O Death. escrita por BohMalfoy


Capítulo 8
Capitulo sete – Ritual.


Notas iniciais do capítulo

omfg, sério, a coisa ta ficando feia... kkk



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     O sacerdote dançava e praguejava ao redor do circulo de fogo. Annabeth chorava no centro do circulo. Presa por uma corda, acima dela, encontrava-se sua boneca. Sua doce boneca. A boneca que agora emitia um sussurro frio, constante e doce. Um chamado. Um pedido de libertação.         

A testa da pequena garota loira estava marcada. Um símbolo feito com o próprio sangue. Ainda tinha o corte na mão para provar que era dela. A testa ardia e queimava à medida que as chamas do fogo iam ficando cada vez maiores. Annabeth não conseguia não parar de chorar. Olhava para os pais ali perto, de instante em instante, implorando para voltar para casa.        

Teria ela sido uma garota má? O que ela fizera de tão mau? Abaixou a cabeça. Estava assustada, com frio. De longe, a mãe assistia o fogo tomar conta de tudo, com um interesse nos olhos. A ganância estampada no rosto frio. Se desse certo aquele ritual, e daria, a vida dela estava feita.    

  A Sra. Chase ainda lembrava-se de quando encontrou aquele livro. O livro era pequeno, de capa vermelha, cor de sangue. Quando abriu, com certo interesse, deparou-se com uma pergunta. Você deseja ser imortal? A resposta não poderia ser outra se não um enorme e sonoro sim. Folheou as páginas seguintes. As ideias penetrando na sua mente, como um veneno que invade a corrente sanguínea. Após procurar a ajuda de um sacerdote perito naquilo, o acordo já estava feito.

  Dever-se-ia aprisionar a própria Morte em algum objeto. Com um pequeno esforço, comprou uma boneca novinha para o que tinha de ser feito. O sacerdote entregou a boneca de porcelana no dia seguinte. Mais pesada do que no dia anterior, mais fria. Aprisionando em seu interior a Morte. Deu a boneca para filha, a pequena Annabeth, o sacrifício. A Morte passaria a conviver lado a lado com a loira, criaria uma conexão. Se acostumaria com a essência da garota. Seria ela a primeira a procurar após ser solta.        

  Com um solavanco, a cabeça da boneca caiu, e o sacerdote parou bruscamente. Se não desse certo, estavam todos mortos. Do buraco aberto pela perda da cabeça, a Morte saiu. Violenta, furiosa. Como ousaram aprisioná-la? A escuridão olhou para tudo e para todos. Mas só viu uma coisa. A garotinha com o símbolo sangrento na testa. O sacrifício.            

   Foi em sua direção e tratou de logo de compartilhar o mesmo corpo que a garota. A escuridão, o frio. A Morte invadiu o corpo de Annabeth, entrou pelos olhos, boca e nariz. De fora, via-se apenas uma garotinha, o grito agonizante, com as duas mãos envolvendo a garganta enquanto absorvia uma fumaça negra. Totalmente negra e perversa. Após a inalar completamente, continuou gritando enquanto contorcia-se no ar.      

   Depois de algum tempo, o corpo caiu. A garota dormia profundamente abrigando a Morte em seu corpo. O Sr. Chase e a Sra. Chase sorriram. Agora que sua filha era a própria Morte, poderiam controlá-la. Controlariam a Morte e escolheria nunca morrer. Teriam o poder de Deus. Tirariam ou não vidas.       

  Eles só não sabiam que a ideia ia ser frustrada ao despertar da garota, quando aprenderiam que a Morte não pode ser controlada. Ela é sanguinária. Ela nunca esta satisfeita. Ela tem fome e sede. Mas estava feito. E ninguém poderia reverter isso.  

                                                                  ...                        

    

Thalia estava acorrentada. Os pulsos latejavam de dor. Os braços estavam dormentes. Ao seu lado jazia o corpo de Luke Castellan, afogado no seu próprio sangue. Thalia tentava não encarar o corpo. Queria chorar, mas as lagrimas não chegavam aos olhos.        

- Thalia. – Annabeth a encarava. Os olhos voltaram ao normal. Cinzentos e perturbados. – O que você fez?    

- Annie, por favor... Tira-me daqui. Deixa-me ir embora. – O medo era presente na sua voz. Annabeth sorriu com escárnio.           

   - Você sabe que não adiantaria... Ninguém pode fugir da Morte. Ninguém pode escapar de mim! – A loira gritou. A dor explicita na voz.       

   - Você não é a Morte, Annabeth. – Thalia falou com calma. – Você não a controla... Sei que se a controlasse, nenhuma dessas mortes tinha acontecido. Você não quer isso.          

   - Ninguém pode controlá-la. – Soltou uma gargalhada alta. – Meus pais sabem disso como ninguém. Mas se isso tudo está acontecendo, a culpa é de vocês! Vocês me acharam e vocês me despertaram! E despertaram-na junto.       

    - Eu não compreendo. – Thalia arfou. 

  - Por qual motivo acha que fui encontrada sozinha e desmemoriada? – Soltou uma risadinha irônica. – Paguei a uma feiticeira para que fizesse a Morte adormecer. Mas agora que a acordaram, arquem com as consequências.        

  - Annabeth... Me escuta... Você não quer isso! Deixa-me ir embora, por favor...

  - Cala a boca! – Annabeth tapou os ouvidos com as mãos. – Eu quero isso sim. Quero mais do que ninguém. Quero que todos morram. É o que a humanidade merece. Humanos nojentos, não merecem viver no mundo que vivem. As pessoas são más, Thalia. E interesseiras. Fazem de tudo para conseguir o que querem... De tudo. – A mágoa era presente na sua voz.          

   - Annie... – Sussurrou.   

  - Sinto muito Thalia, mas já estou cansada de tentar controlá-la. Você é uma boa pessoa, não me leve a mal. Mas uma hora cansa, e ela é muito insistente. Talvez ela tenha piedade e só brinque com você, eu não sei. – Falou. Os olhos começando a ficar totalmente negros.  

                                                                  ...

   

  Percy Jackson agora entrava no quarto de Thalia. A garota estava desaparecida. Suspirou ao passar nas cartas ainda lacradas. Os estragos de Thalia faziam falta. Sentou na cama dela, sem saber o que fazer. A situação estava ficando critica. Hoje pela manhã, devolveram o corpo de Luke. Morto. Seu amigo Luke morto. Passou a mão pelos cabelos.       

   Foi então que viu um livro. Um livro de capa preta e muito velho. Mas estava marcado em uma página. Abriu deparando-se com folhas amareladas e escritas antigas. Gravuras perturbadoras. 

                   

               “Capitulo 62: Como caçar a morte”.                    

  

   Curioso, Percy começou a ler o capitulo, tentando entender as ideias que Thalia tinha pouco antes de ser sequestrada.            

                                                                  ...

    

- Mamãe? – A pequena Annabeth falou. – Você está aí? Mamãe... Eu te amo tanto... Hoje é o meu aniversário de doze anos. Venha me dar um abraço de feliz aniversário!   
 

    A Sra. Chase encolheu-se mais ainda em seu esconderijo. Annabeth caminhava. Os cabelos trançados e sujos de sangue. Em cada cômodo da pequena casa, havia pelo menos três corpos mortos. A fome da Morte aumentava a cada dia que se passava, e a Sra. Chase via agora que cometera um grande erro.            
  

   Puxou o Sr. Chase pelo braço enquanto ouvia os passos aproximarem-se. Tratou logo e pular pela janela e fugir. Fugir para bem longe. Mesmo que soubesse que, uma hora ou outra, a Morte os achariam. Não há como escapar da Morte. Ela sabia disso agora.         

                                                                  ...

   

  Thalia corria. A Morte resolvera jogar um jogo com ela. Sangrava pelo nariz. Tinha um corte profundo na bochecha. Mas corria. Não desistiria. Ela era forte. Ela não se daria o luxo de ser fraca no ultimo momento. Os pulmões ardiam pedindo por ar. Mas ela não parou.         

  Acabou chegando ao hospital. Pulou os portões sem problema nenhum. Correu para dentro do hospital sendo chamada a atenção por vários enfermeiros conhecidos. Ela não parou até chegar à porta do consultório do Dr. Jackson. Escancarou a porta sem cerimônia alguma.       

  - Dr. Jackson. – falou ofegante.

- Thalia! O que houve... Eu pensei que... – Ele olhava para o corte na bochecha da garota. – Cadê a Annie? – Perguntou preocupado.  

- É ela. – Falou ainda buscando por ar. – Ela está com a Morte aprisionada dentro dela.


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Notas finais do capítulo

podem fujir para as colinas. psé.