- TODOS! - gritou Verena, saindo correndo da floresta com Percy em seu encalço - CORRAM, PROTEJAM A ADAGA!

 Os campistas, que antes conversavam descontraídamente e riam, correram e agora brandiam todos os tipos de armas. Percy e Verena agora estavam de frente para o perigo. O exército que correra atrás das garotas agora tinha reforço. Bastante reforço. O número agora era o dobro e ainda tinham vários escondidos. Ellen engoliu em seco e brandiu uma espada que encontrara. Juliana estalou os dedos e se alongou. Verena pegou uma aljava de couro carregada e um arco. Fernanda respirou fundo, uma espada emprestada na mão.

  - Eles não deveriam estar aqui! - gritou Fernanda.

  - COMIDA! - gritou um dos lestrigões.

  - TROFÉUS! - gritou Ellen.

 E então, a batalha começou. Fernanda rolava e golpeava monstros, Ellen comandava mortos, Verena e Nicolle atiravam oito flechas de vez com precisão e Juliana socava alguns touros de bronze, fazendo buracos neles. Enquanto isso, Travis e Connor ativavam todo tipo de armadilha, Percy lutava como só ele sabia, Nico comandava muito mais mortos e lutava ao mesmo tempo, Paulo comandava ondas tão gigantes que o lago estava secando. Mais atrás, Clarisse cortava cabeça de muitos monstros com outros campistas ao seu lado.

 Mesmo com todos os esforços unidos, mais monstros avançavam. Mais gente estava sendo ferida. Fernanda foi lançada por um lestrigão contra uma árvore. Ela se levantou numa manobra ensaiada, mas quando foi pegar mais água, quase caiu de choque: o lago havia secado. A respiração dela se acelerou. No ouvido de Fernanda, vozes zumbiam. Suas vozes. Suas várias personalidades. Falavam indignadas coisas como:

 "Isso não está certo!", "Vamos matar todos eles!" e "AGORA! FAÇA VIR ÁGUA AGORA!".

 Mas não havia água. Fernanda olhou aquele leito. Aquilo estava errado. Esse lago existira por muito tempo. Ela não deixaria que isso ficasse assim. Com um grito de puro ódio, Fernanda ergueu as mãos. Então aconteceu. Fernanda começou a brilhar verde. Água começou a brotar, a literalmente brotar de suas mãos. A água era cristalina. Fernanda tentou movê-la e cada átomo obedeceu como se fosse seu braço. Então ela jogou uma onda de mais de dez metros.

 Com muito esforço, Fernanda obrigou a água a derrubar só os inimigos. Em pouco tempo, a floresta estava encharcada, mas o Acampamento estava livre. Fernanda respirava pesadamente. Ellen correu até a amiga e a abraçou forte. Juliana deu um soco no braço dela e Verena pulou com ela. Mas então Fernanda não aguentou e caiu.

 * Um, dois, três cães infernais... *

  - Ai... - falou Fernanda.

 Ela acordou e Nico estava do seu lado, a olhando atentamente. Ela corou ao receber o olhar do moreno e ele sorriu.

  - Quanto tempo eu apaguei? - perguntei.

  - Só uma noite. - ele sorriu - E lá vem a minha irmã.

  - AMIGA! - Ellen gritou, pulando na cama de Fernanda - VOCÊ TEM PODERES! VOCÊ TEM PODERES!

  - É isso aí, FAKE! - gritou Juliana, dando um murro no braço dela.

  - VAMOS COMEMORAR! - Verena rebolou.

 E então as garotas fizeram o que mais sabiam fazer: riram juntas para acabar o mundo.