O Death. escrita por BohMalfoy


Capítulo 9
Capitulo oito – Hell’s door.




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- Percy? – Annabeth parecia assustada, mas sorria para o jovem. – Me ajude, por favor... – Uma lágrima singela rolou pelo rosto da loira. – Eu te amo tanto...

Percy corria para ajudar loira. Mas por mais que ele corresse, ele nunca conseguia chegar ao local. Parou de correr, ainda ouvindo o choro da garota. Gritou por seu nome. Não sabia o que fazer, só sentia que devia ajudar. Devia livrá-la de todos os maus desse mundo. Chamou por ela mais uma vez.

Ela apareceu, na sua frente. Tinha um sorriso macabro e sangrento. Toda suja de sangue. Os olhos negros como uma escuridão sem fim. Percy assustou-se. Ela enfiou a mão em sua carne, aquelas garras terríveis. Ultrapassou sem esforço nenhum a pele e carne. Ele podia sentir aquela mão fria envolver seu coração.

– Não se preocupe, eu vou guardá-lo comigo para sempre. – Falou docemente enquanto arrancava seu coração e lambia o sangue que gotejava de suas mãos.

Percy acordou atordoado e suando frio. Os pesadelos o atormentavam noite e dia, brincando com sua mente, com sua realidade. Talvez ele estivesse ficando louco. Realmente louco. Mas de alguma forma, sabia que o tudo o que Thalia lhe falara era real.

Por mais louca que Thalia fosse, ela nunca mentia. E os machucados também davam um acento de verdade na sua história. O problema é que, se ele assumisse que acreditava naquilo, se permitisse a si mesmo acreditar, estava perdido. O que faria contra a Morte?

Não se pode matar a Morte, e mesmo que fosse possível, ele não mataria Annabeth. Ele não teria coragem de matar uma garota indefesa. Uma garota tão indefesa que matara seu melhor amigo, sua mente acusava. Por isso não podia acreditar, não queria acreditar. Levantou-se da cama presunçosamente. Thalia encontrava-se dormindo em um colchão no chão. Parecia estar tendo um pesadelo também.

Suspirou derrotado. Aquilo era loucura! Não vivia em um mundo onde demônios, anjos, criaturas obscuras, rituais e sacerdotes malucos existiam. Passou a mão pelos cabelos. E a maior das loucuras era que, por um momento, ele achou que a loira era inocente e normal. Doce e delicada. Até se permitiu envolver-se com ela, que Deus o perdoasse, mas quando bateu os olhos na garota, ele a achara bastante atraente. E agora, ela era uma assassina.

Antes de resolver deitar-se na cama, a janela abriu repentinamente, deixando com que um vento gélido invadisse o quarto. Ao olhar para o lado, a garota estava ali.

- Thalia! – Percy chamou. Annabeth sorriu quando Thalia abriu os olhos e reprimiu um grito. – O que está fazendo aqui? Veio nos matar?

- Então você acredita? Da ultima vez que conferi você não acreditava. E olhe que eu mesmo tinha afirmado que ela existia. – Annabeth soltou uma risadinha.

- Eu não quero acreditar, mas depois dessa cena acho que não tenho como negar. O que você é? – Ele olhou estreitamente para a loira. Thalia agora estava ao seu lado.

- Sua paciente. Cure-me. – Sentou-se no chão do pequeno quarto.

- Eu tentei.

– E eu não posso ser salva. Grandes decepções. Não podemos fazer nada. – Ela riu, levantando-se. – Mas eu realmente gostava de você. É uma pena. Gostou dos pesadelos que andei lhe causando? Eu particularmente gosto do final deles.

- Pare Annabeth. – Thalia advertiu. – Você não é assim. Você não é a Morte. Você é a Annabeth. Não aquela criatura que contemplei. Posso ver a diferença entre vocês duas. Sei que posso.

– Não seja tola. Conferi meus planos, e aqui jaz a Annabeth que parou de lutar contra. Se for para matar pessoas, que faça isso com prazer. Nessa história de lutar contra, eu sou a única que sai perdendo. Ela aparece, mata a madrugada inteira. Quem acorda chorando em algum beco úmido morrendo de medo? Tenho certeza que não é você. Muito menos ela. – Annabeth encarava a janela.

- Se está tão cansada de lutar, por que ainda está aqui? Por que, que eu saiba, eu estou falando com a Annie, não com a Morte. – A garota olhou para Thalia e sorriu.

- Para fundir duas em uma você tem que matar alguém consciente. Eu tenho que matar... Não ela.

- Então você planeja nos matar? – Percy perguntou frio. – E eu que achei você indefesa e delicada.

- Vocês não. Estou dando uma oportunidade de fugirem antes que eu transforme essa cidade em um grande cemitério. Não despedissem. – Falou saindo pela janela. Thalia encarou Percy.

- Percebe o que aconteceu aqui? – Ela sussurrou.

- Ela nos deixou ficar vivos. Ela nos quer vivos. Ainda há esperança... Ela ainda pode ser salva.

– Não se ficarmos aqui parados. – Thalia sorriu.

...

Thalia lia e relia o pequeno livro. Mas não encontrava nada de útil. Bufou irritada. Não podia evitar o inevitável. Certas coisas não se encontram em um livro. Certas coisas apenas o ser humano podia responder. Atirou o livro para longe odiando a ideia de ter de ir falar com sua amada mãe.

Mas precisava. Se quisesse salvar a amiga. Se quisesse salvar a cidade de se transformar em um cemitério. Ela precisava pedir ajuda da mãe. Precisa fazer as coisas direito, uma vez na vida. Abriu a porta do apartamento e se dirigiu até o grande portão. Que ela não se arrependesse disto mais tarde.

...

– Mãe? – Chamou ao ouvir o pequeno sino tilintar após abrir a porta da velha porta da loja de sua mãe. – Preciso de ajuda. – Praguejou.

A loja era velha, muito velha. Tinha a pintura vermelha e desgastada. Rachaduras na parede e no teto. Um cheiro insuportável de mofo. O chão de cerâmicas brancas amareladas. Produtos estranhos e velhos espalhados por toda loja. Desde livros de páginas amareladas até pequenas cabeças encolhidas em um pote. A mulher encontrava-se atrás do balcão de madeira comido por cupins. Ela sempre se encontrava ali.

- Thalia? Você não estava internada? – Ela perguntou com descaso. Nunca tiveram uma relação muito boa. Quem teria uma relação boa com uma mulher que prefere uma loja caindo aos pedaços à sua filha? – Você cheira a morte.

- E você cheira a mofo. Tudo aqui cheira a mofo. – Resmungou. – Vai me ajudar ou não?

- Minha adorável filha. Eu vou repetir o que lhe disse. Você cheira a morte. – Falou calmamente.

- Eu fiz amizades erradas. Grande novidade. Eu vou lhe repedir o que lhe disse mamãe. Vai me ajudar ou não? – Revirou os olhos.

A mulher, que nada se parecia com Thalia, saiu de trás do balcão, parando do lado da filha. Fitou a menina por alguns instantes e logo após abraçou a garota, surpreendendo Thalia, mas a soltou no mesmo instante em tocou sua pele. A expressão assustada no rosto, como se tivesse sentido algo.

– Em que você se meteu? – A voz da mulher era fria e assustada.

...

– Eu não posso acreditar. – A mãe de Thalia falou após ouvir a história contada pela filha.

- Mas mamãe, não foi sempre a senhora que acreditou nessas coisas? – Thalia lhe deu um sorriso irônico. A mulher levantou-se, indo até o seu balcão. Retirando de uma pequena porta interior um grande livro de capa branca.

- Se o que você diz for verdade...

- É verdade. – Thalia a interrompeu.

– Estamos todos condenados a morte. – Falou ignorando a interrupção da garota.

– O que? Não! Há uma saída mãe, qualquer saída! – Thalia olhou para mãe, em uma ultima suplica.

- É muito perigoso. – A mulher falou, alisando a grande capa branca. – Não pode ser feito. Não pode nem ousar pensar em fazer isso. Não... Não.

- O que mãe? O que há de tão perigoso? – Thalia bufou ao ver a paranoia da mãe.

- Se a trouxeram com um ritual, com um ritual a despachamos... Mas...

- Mas? – Thalia insistiu.

- Se der errado, abriremos as portas do inferno para sempre.


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Notas finais do capítulo

só uma palavra pode definir essa situação: vish.