Se ele era meu marido, como eu poderia ter me  esquecido dele?

-O que foi? - ele me perguntou, percebendo que eu o encarava.
-Eu só estava tentando me lembrar, de novo. - eu pausei, dando de ombros. - Você é muito bonito.
Ele corou e eu tinha certeza que minhas bochechas estavam tão vermelhas quanto as dele.
-Não sou nada. - ele sussurrou, como uma criancinha, me fazendo sorrir.
Nesse momento, um casal entrou no quarto.
-Er... oi? - eu murmurei, me perguntando quem esses dois eram. 
-Catherine! Você nos deu um susto! Pelo amor de Deus nunca faça isso de novo. - eles exclamaram coisas desse tipo quando me viram.
Erik pigarreou, se levantando.
-Michelle, Luigi.... Tenho uma notícia triste para lhes dar. -ele começou, e eu me dei conta de que não tinha percebido que a voz dele era tão bonita, profunda. Imediatamente comecei a imaginar aquela voz sussurrando coisas ligeiramente obscenas no meu ouvido. Fiquei toda arrepiada. -Depois que desmaiou, parece que Catherine adquiriu amnésia. 
O casal ficou boquiaberto, e eu simplesmente os encarava, como se nem estivesse ali.
-Não pode ser. - exclamou a mulher.
-Catherine... - o homem começou, e ele pronunciava meu nome com um forte sotaque. -Não se lembra do papai? Não se lembra de mim, filha?
-Eu...Não. Er, eu sinto m-muito. - eu tentei dizer, lágrimas voltando aos meus olhos.
-Acho melhor não a pressionarem muito. - Erik sugeriu, gentil. Então se virou para mim. - Está se sentindo bem, pequena?
Seus dedos deslizavam pelas minhas bochechas, tentando secar as lágrimas que escorriam livremente. Uma única lágrima também caía pela sua bochecha esquerda, que estava exposta. 
-Estou meio tonta. - respondi. Me incomodava o jeito fraco que minha voz encontrara de sair. - Minha cabeça está me matando. 
Então levantei a mão para secar aquela lágrima solitária na pele macia de sua bochecha.

-Precisa de alguma coisa? - ele perguntou, os olhos preocupados enquanto ele pegava minha mão na sua, segurando-a em seu rosto.

-Não, - sussurrei, - eu vou ficar bem. E você, está se sentindo bem? - perguntei. Podia não me lembrar dele, mas com certeza não lhe era indiferente.

-Bom... É difícil que eu me sinta bem nessa situação. Mas tenho certeza que vou ficar melhor assim que você melhorar.

Olhei um pouco ao meu redor. Um quarto chato e parado de hospital, como sempre. O médico estava num canto, fazendo algumas anotações com seus garranchos. O casal, Michelle e Luigi - que ela tinha dificuldades para identificar como seus pais - ainda pareciam desnorteados. Erik a observava com olhos calmos e esperançosos.

-Não posso me mexer?

-Não, Cathy, e provavelmente vai ter que passar alguns dias aqui. Você perdeu muito sangue e, provavelmente vai precisar de algumas transfusões. -ele me respondeu, receoso. Eu podia peceber que já estivera em alguma situação dessa antes, ele parecia saber como eu reagiria a seguir.

-O quê?! - me indignei - Uma transfusão de sangue já é mais do que suficiente, mas algumas transfusões provavelmente vão além do que posso aguentar.

-Você é mais forte do que pensa, Cathy. - ele tentou me consolar, mas tinha um pequeno sorriso num dos cantos dos lábios, achando meu desespero engraçado. - Vai dar tudo certo.

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Meu corpo estava dormente por causa da anestesia, mas eu mantinha meus olhos bem abertos. Isso não significava nada - minha visão estava toda embaçada. Eu podia sentir o sangue sendo injetado para dentro de minhas veias, mas ainda assim me sentia vazia. Muito distante, senti alguém afastar uma mecha de cabelo do meu rosto e acariciá-lo gentilmente. Olhando para cima pude ver um par de belos olhos azuis. Ainda não acreditava que não me lembrava do meu marido.

Se esse era apenas meu primeiro dia no hospital, e a primeira transfusão de sangue... Imagine o que viria pela frente.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar.
Bjos, Luna :*



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