Fallen Angels escrita por Lívia Nunes


Capítulo 20
Ódio


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente tenho que me desculpar com vocês por ter demorado tanto para postar esse capítulo, mas eu estava mesmo sem inspiração alguma, e algo que me desanimou a fazer esse capítulo foi que o número de reviews do último capítulo caiu consideravelmente :( Mas enfim, é isso galera, terminei agora o capítulo, tô morrendo de sono mas corri aqui para o nyah pra postar pra vocês, é o minimo que posso fazer. A maior parte do capítulo foi escrito ao som do álbum XX do The XX. E sem mais delongas, vamos a leitura!



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O domingo parecia voar.

E olha que almoços familiares sempre parecem se arrastar, a noite parece demorar a chegar de fato.

Meus primos – trigêmeos – de seis anos correndo pela casa nunca me incomodaram tanto.

Entre olhares pelo canto do olho tento demonstrar para minha mãe minha insatisfação, mas ela apenas dá de ombro e transforma minha petulância em algo positivo.

Suspiro e subo para o meu quarto, ainda ouvindo o barulho dos trigêmeos gritando e discutindo quem seria o primeiro a jogar no Xbox.

Coloco chaves e dinheiro em uma bolsa qualquer. Amarro o cabelo em um coque e passo um gloss rapidamente.

Levanto o colchão da minha cama e tateio a grade de ferro até encontrar o meu diário que já estava empoeirado, tanto tempo sem uso, colocando-o em minha bolsa.

Desço a escada de dois em dois degraus – o que já estava virando uma mania – e aceno rapidamente para meus tios e minha mãe enquanto saia pela porta da frente. O ar gelado me faz subitamente querer ter pego meu moletom, mas não voltaria para a gritaria que era minha casa apenas para pega-lo. Prefiro passar frio.

Envolvo meu corpo com meus braços em uma tentativa falha de me aquecer enquanto corro para a garagem. A porta abre preguiçosamente. Corro para dentro do Jaguar e ligo o aquecedor. Coloco meus dedos na abertura que saia o vento quente e sinto meus músculos descongelarem. Dou a ré olhando para o retrovisor e acelero pela rua, indo em direção a Starbucks.

Ligo o rádio e me empolgo quando ouço Meet me on the equinox dos death cab for cutie tocando, uma das minhas bandas favoritas.

Canto junto com a música enquanto via a estrada molhada a minha frente.

Let me give my love to you, let me take your hand as we walk in the dimming light, or darling understand. — Canto gritando pelo carro e começo a batucar o volante. — That everything, everything ends. That everything, everything ends.

A música continua a rolar e eu continuo a cantar junto com ela, e dou um grito quando ela acaba.

Estaciono na frente da Starbucks e logo saio do Jaguar, pegando minha bolsa e meu diário.

Sento-me na parte de fora da cafeteria e logo um garçom fofinho vem me atender.

— O que a senhorita irá querer? — Ele diz educadamente.

— Eu quero um expresso com creme sem açúcar e um croissant de chocolate, obrigado.

Ele assente rapidamente e com um sorriso, volta para dentro da cafeteria batendo a caneta em seu bloquinho.

Suspiro e volto meu olhar para a bolsa, tirando de lá meu diário.

Passo a mão na capa vermelha desbotada de camurça e abro em uma página em branco.



Querido Diário, 27 de março

Quanto tempo, eu realmente estava sentindo falta disso, ter um lugar para poder falar qualquer coisa, a qualquer momento, sem restrições.

Muita coisa aconteceu de 7 meses pra cá, muitas coisas boas e ruins na verdade.

Eu finalmente – acho eu – conheci a voz que tanto estava presente em outras folhas de meu diário. Seu nome é Trish Mansen e eu realmente acho que estou enlouquecendo por isso. Muitas coisas estranhas vieram com o reconhecimento da voz, desde acontecimentos sem explicações à... Bem, acontecimentos sem explicações.

Há dois dias eu sonhei – eu acho – com um cara pelo qual só de lembrar dele, minhas terminações nervosas enlouquecem e desde meu primeiro fio de cabelo ruivo até o último nervo de meus pés arrepiam-se. E bem, exatamente no outro dia ela se materializa e conversa comigo. E, ah, nesse mesmo dia eu salvo a vida de Jenna misteriosamente.

Enfim, muitas coisas sem explicações aconteceram, mas não posso explicar agora, pois acho que alguém está lendo isso nesse momento e se estiver, por favor, pare de ser tão enxerido.

— Claire Blanc


— Ok, ok, me desculpe. Não foi minha intenção, juro que só consegui ler o “deixe de ser tão enxerido” e acho que já foi o suficiente. — Diz Trish Mansen. Sua voz encostando-se ao meu ouvido de um modo tão doce e suave que eu simplesmente não consigo me mexer.

Depois de alguns grandes segundos recupero o movimento de meus membros e viro-me em minha cadeira, fito seus olhos azuis e logo, me perco neles, afundo-me, afogo-me de um modo tão delicado e estranho que só o que eu quero é me perder, me afundar e me afogar ainda mais neles.

— E a propósito, não precisa se envergonhar por escrever um diário, eu também tenho um e acho algo muito... Antiquado e interessante. — Ele completa, dando a volta em minha cadeira e sentando-se a uma vaga a minha frente. Descansa o queixo em seus dedos cruzados sob a mesa de granito branco.

Vejo que Trish interpreta mal – e bem – o fato de eu estar corada.

— Oi para você também, Trish. — Digo logo após ser liberta da letargia.

Ele sorri de um jeito que faz meu coração falhar uma batida.

— Olá, Claire. — Ele diz, ainda com o sorriso perfeito no rosto.

O garçom aparece e logo coloca meu croissant e café em cima da mesa, virando-se para Trish.

— O senhor irá querer algo?

Beberico meu café e queimo a ponta da língua.

— Um expresso Macchiato, por favor.

O garçom assente e volta para dentro da cafeteria.

— Como as coisas vão? — Ele pergunta casualmente.

Mordo meu croissant e o toque com a minha língua queimada me traz um gosto metálico.

— Bem. Eu acho. — Digo a última parte baixo, mas quando Trish dá uma risadinha sem graça tenho certeza de que ele escutou.

— Porque a hesitação?

— Eu não sei, realmente não sei. Ás vezes só parece que tudo está tão estanho, tão diferente do que você imagina que simplesmente não tem certeza de nada. — Desabafo em um rompante, arregalando os olhos por poucos segundos por ter falado tudo tão rapidamente.

Olho em duvida para Trish que fitava algum ponto vazio acima de meu ombro, as mãos juntas à mesa, mas ele apenas assente e vejo que ele me entendeu. Suspiro minimamente de alívio.

— Eu entendo você, realmente entendo. — E algo em suas palavras me faz ver que ele realmente me entendia, o que já era um grande avanço.

Seus olhos grudam nos meus e me sinto despida em sua frente. Sinto-me totalmente indefesa e vulnerável por ele estar olhando tão profundamente em meus olhos, como se reconhecesse minha alma.

Eu sei que você me reconhece, Claire. Vejo isso em seus olhos agora.

A voz ecoa em meus pensamentos, me fazendo arregalar os olhos para Trish.

— C-como você faz isso? — Pergunto para Trish com a voz fraca. Seus olhos se prendem ainda mais aos meus. — E não adiantar falar que não sabe do que eu estou falando porque eu sei que você sabe exatamente do que eu estou falando.

Pergunto-me se Trish havia entendido o que eu tinha acabado de falar, eu mesma não tinha me entendido direto, mas a mensagem estava clara.

Trish suspira.

Isso?

Ele fala novamente em meus pensamentos.

Meus músculos travam.

Balanço a cabeça afirmativamente.

Ele entende.

Há muitas coisas a quais você ainda não sabe.

Reviro os olhos.

— Não vem com essa de novo, por favor. Já estou cansada de explicações vagas e que não fazem sentido para mim, muitas coisas estão acontecendo simultaneamente e a última coisa da qual eu preciso agora são mais dúvidas então, por favor, seja honesto comigo.

Ele parece hesitar. Fecha os olhos. Suspira uma, duas, três vezes antes de abri-los novamente.

Espero pacientemente – por fora – até que ele finalmente fala.

— Eu consigo fazer isso. — O “isso” na frase indagava aquilo que acontecia há meses. Procuro controlar a respiração.

Eu já fazia ideia de que Trish era, bem, era a voz. Mas isso simplesmente não era o suficiente para me deixar calma, ele era a voz e eu ainda não tinha me acostumado com a ideia tanto quanto eu achava. Isso era frustrante.

— O que você mais quer saber? — Ele pergunta, ainda parecia confuso ou até mesmo atordoado, o que me deixava ainda mais apreensiva.

— Eu quero saber tudo, tudo. — Dou ênfase da última palavra, repetindo-a inconscientemente.

Ele suspira e coloca os dedos na têmpora, massageando o local como se estivesse com dor de cabeça.

O garçom volta e eu praguejo internamente por isso. Deixa o café de Trish em cima da mesa e volta para onde quer que tenha saído.

Beberico o meu café e mordisco o croissant.

— Claire... Isso realmente não é algo que eu queira falar em cafeteira. — Ele diz, fixando seu olhar no meu.

Suspiro, impaciente.

— Você teve todas as oportunidades para me falar isso, ou o que quer que você tenha para me falar e bem, você não o fez. Eu quero saber tudo, agora. — Digo, minha voz parecendo mais firme do que como eu realmente estava. Trish ainda parecia temeroso em falar. — Por favor.

Ele novamente olha para mim e tudo a nossa volta perde o sentido e fica sem foco. Estávamos em nossa própria bolha e tudo o que estava alheio a isso não me importava. Via que o mesmo acontecia com ele.

— Antes de falar, “o que quer que seja” — Ele diz e eu sinto as aspas na frase. — Algo aconteceu com você? Digo, algo relacionado a isso.

Mesmo que ele não tenha especificado muito o que ele queria saber eu entendi de imediato. Ele queria saber se algo tinha acontecido comigo como o ocorrido com minhas sapatilhas ou até mesmo o que aconteceu ontem na praia com Caleb e Jen.

Prendo um suspiro nos lábios e conto tudo o que aconteceu; desde o incidente com as sapatilhas até o ocorrido de ontem.

Vejo sua expressão mudar a cada palavra que eu adicionava ao discurso, passando de indecisão ao medo. Sim, medo.

Quando termino, espero Trish acrescentar algo, mas só o que vejo é sua expressão paralisada e mortificada.

— Isso aconteceu? — Ele pergunta, a voz engasgada.

—Sim, tudo isso aconteceu.

Ele engole a seco.

— Tá, agora você me deve explicações.

E no mesmo momento em que eu termino a frase sinto alguém se aproximando por trás de mim, viro-me num ímpeto e fico boquiaberta.

Caleb me lançava um sorriso que mostrava todos os dentes incrivelmente brancos e passava a mão pelos cabelos negros.

Vestia uma camiseta de manga preta colada junto ao corpo, jeans escuros e botas de motoqueiro.

Doía se quer olha-lo.

Olho para Trish novamente e vejo-o fitando Caleb com uma expressão que ultrapassava todos os conceitos de ódio e descrença. Era, de um modo pleno e total, uma expressão que eu nunca se quer imaginava em Trish.

— Você o conhece? — Trish diz, a voz embargada com o ódio.

— Sim. — Digo, bruscamente.

Ele me fita por mais alguns poucos segundos antes de virar-se para Caleb novamente.

Caleb também o fitava, a expressão fingindo relaxamento, mas os punhos cerrados e os músculos do pescoço denunciavam sua tensão.

O ar pareceu pesado e difícil de respirar mesmo estando em um lugar aberto e, geralmente, fresco.

Reúno minha pouca coragem e resolvo falar.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? — Digo em tom de brincadeira, mas minha voz tremia em tensão contida.

Dois pares de olhos me olham de repente e sinto uma vontade súbita de me camuflar na paisagem.

— Ele s...

— Eu o c...

Os dois começam a falar simultaneamente. Olho um de cada vez e paro em Trish.

— Ele é um velho amigo, só isso. — Trish diz olhando diretamente para Caleb com o maxilar apertado. O “amigo” na frase soava como um “cão sarnento”, no mínimo.

— Hm, é, sim. Nos vemos depois, Claire. — Caleb diz, parecendo o diabo fugindo da cruz.

Com passos apressados, vejo Caleb andar pela calçada e desaparecer na esquina.

Viro-me novamente para Trish e pela sua expressão, minha cara deve ter virado uma interrogação.

Ele toca minha mão de leve e o toque subitamente me acalma.

— Não se preocupe. — Ele diz, totalmente relaxado de novo.

Forço um sorriso no rosto, tentando convencer mais a mim mesma do que a Trish.

Dou um longo gole do café já gelado em minha frente. Tiro uma nota de dez dólares da bolsa e coloco-a em cima da mesa. Levanto-me.

Trish também se levanta e coloca uma nota de vinte dólares ali.

— Vamos. — Ele diz e mesmo sem saber para onde, sigo-o.

Andamos silenciosamente até o meu carro, nossos ombros quase tocando um no outro. Uma onda elétrica parecia passar de seu corpo para o meu e era quase impossível resistir a vontade de tocá-lo.

Quando penso em quebrar o silêncio, ele diz.

— Vai para a escola amanhã? — Ele pergunta, aleatoriamente.

Balanço a cabeça. Eu não confiava em minha voz, não agora.

Abro a porta do motorista e jogo a bolsa dentro do carro, viro e meu coração acelera bruscamente ao ver que Trish estava mais perto do que eu esperava. Mais perto do que deveria.

Tento dar um passo para trás, mas minhas costas batem no carro.

Ele avança um passo a frente, seu nariz quase roçando no meu.

Ele entreabre os lábios e sinto seu hálito quente rodando meu rosto, embriagando-me com seu cheiro.

Ele toca com a ponta dos dedos meu rosto e ondas elétricas varrem meu corpo, tremo involuntariamente.

— Até amanhã, Claire. — Ele diz, e antes que desse um passo para trás e tirasse a mão de meu rosto, já sentia a falta disso.

Ele o faz.

Suspiro pesadamente enquanto vejo Trish se afastar, as mãos no bolso da calça.

Viro-me para o carro e vejo pela visão periférica Trish parar na calçada de repente. Vejo-o vindo em minha direção com passos apressados.

— Eu não sei o que você faz comigo. — Ele diz, colocando as mãos dos dois lados da minha cabeça, minhas costas espremidas no carro.

— Eu também não sei o que você faz comigo, e não gostaria de saber. — Eu digo sem pensar direito, me arrependendo de ter falado.

Ele tira as mãos do carro e envolve meu rosto com elas, me aquecendo de imediato.

E bem, me beija.

Assusto-me como seus lábios se moldam nos meus de repente, mas logo meus braços já estão ao redor de seu pescoço e eu estou puxando-o para mim com toda a força que posso.

Suas mãos passeiam pela minha face e pela minha nuca, enviando ao meu organismo faíscas de eletricidade e calor.

Seu toque queimava em minha pele, seus lábios eram meu inferno e paraíso particular. E eu estava me afogando neles.

Quem se importa.

Uma de suas mãos desce e trilha um caminho tortuoso pelas minhas costas, parando em minha cintura e puxando meu quadril para o seu. Um quase gemido passa pelos meus lábios.

Ele mordisca meu lábio inferior e meus olhos reviram-se nas orbitas.

O beijo continua ininterrupto e intenso, cada segundo pareciam horas e o mundo a nossa volta poderia estar em chamas e eu não perceberia.

Ele cola a testa na minha e me fita com aqueles olhos azuis intensos.

— Nos vemos na escola, Claire. — Ele diz e se afasta um passo, os olhos brilhando.

— Acho que sim. — Digo, um meio sorriso brotando na ponta de meus lábios.

Ele sorri de um jeito ridiculamente perfeito e dá as costas para mim, as mãos no bolso e dessa vez termina o percurso.

Com um sorriso nos lábios, dirijo de volta para casa.



*****************************


Eu corro, corro. O ar faltava nos pulmões, mas eu não parava de correr. Não conseguia parar de correr. Corria de algo que eu não via, mas de algum jeito sabia que existia e estava ali, a espreita, me observando.

Meus pés descalços estavam machucados por causa dos galhos e pedras da floresta. A chuva caia incessantemente do céu, meu vestido branco estava ensopado e colado ao meu corpo como o meu cabelo.

Paro de repente quando vejo uma luta desenvolvendo a minha frente.

Pessoas que pareciam normais atacavam outras também pessoas que pareciam normais, mas algo as diferenciava entre si e das pessoas normais: algumas delas brilhavam em uma chama silenciosa de poder clara e as outras brilhavam em uma chama de poder densa e escura, viciosa.

Vejo Trish no meio delas e ele brilha em uma luz silenciosa ofuscante, em sua mão pende uma adaga de bronze. Seus olhos caem em mim e ele arregala os olhos.

— Claire, fuja! — Ele diz e por um momento de distração, é atacado por Caleb, que brilhava em uma luz densa e escura. Ele arranca a adaga da mão de Trish e joga-o no chão como um boneco.

Trish alcança o pescoço de Caleb e o aperta, mudando de posição, levantando e levando junto de si Caleb pelo pescoço. Aperta o corpo de luz densa e pesada de Caleb em uma árvore e seus olhos viram duas orbes claras, meus olhos doíam apenas de vê-lo. A luz aumenta a cada segundo, e quando vejo, estou totalmente tomada por ela. Fecho os olhos.

Levanto da cama, o suor grudava meu cabelo em meu pescoço. O coração batia pesadamente no peito.

Levanto-me da cama e vou ao banheiro. Molho o rosto e o seco com a toalha rapidamente, olhando meu reflexo assustado no espelho.

Eu havia sonhado de novo.

O mesmo sonho que eu tinha sonhado todas as minhas férias de verão enquanto ficava na casa da minha tia na Califórnia. No entanto, na época não fazia muito sentido para mim, aquelas pessoas eram apenas desconhecidos para mim. Mas agora eu sabia exatamente de quem se tratava e eu estava assustada.

Engulo a seco.

Isso é apenas uma coincidência estranha. Digo para mim mesma, balanço a cabeça e volto para a cama, onde durmo rapidamente ainda com o sonho martelando em minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

E ai, mereço reviews? Espero que sim, até o próximo capítulo guys! XX