O Death. escrita por BohMalfoy
– Temos que fazer, mãe. – Thalia olhou para a mulher. Percy encontrava-se ao seu lado, o pensamento longe. – Se não o fizermos vamos morrer. Estamos condenados dos dois lados.
– Mas Thalia... Acho que nem o seu amigo gostou da ideia. É perigosa demais. Abrir as portas do inferno... Não quero ver o mundo invadido por demônios e nos arrastando para lá. – A mulher estremeceu.
– Não ouviu o que eu disse mamãe? Estamos mortos de qualquer jeito. Essa é a nossa esperança. Vamos para o inferno do mesmo jeito se não a impedirmos. – Thalia olhou para o amigo. – Percy, dá uma ajudinha aqui.
Percy apenas fitou a mulher por alguns segundos. Logo depois olhou para Thalia, a mesma não conseguiu identificar o que havia no seu olhar.
– Ela... Vai morrer? – Falou como em um sussurro. Thalia espantou-se.
– Percy... É ela, ou nós. – Thalia choramingou. – Ela é minha amiga, minha única amiga... Mas não posso deixá-la matar todos.
– Ela vai morrer? – Ele repetiu agora mais alto, olhando para a mulher.
– Eu não sei... – A mulher respondeu. – Provavelmente.
– Temos que fazer isso. Você vai nos ajudar não vai? – Thalia olhou para a mãe. Ela era tão cabeça dura quanto a filha. A mulher suspirou e levantou-se se dirigindo até a porta.
– Sinto muito Thalia. – Ela abriu a porta. – Não posso fazer isso. A garota é tão inocente quanto nós. E há consequências caso ocorra erros... Por favor, vá. Feche bem as portas e ligue as luzes, não se ache idiota por temer o que há na escuridão. Tente ficar viva. Mas se ela chegar, não tente fugir, ninguém escapa da morte. – Thalia passou relutante pela porta, com Percy a seguindo. Ouviu quando a porta fechou-se, levando consigo a ultima esperança da garota.
...
– Nós podemos ir lá amanhã. Se ela se recusar mais uma vez, pegamos o necessário para fazermos isso nós mesmos. – Percy falou. Thalia estava deitada no colchão abaixo da cama dele.
– Não... Deixe assim mesmo, no final das contas você não conseguiria fazer. – Ela disse bufando.
– Conseguiria sim. Não vou deixá-la matar todos nós. Eu conseguiria sim. – Resmungou contrariado. – Por que diz isso?
– Porque você a ama. Está estampado na sua testa desde que ela teve a primeira consulta com você. Não tente negar. – Thalia agora o encarava.
– Eu... – Ele começou, mas ao ver que Thalia não iria mudar de opinião desistiu. – Eu acho que a amo. Poderia amar. Mas isso não muda o fato dela ser uma assassina prestes a transformar essa cidade em um cemitério. – Suspirou.
– Você não precisa me ajudar. Eu faço sozinha.
– Mas eu tenho que fazer isso, Thalia. – Protestou.
– Por que? Gosta de sofrer? – Ela parecia irritada e confusa. – Acabou de dizer que a ama...
– Eu a amo. Eu prometi que a ajudaria. Eu tenho que salvá-la. Se for para matá-la, matarei, pois nos olhos dela o que vejo é um pedido. Ela não quer isso tanto quanto nós. Eu tenho que fazer isso. Nem você, nem sua mãe. Eu. Eu tenho que matá-la.
...
A Sra. Grace passava a mão por seus amuletos de proteção. Ela sabia que daqui para frente, tudo estaria perdido. Olhou as fotografias na parede atrás do balcão. Sua família parecia contente nelas. Suspirou, perguntando-se quanto tempo de vida seus familiares e amigos teriam. Foi tirada de seus devaneios quando a sineta da porta tocou e uma garota extremamente bela e loira entrou por ela.
– Eu gostaria de comprar algo. – A voz dela era doce. A Sra. Grace olhou para ela, um calafrio percorreu por sua espinha.
– Pois bem... – Soltou os amuletos, deixando-os cair presos no cordão ao seu pescoço. – O que deseja?
– Corações. Corações mortos. – Ela sorriu, mostrando as presas. – Quero uma coleção de corações mortos.
– Temo não ter uma coleção de corações mortos para a Srta. – Sua voz saiu tremula, em um fio.
– Não se preocupe. – A loira falou. Seus olhos ficando extremamente negros. A Sra. Grace fitou os olhos da morte. – Eu quero apenas um hoje. O seu.
– Por favor, Morte! Espere... Eu imploro! – Falou ao ver a garota aproximar-se. O frio tomando conta de tudo. A escuridão e o medo. E então sentiu o cheiro. O terrível cheiro de corpos em decomposição. Ela sabia que a Morte não esperaria. – Deixe-me ver minha filha uma ultima vez. Por favor.
A criatura sorriu. As presas afiadas manchadas de um sangue quase negro. A pele do rosto agora era repuxada para trás, mostrando o osso. E os cabelos estavam trançados.
– Não se preocupe. – Os lábios da criatura não se movimentavam, mas ela podia ouvir aquela voz maliciosa, doce e sombria em sua mente. – Você verá ela em breve.
...
Thalia gritou desesperada quando abriu a porta da loja de sua mãe. O corpo dela estava ao chão, perto da parede. Uma enorme e profunda abertura ia da garganta ao peito. Começou a chorar ao ver que o coração não se encontrava ali. Ao ver a garota chorando no chão, Percy correu para o lado dela.
– Primeiro Luke, e agora minha mãe. – As palavras vinham magoadas e banhadas de lágrimas. – Percy, isso tem que parar.
– Eu vou fazer para, Thalia, prometo... Vamos embora Thalia. Por favor...
Mas Thalia não queria largar o corpo da mãe. Percy só conseguiu fazer com que a garota se distanciasse horas depois. Thalia levantou-se relutante do lado da mãe, possuía as mãos manchadas de sangue, olhos vermelhos e uma trilha de lágrimas pela face.
– Isso já passou dos limites. – Falou. A dor estampada na voz. – Pegue o livro Percy. Vamos calçar aquela Morte, e lhe mostrar como é que os humanos fazem as coisas.
...
Enquanto iam para casa, os dois discutiam o plano. Primeiro precisavam capturar a Morte, ou seja, Annabeth, prendendo-a em uma igreja. Depois fariam o que era mandado no livro e despachariam a Morte, ou continuariam com a Morte e abririam as portas do inferno. Até aí, estava tudo bem.
Percy andava ao lado de Thalia. Por fim, chegaram ao local destinado e Percy pegou as chaves no bolso. Ao abrirem a porta, Annabeth estava esperando, possuía os cabelos loiros preso em um rabo de cavalo e vestia um vestido preto. Sorriu amavelmente quando os dois passaram pela porta. Mas nos olhos a dor era visível.
– O que está fazendo aqui? – Thalia perguntou. Annabeth, ao em vez de olhar para Thalia, dirigiu o olhar para Percy.
– Vim me render. Não precisam passar pela fase da caça a Morte.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
A Annabeth endoidou... ou não.